domingo, 7 de janeiro de 2018

Além do mais estamos plantados à beira-mar


Foi João Sena que me mandou o seguinte email, creio que da sua autoria, que nos mostra, como está descrito, neste início de ano, que será bom e repousante, em continuação do anterior e em previsão do seguinte. Talvez por sermos contentes, a nossa amiga saiu-se no nosso café de hoje, quando a minha irmã se propunha comentar displicentemente o primeiro debate de Santana e Rio, como notícia irresistível…  Disse, pois, a nossa amiga, os gestos amplos de um bem-estar antigo, de moça longos anos fixada nas vastidões zambezianas, para ali transposta após uma adolescência bem gozada, nos risonhos e desinibidos horizontes lourençomarquinos:
- «Olha lá, vocês são amantes? – seria a primeira pergunta que eu faria àqueles dois, depois da entrevista.»
Eis o comentário da nossa amiga, que logo interrompeu o displicente previsível, da minha irmã, trazendo o escândalo sobre a nossa moderação linguística habitual, de pessoas de um natural firmemente pudorento.
Mas o certo é que corrobora a opinião “paternalista” (descontada uma possível "ironia" sempre de presumir, hélas!), de João Sena, sobre o nosso hedonismo e só falta mesmo o consciencioso hino antigo da Mocidade Portuguesa a confirmar:
“Lá vamos, cantando e rindo…”

PORTUGUESES, UM POVO FELIZ
Os portugueses já podem ser felizes porque têm quem trate, por eles, das suas coisas e, por isso, não têm de se preocupar ou incomodar com elas, nem têm de dizer mal de si próprios por aquilo que fariam com elas.
Os portugueses podem agora apreciar e gozar “il dolce far niente” pois, de facto:

Da sua banca tratam os espanhóis.
Da sua electricidade tratam os chineses.
Dos seus combustíveis tratam os angolanos.
Da sua TAP tratam os brasileiros.
Dos seus aeroportos e espaço aéreo tratam os franceses
Do seu correio tratam os ingleses, franceses, alemães e noruegueses.
Das suas comunicações tratam os angolanos e os franceses.
Da sua moeda trata o Banco Central Europeu.
Da sua economia trata o Euro-grupo.
Do seu governo trata a Comissão da União Europeia.

O Estudo mostra também que os portugueses estão muito felizes por terem tantos amigos estrangeiros a tratar das suas coisas e que nunca irão perdoar ao PM António não ter deixado:

os mexicanos tratar do Metro de Lisboa e da Carris.
os franceses tratar do Metro do Porto.
os espanhóis tratar dos Transportes Colectivos do Porto.
porque tal significaria mais descanso e mais tranquilidade que os portugueses teriam quanto ao tratamento das suas coisas.

Foi um acto imperdoável não os deixar tratar dessas nossas coisas aliviando-nos desse incómodo.

Assinalar ainda que os poucos portugueses que ainda tratam das poucas coisas portuguesas que restam para eles tratar fazem um esforço para se parecerem com os amigos estrangeiros e, para isso, têm vindo a fixar residência na Holanda.
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