Muitos
mais comentários vão aparecendo sobre a Crónica “Ópios do povo” de Alberto Gonçalves, aqui postada
ontem. Entre os muitos que extravasam bastante sujidade moral ou linguística,
ou ambas, (e que as liberdades democráticas permitem que sejam escarrapachadas
sem o corte censor), outros há sérios e cônscios da gravidade da situação de um
país que não prima pela educação.
Olho para um programa da TV5,
educativo, abordando temas de arte, de moda, de pastelaria, de artesanato, com
imagens, explicações, dados históricos, dados actuais, como recuperação de
quadros, móveis, paredes, deteriorados, visitas explicadas a lugares, com
destaque, desta vez, para Versailles, fabricação de bolos, reposição de casacos
de homem, por medida, tantos elementos de elegância e cultura, assim
explanados, de um país das Luzes que iluminou o mundo, e continua, nesses
programas tão diferentes dos que a nossa cultura de sedução radiosa e ruidosa
põe no éter, de muito espalhafato sofisticado, sem a seriedade do pormenor
orientador, para realmente se ficar conhecendo.
Sim, Alberto Gonçalves é duro
na sua contundência brilhante, sobre a nossa menoridade a tantos níveis.
Felizmente, um “jornal” “on line” o
apoia e projecta, como apoia tantos outros mentores de uma opinião diferente da
seguida agora, e apreciamos esse Jornal que se expõe ao fracasso, na
ditadura que se avizinha, como apreciamos os argumentos dos que comentam, num
equilíbrio sabedor e corajoso, e que igualmente se arriscam. Por isso,
colocamos mais alguns comentários de apoio ao artigo de Alberto Gonçalves, desses
que pretendem trazer seriamente luz para uma realidade que vamos vivendo, na
escuridão da cegueira ou da indiferença comodista da nossa opacidade.
COMENTÁRIOS:
Jay Pi: AG,
sempre brilhante e pertinente, abordou hoje, com a genial inspiração de sempre,
três tópicos da maior importância. Destaco no entanto um assunto que aflorou ao
de leve: a venezuelização de Portugal.
Este é, de facto, o maior perigo à segurança, ao conforto e à própria vida
dos portugueses e suas gerações vindouras. Paulatinamente, insidiosamente, a
revolução está em marcha. Os exemplos são reais e próximos. Atente-se no caso
chileno. Em menos de nada teremos uma governação socialista-comunista a
combater a propriedade privada e outros direitos, liberdades e garantias
elementares de um estado de direito. Mais uma geringonça e vamos assistir ao
início da governação marxista na sua mais trágica expressão. Portugueses:
cuidado!
Cruzeiro O
Verdadeiro: E sempre com enorme alegria, que constato o grau de
sofisticação, conhecimento e educação da direita portuguesa. Excelente matéria, para mostrar aos meus filhos a
superioridade moral e civilizacional dessa gente. Obrigado A.G.
José Ramos: No que toca a "descaramento, delírio, despotismo,
incompetência, ganância" já estamos quase venezuelizados, e temos ainda
de sobra a pesporrência, que ultrapassa em duvidosa sofisticação a boçalidade
brutal de Maduro. E há "a
apatia de todos", mais a cumplicidade tenebrosa de quase todos os media
e de quase todos os jornalistas,
que, com olho húmido e a voz trémula, "questionam" os srs.
ministros (ou D. Catarina, ou D. Mariana) com as "perguntas"
encenadas de quem não quer irritar a "corte de Lisboa" e prevê algum
"tacho" algures no próximo futuro. Este sempre foi o país do
respeitinho, pelo menos desde a primeira dinastia para cá.
Helder Vaz
Pereira: Pouco a
pouco,...passo a passo, a esquerda vai-nos levando a sermos a Venezuela da
Europa; Um "conselho" ali,... uma censura acolá,...um cêntimo para
aquele,...2 cêntimos para o outro,...mais uns milhões para aquele outro,... E
os Portugueses adormecidos! O caminho está traçado.
:
Não
posso concordar mais. Enquanto o povo anda excitadíssimo com a novela de
Alcochete e do Bruno de Carvalho, não quer nem saber do que se passa à volta
dele nem da deterioração a olhos vistos do país. Assim se mantém um povo
calado, adormecido e a pagar impostos altíssimos sem refilar para manter os
políticos no estilo luxuosos a que estes acham que têm direito. Pobre Portugal.
: Só não nos aconteceu o que tem sucedido na
América Latina porque temos tido o amparo de uma União Europeia. Que
desde há trinta anos tem complementado o orçamento com dinheiro de Bruxelas e
socorrido às (mesmo assim) sucessivas bancarrotas. Se isso um dia acaba, vamos
direitinhos pelo mesmo caminho (aliás, caminho que sempre foi também o nosso
até esse confortável amparo a partir de 1986).
E não nos iludamos que estamos
a uma distância galáctica de uma realidade venezuelana. A história anda
fartinha de nos dizer que as coisas mudam de um dia para
o outro
(e nem sempre é por causa de uma guerra, como a Venezuela nos está a demonstrar
o que já havia sido demonstrado inúmeras vezes). Sem que nesse primeiro dia
alguma vez imaginemos que o segundo vem a caminho. Não nos iludamos que as
desgraças do passado nunca mais se repetirão. Aprendamos pelo menos uma nota
com elas: sempre se sucederam pelos
abusos dos Estados e pelas suas pretensões controladeiras.
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