Aplicáveis a estes tempos de imensos ditos, quantas vezes de adequado
oportunismo. O mal é quando os ditos – de aparência justiceira - se transformam
em factos de gravidade absoluta, caso das afirmações putinescas a respeito de
um país a que pretendeu lançar as garras... e o comprova, no apreço concordante
dos seus apreciadores e amigos de peito. Contudo, não me parece que George Soros tenha absoluta razão, no dito
citado pelo Dr. LUÍS SOARES DE OLIVEIRA, que recebi por email. Cito apenas um
exemplo, como definição literária, verdadeira e definitiva - mau grado as demonstrações
em contrário - “Amor é um fogo que arde sem se ver, É ferida que dói e não se sente, É
um contentamento descontente, É dor que desatina sem doer”… Ainda que nem
sempre verdadeiras, as afirmações literárias são construção imortal, jamais posta
em causa.
2 d ·
DITOS NOTÁVEIS
George Soros disse:
"Toda a construção humana, seja mental, material,
ética ou mundana, revela com o tempo as suas imperfeições. Do momento em que
são reconhecidas e aceites (óptimo) até ao momento em que é desmentida e
desconsiderada, a teoria ainda que errada produz resultados (falácias férteis).
Assim algumas falácias conseguem ser férteis durante algum tempo."
AIDA FRANCO NOGUEIRA: Curioso ser este senhor Soros a dizer isto. Julguei que outra pessoa o
dissesse relativamente a ele.
LUIS SOARES DE OLIVEIRA: Aida Franco
Nogueira sabe: o Soros era economista e OS ECONOMISTAS, assim
COMO OS Farmacêuticos, SABEM QUE NÃO HÁ BEM QUE SEMPRE DURE.
FERNANDO SOARE MENDES: Vindo desse tipo,
credibilidade zero.
NOTAS DA
INTERNET:
I-(APRESENTAÇÃO):
GEORGE SOROS (/ˈsɔːroʊs/ ou /ˈsɔːrɒs/; em húngaro: György
Soros, pronunciado [ˈʃoroʃ ˈɟørɟ]; nascido como György Schwartz; Budapeste, 12 de agosto de 1930)
é um investidor e filantropo húngaro-estadunidense. Em
fevereiro de 2018, ele tinha um património líquido de 8 bilhões de dólares,
tendo doado mais de 32 bilhões de dólares para sua agência filantrópica,
a Open Society Foundation.
Carreira
Nascido em Budapeste, Soros sobreviveu
à Hungria
ocupada pela Alemanha Nazista e, após a Segunda Guerra
Mundial, emigrou para o Reino Unido em 1947. Ele frequentou
a London School of
Economics, graduando-se em bacharelado e em mestrado em filosofia. Soros iniciou sua
carreira comercial assumindo vários empregos em bancos comerciais no Reino
Unido e depois nos Estados Unidos, antes de
iniciar o seu primeiro fundo de hedge, o Double Eagle, em 1969. Os
lucros do seu primeiro fundo forneceram o dinheiro inicial para iniciar o Soros Fund Management, o seu segundo fundo de hedge, em 1970. O
Double Eagle foi renomeado para Quantum Fund e foi a principal empresa que
Soros aconselhou. Na sua fundação, o Quantum Fund possuía 12 milhões de dólares
em ativos sob gestão e, em 2011, possuía 25 bilhões de dólares, a maioria do
património líquido geral de Soros.
Soros é conhecido como "o homem que quebrou o Banco
da Inglaterra" por causa de sua venda
a descoberto de 10 bilhões de dólares em libras esterlinas,
o que lhe rendeu um lucro de 1 bilhão de dólares durante a crise monetária do
Reino Unido na "Quarta-Feira
Negra" de 1992. Com base nos seus primeiros estudos de filosofia, Soros
formulou uma aplicação da Teoria
Geral da Reflexividade de Karl Popper para o mercado
de capitais, que ele afirma render-lhe uma imagem clara das bolhas
de activos e do valor fundamental/de
mercado dos valores mobiliários, bem como das discrepâncias de
valor usadas para reduzir e troca de acções. Soros é um conhecido apoiador de
causas políticas progressistas e liberais,
para as quais ele distribui doações por meio de sua fundação. Entre 1979 e 2011, ele doou mais de 11 biliões
de dólares para várias causas filantrópicas; até
2017, suas doações "em iniciativas civis para reduzir a pobreza e aumentar
a transparência e em bolsas de estudo e universidades em todo o mundo"
totalizaram 12 biliões de dólares. Ele influenciou o colapso
do comunismo na Europa Oriental no final dos anos 1980 e início
dos anos 1990 e forneceu uma das maiores doações ao ensino superior da
Europa para a Universidade Centro-Europeia em sua cidade
natal húngara. O seu extenso financiamento de causas políticas fez
dele um "alvo dos nacionalistas europeus". Vários conservadores
estadunidenses já promoveram falsas alegações que caracterizam
Soros como um "mestre das
marionetes"
singularmente perigoso por trás de uma variedade de supostas conspirações
globais, sendo que o The
New York Times relatou em 2018 que essas alegações haviam
"mudado da periferia para a corrente principal" da política do Partido Republicano. As teorias da
conspiração dirigidas a Soros, que é descendente de judeus, têm sido frequentemente descritas
como antissemitas.
II- OPINIÃO (INTERNET):
As ideias de George Soros são o seu grande legado – e
vão continuar a fazer caminho
08 setembro 2023 11:40
Para um dos filantropos mais controversos do mundo, tem sido um ano um
cheio. George Soros, que fez 93 anos no mês passado, passou o comando da Open
Society Foundations (OSF) ao seu filho Alexander, de 37 anos, em dezembro passado. Deste modo, dada a
sua estatura internacional, os seus interesses intelectuais e o seu vigoroso
envolvimento nos assuntos mundiais, esta poderia ser uma boa altura para Soros
pensar no seu legado.
Mas quando o encontrei pela última vez, há nove anos, o seu legado era
a última coisa em que pensava. Em vez disso, estava preocupado com o rumo que a
Europa de Leste estava a tomar, com o futuro da União Europeia, com o destino dos ciganos,
com a Birmânia, com a Rússia e com o Tribunal Penal Internacional. Estava preocupado com a crise do
capitalismo global e com as divisões crescentes na sociedade norte-americana.
Não mostrava qualquer interesse em deixar um legado.
As coisas mudaram desde então. É
regularmente apontado por alguns políticos como encarnação do demónio, o
inimigo perfeito contra o qual é fácil estabelecer credenciais populistas,
autoritárias, antiglobalistas e conservadoras.
Na Hungria, o primeiro-ministro Viktor Orbán
conseguiu uma vitória eleitoral estrondosa ao fabricar e depois combater a imagem de
Soros como alguém que impunha aos húngaros a imigração muçulmana e políticas
sociais liberais. Um ministro do governo de Narendra Modi, na Índia,
afirmou que Soros quer “destruir os processos democráticos da Índia”. Na
Turquia, Recep Tayyip Erdoğan chamou-lhe "o famoso judeu húngaro
Soros", “designa pessoas para dividir nações e destruí-las”. E em maio, Elon Musk publicou no Twitter (agora X) que
Soros lhe fazia lembrar Magneto, o vilão da Marvel Comics, tendo afirmado que
“odeia a humanidade”.
Certa vez, Soros disse-me que se orgulhava de ter os inimigos que,
inadvertidamente, vinha a acumular: ao pavonearem-se com as suas crenças,
estavam a provar que Soros tinha razão.
George Soros cresceu na Hungria numa
altura em que ser judeu era, na melhor das hipóteses, perigoso e, na pior,
letal. O seu pai, Tivadar, foi um
advogado empreendedor e ensinou o jovem George a “misturar-se com a paisagem e
simplesmente desaparecer”, como a maioria dos animais faz quando é ameaçada.
George tinha apenas 14 anos quando os
nazis começaram a agrupar os judeus húngaros, tornou-se Sandor Kiss, um
refugiado da Roménia que vivia com o seu padrinho, um funcionário do Ministério
da Agricultura. Mais de 450 mil judeus húngaros foram assassinados durante o
Holocausto. A família Soros sobreviveu.
George continuou os seus estudos em Londres, sustentando-se através de
candidaturas a instituições de beneficência e de trabalho braçal. Inscreveu-se
na London School of Economics, onde permaneceu sob a influência do filósofo
Karl Popper. “Uma
sociedade aberta”, escreveu Popper, “não é uma sociedade perfeita, mas uma
sociedade imperfeita aberta ao autoaperfeiçoamento”. Nas sociedades abertas, ideias
contraditórias podem coexistir alegremente. Em contrapartida, as sociedades
fechadas – que incluem ditaduras de todos os géneros – afirmam ser portadoras
da verdade única e definitiva e não aceitam qualquer oposição. Nessas sociedades, só a força bruta pode garantir a
adesão servil às regras. George Soros já tinha visto duas ditaduras perigosas –
o nazismo e o estalinismo – e as ideias de Popper para uma forma alternativa de
organizar o mundo tiveram um efeito duradouro sobre ele.
Em 1969, Soros criou o seu
primeiro fundo de cobertura (hedge fund) com 4
milhões de dólares dos EUA, que angariou junto de indivíduos abastados que
foram convencidos pelo seu discurso sobre uma nova forma de fazer fortuna. Em
1980, o seu fundo Quantum tinha crescido e valia 100 milhões de dólares; em
1987, os seus activos valiam 21,5 mil milhões de dólares.
Desde
1984, doou mais de 32 mil milhões de dólares a várias causas e, nos anos que
antecederam o desmantelamento do muro de Berlim, ajudou organizações
pró-democracia, grupos dissidentes e de resistência, pessoas presas, escritores
cujos livros tinham sido proibidos, líderes sindicais e cientistas cujo
trabalho já não era desejado pelos regimes repressivos. Aconselhou os novos
governos democráticos sobre a forma de gerir a transição e defendeu a inclusão
destes países na União Europeia.
Desde 1993, a Open Society
Foundations (OSF) tem sido o principal veículo para o activismo internacional
de Soros em torno das reformas democráticas. O apoio de Soros à mudança do sistema
judicial norte-americano tem sido uma das suas iniciativas mais controversas. Os críticos afirmam que contribuíram para
um aumento dos crimes violentos, transformando as cidades em paraísos perigosos
para consumidores de droga e reincidentes violentos. Soros tem, no entanto, uma
visão diferente. “A ideia de que precisamos de escolher entre justiça e
segurança é falsa”, escreveu em The Wall Street Journal. E prosseguiu: “Estas reforçam-se
mutuamente: se as pessoas confiarem no sistema judicial, este funcionará. E se
o sistema funcionar, a segurança pública vai melhorar”.
Este é o cerne da ideia de sociedade
aberta que anima Soros: dar a diferentes pessoas de diferentes origens uma
oportunidade igual de moldar o seu mundo.
Assim sendo, o que é que se segue a Soros? Alexander, o seu filho,
deixou claro que tenciona seguir as pisadas do pai. Define-se como pensador de
centro-esquerda e já disse que se vai concentrar mais nas questões dos EUA, o
que provavelmente significará duplicar o apoio a procuradores e funcionários
locais com espírito reformista.
Mas, pouco tempo depois de
ter tomado as rédeas, a OSF iniciou o processo de redução de 40% das cerca de
800 pessoas que constituem a sua força de trabalho, bem como uma mudança de
foco e de afectação de recursos.
O presidente da OSF, Mark Malloch-Brown – que está a gerir esta
transição –, citou o “oportunismo estratégico” e o “capital paciente”
para a nova abordagem. Mas a mudança parece inspirada no plano original de
George Soros para as suas fundações: serem ágeis e oportunistas, capazes de
entrar em acção quando surge uma oportunidade, em vez de se fixarem em locais
onde o apoio pode ser considerado garantido.
Também é claro que Soros não se vai sentar silenciosamente à margem. Previu que a Rússia vai perder a guerra na Ucrânia, o que “trará um enorme
alívio para as sociedades abertas e criará problemas tremendos para as
sociedades fechadas”. Tentou chamar a atenção para a rápida
deterioração do sistema climático global. E vai, quase de certeza, continuar a
trabalhar na Open Society University
Network, um projecto internacional que se dedica à investigação
e educação sobre as alterações climáticas e a lidar com governos autoritários.
Para
mim, o maior impacto deste homem brilhante e irritantemente seguro de si no
mundo pode ser a Universidade Centro-Europeia (CEU), que cofundou em 1991, em
Budapeste. Desde então,
o Governo de Orbán – que não admite a diversidade de ideias – obrigou a CEU a
mudar-se para Viena. Há aqui uma certa ironia, pois a última coisa que Soros
queria era um edifício para albergar as suas ideias. Mas são os produtos desta
instituição que vão perdurar.
Com
este texto, queria assim falar do legado de George Soros, aInda que este não o
faça, já que a defesa da democracia é um projecto que nunca pode terminar. Como
Soros disse em 2020: “A sociedade aberta
está sempre em perigo e cada geração deve lutar pela sua sobrevivência”.
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