terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Arqueólogo egípcio

 

Zahi HawassDefensor da manutenção – e devolução - dos primitivos valores egípcios levados por outros povos, para os seus museus.

Entrevista

Zahi Hawass: "Estou muito perto de descobrir como morreu Tutankhamon. E vou encontrar a múmia de Nefertiti

OBSERVADOR; 10 fev. 2025, 20:06

ANDRÉ FILIPE ANTUNES: Texto

Antigo Egipto. Em entrevista, Zahi Hawass reforçou os museus internacionais "têm de devolver as peças roubadas".

Sou o guardião da antiguidade egípcia”, diz-nos Zahi Hawass, com 77 anos, ele que se autointitula desta forma com um zelo quase mitológico. Percebemos porquê. Ao longo de uma carreira que já leva décadas, ligada à arqueologia e à descoberta dos segredos do Antigo Egipto, tornou-se um dos principais rostos da sua divulgação e preservação histórica, um dos primeiros vindo do próprio país.  Antes de mim, só os estrangeiros falavam”, diz ao Observador, assumindo o orgulho patriótico. “Eu cheguei e parei com tudo isso.”

Agora viaja ele pelo mundo, revelando as histórias perdidas e descobertas no deserto e nas margens do Nilo. Histórias que fascinam o Ocidente há mais de um século, desde que a equipa do britânico Howard Carter descobriu o túmulo de Tutankhamon. “É a Egiptomania e é incrível”, afirma, ele que no verão fará uma longa digressão pela América do Norte, com mais de 30 palestras. Antes disso, esteve em Portugal, na Universidade NOVA de Lisboa, para uma visita (com dois anos de atraso) ao abrigo das comemorações do 50.º aniversário do restabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e o Egipto. Trouxe uma série de novas descobertas que, à boleia de avanços científicos e tecnológicos, iluminam cada vez mais os 3000 mil anos de história guardadas junto ao Nilo.

Referência quase popstar da egitologia moderna, Hawass sabe que, apesar da fama (ou por causa dela), não é consensual: “Quando nos tornamos uma figura pública, vamos sempre fazer inimigos”. As querelas com pares no meio arqueológico são conhecidas, tal como as duras críticas que tece sobre a hipótese, levantada em anos recentes, de que povos de descendência africana poderão ter tido mais influência no Antigo Egipto do que se pensa. Dentro do país, a proximidade com o regime de Hosni Mubarakfoi seu ministro durante o período que antecedeu a Primavera Árabe – também ajuda a alimentar os seus detractores.

"Estamos a usar ultrassom e infravermelhos na Grande Pirâmide de Khufu. Até ao momento. descobrimos um corredor por trás da entrada principal e um grande vazio por por cima da Grande Galeria"

Hawass admite que aqueles que o criticam “terão as suas razões”, mas garante que toda a sua vida foi passada a trabalhar “em nome” do Egipto. É precisamente “em nome do país” que luta há anos para a devolução dos artefactos retirados do território ao longo de séculos de escavações no auge do colonialismo de África. Neste momento, os seus esforços estão concentrados em reaver a Pedra da Roseta e o busto de Nefertiti. “[Os artefactos] têm de voltar”. O plano passa por recolher assinaturas (já vai em 300 mil) e encetar negociações com os museus que detêm as peças. Acima de justiça, trata-se sobretudo de uma questão de identidade nacional. “Ao reaver as peças, estamos a restaurar a imagem do nosso país.”

Até lá, continua a trabalhar para mapear essa identidade. O seu foco actual passa por localizar a múmia da rainha Nefertiti e por descobrir os segredos da pirâmide de Khufu ou Quéops, a maior das pirâmides de Gizé — e das construções da Necrópole de Saqqara. E, acrescenta, dentro em breve poderá estar perto de desvendar um dos maiores mistérios da história egípcia: a causa de morte de Tutankhamon. “Acredito que 2025 vai ser o melhor ano para a arqueologia”.

É há décadas uma referência na área da arqueologia do Antigo Egito. Quais são algumas das maiores descobertas e desenvolvimentos a que tem assistido nos últimos anos?

Basta falar só deste ano. Acredito que 2025 vai ser o melhor ano para a arqueologia e para a antropologia. Para começar, estamos a usar ultrassom e infravermelhos para revelar os segredos da Grande Pirâmide de Khufu. Até ao momento. descobrimos um corredor por trás da entrada principal da pirâmide e um grande vazio por cima da Grande Galeria, do tamanho de dois camiões. Estou a liderar uma equipa em Inglaterra, tenho também o projeto «ScanPyramids.» Acreditamos que, dentro em breve, vai ser possível revelarmos todos os segredos da pirâmide de Khufu. Em segundo lugar, estive à procura da pirâmide perdida em Saqqara, como foi mostrado no documentário da Netflix. Esta pirâmide foi descoberta e ainda estamos a escavar neste momento. Temos esperança de que, dentro em breve, saibamos quem é o dono desta pirâmide. Acredito que possa pertencer ao último rei da Terceira Dinastia (2686-2613 a.C.), Huni. Estou ainda a usar ADN para descobrir como morreu Tutankhamon. Estou muito perto de conseguir.

- O que pode adiantar sobre essa investigação?

- Quando analisámos a múmia de Tutankhamon, descobrimos que tinha uma fractura na perna esquerda, de um acidente que lhe aconteceu dois dias antes de morrer. Estamos agora a trabalhar para perceber se ele teve alguma infecção; se sim, vou poder anunciar que Tutankhamon morreu como resultado de um acidente. Também com ADN, estou à procura da múmia da rainha Nefertiti e da sua filha. Em Luxor, na “cidade dourada” de Aten, que descobri, encontrámos há uns meses uma grande área no leste da cidade, o que a torna na maior do Egito. Dentro da cidade, encontrámos o nome “Semenchkare”, que acredito que seria o nome de trono de Nefertiti. Descobrimos ainda um grande cemitério a norte, datado de 500 a.C., para as mulheres e homens que cantavam o deus Ámon, bem como o templo do vale da rainha-faraó Hatshepsut. Lá dentro encontrámos o nome de Tutemés III, o seu sucessor, o que pode provar que ele não matou Hatshepsut, como está escrito em todos os livros de história, e manteve o culto da rainha dentro do templo. Encontrámos lá também 1.500 belíssimas gravuras decoradas da rainha e de Tutankhamon III. E descobrimos o túmulo do director do palácio da rainha Tetisheri, a avó de Ahmose I, que foi quem expulsou o povo Hicso.

- Com tantas descobertas recentes, o que é que ainda nos falta saber sobre aquela época? Estes achados podem de algum modo mudar a nossa percepção do Antigo Egipto?

-Completamente, todas as descobertas iluminam mais a História. Por exemplo, o que estava a dizer sobre Hatshepsut ter sido assassinada por Tutemés III, agora sabemos que não é verdade; o vazio da pirâmide de Khufu, acredito, indica que a câmara fúnebre ainda está escondida dentro da pirâmide; a cidade dourada mostra-nos que o deus Aten não foi criado por Akhenaten, mas sim pelo seu pai, Amenhotep III, que se autointitulava “Deslumbrante Aten”. Outra das minhas grandes descobertas foram os túmulos dos construtores das pirâmides, que nos dizem que estes eram egípcios. E não nos podemos esquecer do papiro de Wadi al-Jarf, que descobrimos há três anos, e que nos fala pela primeira vez da construção da pirâmide de Khufu.

- À medida que se vai sabendo mais, visões opostas sobre a História acabam por surgir. Tem sido um grande crítico do Afrocentrismo no que toca ao Antigo Egipto. Porque é que não subscreve esta corrente de pensamento?

- «Porque sou o guardião da antiguidade egípcia. Se alguém disser algo de errado sobre o Antigo Egipto, estou aqui para corrigir. Quando a Jada Pinkett Smith fez aquele filme sobre Cleópatra em que esta era negra [documentário disponível na Netflix], tive de dizer que não é verdade. O Reino de Kush, o “reino negro”, reinou sobre o Egipto no final da história egípcia, e se olharmos para as representações dos reis, são diferentes dos rostos de um núbio, de um africano ou de um asiático. Todas estas ideias que chegam ao público, devemos corrigi-las. E sou eu quem realmente levanta estas questões nos media, sobretudo internacionais.

-Recusa então as críticas que alguns lhe têm feito de que desvaloriza o papel de certos grupos étnicos, como os núbios?

- Claro. Quando nos tornamos figuras públicas, vamos sempre fazer inimigos. Nunca achei que toda a gente iria ver-me como um grande homem, nada disso. As pessoas sempre me criticaram. Mas nunca liguei às críticas, o meu objectivo sempre foi trabalhar. Sou como um comboio, só vou num sentido. Quando as pessoas me criticam, terão as suas razões. Mas sinto que estou a trabalhar em nome do meu país. Tem de perceber que os rostos do Antigo Egipto eram todos estrangeiros. Antes de mim, só os estrangeiros falavam, faziam filmes, escreviam livros sobre o Egipto. Eu cheguei e parei com tudo isso. Agora sou eu quem dá a cara pelo Egito. Por isso é que haverá sempre aqueles que me odeiam e os que me adoram. Mas acredito que são mais aqueles que me adoram.

O túmulo de Tutankhamon e o busto de Nefertiti: o primeiro está no Cairo e vai poder ser vIsto no Grande Museu do Egipto. O segundo está no Museu Neues, em Berlim Getty Images

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- É então uma questão de identidade nacional, para si?

Sim. No estrangeiro sou respeitado pelos egiptólogos. Aqui em Portugal, por exemplo, já recebi dois doutoramentos honorários e tenho muito orgulho em ter boas relações cá.

-Há pouco falávamos de como as descobertas dos últimos anos nos têm ajudado a melhor compreender a História. Enquanto voz mais visível da egiptologia, que desafios antecipa para a área no futuro?

- O grande desafio é a conservação. O turismo agora é exponencial e é o inimigo da arqueologia. As pessoas a entrar nos túmulos… é por isso que digo que alguns túmulos no Vale dos Reis podem estar completamente destruídos dentro de 100 anos. O túmulo de Tutankhamon, o de Seti I, o de Nefertari. É por isso que apelei à criação de um vale-réplica, e fiz uma réplica de Tutankhamon e de Seti. Acredito que pode salvar os túmulos originais. As alterações climáticas podem também afectar muito a arqueologia. Por isso é que quero que se as escavações se concentrem mais no delta do Nilo e no deserto, e que se faça mais conservação e levantamentos no Alto Egipto.

- Que mitos ou percepções erradas existem na forma como o Antigo Egipto é falado nos media?

- O mito mais popular tem a ver com a ideia de que as pirâmides foram construídas por extraterrestres, ou por uma civilização perdida. Vou dar 33 palestras na América, em maio, junho e julho deste ano, uma digressão grande, e é para explicar às pessoas, ao público, que estas ideias estão erradas. E não vão poder dormir nas minhas palestras. É um espectáculo feito para as pessoas gostarem daquilo que vêem.

- Acha que esses mitos se devem em parte ao facto de, como disse, durante décadas a história do Egipto ter sido contada da perspectiva de quem chegava vindo de fora?

- Sim, foi, no passado. Mas agora a história é contada através de mim. E devo dizer que o Antigo Egipto continua a fascinar as pessoas como nenhum outro país. Por causa da Grande Pirâmide de Khufu, da Esfinge, do túmulo dourado de Tutankhamon… o foco vem daí, e o público, que não está treinado, pode ter todas estas teorias sobre como as pirâmides foram construídas e porquê. Mas não conhecem a crença na vida depois da morte entre os antigos egípcios. Essa crença fê-los construir pirâmides e túmulos e templos em todo o lado. É por isso que a antiga civilização egípcia captura os corações de pessoas em todo o mundo, que depois sonham em visitar o país. "A Egiptomania existe desde a descoberta do túmulo de Tutankhamon, quando a ideia da 'maldição' foi criada pelo Howard Carter para dar o exclusivo ao London Times. Mas não há maldição nenhuma: o que há é uma sala-túmulo fechada com uma múmia que produz germes que não conseguimos ver."

- E como se pode combater esse romantismo em relação ao Antigo Egipto, que diz não estar em linha com a realidade?

- Não é uma questão de combater, é uma questão de esclarecer quando surge o momento e a oportunidade, por gente capaz e entendida. Agora, isto é a “Egiptomania” e é incrível. Tem o seu lado mau quando há pessoas a dizer disparates, coisas que não são verdade. Mas é incrível que as pessoas ainda se fascinem pelo Antigo Egipto, não tenho nada contra isso. E quando ficam a saber a verdade, mudam, e isso é bom. É uma máquina imparável.

- Estamos a atravessar uma nova era de entusiasmo sobre o Egipto, talvez semelhante à onda que se viu no séc. XIX e início do séc. XX?

- Não. A “Egiptomania” existe desde a descoberta do túmulo de Tutankhamon, quando a ideia da “maldição” foi criada pelo Howard Carter para dar o exclusivo ao London Times. Depois outros repórteres criaram outras histórias. Até para mim, enquanto arqueólogo, sempre que algum acidente me acontece, as pessoas voltam à maldição dos faraós. Mas não há maldição nenhuma: o que há é uma sala-túmulo fechada com uma múmia que produz germes que não conseguimos ver. Os arqueólogos no passado tinham pressa, entravam e eram dizimados por micróbios. Hoje, em Saqqara, nas minhas escavações, abrimos quase todas as semanas um sarcófago 20 metros abaixo do solo; e o que faço é, ao abrir a sepultura, deixamo-la aberta durante uma hora para o ar poder circular. Depois disso, não há nada, nenhuma maldição. Mas todas estas coisas são úteis para interessar as pessoas na egiptologia. São histórias que acabam por ter um efeito de contágio.

-Há pouco falava sobre a forma como tem usado técnicas de recolha de ADN nas investigações que faz…

- Estou a usar pela primeira vez, sim. Para explicar algumas coisas. "Acredito que devemos continuar a depender da mente humana. Esta "inteligência" [artificial]... não acredito nela. Quando lhes pedimos algo, cometem erros, e eu não gosto de erros"

- Mas a sua opinião sobre o uso de técnicas de ADN foi evoluindo com os anos…
- No princípio era contra. Mas depois as pessoas disseram-me “deixe-nos usar o método científico com técnicas de ADN”. Construíram-se dois laboratórios, longe um do outro, com equipas diferentes para analisar amostras da família de Tutankhamon. Coleccionei as amostras e dei-as ao “laboratório 1”, que fez uma descoberta com ADN. Depois, levei as amostras ao “laboratório 2”, que confirmaram o que o “laboratório 1” tinha encontrado. Membros da JAMA, uma revista de medicina norte-americana, vieram e ficaram comigo durante nove meses, a avaliar o meu trabalho, e acabaram por confirmar que fui bem-sucedido. Por isso agora uso ADN, estou a usá-lo para descobrir a múmia de Nefertiti e da filha, para descobrir como Tutankhamon morreu. O ADN e a TAC tornaram-se ferramentas muito importantes para revelar os segredos das múmias. De certo modo, ressuscitámos as múmias.

- Olhando para os avanços na área da ciência e da tecnologia, que ferramentas vê que possam vir a ter uso nos próximos anos? Há algum lugar para a inteligência artificial, por exemplo?

- Não creio. Na minha profissão não a uso de todo. Acredito que devemos continuar a depender da mente humana. Esta “inteligência”… não acredito nela. Quando lhes pedimos algo, cometem erros, e eu não gosto de erros. Acredito na tecnologia para revelar segredos, mas ao mesmo tempo o arqueólogo deve depois olhar para eles e confirmar se estão correctos ou não.

- Outra das suas conhecidas causas, que tem defendido ao longo dos anos, prende-se com a devolução de artefactos históricos por parte dos museus internacionais. Sente que tem havido mais abertura para discutir a questão com o passar dos anos?
- Já consegui recuperar 6 mil artefactos. Acordei o país para o facto de que a nossa herança não pode ficar com os europeus e os americanos. Foi por isso que a revista TIME me nomeou em 2006 uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Agora, vejo que a Europa começa a falar abertamente sobre como destruíram os monumentos de África, como mataram pessoas para lá chegar. É tempo de reavermos estas obras. Por isso escrevi duas petições, uma para pedir o regresso da Pedra da Roseta que está no British Museum, e o outro para a devolução do busto de Nefertiri, hoje na Alemanha. Até ao momento, foram assinadas por 300 mil pessoas, estrangeiras e egípcia. Estou à espera que atinjam os milhões, e parece-me que não faltam muitos meses para isso. O nosso Presidente apoia esta minha campanha e acredito que com a minha força e poder mediático podemos reaver estes artefactos e trazê-los para o Grand Egyptian Museum.

"Digo-o: se os museus não acederem, vamos impedi-los de escavar no Egipto, cortaremos relações culturais. Ao reaver as peças, estamos a restaurar a imagem do nosso país. Como podem mostrar peças retiradas ilegalmente do Egipto com a consciência limpa? Não, elas têm de voltar."

- Um objectivo tão ambicioso pode ser alcançado num tão curto espaço de tempo?
- Não estou a pedir que devolvam tudo
. Quero apenas estas peças específicas, e quero que os museus na Europa e na América parem com o imperialismo. Porque é que falo em imperialismo?
Porque, nos sécs. XVII e XVIII, os nossos artefactos foram-nos retirados à força pelos franceses e pelos ingleses, no período em que controlaram o Egipto. E agora os museus continuam a comprar esses artefactos roubados. O Metropolitan Museum, o Louvre… quando um museu está envolvido na compra de artefactos roubados, estão a encorajar ladrões a entrar nos túmulos e a roubar. Isto tem de parar.

- O contra-argumento aqui, de acordo com os museus, é que a presença no estrangeiro desses artefactos aumenta a visibilidade e divulgação do Antigo Egipto. Como é que olha para esta ideia?

- São tretas. Tretas. Em 2007, escrevi ao British Museum, ao Louvre e ao Museu Estatal de Berlim a pedir-lhes um empréstimo, durante três meses, para a abertura do Grand Museum. Todos recusaram. Como podem fazê-lo? Com a quantidade de exibições gratuitas que já lhes dei, depois de terem escavado no meu país? Eles têm milhões de peças. Digo-o: se os museus não acederem, vamos impedi-los de escavar no Egipto, cortaremos relações culturais. Ao reaver as peças, estamos a restaurar a imagem do nosso país. Como podem mostrar peças retiradas ilegalmente do Egipto com a consciência limpa? Não, elas têm de voltar.

- Se conseguissem reaver as peças, imagino que o plano passaria seria exibi-las no Grand Egyptian Museum, há muito adiado. Acha que este grande museu pode ter importância, para contrariar a ideia de que os artefactos têm de permanecer lá fora para ser apreciados?

-O Grand Museum é algo que vai poder dizer aos outros países “agora temos museus melhores que os vossos”. Antes podiam argumentar “como é que podemos devolver as peças? Não têm onde as mostrar”. Mas já construí 22 museus no Egipto e o Grand Museum vai ser o melhor do mundo. Vai ser a casa dessas peças. Não vai ser Berlim, nem Paris, nem Londres.

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