sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Reviver


Uma formação pátria que traz dúvidas sobre a data das suas origens, mas que não obsta a que, apesar de uma temporária unificação ocasional com o resto da Península Ibérica, o pequeno rectângulo não tenha prosseguido, firmemente independente, dando azo a uma história que até soube revelar bastos momentos de beleza e coragem… História revista e revivida por FLORENTIMO CARDOSO, Advogado e Presidente da Grã Ordem Afonsina.

Portugal, desde 1128

“Portugal precisa de encerrar a controvérsia e tudo fazer para instituir uma data que assinale o seu dia de nascimento como Estado independente, uniformizando o entendimento nacional”.

FLORENTINO CARDOSO Advogado e Presidente da Grã Ordem Afonsina

OBSERVADOR, 27 fev. 2025, 00:1316

O surgimento de Portugal como reino independente é um tema bastante discutido na história peninsular e sempre suscitou interpretações divergentes entre os historiadores. A este propósito, vamos fazer uma breve revisão das interpretações historiográficas acerca da Batalha de São Mamede, seguindo de perto a conferência, sob o título «A Primeira Tarde Portuguesa», proferida pelo ilustre e saudoso Prof. José Mattoso, em Guimarães, na Sociedade Martins Sarmento, no dia 24 de junho de 1978, por ocasião da inauguração das comemorações do 850.º aniversário da Batalha de São Mamede.

A Batalha de Ourique

A Crónica Geral de 1344 considerou a Batalha de Ourique como o facto histórico mais significativo das origens de Portugal, por associação ao momento em que D. Afonso Henriques tomou o título de rei. Todavia, a crónica de 1419 consagrou, oficialmente, a lenda da aparição divina a D. Afonso Henriques, na véspera da batalha, e lhe atribuiu o carácter sobrenatural que se perpetuou durante séculos.

Como disse José Mattoso, «Não admira que, na época em que a consciência nacional se torna mais nítida, a partir da luta pela independência, em 1385, se tenha escolhido este acontecimento, e não São Mamede, como símbolo da nacionalidade. Com efeito, ele era muito mais adequado para fazer intervir o sobrenatural, porque punha em jogo a luta entre a Cristandade e o Islão, e para fazer revestir o rei de uma missão sagrada».

No século XVII, Frei António Brandão (parte III da Monarquia Lusitana) atendeu à questão, com cuidado, e aflorou a hipótese de Valdevez, mas concluiu, como disse José Mattoso, na conferência citada, que: «o verdadeiro berço da nacionalidade foi em Ourique, onde se cruzaram três factos significativos: a vitória contra os verdadeiros inimigos da Nação, a intervenção divina e a aclamação do príncipe como rei

A Primeira Tarde Portuguesa

Mantendo-se fiel à tradição, este erudito cisterciense, com a autoridade que lhe é reconhecida, deu-lhe força para ela se prolongar quase até aos nossos dias. E como José Mattoso afirmou: «Só com Alexandre Herculano é que São Mamede se considera, pela primeira vez, como o dealbar da Pátria. Ao contrário de Brandão, não interpreta o acontecimento como a simples substituição do chefe, mas o resultado de uma acção colectiva, e, por isso mesmo, o facto sem o qual nem Valdevez nem Ourique teriam sido possíveis».

Curiosamente, nesta conferência especialmente dedicada às origens de Portugal, o Prof. José Mattoso não fez qualquer alusão a outros factos históricos eventualmente revestidos dessa potencialidade, como, por exemplo, a Conferência de Zamora, de 5 de outubro de 1143, ou a Bula Manifestis Probatum, de 23 de maio de 1179. Este silêncio do Professor ter-se-á devido, na nossa opinião, ao facto de ele considerar como questão-chave da historiografia portuguesa, no que toca às origens de Portugal, “averiguar se a nossa autonomia se deve à decisão mais ou menos arbitrária de uns tantos indivíduos, ou se é o irresistível desabrochar de uma força resultante da estrutura social e cultural de um vasto grupo humano, com raízes nas próprias condições geográficas e num comportamento secular”.

“Batalha de S. Mamede – Primeira Tarde Portuguesa”, pintura a fresco de Acácio Lino, no Palácio de S. Bento – Assembleia da República.

Terá sido por isso que, ao escrever as páginas de «A Primeira Tarde Portuguesa», se focou na origem da Nação, e não na busca do dia em que Afonso Henriques assumiu o governo de Portugal, como Rei de pleno direito, e sem qualquer tipo de subordinação, transformando-o em Estado soberano. Esta nossa intuição é confirmada pela afirmação que o Professor fez nessa conferência, de que, em São Mamede… fica demonstrada a viabilidade da Nação; e reforçada, acrescentamos agora, quando noutra passagem ele se referiu à intervenção, na batalha, de um grupo social coeso que “demonstrou a sua força contra adversários poderosos” e “tomou consciência mais clara da sua capacidade de autonomia”.

Ora, esta abordagem das origens de Portugal não deixa de ser interessante, e será, porventura, o modo de atingir as raízes sociais, culturais e políticas mais profundas que corporizam o País que somos hoje. Porém, a Nação portuguesa desmembrou-se da Galiza, enquanto o reino de Portugal se autonomizou de Leão! Por isso, procurar o dia do nascimento de Portugal, enquanto Nação, é como entrar num labirinto; entrar é fácil, mas é muito difícil encontrar a saída!

Reino, Estado e Nação

De facto, embora se confundam, muitas vezes, na comunicação corrente, os conceitos de Nação e Estado são distintos, e não se identificam, pois a criação de um reino não é comparável à formação de uma Nação. Contrariamente ao que acontece com as nações, os Estados, hoje, podem constituir-se de um dia para o outro, em resultado, ou como consequência, de um acto isolado. E por maioria de razão, assim era, na Idade Média, uma vez que, como diz José Mattoso,“a monarquia era exercida como uma propriedade pessoal; por isso, o rei podia dividir os seus Estados pelos herdeiros”. Por exemplo, o rei leonês, Fernando I (1016-1065), avô de D. Teresa (c. 1080-1130), dividiu o seu reino, à hora da morte, deixando ao primogénito, Sancho II (1036-1072), o reino de Castela, a Afonso VI (1047-1109), o reino de Leão, e a Garcia II (1042-1090), o reino da Galiza. Como se pode ver, de um reino nasceram três, num só dia, em 27 de dezembro de 1065 (data plausível do seu falecimento). Idêntica divisão aconteceu, por disposição de Afonso VII, que, após a sua morte, em 1157, deixou o reino de Castela ao primogénito Sancho III, e o reino de Leão ao filho Fernando II, genro de D. Afonso Henriques.

Portugal deverá ser dos poucos países do mundo que não comemoram o seu nascimento. Diria até, de modo mais directo, que uma boa parte dos portugueses não sabe – nem faz muito esforço para saber – em que dia e em que circunstâncias Portugal surgiu como Estado soberano. Por isso, impõe-se um trabalho de investigação direccionado para a origem do Estado – e não da Nação –, com base, por exemplo, nas diferenças e semelhanças entre a historiografia portuguesa e a espanhola no que toca aos factos históricos que conduziram à independência de Portugal. Esta dúvida, que tem embaraçado os agentes políticos modernos quanto à definição de uma data certa e determinada para a independência de Portugal, assenta no facto de Portugal ser um Estado-Nação e de esta simbiose dificultar a compreensão e determinação do momento de nascimento de cada conceito.

Não há dúvida de que as consequências da independência do Condado Portucalense influenciaram, de forma distinta, os dois povos, portugueses e espanhóis. Podemos dizer que, no que toca à historiografia espanhola, o seu quase silêncio sobre a independência de Portugal impede que ela se compreenda de forma positiva. No entanto, esse silêncio, afectando, também, o processo político que envolveu o desmembramento do reino de Leão, naquela época histórica, gera a possibilidade de uma ampla reflexão à volta dessas lacunas.

A independência, quando?

A independência de Portugal é tratada “de forma bastante diferente, ou, simplesmente, não é tratada”, pelos autores espanhóis, e não apenas no passado. Autores de relevo, de hoje, e a historiografia espanhola, em geral, mostram evitar referir nomes da sociedade e da política portuguesa, de então, aligeiram as circunstâncias, ou simplesmente as ignoram, sob mínimos argumentos e pormenores. Como refere Nelson Lombardi, destaca-se, na historiografia espanhola,“a falta de atenção, realmente consistente, sobre os acontecimentos que envolveram o destino do Condado Portucalense, que não vai além de mencionar o casamento D. Teresa com D. Henrique de Borgonha, e, “às vezes, alguns feitos de Afonso Henriques.” Tal silêncio “incomoda a historiografia portuguesa”, mas revela, do lado espanhol, incómodos ainda maiores, talvez por envolver “desmembramento do território” e afectar o “orgulho nacional”, sobretudo “no que tange ao período imperial”, dado que Portugal se converteu “num empecilho para a consolidação e afirmação do poder efectivo do imperador Afonso VII”.

Parece-nos, pois, que seria interessante trazer para a discussão a voz do silêncio” dos historiadores espanhóis e procurar esclarecer a maneira como eles, por comparação com os portugueses, abordam a constituição do reino de Portugal. Este deveria ser um dos objectivos a perseguir, no âmbito das comemorações dos 900 anos da Batalha de São Mamede.

Enquanto a humanidade estiver sujeita à ditadura do tempo, as datas do nascimento e da morte de qualquer sujeito farão sempre parte da sua identidade. Por isso, também Portugal precisa de procurar encerrar a controvérsia existente e tudo fazer para instituir uma data que assinale o seu dia de nascimento como Estado independente, uniformizando, assim, o entendimento nacional sobre esta matéria.

[Os artigos da série Portugal 900 Anos são uma colaboração semanal da Sociedade Histórica da Independência de Portugal. As opiniões dos autores representam as suas próprias posições.]

PORTUGAL 900 ANOS     HISTÓRIA      CULTURA´

COMENTÁRIOS (de 16)

José Martins de Carvalho: Parece muito bem distinguir Estado e Nação, e concentrar o esforço de identificação do primeiro dia de Portugal no início do Estado. Porque uma Nação não nasce, forja-se devagarinho. A conferência de Zamora é o acto em que se formaliza a transmissão de poder do Reino de Leão para D. Afonso Henriques, que já se intitulava rei desde Ourique. É certo que não existe um documento que prove aquela conferência, mas o início concomitante das remessas de ouro ao Papa prestando vassalagem é uma prova concludente. Assim, parece evidente que o Estado português nasce em 5 de Outubro de 1143, e que o feriado do 5 de Outubro deve passar a celebrar essa nobre data.

 

Indignação generalizada


Que o Dr. Salles sublinha, ao sintetizar os pretensiosismos “infames” - ou irrisórios - do novo “patrão” do mundo, ao que parece, e que o mundo, por enquanto, se limita a acolher, inerme. Só esperamos que a subserviência não se mantenha, que o neo-Catilina seja facilmente “desterrado” - ou “chutado”, como expressão mais condigna, para tão estranha prosápia de tão ridícula “bola” de trapos … podres.

 

NEO-CATILINA - 1

HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO, 27.02.25


«Quosque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?» e
* * *

Eis algumas «boutades» do novo «dono» do mundo:


• Anexar o Canadá como mais um Estado dos EUA sem cuidar da vontade dos canadianos;

• Engolir a Groenlândia por causa dos seus enormes recursos de cobre esquecendo propositadamente que se trata de território estrangeiro;

• Quer as terras raras da Ucrânia porque sim, sem curar de saber se os ucranianos lhas querem vender;

• Revogação autocrática do artigo 5º da NATO transformando os EUA de amigo em inimigo da Europa;

• Apoderação da Faixa de Gaza com integração no seu património pessoal expulsando os residentes e espalhando pelo mundo dois milhões de putativos terroristas islâmicos. Pela Avenida da Boçalidade desfila o cortejo fúnebre da História e do seu querido filho, o Direito Internacional. Que a terra lhes seja leve!

* * *

Até quando, neo-Catilina, abusarás da nossa paciência?

Fevereiro de 2025

COMENTÁRIOS:

António da Cunha Duarte Justo 27.02.2025  17:52

Hoje tornou-se mais que óbvia o lembrete de Voltaire, "É perigoso ter razão quando o governo está errado". O imperialismo que antes se mantinha de forma moderada entrando pela porta do cavalo hoje entra de portas escancaradas!

Francisco G. de Amorim 27.02.2025 18:54: Assim vai o mundo: Trumps, novos Hitlers, Putinhos, King Kongs, e quejandos. Nós os velhos, aqueles com mais de 50 anos, indignamos--nos; a juventude Z... só quer saber de AI, sexo e nada mais. Ao menos que tenhamos a sorte de morrer em paz.

Adriano Miranda Lima 27.02.2025 23:31: Sr. Doutor, pegando ainda no tema do post anterior, ele julga-se mandatado por Deus, depois de Este ter desviado milimetricamente a bala que lhe ia direitinha para a cabeça. Costuma-se dizer que Deus escolhe direito por linhas tortas, que é o que se pode pensar quando Ele escolhe precisamente um velhaco, um mentiroso e um cadastrado.

Rui Bravo Martins 28.02.2025 12:30: Teremos que a ter! Não vejo onde a podemos ir recrutar para nos ajudar. Estamos num regresso das nossas sociedades ocidentais!
Rui Bravo Martins: Henrique Salles da Fonseca 28.02.2025 14:24: Estimado Amigo Totalmente de acordo com a clara lucidez da sua análise, quanto ao "estado a que isto chegou"! Aceite os meus cumprimentos e os melhores votos para o que resta do Ano, já que Fevereiro, mesmo com menos dias, arruma já as malas!
Um. Abraço
Fernando Catarino

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Reflexões


De amigos que pensam bem e que eu estimo e admiro:

I - De Luis Soares de Oliveira:

4 d· 

«O que é preciso que alguém diga a Trump: o verdadeiro chefe é o que une e não o que tresmalha.»

 

COMENTÁRIO:

De João de Santarém

Simples em poucas palavras. Excelente fim de semana.

 

 

II – De Henrique Salles da Fonseca

 

DEO GRATIAS

·       Henrique Salles da Fonseca

·       24.02.25

Deus é perfeito, ouve tudo e lembra-se de tudo, não é surdo nem sofre de Alzheimer.

Pergunta: - Para quê, então, as rezas repetidas interminavelmente?
Resposta: - Para que os Cleros (de todas as religiões) mantenham o controlo sobre os respectivos fiéis não os deixando fugir para a concorrência - «teo business».

Fevereiro de 2025

 

COMENTÁRIOS (1)

Maria Alice Gouveia 25.02.2025 20:59: Já tínhamos abordado este tema há dias.

Penso o mesmo


Paulo Portas, o único, que traria um discurso claro e elegante a uma representação modesta e nobre, de que tanto se precisa, por cá.

Política / Presidenciais 2026         Activar alertas

Cristas lança Portas para Belém: “É um passo natural”

Antiga líder do CDS diz que Paulo Portas estará ainda a “ponderar” uma eventual candidatura presidencial e não esconde a sua preferência pelo democrata-cristão. “É um passo natural”, defendeu.

MIGUEL SANTOS CARRAPATOSO: Texto

OBSERVADOR, 26 fev. 2025, 22:42 7 

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Assunção Cristas, antiga líder do CDS e ex-ministra da Agricultura, acredita que PAULO PORTAS seria um “excelente candidato a Presidente da República e adianta que o democrata-cristão está a “ponderar” essa mesma candidatura.

Em entrevista à SIC Notícias, Cristas, que há muito está afastada do palco político-mediático:

Tal como explicava ao Observador, ainda em novembro de 2024, antes, portanto, do avanço de Luís Marques Mendes, se Paulo Portas quiser e der sinal de que tem disponibilidade para entrar numa corrida à Presidência da República, o partido mobilizar-se-á de imediato para o apoiar, esperando até que parte do PSD faça o mesmo. Só excluído esse cenário é que os democratas-cristãos admitem avaliar outras opções — como os nomes de Luís Marques Mendes (que não vai convencendo) ou de Gouveia e Melo (que é olhado com um misto de sentimentos).

Já em janeiro, e com Paulo Portas a manter-se calado e em fase de ponderação, os homens próximos do antigo vice-primeiro-ministro mantinham a mesma convicção: não só as hipótese de o antigo líder do CDS vir a ser candidato presidencial não estão esgotadas, como existe uma possibilidade de que ainda possa vir a aparecer daqui a uns meses como uma via alternativa para a direita, caso os primeiros candidatos desiludam.

Daí para cá, e mesmo depois de Luís Marques Mendes ter formalmente entrado em jogo, os portistas foram enviando recados pela comunicação social dizendo que nada estava fechado e que Paulo Portas se mantinha em reflexão, sem qualquer decisão formalmente tomada. Agora, Cristas, que se referiu a Marques Mendes como um “bom candidato” mas recusando escolher entre o social-democrata e Gouveia e Melo, dá mais um incentivo para que Portas entre na corrida a Belém.

PRESIDENCIAIS 2026      ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS      ELEIÇÕES      POLÍTICA      PAULO PORTAS      CDS-PP

COMENTÁRIOS (de 18):

Mário Almeida Santos: Melhor Portas que Marques Mendes ou Seguro.

J P: Portas é sem dúvida um dos políticos mais bem preparados para poder exercer o cargo presidencial.

A menos que Trump

 

Veja Taiwan como mais um oásis paradisíaco para o seu próprio espaço de promenades comme il faut, para as suas ânsias de dominação terrena abrangentes, e sem se importar com a questão chinesa em si, nem com as ânsias pátrias do Xi – conquanto seu amigalhaço, mesmo que não do peito, inchado de racismos e outras razões específicas de trapalhice e presunção - para recuperação desses espaços chineses passados. Dizia eu que, a menos que fosse para a diversão trumpista – e lembro, em paralelo, o nosso próprio caso interno da tartaruga dos passeios soaristas - nunca Trump iria colaborar com o Xi para a recuperação chinesa de Taiwan – aliás, como fez o seu antecessor Biden, nem sei bem por que motivo, que não sou mexeriqueira e me contento com o estatuto de ignorante, em conformidade modesta com o socrático “só sei que nada sei”, mas de dimensão inexoravelmente mais ampla, confesso isto com profunda mágoa.

Mundo / Estados Unidos da América

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Trump não se compromete em impedir hipotética invasão chinesa de Taiwan

China e Taiwan coexistem desde 1949 como governos separados, mas Pequim reivindica a ilha. Os Estados Unidos são o principal fornecedor de apoio militar e económico de Taiwan.

AGÊNCIA LUSA: Texto

OBSERVADOR, 26 fev. 2025, 21:48 2 

Pequim intensificou a sua pressão militar e política sobre Taipé nos últimos anos, enviando regularmente navios de guerra e aviões de combate para a zona em torno de Taiwan

AL DRAGO / POOL/EPA

O Presidente norte-americano, Donald Trump, evitou esta quarta-feira comprometer-se em impedir uma eventual invasão chinesa de Taiwan, notando a “óptima relação” com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, defensor da necessidade de reintegrar o território com governo autónomo na China.

Não me quero colocar nessa posição, respondeu o republicano quando questionado pelos jornalistas na Casa Branca se assumiria o compromisso de que Pequim não invadiria a ilha durante o seu mandato.

“E se o dissesse, certamente não o diria a si. Di-lo-ia a outras pessoas, talvez a pessoas sentadas à volta desta mesa”, acrescentou Trump, que afirmou a “óptima relação” com Xi Jinping e expressou o desejo de uma visita do seu homólogo aos Estados Unidos.

Trump estimou ainda como “muito boa” a relação entre os dois países. “A relação que teremos com a China vai ser muito boa. Queremos uma boa relação com a China”, insistiu.

Quanto à guerra comercial com Pequim, o governante manifestou o desejo de ver empresas chinesas a aumentar os seus investimentos nos Estados Unidos. O que não queremos é que eles se aproveitem de nós, afirmou.

Os militares chineses realizaram esta quarta-feira manobras surpresa de fogo real ao largo da costa sul de Taiwan, no mesmo dia em que altos responsáveis do Partido Comunista apelaram a um redobrar de esforços para conseguir a “reunificação” da ilha, que consideram uma província sua.

Os Estados Unidos são o principal fornecedor de apoio militar e económico a Taiwan, embora não reconheçam oficialmente a independência de Taiwan.

Recentemente, o Departamento de Estado modificou o seu site e retirou uma frase sobre os Estados Unidos não apoiarem a independência do território, um gesto que foi repudiado por Pequim.

A 31 de dezembro de 2024, num discurso de Ano Novo, o Presidente chinês afirmou que “ninguém pode impedir” a “reunificação” de Taiwan.

“Os chineses de ambos os lados do Estreito de Taiwan são uma só família. Ninguém pode quebrar os nossos laços de sangue e ninguém pode parar a tendência histórica da reunificação da pátria”, declarou no discurso transmitido pela imprensa estatal.

China e Taiwan coexistem desde 1949 com governos separados, mas Pequim reivindica a ilha como parte integrante do seu território e não exclui a possibilidade de recorrer à força para “reunificar” o território.

Pequim intensificou a sua pressão militar e política sobre Taipé nos últimos anos, enviando regularmente navios de guerra e aviões de combate para a zona em torno de Taiwan.

Historicamente, os Estados Unidos têm mantido uma política de “ambiguidade estratégica” relativamente a uma possível intervenção militar no caso de Taiwan ser atacada pela China.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA      AMÉRICA      MUNDO      CHINA      XI JINPING      DONALD TRUMP

COMENTÁRIOS:

Lily Lx: Espero que não! Taiwan tem direito à sua independência, liberdade e segurança!

José B DiasLily Lx: A Catalunha também ... e o País Basco ... e a Córsega ... e a Bretanha ... e a Escócia ...

José B Dias: “E se o dissesse, certamente não o diria a si. Di-lo-ia a outras pessoas, talvez a pessoas sentadas à volta desta mesa” Parece-me um tudo diferente do que se pode ler no título desta peça ... e o título nem sequer é da Lusa!

João Vaz: Ora aqui está uma boa notícia para nós. É desta que recuperamos Olivença. Toca a avançar, e em força, porque está visto que os espanhóis não poderão contar com o apoio norte-americano. Olivença vai ser nossa outra vez!

 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Pobre Zelensky

 

Será que depôs as suas armas? Contra tais palhaços sem pejo! Não o condeno, pois o admiro à prova da bala desses míseros bonecos articulados nas suas manobras, a quem parece ceder, impotente. Que Deus o ajude e aos seus corajosos defensores, incluindo os seus militares patriotas. Entretanto, o espectro da guerra vai progredindo sobre o mundo, que aceita tanto cinismo envolto em poderio apalermado porque convenientemente endinheirado.

Mundo/ Guerra na Ucrânia

Alertas activos

Em directo/ Ucrânia chega a acordo com os EUA sobre exploração de minerais, segundo o Financial Times

Acordo não define garantias de segurança norte-americanas ao contrário do que era exigido por Kiev. Entre os recursos naturais que serão explorados pelos dois países estão o gás natural e o petróleo.

MARIANA LIMA CUNHA: TEXTO

Actualizado Há 8h

Momentos-chave

Há 44mVice-primeira-ministra ucraniana diz que acordo de minerais é "parte de um quadro mais vasto"

Há 1hAcordo não define garantias de segurança norte-americanas

Há 1hUcrânia terá chegado a acordo com os EUA sobre exploração de minerais, segundo o Financial Times

Há 2hPorta-voz reitera esperança de Trump na assinatura do acordo de minerais por Zelensky

Há 3hKeir Starmer assegura que à medida que o conflito muda a resposta do Reino Unido também "fica mais clara"

Há 3hEnviado dos EUA ao Médio Oriente cancela visita para se focar nas negociações sobre Ucrânia

Há 3hKremlin aceitou pedido de desculpas da Sérvia após assumir "erro" em votação

Há 4hNuno Melo remete eventual envio de tropas depois do plano de paz

Há 6hSérvia diz que cometeu "erro" ao votar resolução que condenava Rússia. Kremlin agradece

Há 6hMarcelo diz que "é cedo para discutir" envio de tropas, fala dos "antigos aliados" EUA e quer saber se "NATO é para levar a sério"

Há 6hUcrânia propõe impostos sobre produtos russos para custear reconstrução

Há 7hTurquia reforça apoio pela adesão da Ucrânia à NATO

Há 8hCom a "ameaça russa no espaço aéreo, nas águas e ruas" britânicas, Starmer aumenta investimento na Defesa do Reino Unido

Há 8hO que se passou até agora

Há 8hLíderes europeus encontram-se duas vezes esta semana para discutir Defesa e Trump

Há 8hParlamento ucraniano decide que só haverá eleições quando existir "paz sustentável"

Há 9hRússia saúda nova posição dos Estados Unidos sobre a Ucrânia

Há 9hG7 sem acordo à vista para comunicado sobre Ucrânia. "Não concordamos com posição dos EUA"

Há 10hLavrov aterrou no Irão para discutir "parceria estratégica alargada"

Há 10hKremlin: "Para podermos dizer que confiamos nos americanos, temos de percorrer ainda um longo caminho"

Há 12hFrança preparada para oferecer escudo de protecção à Europa, enviando caças com armas nucleares para a Alemanha

Há 13hPolónia reforça defesa aérea para "assegurar segurança" de zonas que fazem fronteira com Ucrânia

Há 13hRússia satisfeita com resolução norte-americana na ONU: "Não deixem gangue de Kiev destruir esforços dos EUA"

Há 13hDelegação da Coreia do Norte chega a Moscovo para visita oficial

Há 13hMacron: trégua na Ucrânia é possível "nas próximas semanas"

O que se passou até agora

Numa conferência de imprensa conjunta com António Costa, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, disse que os líderes europeus deverão encontrar-se em Londres, este domingo, para discutir questões de Defesa e Segurança. Além disso, Costa disse que convocou uma videoconferência com os líderes dos Estados-membros da UE para esta quarta-feira de manhã, para serem informados pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a sua visita aos Estados Unidos.

O Presidente francês Emmanuel Macron considera que uma trégua na Ucrânia é possível nas próximas semanas, destacando a importância de negociações entre os Estados Unidos, Rússia e Ucrânia.

O Parlamento ucraniano aprovou uma resolução que estabelece que só haverá eleições quando uma paz sustentável for alcançada.

A Rússia saudou a posição dos Estados Unidos, que, na ONU, votaram ao lado de Moscovo contra uma resolução que condenava a agressão russa à Ucrânia. Em contraste, os países europeus foram criticados por Moscovo por apoiarem a dita resolução.

França prepara-se para oferecer um escudo de proteção nuclear à Europa, com a intenção de colocar caças com armas nucleares na Alemanha. Esta medida sublinha a tentativa da UE de garantir uma defesa própria.

Há 44m19:51 André Certã

Vice-primeira-ministra ucraniana diz que acordo de minerais é "parte de um quadro mais vasto"

A vice-primeira-ministra ucraniana que representou o país nas negociações com os EUA, Olha Stefanishyna, contou ao Financial Times que o acordo dos minerais revelado pelo jornal é apenas uma parte do plano definido para a Ucrânia

“Ouvimos várias vezes a administração dos EUA dizer que faz parte de um quadro mais vasto”, disse Stefanishyna ao FT, que também acumula a pasta da Justiça.

Um oficial ucraniano contactado pelo jornal revelou que espera que Zelensky viaje até Washington D.C. para uma cerimónia de assinatura do acordo e para que se possa definir, em reunião com Donald Trump, qual é este “quadro mais vasto”.

Há 1h19:22 André Certã

Acordo não define garantias de segurança norte-americanas

Segundo a versão final do acordo revelada pelo Financial Times, o acordo atingido entre EUA e Ucrânia estabelece um fundo para investimentos na Ucrânia para o qual Kiev contribuiria com metade dos lucros provenientes dos recursos minerais explorados de forma conjunta entre ucranianos e norte-americanos.

Entre os recursos naturais que serão explorados entre os dois países estão incluídos o gás natural e petróleo. No entanto, lê-se, os lucros provenientes das actividades actuais de exploração de gás natural e petróleo estão excluídas das contribuições para o fundo de investimento.

Ao contrário do que era exigido por Kiev, o acordo não define garantias de segurança norte-americanas. Para além disso, a participação norte-americana no fundo e os termos que definem a “compropriedade” das empresas que levariam a cabo a exploração de recursos não foram também definidos.

O texto revelado pelo Financial Times revela várias concessões norte-americanas em relação à primeira proposta rejeitada por Kiev, nomeadamente face à ambição dos EUA reterem um interesse financeiro de 100% num fundo de reconstrução, algo que podia recuperar mais de 470 mil milhões de euros para os cofres norte-americanos.

Há 1h19:09 André Certã

Ucrânia terá chegado a acordo com os EUA sobre exploração de minerais, segundo o Financial Times

A Ucrânia e os Estados Unidos terão chegado a um acordo para desenvolvimento dos recursos minerais ucranianos, noticia o Financial Times.

O acordo estabelece um fundo de investimento em projectos na Ucrânia para onde entrariam 50% dos lucros vindos da exploração conjunta com os EUA de recursos minerais.

No entanto, o texto não inclui quaisquer garantias de segurança, como era exigido por Kiev.

Há 2h18:46 André Certã

Porta-voz reitera esperança de Trump na assinatura do acordo de minerais por Zelensky

Falando aos jornalistas, a porta-voz da Casa Branca Karoline Leavitt disse que o Presidente norte-americano Donald Trump espera que Volodymyr Zelensky assine o acordo sobre os minerais da Ucrânia. Segundo a porta-voz, Trump considera ser “crítico” que um acordo entre ucranianos e norte-americanos seja atingido.

“Trata-se de recuperar os dólares dos impostos americanos que têm estado a financiar a defesa nacional da Ucrânia, e é também óptimo para o povo ucraniano que tem passado por um inferno devido a esta guerra”, afirmou Leavitt na sala de imprensa da Casa Branca.

Há 3h17:34 Inês André Figueiredo

Keir Starmer assegura que à medida que o conflito muda a resposta do Reino Unido também "fica mais clara"

Keir Starmer revelou que à medida que a “natureza do conflito muda” a resposta do Reino Unido “também fica mais clara”.

“Acredito que precisamos de mudar a nossa abordagem à segurança nacional para que estejamos prontos para enfrentar os desafios do nosso mundo volátil”, admitiu o primeiro-ministro do Reino Unido.

Além de sublinhar que Vladimir Putin apenas responde “à força”, Starmer assegura que o Reino Unido “não se pode esconder” perante o que a Rússia tem feito.

“A menos que a Ucrânia seja devidamente protegida de Putin, a Europa tornar-se-á mais instável, e isso vai prejudicar-nos ainda mais”, acrescentou.

Há 3h17:17 André Certã

Enviado dos EUA ao Médio Oriente cancela visita para se focar nas negociações sobre Ucrânia

O enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, cancelou uma visita prevista para quarta-feira ao Médio Oriente.

A notícia avançada pelo Times of Israel, citando o site norte-americano Axios, afirma que o enviado nomeado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, cancelou a visita para se focar nas negociações impulsionadas pelo país para a guerra na Ucrânia.

Há 3h17:10 Inês André Figueiredo

Kremlin aceitou pedido de desculpas da Sérvia após assumir "erro" em votação

Após a Sérvia ter dito que o voto favor na resolução que condenava Rússia foi um “erro”, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, diz que pedido de desculpas foi “ouvido” e “aceite” por Moscovo.

“De facto, os erros técnicos acontecem”, disse, citado pela Al Jazeera, frisando que “uma reação tão rápida” foi considerada positiva.

Há 4h16:52 Miguel Cordeiro

É cedo para Portugal discutir tropas na Ucrânia?

Sobre caminho de paz para a Ucrânia, António José Telo diz que o “objectivo de Trump é mudar a Europa”. Em Gaza, considera que tanto Israel como o Hamas escondem intenções em relação ao cessar-fogo.

Há 4h16:23 Agência Lusa

Nuno Melo remete eventual envio de tropas depois do plano de paz

O ministro da Defesa Nacional remeteu hoje um eventual envio de tropas europeias para a Ucrânia para depois da concretização de um plano de paz e voltou a recusar confundir os Estados Unidos com a administração Trump.

“Quando se está a discutir um plano de paz, primeiro concretiza-se o plano de paz, e depois, em função desse plano, a necessidade de avaliar ou não o envio de tropas se nisso formos solicitados e estabelecido um conjunto de condições que para já não puderam sequer ser discutidas. Portanto, vamos tratar do plano de paz e depois, concretizado o plano que todos nós desejamos, então ponderar a eventual necessidade da participação militar, onde seja, sempre no contexto dos nossos aliados”, afirmou Nuno Melo.

Há 6h14:28 Mariana Lima Cunha

Sérvia diz que cometeu "erro" ao votar resolução que condenava Rússia. Kremlin agradece

A Sérvia votou, erradamente, a favor da resolução na qual a Rússia era descrita como um “Estado agressor”, na Assembleia Geral da ONU.

Segundo a RTS, rádio e televisão estatal da Sérvia, o Presidente, Aleksandar Vucic, veio explicar que o país se deveria ter abstido e que cometeu um erro: “Peço desculpa aos cidadãos sérvios por isso, e responsabilizo-me porque provavelmente estava cansado e esgotado”. E prosseguiu dizendo que a Sérvia não deve ceder a nenhuma das grandes potências, “nem russos nem americanos”.

A RTS adianta agora que o Kremlin já veio aceitar o pedido de desculpas, classificando a situação como um “erro técnico” e dizendo-se, pela voz do porta-doz, Dimitry Peskov, que “uma reação tão rápida do chefe de Estado impressionou muito” a Rússia.

Há 6h14:19 Agência Lusa

Marcelo diz que "é cedo para discutir" envio de tropas, fala dos "antigos aliados" EUA e quer saber se "NATO é para levar a sério"

O Presidente da República considerou esta terça-feira que “ainda é cedo para se colocar a questão” de um eventual envio de militares para a Ucrânia e referiu que o Governo tem nesta matéria “uma iniciativa fundamental”.

Em resposta a perguntas dos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu também que “o envio de forças nacionais destacadas tem de ter parecer do Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN)” e acrescentou: “Vamos esperar para ver e depois falaremos”.

Questionado sobre um eventual envio de militares portugueses para a Ucrânia, o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas começou por responder: “É uma questão sobre a qual não me posso pronunciar sem que o CSDN seja ouvido. Vamos ter uma reunião no dia 17 de março, mas ainda é cedo para se colocar a questão”.

Há 6h14:08 Agência Lusa

Ucrânia propõe impostos sobre produtos russos para custear reconstrução

A Ucrânia propôs aos seus aliados impostos especiais de consumo sobre a energia e as matérias-primas russas após o fim da guerra, quando o custo da reconstrução do país ultrapassa já largamente o valor dos activos russos congelados.

Falando na apresentação de um relatório de danos para assinalar o terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, insistiu hoje no confisco total dos activos russos congelados.

“As necessidades de reconstrução já excedem em volume os activos russos congelados”, pelo que o responsável apresentou a possibilidade de “introduzir impostos especiais sobre a energia e as matérias-primas russas após a guerra”.

Shmygal acredita que a Rússia será forçada a pagar pelos danos causados pela guerra, ao mesmo tempo que a Ucrânia recebe “recursos significativos para a reconstrução” e é criado um precedente que protegerá as vítimas de possíveis agressões futuras.

Há 7h13:53 Madalena Moreira

Viagem de Emmanuel Macron a Lisboa com foco na Defesa, inovação e nos oceanos

Macron e Montenegro irão assinar declaração de intenção no domínio do armamento. Para além da Defesa, a inovação tecnológica, os oceanos e a cultura vão marcar a visita dos dias 27 e 28.

Há 7h13:30 Martim Andrade

Turquia reforça apoio pela adesão da Ucrânia à NATO

“Apoiamos abertamente a adesão da Ucrânia [à NATO]”, reforçou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan, em entrevista à Bloomberg. Este apoio não é uma novidade, tendo sido já transmitida pelo Presidente Recep Tayyip Erdoğan e reconhecida por Volodymyr Zelensky.

Para além do desejo pelo estatuto de membro, o verdadeiro foco de Kiev é obter “garantias de segurança”, algo que é assegurado através da adesão à Aliança atlântica.

Há 8h13:0 Martim Andrade

Com a "ameaça russa no espaço aéreo, nas águas e ruas" britânicas, Starmer aumenta investimento na Defesa do Reino Unido

É o “maior aumento sustentado das despesas com a defesa desde o fim da guerra fria”, de acordo com Keir Starmer, que aponta para um investimento de 2,5% do PIB neste sector até 2027, com o objectivo de chegar aos 3% a partir de 2030.

Em conferência de imprensa no parlamento britânico, o primeiro-ministro do Reino Unido menciona a “ameaça russa no espaço aéreo, nas águas e ruas” do país, afirmando que “uma das grandes lições da história é que a instabilidade na Europa virá sempre parar às costas [britânicas] e que tiranos como Putin só respondem à força”.

“Temos de apoiar a Ucrânia, porque se não conseguirmos uma paz duradoura, então as ameaças à nossa segurança só aumentarão”, remata Starmer.

Há 8h12:47 Mariana Lima Cunha

Líderes europeus encontram-se duas vezes esta semana para discutir Defesa e Trump

Numa conferência de imprensa conjunta com António Costa, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, disse esta manhã que os líderes europeus deverão encontrar-se em Londres, este domingo, para discutir questões de Defesa e Segurança.

“Espero que esta mobilização maior da Europa, dos Estados membros e da Europa de forma mais abrangente, se torne um facto. [Antes da próxima reunião do Conselho Europeu] vamos estar em Londres no domingo, com os nossos amigos britânicos e um grupo de líderes, para falar dos planos conjuntos sobre Defesa”, cita o The Guardian.

Além disso, Costa disse que convocou uma videoconferência com os líderes dos Estados-membros da UE para esta quarta-feira de manhã, para serem informados pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a sua visita aos Estados Unidos.

Há 8h12:06 Mariana Lima Cunha

Parlamento ucraniano decide que só haverá eleições quando existir "paz sustentável"

O Parlamento ucraniano aprovou esta terça-feira uma resolução que estabelece que só haverá eleições quando houver uma “paz sustentável”. O projecto foi aprovado à segunda tentativa, uma vez que na primeira ronda não houve votos suficientes para fazê-lo passar.

Segundo o Kyiv Independent, a resolução aprovada prevê que existam eleições na Ucrânia depois de se conseguir estabelecer uma paz “abrangente, justa e sustentável”.

A decisão foi aprovada com 268 votos a favor e 12 abstenções, conta o mesmo jornal. Na véspera não tinha havido votos suficientes para assegurar a aprovação.

A resolução garante que não existirão eleições enquanto a Ucrânia estiver sob lei marcial e que deve haver uma “continuidade da liderança” nestas circunstâncias. Na semana passada, Donald Trump chamou “ditador” a Volodymyr Zelensky, acusando o Presidente ucraniano de se recusar a ir a eleições.

O mandato de Zelensky acabou formalmente em maio de 2024, mas o país estava (e está) sob lei marcial e a resolução frisa que só Vladimir Putin é responsável por impossibilitar que o país tenha eleições livres e transparentes, com a participação de países observadores.

Há 9h11:22

Agência Lusa

Rússia saúda nova posição dos Estados Unidos sobre a Ucrânia

A Rússia saudou hoje a posição dos Estados Unidos por terem votado na ONU, ao lado de Moscovo, contra uma resolução preparada por Kiev e pelos aliados europeus a condenar a agressão russa à Ucrânia.

“Constatamos que os Estados Unidos estão a adoptar uma posição muito mais equilibrada, verdadeiramente centrada nos esforços para resolver o conflito ucraniano”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa.

“Congratulamo-nos com isso. Esta posição equilibrada demonstra um desejo real de contribuir para uma solução”, disse Peskov, citado pela agência francesa AFP.

Em sentido contrário, Peskov referiu não ver qualquer “sinal de equilíbrio” entre os europeus, que apoiaram a resolução de condenação de Moscovo, votando contra os Estados Unidos.

“Talvez como resultado dos contactos entre os europeus e os americanos, de uma forma ou de outra, a Europa gravite em direcção a um maior equilíbrio”, acrescentou.

Há 9h11:13 Mariana Lima Cunha

G7 sem acordo à vista para comunicado sobre Ucrânia. "Não concordamos com posição dos EUA"

Os países do G7 ainda estão a discutir sobre o comunicado conjunto que querem lançar pelo terceiro aniversário da guerra na Ucrânia, sem acordo à vista. Tudo porque os países aliados da Ucrânia estarão em desacordo com os Estados Unidos, que se recusam a falar numa “agressão” russa.

Segundo a ministra canadiana dos Negócios Estrangeiros, Melanie Joly, que falou em conferência de imprensa e é citada pela Reuters, “ainda está a haver algumas conversas” com europeus e americanos. “O Canadá e outros países não concordam com a posição que os EUA defenderam na ONU, e particularmente com a resolução que apresentaram”.

Na ONU, os Estados Unidos votaram ao lado da Rússia e da Bielorrússia contra uma resolução que condenava a invasão da Ucrânia. No conselho de segurança conseguiram fazer aprovar uma proposta que defendia uma paz duradoura na Ucrânia, mas sem referir a invasão russa.

Segundo a Reuters, os Estados Unidos estão a opor-se a qualquer comunicado que contenha a expressão “agressão russa”. Responsáveis da administração norte-americano têm classificado a guerra como “uma situação muito complicada” e Donald Trump não classificou, esta semana, Vladimir Putin como um ditador (embora tenha chamado isso mesmo a Volodymyr Zelensky).