quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

A menos que Trump

 

Veja Taiwan como mais um oásis paradisíaco para o seu próprio espaço de promenades comme il faut, para as suas ânsias de dominação terrena abrangentes, e sem se importar com a questão chinesa em si, nem com as ânsias pátrias do Xi – conquanto seu amigalhaço, mesmo que não do peito, inchado de racismos e outras razões específicas de trapalhice e presunção - para recuperação desses espaços chineses passados. Dizia eu que, a menos que fosse para a diversão trumpista – e lembro, em paralelo, o nosso próprio caso interno da tartaruga dos passeios soaristas - nunca Trump iria colaborar com o Xi para a recuperação chinesa de Taiwan – aliás, como fez o seu antecessor Biden, nem sei bem por que motivo, que não sou mexeriqueira e me contento com o estatuto de ignorante, em conformidade modesta com o socrático “só sei que nada sei”, mas de dimensão inexoravelmente mais ampla, confesso isto com profunda mágoa.

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Trump não se compromete em impedir hipotética invasão chinesa de Taiwan

China e Taiwan coexistem desde 1949 como governos separados, mas Pequim reivindica a ilha. Os Estados Unidos são o principal fornecedor de apoio militar e económico de Taiwan.

AGÊNCIA LUSA: Texto

OBSERVADOR, 26 fev. 2025, 21:48 2 

Pequim intensificou a sua pressão militar e política sobre Taipé nos últimos anos, enviando regularmente navios de guerra e aviões de combate para a zona em torno de Taiwan

AL DRAGO / POOL/EPA

O Presidente norte-americano, Donald Trump, evitou esta quarta-feira comprometer-se em impedir uma eventual invasão chinesa de Taiwan, notando a “óptima relação” com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, defensor da necessidade de reintegrar o território com governo autónomo na China.

Não me quero colocar nessa posição, respondeu o republicano quando questionado pelos jornalistas na Casa Branca se assumiria o compromisso de que Pequim não invadiria a ilha durante o seu mandato.

“E se o dissesse, certamente não o diria a si. Di-lo-ia a outras pessoas, talvez a pessoas sentadas à volta desta mesa”, acrescentou Trump, que afirmou a “óptima relação” com Xi Jinping e expressou o desejo de uma visita do seu homólogo aos Estados Unidos.

Trump estimou ainda como “muito boa” a relação entre os dois países. “A relação que teremos com a China vai ser muito boa. Queremos uma boa relação com a China”, insistiu.

Quanto à guerra comercial com Pequim, o governante manifestou o desejo de ver empresas chinesas a aumentar os seus investimentos nos Estados Unidos. O que não queremos é que eles se aproveitem de nós, afirmou.

Os militares chineses realizaram esta quarta-feira manobras surpresa de fogo real ao largo da costa sul de Taiwan, no mesmo dia em que altos responsáveis do Partido Comunista apelaram a um redobrar de esforços para conseguir a “reunificação” da ilha, que consideram uma província sua.

Os Estados Unidos são o principal fornecedor de apoio militar e económico a Taiwan, embora não reconheçam oficialmente a independência de Taiwan.

Recentemente, o Departamento de Estado modificou o seu site e retirou uma frase sobre os Estados Unidos não apoiarem a independência do território, um gesto que foi repudiado por Pequim.

A 31 de dezembro de 2024, num discurso de Ano Novo, o Presidente chinês afirmou que “ninguém pode impedir” a “reunificação” de Taiwan.

“Os chineses de ambos os lados do Estreito de Taiwan são uma só família. Ninguém pode quebrar os nossos laços de sangue e ninguém pode parar a tendência histórica da reunificação da pátria”, declarou no discurso transmitido pela imprensa estatal.

China e Taiwan coexistem desde 1949 com governos separados, mas Pequim reivindica a ilha como parte integrante do seu território e não exclui a possibilidade de recorrer à força para “reunificar” o território.

Pequim intensificou a sua pressão militar e política sobre Taipé nos últimos anos, enviando regularmente navios de guerra e aviões de combate para a zona em torno de Taiwan.

Historicamente, os Estados Unidos têm mantido uma política de “ambiguidade estratégica” relativamente a uma possível intervenção militar no caso de Taiwan ser atacada pela China.

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COMENTÁRIOS:

Lily Lx: Espero que não! Taiwan tem direito à sua independência, liberdade e segurança!

José B DiasLily Lx: A Catalunha também ... e o País Basco ... e a Córsega ... e a Bretanha ... e a Escócia ...

José B Dias: “E se o dissesse, certamente não o diria a si. Di-lo-ia a outras pessoas, talvez a pessoas sentadas à volta desta mesa” Parece-me um tudo diferente do que se pode ler no título desta peça ... e o título nem sequer é da Lusa!

João Vaz: Ora aqui está uma boa notícia para nós. É desta que recuperamos Olivença. Toca a avançar, e em força, porque está visto que os espanhóis não poderão contar com o apoio norte-americano. Olivença vai ser nossa outra vez!

 

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