Mais um texto chegado por via
email, este de Salles da Fonseca, que, seriamente e com
dados da História que por alguns de nós passou, conviria que todos conhecêssemos.
E ponderássemos bem, a razão e o estudo prevalecendo sobre o excesso de “sensibilite”,
que afinal, não passa de marosca apelativa de votos. Jogo bem antigo, afinal,
já Napoleão dele se servira, suscitando paixões. Mas esse, pelo menos, era irrequieto
e valente, usando armas concretas. Os caudilhos de hoje usam armas mais
discretas, do foro abstracto, facilmente descambando em falseamentos corrosivos
dos bons costumes.
O CAUDILHISMO BONAPARTISTA
HENRIQUE SALLES DA
FONSECA
A BEM DA NAÇÃO
Historicamente, o populismo
tornou-se uma força importante na América Latina, principalmente a partir de
1930, estando associado à urbanização e
à dissolução das estruturas políticas até então na mão de aristocracias rurais.
No Brasil, remetamo-nos à figura de Getúlio Vargas; na Argentina, a Juan
Péron e a sua mulher, «Evita».
A política populista caracteriza-se menos por um conteúdo
determinado do que por um "modo" de exercício do poder, a demagogia,
ou seja, dizendo ao povo o que ele quer ouvir. O que, na prática mais comum,
consiste apenas em dizer mal das elites.
Para ser eleito e governar, o líder populista procura estabelecer
um vínculo emocional com o "povo". Isso implica um sistema de
políticas ou métodos para o aliciamento das classes sociais de menor poder
aquisitivo, além da classe média urbana, como forma de angariar votos através
da simpatia daquelas.
O populismo é denegrido pelas
correntes político-ideológicas, tanto de esquerda como de direita. O termo tem
sentido pejorativo e é usado como arma de combate discursivo para a
desqualificação do oponente.
Na Argentina, a anti-peronista União
Cívica Radical e no Brasil, a direita representada pelo
anti-varguismo da UDN – União Democrática Nacional, sempre recriminaram o populismo pelas suas
práticas vulgares e atitudes "demagógicas", nomeadamente a concessão
de benefícios sociais através do aumento da despesa pública, a chamada «compra
de votos». Por outro lado, a esquerda criticava o carácter
desmobilizador das benesses populistas que faziam crer que tudo dependia apenas
da vontade de um caudilho bonapartista.
Recentemente, as críticas mais
frequentes apontam para que o populismo
promove uma espécie de pseudo democracia ao beneficiar os sectores de classe
média e baixa com prejuízo dos demais cidadãos e limitam o poder das elites
políticas.
Outubro de 2018
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