quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

TU


Mais um ano passou e já nós ambas
Somos mais velhas do que tu quando morreste.
Mas hoje é apenas festejada
A data do dia em que nasceste 
- Há cento e dezassete anos.
Da tua presença, contudo, só deixaste
Setenta e oito, não descontados
Os anos em que ainda não eras pai
E que recuperámos nas memórias
- Tuas, mas mais facilmente alheias -
Discreto que eras em saliência
Mas que a nossa mãe prodigalizava,
Na admiração que por ti tinha sem reserva.
E a saudade mantém-se, inalterada,
Da presença que em nós deixaste,
Nas conversas da ternura revivida,
Jovens nós, sempre, quando recordamos,
Os tempos do outrora em que o fomos,
Ignorando as tropelias que a idade
Sorrateiramente nos traria de presente.
De ti diremos sempre que vivo és
Nos nossos corações eternamente
Enquanto se mantiver eternidade
Na nossa vida consciente.

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