Parece antes, o texto seguinte, pelo menos
aos leigos como nós, uma tentativa leviana de desmistificação de uma acção
profundamente cobarde de abandono repentino pelos E.U. de um povo que
aparentemente defendiam de gente sem categoria social nem moral.
Um segundo olhar/premium
Os que hoje se regozijam com a
capitulação militar dos EUA, ignoram que o novo teatro de operações se faz num
mundo digital onde os EUA ditam, desde o início, as regras do jogo.
RODRIGO ADÃO DA
FONSECA
OBSERVADOR, 24 ago
2021
Numa
época onde recorrentemente a ficção nos anuncia o curso da realidade, tenho
acompanhado os mais recentes acontecimentos no Afeganistão ao mesmo tempo que
devoro na Netflix os diversos episódios da 8.ª temporada de “Homeland”. “Homeland” (baptizada, em português, de “Segurança
Nacional”, com 8.3/10 no IMDb) é uma
saga criada pela Showtime, centrada na vida de uma operacional da CIA, Claire
Danes, que desde 2011 nos vai contando de uma forma romanceada as diversas
vicissitudes do mundo da espionagem. Com passagens pelos distintos teatros
de guerra onde os EUA têm marcado presença, há russos e americanos,
paquistaneses, Mossad e histórias complexas passadas entre os corredores de
Washington DC e vários teatros de operações, na Síria, em Israel, no Iraque, em
Moscovo, na Europa e, obviamente, no Afeganistão. Ora, é num Afeganistão à procura da paz
entre americanos e talibãs que se desenrola a 8.ª temporada, com detalhes de
tal forma deliciosos que nos perguntamos se quem escreveu a saga tem uma bola
de cristal ou se, pelo contrário, na Casa Branca e no Pentágono não haverá
gente a ver filmes a mais, inspirando nas séries o seu curso de acção. É que as complexidades, contradições, consequências
óbvias e clichés da saída dos americanos do Afeganistão que estamos a assistir
nos últimos dias estão lá, em “Homeland”, de uma forma tão bem romanceada, que
ficamos com a sensação de que hoje podemos ficar mais informados e esclarecidos
vendo séries de ficção, do que assistindo à ficção que vários órgãos de
comunicação social e as redes sociais nos oferecem no acompanhamento de uma
realidade que não se preocupam em conhecer.
Sei
bem que ao arrancar um artigo de opinião com referências a séries do mainstream
comercial norte-americano, em vez de Lars Von Trier, estou a prescindir
voluntariamente das prerrogativas concedidas aos militantes do humanismo
caviar, os quais se podem dar ao luxo, até, de enquadrar no pluralismo
apologias estéticas do terrorismo islâmico. Foi, aliás, ternurento ler
tanta gente com responsabilidades públicas e na comunicação social, civilizada
e educadamente, a contestar, numa linguagem cuidada, ao bom estilo do
“respeitinho é muito bonito”, um texto da advogada de Otelo, Carmo Afonso, que nos
convida a um olhar parolo e romântico sobre os talibãs.
Suporta-se em Robert Fisk, mas mais valia citar, também, Hans Christian Andersen:
“o rei vai nu”, já que na mesma semana em que o
jornal Público cedeu à censura
para alimentar os caprichos das redes de indignação geral, os mesmos ogres que
exigiram devorar Pedro Girão, apelaram ao “pluralismo” para que pudéssemos
constatar que, para os que detêm o monopólio do “bom coração”, a humanidade,
afinal, não tem valores fundamentais e a dignidade humana e individual
dependem, enfim, não de valores universais, mas da adesão de cada comunidade em
concreto, sendo renunciáveis. O
pluralismo deve, a meu ver, acomodar todos os inimigos da liberdade, incluindo
os que (nos seus textos) defendem o assassínio da universalidade dos direitos
fundamentais. Constato, em qualquer caso, com pena, que um jornal com os
pergaminhos do Expresso dá guarida a quem, com elevada pretensão e aspiração de
intelectualidade, pratica terrorismo no uso do português, pondo a cada frase em
causa a dignidade da nossa língua.
As reacções de aversão aos talibãs que
assistimos nos últimos dias, no seu simplismo e nos seus clichés, são muito o
fruto do mimetismo imposto pelas redes sociais que convidam agressivamente à
adesão da causa do momento. Sendo
epifanias vãs, sem qualquer tipo de consequência ou sequência, elas são, em
qualquer caso, expressão do enorme consenso existente em relação à
universalidade dos direitos fundamentais e à importância que hoje damos à
igualdade entre homens e mulheres, à recusa da violência e consequente
valorização da paz. A rejeição dos talibãs e a repulsa em relação à tomada
de poder por parte de fundamentalistas islâmicos num canto perdido do planeta
é, por isso, uma expressão clara da recusa da violência e da valorização da
universalidade de direitos fundamentais, que vale a pena não minimizar ou
relativizar. Não deixa de ser sintomático, em qualquer caso, que os mesmos EUA
que foram tão censurados aquando do lançamento da sua jihad em favor da democratização
do mundo, iniciada após o 11 de Setembro, sejam hoje tão criticados por darem
fim a uma guerra longa e dispendiosa antes de estarem consolidados e enraizados
valores fundamentais na sociedade afegã.
A
saída do Afeganistão não é um momento irrelevante no curso da História, sendo
uma derradeira página que se vira e encerra o ciclo que se iniciou após o 11 de
Setembro, afirmando definitivamente uma nova era nas relações internacionais.
Depois de um conjunto de intervenções falhadas, que oneraram significativamente
os cofres da América e, sobretudo, o seu prestígio e reputação no mundo, Biden
dá sequência à doutrina Trump e sinaliza o que há muito já podíamos assistir
nas séries de ficção: os EUA
não vão permanecer indefinidamente num território onde a maioria das questões
que engajam no seu interesse nacional estão cumpridas, em concreto, desmantelar
a Al-Qaeda e outras redes terroristas internacionais, e capturar Osama Bin
Laden.
Desde 2002, altura em que comecei a
estudar o tema com algum detalhe, que sou crítico da influência neoconservadora
nas diversas administrações norte-americanas e do carácter messiânico que este
grupo restrito de pensadores tentou incutir na política externa dos EUA. Organizados
desde o final dos anos 50 em redor e a partir de diversos pólos de reflexão e
acção, think tanks e centros universitários, atingiram com Clinton e Bush o
ponto máximo da sua influência junto dos centros de poder. Embora associados historicamente a uma direita mais
radical, importa recordar que uma boa parte deste grupo transitou da
extrema-esquerda do espectro político, nunca abandonando os seus métodos e
hardware originais. Irving
Kristol, considerado o Pai desta
corrente, tinha por
exemplo raízes trotskistas, que se manifestaram no seu zelo ideológico, na
sua capacidade de organização e polémica e na sua visão internacionalista, que
marcaram a sua actuação até ao final dos seus dias. A forma
como os neoconservadores procuraram diluir no interesse americano a sua agenda
maniqueísta, que percepciona o mundo como uma luta permanente entre as forças
do Bem e do Mal, entre a Luz e as Trevas (que deu lugar, aliás, à definição de
um Eixo do Mal, após o 11 de Setembro, ou à divisão que Bush efectuou na
comunidade internacional com a famosa “with
us or against us“), numa lógica de guerra permanente, fortemente
influenciada numa vanguarda de superioridade moral, é definitivamente derrotada
(pelo menos no ciclo que agora se encerra), com o abandono militar do
Afeganistão.
Desenganem-se, porém, os que vêem nesta
retirada um reforço do isolacionismo norte-americano. Ao longo da História todas as grandes potências
tiveram, em permanência, tentações hegemónicas. E os EUA não vão deixar de
procurar condicionar todos os centros de poder que sejam nevrálgicos para seus
interesses. Nos últimos anos, e com a revolução digital, o eixo mudou,
porém, para outros espaços de actuação. A guerra passou a usar, primeiro,
muito mais veículos não tripulados e menos soluções tradicionais e o exercício
do poder faz-se, cada vez mais, na limitação de acesso a contas bancárias e aos
benefícios do mundo civilizado, no combate ao branqueamento de capitais e
financiamento do terrorismo, no controlo da informação e nas plataformas de
comunicação. Os que hoje se
regozijam com a capitulação militar dos EUA, ignoram que o novo teatro de
operações se faz num ambiente onde a supremacia norte-americana é evidente, num
mundo digital onde os EUA ditam, desde o início, as regras do jogo. Basta ter presente que, no sábado passado, enquanto os
talibãs se divertiam a tomar posições em Cabul, e por cá assistíamos ao
abandono atabalhoado das tropas americanas do terreno, o The Washington Post reportava-nos que cinco websites dos
talibãs, essenciais até à data na propaganda do grupo terrorista, dentro e fora
do Afeganistão, haviam ficado na véspera, repentinamente, offline, o mesmo tendo ocorrido, segundo o SITE Intelligence
Group (que monitora a actividade extremista online), a numerosos grupos de
WhatsApp utilizados pelos insurgentes.
Não estando ainda claro quem suportou tal acção, fica no ar
a ideia de que tal terá resultado de uma iniciativa (por acção ou omissão) da
empresa californiana CloudFlare, que assegurava a protecção dos mesmos, e da
própria Facebook, que detém a plataforma WhatsApp. A este título, vale
a pena recordar a entrevista exclusiva que Alejandro Mayorkas, líder do Departamento
de Segurança Interna dos EUA, deu ao Observador, no passado dia 21 de Junho de 2021, quando se deslocou a Lisboa para pressionar o nosso
Governo e reunir com Eduardo Cabrita, na sequência da decisão da CNPD de
ordenar a suspensão do serviço da Cloudfare ao Instituto Nacional de
Estatística, para suporte do Censos 2021, onde temas como partilha de dados
em função dos interesses dos Estados, atividade dos portos, emigração,
cibersegurança e ciberterrorismo, foram colocados no topo da agenda numa nova
narrativa que, simbolicamente, ganha definitivamente o palco do protagonismo,
abrindo um livro que já está a ser escrito há alguns anos, mas que só agora
substitui o guião usado no pós-11 de Setembro, que foi difícil de enterrar.
AFEGANISTÃO MUNDO ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA TECNOLOGIA TERRORISMO DIREITOS HUMANOS SOCIEDADE
COMENTÁRIOS:
3Filipe Costa: "WASHINGTON — U.S. taxpayers footed the bill for a $43 million
natural-gas filling station in Afghanistan, a boondoggle that should have cost$
500,000 and has virtually no value to average Afghans, the government watchdog
for reconstruction in Afghanistan announced Monday." Aquilo era comer em
grande, 43 milhões por uma bomba de gasolina. isabel marquez: Grande artigo! Fico à espera do
livro! Jose Afonso: Ser taliban é o sonho de
qualquer esquerdalho. Aqui no ocidente temos a esquerda a dar vivas á vitória
da repressão sobre as mulheres e à intolerância e violência dos mais básicos
inimigos da liberdade. E no Afeganistão quem se posiciona a favor dos talibans?
os comunistas da China e os oligarcas comunistas do Putin. BatteringRam
EU: Até a cibertecnologia e ou
tecnologia digital precisam de uma fonte de energia, não são omnipotentes,
aliás, são tão frágeis como os seus "criadores"... Ahmed Gany: Sem dúvida. A Ciberguerra, os
robôs e os drones tornaram obsoletas as guerras convencionais. Bruno Costa: A China está mais forte que os
EUA no que toca a arcaboiço cracker e hacker militar e paramilitar. A China
está a ficar uma autêntica besta destruidora digital. Já têm feito das suas,
mas são operações pouco mediatizadas. Não acho de forma alguma que os EUA estejam
hoje em dia na meca do desenvolvimento tecnológico e estão também longe de
terem os milhões de militares e paramilitares com imensas competências digitais
dispostos a destruir sob voz de comando e sem razões sequer aparentemente
comerciais, como acontece tipicamente com os EUA J. Saraiva: E aqui vai a principal razão, por que na minha opinião
o UK quis sair da UE (serem obrigados pela Merkel a aceitar refugiados) No sábado passado, no Canal da Mancha (UK): "Pelo menos 828 migrantes atravessaram o
canal da Mancha para chegar ao Reino Unido no sábado, número que é um novo
recorde diário de travessias, declarou o Governo britânico na noite de
segunda-feira." J.
SaraivaJ. Saraiva: Notícia hoje, no Independent "Afghanistan: Six people
posing ‘direct threat’ to UK detected among would-be Kabul evacuees Four people on Britain’s
‘no-fly list’ were prevented from boarding planes, while one made it to
Frankfurt before being intercepted, and one reached Birmingham"
4 foram detectados, 1 chegou ao
UK e outro à Alemanha (dentro em breve, deve estar a passar o Canal da Mancha) J. SaraivaJ. Saraiva: A ver se o Bloco de Esquerda vai ser tão solidário com as futuras vítimas
Europeias, quanto é com os Talibãs. J. Saraiva: Entretanto hoje, na França: "Refugiado afegão que trabalhou para
talibãs é preso na França Cinco cidadãos
retirados do Afeganistão e que chegaram à França recentemente são suspeitos de
ter ligação com os talibãs. Eles são monitorados pelo Ministério do Interior e
um deles, identificado como Nangialay S., 26 anos, foi detido nesta terça-feira
(24). Segundo o ministro do Interior, Gérald Darmanin, a detenção ocorreu
depois de o afegão "deixar o local onde era obrigado a permanecer",
de acordo com o protocolo estabelecido pelas autoridades." J. SaraivaJ. Saraiva: "Uma fonte da área de segurança afirma que
pessoas "com más intenções" podem estar infiltradas entre os
refugiados. O temor é que a Europa volte a enfrentar uma nova chegada de
extremistas islâmicos, como aconteceu em 2015, quando o grupo Estado Islâmico
se aproveitou da onda migratória deflagrada pela guerra na Síria para o envio
de terroristas ao solo europeu." josé maria: Quando não há nenhuma resistência interna aos talibãs, feita pelos próprios
afegãos, quando toda essa resistência capitulou, não há liberdade, nem direitos
humanos que subsistam, nem nenhuma potência mundial que os consiga
salvaguardar. O regime afegão teve 20 anos para instituir um regime democrático
e para derrotar os talibãs. Porque não o fez? Essa é certamente uma história
que falta contar. Outro aspecto essencial é este: qual é o país ou os países
que apoiam economicamente os talibãs? Quais os que lhe fornecem armas? Quais os
interesses associados ? Consegue responder a esta questão fundamental, Rodrigo? Filipe Costa > josé maria: O Rodrigo não é Poliban, logo, a pergunta cai em saco roto. Maria Correia: Muito bem relembrado o detalhe
de que ninguém fala: os neocons derivam dos trotskistas emigrados para a
América. É o eterno internacionalismo com as duas faces da mesma moeda- uma
proleta, outra elitista. Não são de Direita porque, como o Jaime Nogueira Pinto
bem tenta explicar, a Direita não é isso- é católica, conservadora, não revolucionária
nem utópica e pela Pátria mais que pela internacionalização do capital
transformado em política.
PortugueseMan ...The Washington Post
reportava-nos que cinco websites dos talibãs, essenciais até à data na
propaganda do grupo terrorista, dentro e fora do Afeganistão, haviam ficado na
véspera, repentinamente, offline... Patético....Os que hoje se regozijam
com a capitulação militar dos EUA, ignoram que o novo teatro de operações se
faz num ambiente onde a supremacia norte-americana é evidente, num mundo
digital onde os EUA ditam, desde o início, as regras do jogo....Absolutamente patético. Um artigo premium, para se ler
um indivíduo que consome séries e pensa que a realidade se resolve em
episódios de 45 minutos. O Observador deveria impor limite em que os
autores de artigos premiuns sejam apenas escritos por adultos. Os talibans
devem estar desesperados por lhes terem sido cortados sites de internet e
contas de whataspp. Já devem estar a negociar a capitulação e a ceder a todas
as exigências americanas. Os americanos dominam tão bem o ambiente digital
que nem foram capazes de proteger o país de ataques como aquele escandaloso, em
que um pipeline que só abastecia metade do país, ficou parado. Bombas? para que
vai um terrorista fazer tanto esforço em meter uma bomba no país, quando
consegue no conforto da sua caverna, numa montanha remota, aceder á net
fornecida por Musk e provocar o caos? Longe vão os tempos que os EUA se vangloriavam de
atacar centrais nucleares com vírus informáticos. Agora vemos os EUA a pedir a
outras potências para não atacarem certas infra-estruturas. ...A guerra passou a usar, primeiro, muito mais veículos não tripulados
e menos soluções tradicionais e o exercício do poder faz-se, cada vez mais, na
limitação de acesso a contas bancárias e aos benefícios do mundo civilizado...
Ah,
fantástico. Está a fazer um sucesso onde? no Afeganistão? Na Síria? No Iraque?
No Irão? Na Venezuela? na Bielorrússia? no Yemen? Não, nas minhas séries
favoritas na netflix. ...os mesmos EUA
que foram tão censurados aquando do lançamento da sua jihad em favor da
democratização do mundo, iniciada após o 11 de Setembro, sejam hoje tão
criticados por darem fim a uma guerra longa e dispendiosa antes de estarem
consolidados e enraizados valores fundamentais na sociedade afegã... Os EUA não estão a ser
censurados por não terem condições para continuar no Afeganistão e
efectivamente perderem. Os EUA estão a ser censurados pela vergonhosa de saída,
coisa mais mal amanhada que já se viu. A quantidade de material deixado para os
talibans é de tal ordem, que se metade daquilo que se anda a dizer, é verdade,
a bronca ainda vai ser maior. muito maior. Depois pergunta-se como é que certas armas chegam
aos terroristas. Mas, se não gosta, é muito simples. Fique-se pelas séries da
netflix. Aí, os americanos ganham sempre e em episódios de 45 minutos. Anarquista Coroado > PortugueseMan Excelente! Ping PongYang > PortugueseMan Não está à espera que os EUA tivessem equipado o
"exército Afegão" (ou lá o que isso seja) com alfanjes e Lee Enfields, pois não ? Nota - Se eu fosse Talibã, pensaria pelo menos 2
vezes ANTES de utilizar, armazenar ou tocar nos "armamentos" mais
tentadores que ficaram "espalhados" por lá. É que há "coisas" do Diabo... PortugueseMan > Ping PongYang Vai ser o Diabo é se os taliban formam efectivamente
um governo e os americanos não lhes derem acesso aos perto de 9.5 mil milhões
que estão guardados nos EUA. Porque os
taliban vão dizer que vão ter que fazer pela vida, que têm que pagar aos
funcionários públicos e podem ser obrigados até a vender a mobília... Ping
PongYang > PortugueseMan Exactamente. Esse é "apenas" mais um
"pequeno pormenor" do qual quase ninguém fala. Como não é mediático
nem glamoroso nem dá dividendos políticos... advoga diabo Tudo certo nesta reflexão não
fora chamar capitulação a uma escolha programada há anos e só agora posta em
prática. Parabéns! Carlitos
Sousa O Bloco de Esquerda tem a
posição mais hipócrita que se conhece sobre o que acontece no Afeganistão. Nem
uma palavra sobre a forma como os talibãs tratam a população principalmente as
mulheres. A única coisa que manifestam é o
regozijo pela saída dos americanos, como se se tratasse de uma vitória dos seus
aliados naturais - os talibãs. Para o BE,
quem é contra o ocidente ou contra os americanos, é seu aliado. César Neves: Mas alguém quer saber de direitos humanos, igualdade
das mulheres, ou outras "tretas" quejandas?
O que a propaganda
colaboracionista faz, de que este artigo é exemplo, é apenas diabolizar os
Talibans, simplesmente porque o povo afegão preferiu ser governado por eles do
que pelos EU. Alguém quis saber das mulheres e dos direitos, quando os Taliban eram os
aliados dos EU na guerra contra a Rússia? Alguém quis saber dos mais de 500000
meninos e meninas chacinadas em consequência das invasões do Iraque e
Afeganistão? Deviam pensar: é melhor morrerem agora que mais tarde virem a
sofrer ás mãos dos Taliban. Alguém quis saber da corrupção e no terror reinante
durante a ocupação dos EU e da NATO? Alguém quer saber dos direitos e da vida,
dos homens e mulheres afegãos, que colaboraram com os EU nesse terror, e que
agora foram abandonados tipo adesivo pegajoso? Pois é: agora nesta hipocrisia
colaboracionista só dá malandros dos Taliban, direitos humanos e mulheres:
"os EU, são tão só vitimas do seu altruísmo; estão mais limpinhos do que
lavados com OMO". Sem palavras. bento guerra Alguém está a regozijar-se com
a derrota americana, ou antes ,com a sua traição ao povo afegão e ao Ocidente, em
geral? Carlitos Sousa Desenganem-se, porém, os que vêem nesta retirada um reforço do
isolacionismo norte-americano. Nada mais
errado. Os States deixaram de ser o
"polícia" do mundo e viraram-se para os seus assuntos internos. Desde
Barak Obama. Deixaram assim lugar
vago para a Rússia e China tomarem esse lugar. E
vão tomar. Não nos admiremos de uma escalada na Ucrânia e Taiwan, com a passividade
dos States e da Europa. Pensar que o mundo deixou de ser liderado pela força
das armas, para ter uma liderança digital, é anedótico e ingénuo. ... nós que
sempre fomos de esquerda... O que Adão parece ignorar é como a China e a Rússia
fazem gato sapato dessas regras
ao nível do conflito digital... voando
sobre um ninho de cucos: De acordo mas essa supremacia a nível digital, também não é trunfo
exclusivo dos americanos. Regularmente ouvimos relatos de interferências
chinesas na área digital americana. Sobre o carácter profético de Homeland (nunca
gostei da série) basta talvez a um olho mais atento ver o que se passou no
Vietnam. Podemos por exemplo profetizar/especular sobre o que vai acontecer na
Europa daqui a uns tempos. Aposto que os ingleses serão os primeiros. Antes pelo contrário Ignoram é que a barbárie e os
conflitos pelas armas estão a ser importados juntamente com os migrantes... E que tal como os americanos e a democracia
ocidental não tinham lugar no Afeganistão, mas sim os costumes e os problemas
dos afegãos, que eles nunca conseguiram, nem provavelmente conseguirão resolver
- mas se e quando os resolverem os terão de resolver à sua maneira e pela sua
própria iniciativa - esta gente não tem lugar no Ocidente!!! Antes pelo contrárioAntes pelo
contrário: Quanto à internet, e sobretudo
os telemóveis e as redes sociais - vão ser a causa do fim da Civilização. Porque são a caixa de Pandora, a abertura a tudo
quanto é prejudicial, para nós e para toda a gente, o instrumento de todos os
abusos, da mentira, da manipulação, e da destruição da cultura e da diversidade
que deve existir no planeta. Avanço
tecnológico não é sinal de civilização!!! É
apenas outra forma de barbárie. Lembrem-se
o III Reich e do Zyklon-B... J. Saraiva > Antes pelo
contrário No outro dia 1 adolescente de
21 anos pediu a um conhecido meu, que instalasse o Tik Tok pois assim o
adolescente ganhava 18 euros. O meu conhecido instalou e a seguir, desinstalou
o Tik Tok. Em ciber segurança dizem que se não pagamos para utilizar uma
app/rede/serviço, é porque os utilizadores é que são o serviço. O Tik Tok é chinês (penso) e
entre o instalar/desinstalar, deve ter copiado os dados do telemóvel. Se não
porque andava a pagar 18 euros? FME: Também sou da opinião que os
talibãs tapam as suas mulheres mas gostam, ou gostariam, de ir à internet ver a
nudez das mulheres dos outros. Fazer um like num post do “chefe” que fez um
novo penteado na barba pode, ou poderia, dar uma promoção ou uma metralhadora
melhor. Os novos talibãs, como todos os radicais (e todos nós, na verdade)
também devem ser fanáticos por telemóveis “smarts”, redes sociais,
transferências e compras online, mas, obviamente que sabem que é uma forma de
serem espiados. Provavelmente usam linguagem codificada. Quando precisam de se
reunir dizem; hoje é dia de juntarmos as fotocópias. Já se for para atacarem
escrevem; vamos fazer aquilo de que mais gostamos. Ser talibã não deve ser nada
fácil no chamado mundo digital. Além disso, o medo de levar com uma bomba em
cima de um drone americano telecomandado deve ser constante. As tecnologias digitais
são como GPS para as agências norte-americanas. Todos os talibãs mais
importantes devem ser um pontinho vermelho em movimento nos mapas digitais
americanos. Creio, caro articulista, que para os talibãs terem conseguido este
“sucesso”, não devem andar muito virados para as redes digitais, e as
transacções comerciais, designadamente as do ópio, devem ser em dinheiro vivo,
porque senão, os americanos já lhes tinham estragado a festa. voando sobre um ninho de
cucos > FME: Não tenho dúvida que os chefes
talibãs têm os filhos em universidades europeias
e americanas e que devem babar-se com montes de pornografia...... de todos os
géneros.
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