Recebi por email o texto do facebook da
Paula, escrito por ocasião da morte, este ano, de um seu companheiro de coro,
médico septuagenário que amava a vida e cantava bem, e era o chefe que impunha
ordem quando por vezes se geravam discussões entre os elementos do “Vox Maris”,
coro a que pertenciam lindas vozes de homens e mulheres, mas que a covid
extinguiu.
Um texto de simpatia e saudade, que ela fez acompanhar
de um lindo vídeo, por aquele enviado, anos antes, segundo as vias
comunicativas da realidade hodierna - um espaço com piscinas e muita gente
nelas, atenta e rodeada de paisagem condizente, e na envolvência de músicos em
fatos de banho ou outros vestuários, que vão surgindo gradualmente e repentinamente, nos
diferentes conjuntos instrumentais, na sequência dos novos impulsos musicais comandados
pelo maestro, solitário no meio da piscina, num espectacular crescendo
repetitivo que tornam também imorredouro o final do filme “Les uns et les
autres” de Claude Lelouch.
E não resisti a transcrever da Internet a
informação sobre o “Bolero de
Ravel”, como sempre, grata àquela, pela vastidão das suas referências, de
consulta imediata, favorecedora, é certo, de muita preguiça, mas facilitadora
de imediata percepção.
Paula Lacerda
partilhou uma memória — com Filipe David.
«Tu mandavas sempre música, pelos canais mais individuais das redes
modernas. Não sabias que as palmeiras e a água fazem as delícias de uma
moçambicana como eu, que, em janeiro, já está a sonhar com paisagens tropicais
e a rezar pelo sol. Pôde não ser a melhor versão, mas era a que enchia melhor a
minha vista, perdida nos limites do constante confinamento destes espaços tão
diferentes...
Adorei. Passaram três anos e os espaços já não são os mesmos. Tu viajaste
para sempre, entretanto, e o nosso Coro
Vox Maris ficou privado da tua presença forte.
Desejamos-te num lugar ao sol e às estrelas, cheio de tudo o que mais gostaste
e viveste com a tua garra e vivacidade. Nós cá estamos, para pensar em ti.
Fazes-nos falta...
Amen ... (de uma qualquer Ave Maria, aquela que te apetecer na altura. Das
muitas que cantámos todos juntos).»
NOTAS DA INTERNET:
Bolero (Ravel)
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Repetidos cento e sessenta e nove vezes
pela caixa, estes dois compassos em ostinato
dão ao Bolero de Ravel o ritmo uniforme e invariável.
Bolero (Boléro, no título original
francês) é uma obra musical de um único movimento escrita para orquestra por Maurice Ravel.
Originalmente composta para um Ballet, a obra, que teve sua première em 1928, é considerada a obra
mais famosa de Ravel.
A Música
Composta
entre Julho e Outubro de 1928 no Tempo di Bolero, moderato assai ("tempo de
bolero, muito moderado"), o Bolero tem um ritmo invariável (escrito
para = 72, ou seja,
com a duração teórica de catorze minutos e dez segundos), e uma melodia
uniforme e repetitiva. Deste modo, a única sensação de mudança é dada pelos
efeitos de orquestração e dinâmica, com um crescendo progressivo e uma
curta modulação em mi maior próxima ao fim, mas retorna ao dó maior original
faltando apenas oito compassos do final. Originalmente, na própria cópia da partitura
de Ravel, a marca do metrônomo é = 76, mas esta
está riscada e 66 está substituindo a marcação original. Ravel observa esta
segunda marca na sua gravação com a Orquestra Lamoureux. Mais
tarde, outras edições do Bolero sugerem o 72. Na primeira
gravação de Piero Coppola, à qual
Ravel estava presente, o Bolero teve uma duração similar de 15 minutos e 40
segundos. Ravel, mais tarde comentou a um jornalista do Daily Telegraph que
a obra duraria 17 minutos.
Forma
uma obra singular, que Ravel considerava como um simples estudo de orquestração.
A sua imensa popularidade tende a secundarizar a amplitude da sua
originalidade e os verdadeiros objectivos do seu autor, que passavam por um
exercício de composição privilegiando a dinâmica em que se pretendia uma redefinição
e reinvenção dos movimentos de dança. O próprio Ravel ficou surpreendido
com a divulgação e popularidade da obra, muito devido às variações que
numerosos maestros,
incluindo Willem Mengelberg e Arturo
Toscanini, introduziram nas suas interpretações.
Origem
(Ida Rubinstein, a inspiração por trás de Bolero. Retrato pintado por Valentin Serov.)
A
origem do Bolero provém de um pedido da dançarina Ida Rubinstein, que encomendou a Ravel a criação de um balé a carácter
espanhol. Ravel pensou poder arranjar alguns extratos de Iberia,
um conjunto de peças para piano de Isaac Albéniz,
mas ele não pôde obter os direitos de fazer como desejava, pois Albéniz havia
dado os direitos de arranjo a seu pupilo Ferdinand Enrique Arbos.
Em
vez disso, Ravel compôs uma nova obra.
A estreia deu-se em Paris, na Ópera Garnier,
em 22 de
Novembro de 1928 sob direcção de
Walther Straram, com coreografia de Bronislava Nijinska e cenários de Alexandre
Benois. Uma das dançarinas foi Ida Rubinstein, e a peça causou escândalo devido à sensualidade da
coreografia.
Direitos autorais
A obra é de
domínio público desde o dia 1º de maio de 2016]
Curiosidades
O
saxofone sopranino
na partitura original é um saxofone em Fá;
todavia, hoje só se fabricam saxofones sopraninos em Mi bemol. No tempo de Ravel ainda haveria fabricantes a produzir
a família de Saxofones em Fá e em Dó com o intuito de serem usados em contexto
de Orquestra Sinfónica. Hoje em dia é prática comum tocar ambas as partes, de
soprano e de sopranino, usando apenas o saxofone soprano em Sib.
Por
brincadeira a peça é por vezes chamada de "o mais longo crescendo do
mundo".
O
maestro português Pedro de Freitas
Branco, amigo de
Ravel, dirigiu uma execução lenta da obra ( = 54), o que fez com que a obra durasse 18m30s.
O
Bolero é tocado diariamente na Praia do Jacaré
em Cabedelo-PB durante o pôr-do-sol, pelo músico
Jurandy do Sax. Também em Belém-PA, junto à Estação das Docas, na orla da Baía
do Guajará, diariamente às 18h o Bolero é reproduzido diariamente, em gravação.
A
música faz parte da trilha sonora do anime Digimon Adventure, do filme Legend of
Galactic Heroes: My Conquest Is the Sea of Stars e do jogo Xenogears.
Em 1961, o dançarino e coreógrafo Maurice Béjart criou sua versão para o Bolero, tornando-a uma de suas obras mais
importantes. Em 1980, a coreografia de Béjart foi reproduzida pelo bailarino
argentino Jorge Donn no filme Retratos da Vida (Les uns et les autres), do
diretor francês Claude Lelouch.
Billie Joe
Armstrong tocou uma parte desta música no início álbum ao vivo Awesome as
fuck da banda de punk rock Green Day.
Uma
parte do Bolero é tocada no oitavo episódio da segunda temporada do remake da
popular série britânica Doctor Who.
No
desfile cívico-militar do Dia da Independência, 7 de setembro de 2014, a tropa
da Polícia Militar da Paraíba desfilou aos acordes do Bolero de Ravel, adaptado
pela Banda de Música da PMPB.
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