terça-feira, 13 de novembro de 2018

Fabricação fraudulenta fundamentada


De repente, vejo cenas de exaltação tribunícia, e realmente julguei que o carnaval se antecipara. Era Catarina Martins, com o seu eterno sorriso ”figé”, expondo maternalmente os seus feitos “aliterativos”- “fiéis, façanhudos, famosos”… - fantásticos, finalmente, que os canais todos reproduziram, nesse dia, no dia seguinte, e suponho que ainda hoje o revi, numa festa muito aplaudida, que meteu muitos figurantes e também a deputada europeia Marisa Matias, num forte abraço vistosamente fraterno, que as câmaras fixaram, já por conta do futuro governo - por enquanto ainda furtivo - de que ambas e mais outras, formosas e bem falantes, farão parte fundamental, sem fundamentalismos, contudo, suponho, já que a essas bastam os fundos europeus, que outros alcançam para elas distribuíram pelos seus favoritos funcionais.

É por isso que o texto de Salles da Fonseca vem a calhar, como forma de salientar, através da filosofia e da moral, essas suas fantasias que ele atribui aos tais financiamentos do BCE sediados em Frankfurt, facto de que as femininas figuras lusas fingem não se aperceber, enquanto vão impondo a sua distribuição – a das respectivas finanças e não a das suas figuras fêmeas, está visto – pelos felizes contemplados seus compatriotas, favorecidos pelos fundos comunitários da nossa filosofia de vida, de mistura com a muita fraude funcional da nossa formação de fundo, bem fundamentada já, no feito ministerial anterior, de uma posse governativa fraudulenta, de fatal geringonça, mas feliz…
Quanto à crónica de Alexandre Homem Cristo, e seus comentadores, ela exemplifica bem esse tal status futuro previsto, por conta de um presente não fictício... 


I - CARNAVAIS:         SERÁ FEVEREIRO A HORA DO CARNAVAL?
 HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO,  12.11.18
Austeridade é a imposição de condicionantes ao esbanjamento de dinheiros públicos com que tradicionalmente os Governos compram os votos dos eleitores para se eternizarem no Poder.
A austeridade é, portanto, uma política virtuosa.
Mas há mais: a moral nórdica assenta no princípio do dever (a famosa ética kantiana) a favor do bem comum pela dedicação ao trabalho (a que os madraços chamam «alienação»). Nada disto tem a ver com as «carnavaladas» sulistas; tudo isto tem a ver com a orientação genérica dos países que mais contribuem para o Orçamento Comunitário.
E agora os «carnavalistas» refulgiram em congressos e convenções esquerdistas com a perspectiva do dinheiro a rodos vindo do BCE esquecendo-se (propositadamente?) de que Frankfurt intervirá APENAS a nível dos mercados secundários. Ou seja, esses rios de dinheiro que aí vêm destinam-se a financiar a banca e não os Governos.
E agora entra outro problema: haverá em Portugal projectos aprováveis em número suficiente para corresponderem à benesse do BCE? É claro que me refiro a projectos enquadráveis no novo modelo de desenvolvimento (produtivo de bens e serviços transaccionáveis), não no «modelo» que nos atirou para a ruína baseado nessa falácia do consumo como motor do desenvolvimento.
Mas 2019 é ano de eleições legislativas e, portanto, será ano de facilitações o que, em economia política, significa demagogia.
Como compatibilizar a demagogia financiada por dinheiros públicos com a falta de verbas comunitárias? Muito simplesmente, recorrendo à doutrina de Mazarino, sobrecarregando a classe média com mais impostos, os directos.
O que diz o OE19? Não me interessa, pois a única coisa que sei é que só dirá mentiras e que o Carnaval de Fevereiro ou será amargo ou nem sequer será.

II - Preocupações “ad aeternum”
A batalha pela linguagem /premium
ALEXANDRE HOMEM CRISTOOBSERVADOR, 12/11/2018,
O melhor esconderijo é onde ninguém se lembra de procurar: à vista de todos. Enquanto os olhares focarem na direita, poucos verão que o populismo habita sobretudo na esquerda à beira de tomar o poder.
As palavras têm uma força imensa – é através delas que construímos o nosso entendimento dos fenómenos sociais. É por isso que o combate político se ganha quase sempre controlando a linguagem. Fazê-lo é escolher o léxico com que se debate determinado fenómeno, é delimitar a primeira percepção geral sobre o problema em causa, é impor à partida uma visão política, é definir a ortodoxia. É, portanto, a forma mais eficaz de controlar a reflexão sobre um tema: normaliza um certo posicionamento político, impõe-no como senso-comum e, por fim, dificulta o aparecimento de visões alternativas, que passam a ser contra-intuitivas.
Lembrar que existem inúmeros casos na história de controlo político da linguagem é apenas dizer o óbvio – de uma forma ou de outra, foi sempre essa a ambição dos regimes autoritários. Mas é um erro de análise comum circunscrever a questão aos regimes autoritários, obcecados com o controlo populacional. Nas democracias liberais, a linguagem está no centro do combate político e cada partido faz os possíveis para conseguir normalizar a sua visão, para assim obter uma vantagem legítima sobre os adversários. Daí que os políticos recorram reiteradamente a frases sonantes e expressões originais. Daí que os partidos façam corridas para introduzir primeiro um tema na agenda. Daí que os partidos se estendam a várias organizações (como sindicatos), assim multiplicando os canais de transmissão da sua forma de ver o mundo e transmitindo uma falsa ideia de consenso em seu redor. Em Portugal, todos os partidos o fazem. Por exemplo, à direita, a expressão “geringonça” foi inscrita no debate com o propósito de descrever a maioria de apoio ao governo PS como algo atabalhoado e frágil. À esquerda, o uso reiterado de expressões como “precariedade” impôs um enquadramento para qualquer debate sobre legislação laboral.
Tudo isto é normal e legítimo num regime democrático. Onde se torna ilegítimo é quando o domínio da linguagem serve para ostracizar adversários e lhes retirar legitimidade política. Essa é uma fórmula anti-democrática, que converte adversários em inimigos, que transforma discordância em delito de opinião, e que aproxima o combate político de uma guerra total que visa a aniquilação do inimigo. E é isso que temos visto um pouco por todo o mundo à boleia dos populismos que procuram tomar conta do sistema político – polarização total e campanhas eleitorais focadas quase exclusivamente na destruição do campo oposto.
Em Portugal, observa-se uma caça-às-bruxas em busca das sementes do populismo anti-democrático – e não faltam alegados paladinos da democracia a acusar a direita de estar a conjecturar um ataque aos alicerces do regime (basta ler Francisco Louçã, Daniel Oliveira, Isabel Moreira, entre outros). O que é extraordinário é que essa caça-às-bruxas é, ela própria, a expressão maior do estado do populismo em Portugal: procura assentar o entendimento geral de que a direita não tem legitimidade democrática, dificulta a apresentação de alternativas políticas à direita e normaliza o radicalismo dos partidos eurocépticos da nossa esquerda.
Está em curso, portanto, uma batalha pelo domínio da linguagem, neste caso pela definição de “populismo”. Uma batalha que, como se percebeu na convenção do Bloco de Esquerda deste fim-de-semana, é fundamental para o processo de reabilitação dos bloquistas: a melhor forma de se apresentar como moderado (para chegar ao governo) é acusar os outros de radicalismo (na direita). Afinal, o melhor esconderijo é mesmo onde ninguém se lembra de procurar: à vista de todos. Enquanto os olhares estiverem a ser direccionados para a direita, poucos verão que as manifestações de populismo vêm, sobretudo, de uma esquerda que está à beira de tomar o poder.

COMENTÁRIOS:
Madalena Barreto: A linguagem de Francisco Louçã é bem explícita, só não entende quem não quer! Ainda ontem, na Convenção do BE, articulou os seus objectivos muito claramente; "Se alguém pensa que a democracia ainda é a escolha ponderada entre alternativas que ainda conversam, desengane-se: a política suja está por todo o lado”. Um aviso que veio com uma solução. “Vencemos o medo com segurança. O Bloco é a segurança do cumprimento dos compromissos”. Ele vem a cumprir muito bem, no caminho que tem aberto para o totalitarismo; perora na TV a toda a hora; está no Banco de Portugal; no Conselho de Estado; tem coluna de opinião no Expresso e não sei em q outros jornais. Imagino que, seguramente, vá ser convidado para participar no "Bielderberg de Cascais" promovido por Balsemão. Com as meninas no futuro governo à boleia do PS (vade retro..), a agenda dele está em bom andamento....!!! Só não vê, quem defende ditaduras!
Audio VacMadalena Barreto: Isto transcende as ditaduras... porque as ditaduras - de direita ou de esquerda - tendem a estabelecer regras e um statu quo ao qual as pessoas se habituam, porque lhes oferece segurança. É aliás por isso que as ditaduras quando se instalam, perduram vários anos. O problema, é a vertente “revolucionária e anarquista” do BE. Porque eles querem mudar tudo, inverter os valores, os estratos sociais, lançar na miséria quem é rico ou tem alguma coisa, dar privilégios a quem não os merece, destruir as empresas e o Estado, e experimentar todas as utopias ao mesmo tempo! ISSO É QUE É PERIGOSÍSSIMO!!!
Manuel Pinto: A moda de esquerda, cujo último assalto, em Portugal, nos foi impingida em jeito de Geringonça, passará, quando o dinheiro de que se alimenta, acabar nos bolsos de quem empresta, ou esgotar o esforço de quem ainda vai tendo coragem para o ganhar. É a moda imposta por quem "aprendeu" a viver com o porta-moedas dos outros, até ao dia, em que a fantasia seja confrontada com a realidade!!!
Ana Paiva: "[...] o populismo habita sobretudo na esquerda à beira de tomar o poder.] Tem toda a razão. E não é de hoje. Mais: a maior repressão (e com isto não pretendo minimizar a da direita) também está à esquerda. (Regime Soviético e todo o antigo Bloco de Leste, Venezuela, Cuba, Coreia do Norte.)
Shiri Biri :“…o populismo habita sobretudo na esquerda à beira de tomar o poder.”.
O Alexandre continua a dormir e não se apercebe do que o rodeia: a esquerda já está no Poder há 3 anos e tem posto em prática uma agenda extremista. E continuará com essa agenda enquanto tiver dinheiro dos outros para gastar. 
jose oliveira: Então quando esse paladino da liberdade, que é Francisco Louçã, tem um espaço de comentário na televisão em canal aberto e outro no semanário de referência o Expresso e ninguém diz nada, estamos conversados sobre os extremismos em Portugal.
Rui Rebelo: Só não vê quem não quer: que o Bloco de Esquerda é o partido mais radical, mais ditatorial e perigoso com o objectivo de nos tirar a liberdade de pensamento e decisão impondo a sua ideologia, condicionar o nosso pensamento e meter-nos a todos mais dependentes do Estado. É esse o sonho do Comunismo.
O facto de o Bloco ter conseguido impedir o discurso de Marie Le Pen no Web Summit é uma pequena amostra de como eles impõem a sua ideologia. Posso não concordar com as ideias dela, mas tenho a liberdade de a ouvir se eu quiser.


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