Não posso deixar de transcrever o artigo
assustador, síntese dos espectáculos diários que vão prosseguir, com os fogos incontroláveis, a
matar gente e os animais, apesar de o verão estar quase
a sumir-se, mais os espectáculos dos Jogos Olímpicos de destreza e beleza, para
bancadas vazias, por conta da Covid 19, que, esses, já findaram …
Portugal e metade da Europa com
temperaturas abaixo da média dos últimos 20 anos. Grécia, Turquia e a outra
metade batem recordes de calor /premium Uma depressão sobre a Europa
central e ocidental e uma massa de ar quente estacionada na Grécia e Balcãs
deixam uma parte da Europa mais fresca, enquanto o sul arde com o calor e os
incêndios.
OBSERVADOR, 04 ago 2021,
As altas temperaturas que se fizeram
sentir em alguns países da Europa do sul e sudeste durante o mês de julho não
dão sinais de tréguas. Uma onda de
calor atinge agora a Grécia, Itália, Turquia e vários países nos Balcãs. Gregos
e turcos, fustigadas por fogos, bateram mesmo recordes das temperaturas mais
altas no início da semana — entre 44 e 47 ºC, na terça-feira — e a situação
pode continuar a agravar-se ao longo da semana, destaca o site Severe
Weather Europe.
Estes dois países deverão entrar na
próxima semana ainda com as temperaturas 10ºC acima da média para esta altura
do ano. A onda de calor vai manter-se durante o mês de agosto na região
mediterrânica, alimentada pelas correntes do norte de África, atingindo
sobretudo o sudeste da Europa até à Turquia.
Cada onda de calor que agora acontece
torna-se mais provável e mais intensa devido às mudanças climáticas”, disse Friederike Otto, directora associada do Instituto de
Mudança Ambiental da Universidade de Oxford e um dos autores do relatório do
Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPP), que deverá
divulgar um novo relatório no dia 9 de agosto.
O sudeste de Espanha e França também
podem sentir alguns os efeitos desta vaga de calor, maso principal fenómeno a
atingir a Europa ocidental e central, incluindo Portugal, é um outro bem
diferente e bem mais fresco: uma depressão vinda de norte, refere o site Severe
Weather Europe. Assim, serão vários os países da Europa que vão ter um mês de
agosto com as temperaturas abaixo da média dos últimos 20 anos, enquanto na
Grécia e nos Balcãs se vive como num forno.
Em
Portugal, a primeira semana de agosto terá temperaturas entre 1 e 6ºC abaixo do
normal em praticamente todo o país, especialmente no interior, conforme
indicação d o Centro Europeu de Previsão a Médio Prazo (ECMWF), divulgada pelo
Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). As temperaturas vão manter-se abaixo da
média dos últimos 20 anos durante todo o mês (previsão de 2 a 29 de agosto),
sobretudo no litoral centro e sul e, de forma menos pronunciada, no interior
sul. Já em relação à precipitação, o mais provável é que haja mais chuva na
primeira semana e menos na segunda do que a média para esta altura do ano.
Para Espanha, as previsões do ECMWF, divulgadas pela
Agência Estatal de Meteorologia (Aemet), não são muito distintas de Portugal:
nesta primeira semana haverá chuva em algumas regiões e temperaturas abaixo da
média, sobretudo a norte. Até dia 22 de agosto, data limite do documento
espanhol, as temperaturas vão aumentar no interior da península ibérica,
mas a sul e no sudeste interior.
Temperaturas
altas na Europa explicadas por uma cúpula de calor
O
calor que se faz sentir na Grécia, Balcãs e Turquia deve-se a uma cúpula de calor, um fenómeno meteorológico
semelhante ao que aconteceu no Canadá e Estados Unidos no final de junho e
início de julho e que foi responsável pela morte de centena de pessoas e também
vários incêndios. Este fenómeno ocorre quando uma
massa de ar de elevada pressão fica parada sobre uma região do planeta durante
vários dias ou semanas: o ar quente sobe pelo exterior e é pressionado
novamente para baixo ao centro, à medida que aumenta ainda mais a temperatura
atmosférica.
O resultado são massas de ar extremamente
quentes e secas e muito propícias à formação de grandes incêndios, como assistimos do outro lado do Atlântico
e agora estamos também a ver no sul da Europa. Para agravar a situação
dos fogos actuais, prevê-se um aumento dos ventos na região e não há previsão
da ocorrência de chuvas, pelo menos, até meados de agosto. Ou seja, o calor de junho já tinha deixado
“pasto seco” e agora o calor associado ao vento será uma faísca (ao contrário
do que aconteceu em Portugal que teve um ano fresco e húmido e está a ter um
verão também pouco quente).
No
final da semana, quando os ventos normais de agosto voltarem, o risco de
incêndios será ainda maior”, disse Christos Zerefos, professor de Física
Atmosférica, citado pelo Politico. “Tudo estará seco e pronto para arder.”
O ano de 2021 têm sido marcado por
fenómenos extremos de calor, cheias e outros desastres naturais (as cheias na
China estão também a causar centenas de mortes), não só nos países tropicais e
de baixo rendimento, mas também nos países mais ricos do hemisfério norte. O
relatório do IPCC, a divulgar na próxima segunda-feira, vai reforçar a mensagem
de que as alterações climáticas estão a tornar estes eventos piores e mais
frequentes, segundo avançou o Politico.
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