Salles da Fonseca manda-nos ler um livro de uma jornalista e escritora
espanhola, nascida em 1953. Fui buscar dados à Internet, para melhor me actualizar,
antes de colocar o seu “LIDO COM INTERESSE” e me envergonhar com as minhas
próprias leituras das insónias, centradas agora no primeiro volume da “LAGARDE
ET MICHARD”, sobre “LE MOYEN ÂGE” francês e me recrear com as espertezas da
Raposa e as desventuras do pobre Ysengrin, sua eterna vítima, no “Roman du Renard”, ou as aventuras
amorosas da literatura cortês, nimbadas de fantasia e de um amor exigente de tremendas
proezas masculinas, que mostram quanto o Homem foi, afinal, um pau mandado
sempre, dos caprichos femininos, conquanto tudo isso do amor cortês se passasse
nas esferas superiores da educação, ou seja, especificamente, da corte. Com a
democratização, alargou-se o domínio feminino, mais responsável e exigente de
paridades, e sem tanta fantasia, mas com bastante atropelo, hélas!, como se vai
vendo.
I – DADOS DA INTERNET
Diz-me
Quem Sou, de Julia
Navarro; Tradução: Sérgio Coelho edição: Bertrand Editora, novembro de
2011
SINOPSE
Uma apaixonante aventura
protagonizada por personagens inesquecíveis, cujas vidas constroem um magnífico
retrato da história do século XX. Desde os anos da Segunda República espanhola
até à queda do Muro de Berlim, passando pela Segunda grande Guerra e pela
Guerra Fria, o novo romance de Julia Navarro
transborda de intriga, política, espionagem, amor e traição.
CRÍTICAS DE IMPRENSA
«Uma das escritoras espanholas
com maior sucesso de vendas.» - El País;
«Força narrativa e densidade emocional.» El
Mundo
UM LIVRO QUE SE LÊ COM PRAZER,
Maraujo | 24-06-2018: Uma história que abrange todo o século XX,
com a guerra civil espanhola, a segunda guerra mundial e a guerra fria, na pele
de uma mulher que se torna espia. Muito fácil de ler, está bem escrito e a
história está muito interessante. Vale a pena ler.
IMPERDÍVEL!!
Ana, Lisboa | 27-03-2017: Leitura obrigatória! Talvez um dos melhores
livros que já li, pelo menos nos últimos tempos, e já li muitos!
HENRIQUE
SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO 17.11.18
Título – DIZ-ME QUEM SOU
Autora - Júlia Navarro
Tradutor – Sérgio Coelho
Editora – BERTRAND
EDITORA
Edição – 1ª, Novembro de 2011
De uma diva, não se espera que apenas
cantarole.
Esta frase pode dar a ideia de
que se trata de um livro bem humorado mas, pese embora alguma graça que
possamos encontrar aqui ou ali, o tom geral da obra é duma seriedade
absoluta raiando mesmo a sisudez histórica. Não chega às profundezas
mórbido-fantasiosas de Edgar Alan Poe mas ultrapassa-o durante algumas cenas,
em especial as relacionadas com os «mimos» dispensados pelo KGB e pela Gestapo aos respectivos
«hóspedes».
São 1070 páginas de texto nesta
edição que refiro e por isso mesmo sugiro ao futuro leitor que se equipe de
alguma ajuda física para suporte do livro, a menos que queira logo de início
ficar com uma dor na mão direita e, a partir da metade, sentir a dor passar
para a mão esquerda.
De maneira a não estragar a
leitura dos futuros leitores, apenas refiro que se trata da história duma
belíssima jovem espanhola loira, magra e alta (o que só por si foge ao padrão
por que esperávamos numa espanhola) que começa durante a Segunda República
espanhola, passa pela II Guerra Mundial e pela Guerra Fria estendendo-se até à
queda do Muro de Berlim.
Nem sei como classificar os
personagens pois são vários os de importância central. Trata-se de um
bisneto que foi encarregue por uma
tia de desvendar a vida duma misteriosa bisavó que durante várias gerações foi
tabu na família. Os narradores são vários e todos são importantes pois sem eles
nada saberíamos. Sim, é uma tessitura do mais curioso que tenho lido e que, para
nosso grande espanto, não conduz ao labirinto. Pelo contrário, tudo é rectilínio na marcha do tempo e a cada página
nos sentimos mais interessados pelo que irá decorrer ao longo da História da
Humanidade neste período do séc. XX.
É na página 924 que encontro um
enigma pelo que desafio o leitor a descobrir como é que a visita entrou na casa
se o visitado, paralisado e agarrado a uma poltrona, estava sozinho e longe da
porta. Ou estaria numa cadeira de rodas?
Sim, é um romance mas é tão
verosímil que só perderá em cultura histórica quem o não ler.
E não se esqueça, leitor: são
1083 páginas contadas.
Mais: assim como com a diva, de
uma espanhola também não se espera que passe pela vida a cantarolar; espera-se
que cante a plenos pulmões correndo a pauta por completo.
E foi isso que fez Amélia.
E
quem é Amélia? Leia o livro.
Novembro de 2018
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