Foi João Sena que me mandou o seguinte email, creio que da sua
autoria, que nos mostra, como está descrito, neste início de ano, que será bom e
repousante, em continuação do anterior e em previsão do seguinte. Talvez por
sermos contentes, a nossa amiga saiu-se no nosso café de hoje, quando a minha
irmã se propunha comentar displicentemente o primeiro debate de Santana e Rio,
como notícia irresistível… Disse, pois,
a nossa amiga, os gestos amplos de um bem-estar antigo, de moça longos anos
fixada nas vastidões zambezianas, para ali transposta após uma adolescência bem
gozada, nos risonhos e desinibidos horizontes lourençomarquinos:
- «Olha lá, vocês são amantes? – seria a primeira pergunta que eu faria
àqueles dois, depois da entrevista.»
Eis o comentário da nossa amiga, que logo interrompeu o displicente previsível,
da minha irmã, trazendo o escândalo sobre a nossa moderação linguística
habitual, de pessoas de um natural firmemente pudorento.
Mas o certo é que corrobora a opinião “paternalista” (descontada uma possível "ironia" sempre de presumir, hélas!), de João Sena, sobre o
nosso hedonismo e só falta mesmo o consciencioso hino antigo da Mocidade Portuguesa a
confirmar:
“Lá vamos, cantando e rindo…”
PORTUGUESES, UM POVO FELIZ
Os portugueses já podem
ser felizes porque têm quem trate, por eles, das suas coisas e, por isso, não
têm de se preocupar ou incomodar com elas, nem têm de dizer mal de si próprios
por aquilo que fariam com elas.
Os portugueses podem
agora apreciar e gozar “il dolce far niente” pois, de facto:
Da sua banca tratam os
espanhóis.
Da sua electricidade
tratam os chineses.
Dos seus combustíveis tratam
os angolanos.
Da sua TAP tratam os
brasileiros.
Dos seus aeroportos e
espaço aéreo tratam os franceses
Do seu correio tratam os
ingleses, franceses, alemães e noruegueses.
Das suas comunicações
tratam os angolanos e os franceses.
Da sua moeda trata o
Banco Central Europeu.
Da sua economia trata o
Euro-grupo.
Do seu governo trata a
Comissão da União Europeia.
O Estudo mostra também
que os portugueses estão muito felizes por terem tantos amigos estrangeiros a
tratar das suas coisas e que nunca irão perdoar ao PM António não ter deixado:
os mexicanos tratar do Metro de Lisboa e da Carris.
os franceses tratar do
Metro do Porto.
os espanhóis tratar dos
Transportes Colectivos do Porto.
porque tal significaria
mais descanso e mais tranquilidade que os portugueses teriam quanto ao
tratamento das suas coisas.
Foi um acto imperdoável
não os deixar tratar dessas nossas coisas aliviando-nos desse incómodo.
Assinalar ainda que os poucos portugueses que ainda tratam das poucas coisas portuguesas que restam para eles tratar fazem um esforço para se parecerem com os amigos estrangeiros e, para isso, têm vindo a fixar residência na Holanda.

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