De repente, vejo cenas de exaltação tribunícia, e
realmente julguei que o carnaval se antecipara. Era Catarina Martins, com o seu
eterno sorriso ”figé”, expondo maternalmente os seus feitos “aliterativos”-
“fiéis, façanhudos, famosos”… - fantásticos, finalmente, que os
canais todos reproduziram, nesse dia, no dia seguinte, e suponho que ainda hoje
o revi, numa festa muito aplaudida, que meteu muitos figurantes e
também a deputada europeia Marisa Matias, num forte abraço vistosamente fraterno,
que as câmaras fixaram, já por conta do futuro governo - por
enquanto ainda furtivo - de que ambas e mais outras, formosas e
bem falantes, farão parte fundamental, sem fundamentalismos,
contudo, suponho, já que a essas bastam os fundos europeus, que outros
alcançam para elas distribuíram pelos seus favoritos funcionais.
É por isso que o texto de Salles da Fonseca
vem a calhar, como forma de salientar, através da filosofia e da
moral, essas suas fantasias que ele atribui aos tais financiamentos do
BCE sediados em Frankfurt, facto de que as femininas figuras
lusas fingem não se aperceber, enquanto vão impondo a sua distribuição –
a das respectivas finanças e não a das suas figuras fêmeas,
está visto – pelos felizes contemplados seus compatriotas, favorecidos
pelos fundos comunitários da nossa filosofia de vida, de mistura
com a muita fraude funcional da nossa formação de fundo,
bem fundamentada já, no feito ministerial anterior, de uma
posse governativa fraudulenta, de fatal geringonça, mas feliz…
Quanto à crónica de Alexandre
Homem Cristo, e seus comentadores, ela exemplifica
bem esse tal status futuro previsto, por conta de um presente não fictício...
I - CARNAVAIS: SERÁ
FEVEREIRO A HORA DO CARNAVAL?
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 12.11.18
Austeridade é a imposição de condicionantes ao esbanjamento de
dinheiros públicos com que tradicionalmente os Governos compram os votos dos
eleitores para se eternizarem no Poder.
A austeridade é, portanto, uma política virtuosa.
Mas há mais: a moral nórdica assenta no princípio do
dever (a famosa ética kantiana) a
favor do bem comum pela dedicação ao trabalho (a que os madraços chamam
«alienação»). Nada disto tem a ver
com as «carnavaladas» sulistas; tudo isto tem a ver com a orientação genérica
dos países que mais contribuem para o Orçamento Comunitário.
E agora os «carnavalistas»
refulgiram em congressos e convenções esquerdistas com a perspectiva do
dinheiro a rodos vindo do BCE esquecendo-se (propositadamente?) de que Frankfurt intervirá APENAS a nível dos
mercados secundários. Ou seja, esses
rios de dinheiro que aí vêm destinam-se a financiar a banca e não os Governos.
E agora entra outro problema: haverá em Portugal projectos aprováveis em
número suficiente para corresponderem à benesse do BCE? É claro que me refiro a
projectos enquadráveis no novo modelo de desenvolvimento (produtivo de bens e
serviços transaccionáveis), não no «modelo» que nos atirou para a ruína baseado
nessa falácia do consumo como motor do desenvolvimento.
Mas 2019 é ano de eleições
legislativas e, portanto, será ano de facilitações o que, em economia política,
significa demagogia.
Como compatibilizar a demagogia
financiada por dinheiros públicos com a falta de verbas comunitárias? Muito
simplesmente, recorrendo à doutrina de
Mazarino, sobrecarregando a classe média com mais impostos, os directos.
O que diz o OE19? Não me interessa, pois a
única coisa que sei é que só dirá mentiras e que o Carnaval de Fevereiro ou
será amargo ou nem sequer será.
II - Preocupações “ad aeternum”
A batalha pela linguagem /premium
O melhor esconderijo é onde
ninguém se lembra de procurar: à vista de todos. Enquanto os olhares focarem na
direita, poucos verão que o populismo habita sobretudo na esquerda à beira de
tomar o poder.
As palavras têm uma força imensa – é através delas que
construímos o nosso entendimento dos fenómenos sociais. É por isso que o
combate político se ganha quase sempre controlando a linguagem. Fazê-lo é
escolher o léxico com que se debate determinado fenómeno, é delimitar a
primeira percepção geral sobre o problema em causa, é impor à partida uma visão
política, é definir a ortodoxia. É,
portanto, a forma mais eficaz de controlar a reflexão sobre um tema: normaliza
um certo posicionamento político, impõe-no como senso-comum e, por fim,
dificulta o aparecimento de visões alternativas, que passam a ser
contra-intuitivas.
Lembrar que existem inúmeros
casos na história de controlo político da linguagem é apenas dizer o óbvio – de
uma forma ou de outra, foi sempre essa a ambição dos regimes autoritários. Mas é um erro de análise comum
circunscrever a questão aos regimes autoritários, obcecados com o controlo
populacional. Nas democracias
liberais, a linguagem está no centro do combate político e cada partido faz os
possíveis para conseguir normalizar a sua visão, para assim obter uma vantagem
legítima sobre os adversários. Daí que os políticos recorram reiteradamente a frases sonantes e expressões
originais. Daí que os partidos
façam corridas para introduzir primeiro um tema na agenda. Daí que os partidos se estendam a várias
organizações (como sindicatos), assim multiplicando os canais de transmissão da
sua forma de ver o mundo e transmitindo uma falsa ideia de consenso em seu
redor. Em Portugal, todos os partidos o fazem. Por exemplo, à
direita, a expressão “geringonça”
foi inscrita no debate com o propósito de descrever a maioria de apoio ao
governo PS como algo atabalhoado e frágil. À esquerda, o uso reiterado de
expressões como “precariedade” impôs
um enquadramento para qualquer debate sobre legislação laboral.
Tudo isto é normal e legítimo num regime democrático. Onde se torna ilegítimo é quando o domínio
da linguagem serve para ostracizar adversários e lhes retirar legitimidade
política. Essa é uma fórmula anti-democrática, que converte adversários
em inimigos, que transforma discordância em delito de opinião, e que aproxima o
combate político de uma guerra total que visa a aniquilação do inimigo. E é isso que temos visto um pouco por todo
o mundo à boleia dos populismos que procuram tomar conta do sistema político –
polarização total e campanhas eleitorais focadas quase exclusivamente na
destruição do campo oposto.
Em Portugal, observa-se uma caça-às-bruxas em busca das sementes
do populismo anti-democrático – e não faltam alegados paladinos da democracia a
acusar a direita de estar a conjecturar um ataque aos alicerces do regime (basta ler Francisco Louçã, Daniel Oliveira,
Isabel Moreira, entre outros). O que é extraordinário é que essa
caça-às-bruxas é, ela própria, a expressão maior do estado do populismo em
Portugal: procura assentar o entendimento geral de que a direita não tem
legitimidade democrática, dificulta a apresentação de alternativas políticas à
direita e normaliza o radicalismo dos partidos eurocépticos da nossa esquerda.
Está em curso, portanto, uma
batalha pelo domínio da linguagem, neste caso pela definição de “populismo”.
Uma batalha que, como se percebeu na convenção do Bloco de Esquerda deste
fim-de-semana, é fundamental para o processo de reabilitação dos bloquistas: a
melhor forma de se apresentar como moderado (para chegar ao governo) é acusar
os outros de radicalismo (na direita). Afinal, o melhor esconderijo
é mesmo onde ninguém se lembra de procurar: à vista de todos. Enquanto os
olhares estiverem a ser direccionados para a direita, poucos verão que as
manifestações de populismo vêm, sobretudo, de uma esquerda que está à beira de
tomar o poder.
COMENTÁRIOS:
Madalena Barreto:
A
linguagem de Francisco Louçã é bem
explícita, só não entende quem não quer! Ainda ontem, na Convenção do BE,
articulou os seus objectivos muito claramente; "Se alguém pensa que a
democracia ainda é a escolha ponderada entre alternativas que ainda conversam,
desengane-se: a política suja está por todo o lado”. Um aviso que veio com uma
solução. “Vencemos o medo com segurança. O Bloco é a segurança do cumprimento
dos compromissos”. Ele vem a cumprir muito bem, no caminho que tem aberto
para o totalitarismo; perora na TV a toda a hora; está no Banco de Portugal; no
Conselho de Estado; tem coluna de opinião no Expresso e não sei em q outros
jornais. Imagino que, seguramente, vá ser convidado para participar no
"Bielderberg de Cascais" promovido por Balsemão. Com as meninas no
futuro governo à boleia do PS (vade retro..), a agenda dele está em bom
andamento....!!! Só não vê, quem defende ditaduras!
Audio VacMadalena Barreto: Isto transcende as ditaduras... porque as ditaduras - de direita
ou de esquerda - tendem a estabelecer regras e um statu quo ao qual as pessoas
se habituam, porque lhes oferece segurança. É aliás por isso que as ditaduras
quando se instalam, perduram vários anos. O
problema, é a vertente “revolucionária e anarquista” do BE. Porque eles
querem mudar tudo, inverter os valores, os estratos sociais, lançar na miséria
quem é rico ou tem alguma coisa, dar privilégios a quem não os merece, destruir
as empresas e o Estado, e experimentar todas as utopias ao mesmo tempo! ISSO É
QUE É PERIGOSÍSSIMO!!!
Manuel Pinto: A moda de esquerda, cujo último assalto, em
Portugal, nos foi impingida em jeito de Geringonça, passará, quando o dinheiro
de que se alimenta, acabar nos bolsos de quem empresta, ou esgotar o esforço de
quem ainda vai tendo coragem para o ganhar. É a moda imposta por quem
"aprendeu" a viver com o porta-moedas dos outros, até ao dia, em que
a fantasia seja confrontada com a realidade!!!
Ana Paiva: "[...] o
populismo habita sobretudo na esquerda à beira de tomar o poder.] Tem toda a
razão. E não é de hoje. Mais: a maior repressão (e com isto não pretendo
minimizar a da direita) também está à esquerda. (Regime Soviético e todo o
antigo Bloco de Leste, Venezuela, Cuba, Coreia do Norte.)
Shiri Biri :“…o
populismo habita sobretudo na esquerda à beira de tomar o poder.”.
O Alexandre continua a dormir e não se apercebe do que o rodeia: a esquerda já está no Poder há 3 anos e tem posto em prática uma agenda extremista. E continuará com essa agenda enquanto tiver dinheiro dos outros para gastar.
O Alexandre continua a dormir e não se apercebe do que o rodeia: a esquerda já está no Poder há 3 anos e tem posto em prática uma agenda extremista. E continuará com essa agenda enquanto tiver dinheiro dos outros para gastar.
jose oliveira: Então quando esse paladino da
liberdade, que é Francisco Louçã, tem um espaço de comentário na
televisão em canal aberto e outro no semanário de referência o Expresso e
ninguém diz nada, estamos conversados sobre os extremismos em Portugal.
Rui Rebelo: Só não vê quem não quer: que
o Bloco de Esquerda é o partido mais radical, mais ditatorial e perigoso com o
objectivo de nos tirar a liberdade de pensamento e decisão impondo a sua
ideologia, condicionar o nosso pensamento e meter-nos a todos mais dependentes
do Estado. É esse o sonho do Comunismo.
O facto de o Bloco ter conseguido
impedir o discurso de Marie Le Pen no Web Summit é uma pequena amostra de como
eles impõem a sua ideologia. Posso não concordar com as ideias dela, mas tenho
a liberdade de a ouvir se eu quiser.
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