domingo, 18 de novembro de 2018

Ainda a propósito dos “Ópios do povo”

Muitos mais comentários vão aparecendo sobre a Crónica “Ópios do povo” de Alberto Gonçalves, aqui postada ontem. Entre os muitos que extravasam bastante sujidade moral ou linguística, ou ambas, (e que as liberdades democráticas permitem que sejam escarrapachadas sem o corte censor), outros há sérios e cônscios da gravidade da situação de um país que não prima pela educação.
Olho para um programa da TV5, educativo, abordando temas de arte, de moda, de pastelaria, de artesanato, com imagens, explicações, dados históricos, dados actuais, como recuperação de quadros, móveis, paredes, deteriorados, visitas explicadas a lugares, com destaque, desta vez, para Versailles, fabricação de bolos, reposição de casacos de homem, por medida, tantos elementos de elegância e cultura, assim explanados, de um país das Luzes que iluminou o mundo, e continua, nesses programas tão diferentes dos que a nossa cultura de sedução radiosa e ruidosa põe no éter, de muito espalhafato sofisticado, sem a seriedade do pormenor orientador, para realmente se ficar conhecendo.
Sim, Alberto Gonçalves é duro na sua contundência brilhante, sobre a nossa menoridade a tantos níveis. Felizmente, um “jornal” “on line” o apoia e projecta, como apoia tantos outros mentores de uma opinião diferente da seguida agora, e apreciamos esse Jornal que se expõe ao fracasso, na ditadura que se avizinha, como apreciamos os argumentos dos que comentam, num equilíbrio sabedor e corajoso, e que igualmente se arriscam. Por isso, colocamos mais alguns comentários de apoio ao artigo de Alberto Gonçalves, desses que pretendem trazer seriamente luz para uma realidade que vamos vivendo, na escuridão da cegueira ou da indiferença comodista da nossa opacidade.

COMENTÁRIOS:
Jay Pi: AG, sempre brilhante e pertinente, abordou hoje, com a genial inspiração de sempre, três tópicos da maior importância. Destaco no entanto um assunto que aflorou ao de leve: a venezuelização de Portugal. Este é, de facto, o maior perigo à segurança, ao conforto e à própria vida dos portugueses e suas gerações vindouras. Paulatinamente, insidiosamente, a revolução está em marcha. Os exemplos são reais e próximos. Atente-se no caso chileno. Em menos de nada teremos uma governação socialista-comunista a combater a propriedade privada e outros direitos, liberdades e garantias elementares de um estado de direito. Mais uma geringonça e vamos assistir ao início da governação marxista na sua mais trágica expressão. Portugueses: cuidado!
Cruzeiro O Verdadeiro: E sempre com enorme alegria, que constato o grau de sofisticação, conhecimento e educação da direita portuguesa. Excelente matéria, para mostrar aos meus filhos a superioridade moral e civilizacional dessa gente. Obrigado A.G.
José Ramos: No que toca a "descaramento, delírio, despotismo, incompetência, ganância" já estamos quase venezuelizados, e temos ainda de sobra a pesporrência, que ultrapassa em duvidosa sofisticação a boçalidade brutal de Maduro. E há "a apatia de todos", mais a cumplicidade tenebrosa de quase todos os media e de quase todos os jornalistas, que, com olho húmido e a voz trémula, "questionam" os srs. ministros (ou D. Catarina, ou D. Mariana) com as "perguntas" encenadas de quem não quer irritar a "corte de Lisboa" e prevê algum "tacho" algures no próximo futuro. Este sempre foi o país do respeitinho, pelo menos desde a primeira dinastia para cá.
Helder Vaz Pereira: Pouco a pouco,...passo a passo, a esquerda vai-nos levando a sermos a Venezuela da Europa; Um "conselho" ali,... uma censura acolá,...um cêntimo para aquele,...2 cêntimos para o outro,...mais uns milhões para aquele outro,... E os Portugueses adormecidos!  O caminho está traçado.
Earl Woode: Não posso concordar mais.  Enquanto o povo anda excitadíssimo com a novela de Alcochete e do Bruno de Carvalho, não quer nem saber do que se passa à volta dele nem da deterioração a olhos vistos do país.  Assim se mantém um povo calado, adormecido e a pagar impostos altíssimos sem refilar para manter os políticos no estilo luxuosos a que estes acham que têm direito. Pobre Portugal.
Von Galen: Só não nos aconteceu o que tem sucedido na América Latina porque temos tido o amparo de uma União Europeia. Que desde há trinta anos tem complementado o orçamento com dinheiro de Bruxelas e socorrido às (mesmo assim) sucessivas bancarrotas. Se isso um dia acaba, vamos direitinhos pelo mesmo caminho (aliás, caminho que sempre foi também o nosso até esse confortável amparo a partir de 1986).
E não nos iludamos que estamos a uma distância galáctica de uma realidade venezuelana. A história anda fartinha de nos dizer que as coisas mudam de um dia para o outro  (e nem sempre é por causa de uma guerra, como a Venezuela nos está a demonstrar o que já havia sido demonstrado inúmeras vezes). Sem que nesse primeiro dia alguma vez imaginemos que o segundo vem a caminho. Não nos iludamos que as desgraças do passado nunca mais se repetirão. Aprendamos pelo menos uma nota com elas: sempre se sucederam pelos abusos dos Estados e pelas suas pretensões controladeiras.


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