Truque importante para a sua expansão, com a poupança de russos na mesma. Digo, guerra. No
poupar é que vai o ganho.
Da "ameaça à Europa" à "expansão" do conflito: os
riscos da entrada de tropas norte-coreanas na guerra da Ucrânia
10
mil de soldados norte-coreanos do Esquadrão Tempestade deverão entrar na guerra
da Ucrânia "nos próximos dias". Putin retribui e ajudará Kim Jong-un
a desenvolver programa nuclear de Pyongyang.
JOSÉ CARLOS
DUARTE
OBSERVADOR, 03 nov. 2024, 18:144
Índice
O que recebe a Coreia do Norte em troca e a possível
aliança Ucrânia-Coreia do Sul
Cobeligerância. Desde 24 de fevereiro de 2022, data em
que a Rússia invadiu a Ucrânia, houve sempre a possibilidade de tropas de
outros países entrarem no conflito. Especulou-se
que os militares ocidentais poderiam lutar contra os russos em território
ucraniano, hipótese que até foi admitida por França. Mas terá
sido o Kremlin a tomar a iniciativa — segundo indicam os serviços secretos
do Ocidente, decidiu chamar soldados da Coreia do Norte para se
juntarem ao seu esforço de guerra.
A ser verdade, o conflito ganha
uma nova dimensão. Poderão
ser mais de 10 mil soldados norte-coreanos a lutar ao lado dos russos até
dezembro e, perante essa realidade, acontece algo inédito: há tropas
de Pyongyang na Europa. Isso criará dificuldades às forças de Kiev e
também representa um sério risco para a arquitectura securitária do espaço
euroatlântico. O secretário-geral
da NATO, Mark Rutte, e a
presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, encaram
esta movimentação como uma “escalada significativa” e uma “ameaça muito
séria à segurança da Europa e à paz no mundo”, assim como uma “expansão
global” do conflito.
Não é apenas a NATO ou a UE
que estão apreensivas. A cooperação militar entre Moscovo e Pyongyang gera
receios igualmente à Coreia do
Sul. Inimigas
desde 1953, as duas Coreias nunca se reconciliaram e a situação
continua bastante tensa. Foram, aliás, os serviços de informações de Seul,
sempre atentos ao que se passa do outro lado do paralelo 38, que deram
inicialmente o alerta para o envio de contingentes norte-coreanos para a
Europa. Do lado sul-coreano, talvez a maior preocupação reside em saber o que é
que a Coreia do Norte vai receber em troca do apoio à Rússia.
▲ Secretário-geral
da NATO, Mark Rutte, e presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen,
já expressaram preocupação OLIVIER MATTHYS/EPA
País com o estatuto de pária na
comunidade internacional, a Coreia do Norte ganha um poderoso aliado e
arranja uma maneira de contornar o isolamento. Já a Rússia, aumenta o número de
tropas à sua disposição na guerra contra a Ucrânia, solidificando, pelo
meio, a aliança anti-Ocidente, de que também faz parte o Irão e,
ainda que de forma tácita, a China.
10 mil homens, um batalhão do
Esquadrão Tempestade e “carne para canhão”: a entrada da Coreia do Norte na
guerra
Há
vários meses que a dinâmica na guerra na Ucrânia se tem mantido inalterável. A
Rússia está na ofensiva e vai conquistando algumas aldeias, obrigando as tropas
ucranianas a colocarem-se na defensiva e a conter os danos. À excepção da incursão ucraniana à região
russa de Kursk em meados de agosto, tem-se assistido a uma verdadeira guerra
de atrito, longe de estar resolvida militarmente. No campo
diplomático, não há
solução à vista, ainda que a vitória do candidato republicano, Donald Trump,
nas eleições presidenciais do próximo dia 5 de novembro, possa mudar
radicalmente a situação.
A
chegada de novas tropas ao campo de batalha pode ser, assim, um importante
trunfo para a Rússia,
para obter ganhos territoriais mais substanciais do aqueles que tem
tido nos últimos meses. No melhor
dos cenários e a médio prazo, permitir-lhe-á conquistar localidades como Chasiv
Yar, Pokrovsk ou Kurakhove, que colocará o Kremlin mais próximo de um
dos grande objectivos a que se propôs militarmente: controlar
por completo as regiões de Donetsk e Lugansk.
Para a Ucrânia, as forças
norte-coreanas podem representar um “desafio significativo”, quer nas
operações ofensivas, quer nas operações defensivas, admitiu um analista militar
sul-coreano à revista Foreign Policy. “Dez mil homens que estão
disponíveis para lutar podem fazer a diferença” no terreno, corrobora, à mesma publicação, Rob Lee, especialista no
programa Foreign Policy Research Institute’s Eurasia.
Ainda
não é claro para onde é que vão as forças norte-coreanas — se combaterão em
território ucraniano ou se ajudarão a expulsar as tropas de Kiev na região
russa de Kursk. Numa conferência de imprensa esta quarta-feira, o
secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, adiantou que 10 mil
soldados foram treinados no leste da Rússia e que alguns “já estão próximos da
Ucrânia”. “Eles vestem
uniformes russos e são-lhes providenciados equipamentos de guerra russos”,
afirmou.
A Ucrânia deu mais detalhes esta
quinta-feira. Segundo o líder do Centro no Combate à Desinformação, Andriy
Kovalenko, militares norte-coreanos já
estão presentes na região de Donetsk. Ainda não participaram em combates, mas o
responsável antevê que isso acontecerá em breve. “Esses soldados norte-coreanos
estarão em uniformes russos, com documentos russos, misturados com os calmucos
e buriates [grupos étnicos russos com feições asiáticas]”, assinalou.
▲ Segundo
o líder do Centro no Combate à Desinformação, Andriy Kovalenko, militares
norte-coreanos já estão presentes na região de Donetsk Anadolu via Getty Images
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, espera que as tropas ucranianas entrem
“em combates” contra as norte-coreanas “nos próximos dias”. Esta
quinta-feira, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos assinalou que oito mil
homens da Coreia do Norte estão perto de Kursk e declarou: “Se essas tropas combaterem ou apoiarem as
operações de combate contra a Ucrânia, tornam-se alvos militares legítimos”.
Antony Blinken não clarificou se os
norte-coreanos vão entrar na Ucrânia. Mesmo que até permaneçam em Kursk e não
se envolvam em combates dentro do território ucraniano, a superioridade numérica resultante da chegada de soldados de Pyongyang
àquela região russa pode levar a que sejam mobilizados mais militares de
Kiev para a zona, enfraquecendo outras frentes, como no sul ou em Donetsk.
Sobre os planos que tem alegadamente em
marcha, a Rússia não revela nenhum pormenor publicamente. No final da cimeira dos BRICS, o
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, frisou que, se
houver tropas norte-coreanas ao lado das russas na Ucrânia, é uma “decisão
soberana” de Moscovo. Esta quarta-feira, o embaixador russo na
Organização das Nações Unidas (ONU), Vassily Nebenzia, rejeitou, contudo,
que houvesse forças de Pyongyang na linha da frente.
▲ A Rússia não revela nenhum pormenor
publicamente, se bem que nunca negue directamente as informações, contrariamente
ao regime norte-coreano, que faz sempre questão de negar o envio de homens AFP/Getty
Images
Se em termos numéricos é certo que serão
cerca de 10 mil soldados norte-coreanos (podendo, no futuro, ser mais), não é claro se serão tropas de elite e bem
treinadas ou simples recrutas. A CNN Internacional sabe que Pyongyang enviou um batalhão de militares
especializados em guerrilha
urbana e operações de infiltração — da Storm Squad [Esquadrão
Tempestade] — não sabendo precisar se vão para Kursk ou para
território ucraniano.
Apesar deste batalhão especializado, a
percepção que os serviços secretos ocidentais e sul-coreanos têm é que as
tropas norte-coreanas não estão prontas para a dura realidade de uma guerra
moderna. Lee Woong-gil, antigo membro das forças de elite norte-coreanas, contou
à Associated Press que muitos são “demasiado jovens” e “não vão entender exactamente
o que significa”: “Apenas vão
considerar que é uma honra serem seleccionados como aqueles que vão para a
Rússia entre os muitos soldados norte-coreanos”.
A tese de que os soldados norte-coreanos
serão apenas “carne para canhão” — uma forma de a Rússia evitar baixas entre as suas tropas — tem
sido divulgada principalmente pela Coreia do Sul. De acordo com o que avançou o líder da oposição sul-coreana Park Sun-won,
as altas patentes militares russas
acreditam que os “soldados norte-coreanos são saudáveis” e estão bem em
termos físicos e psicológicos, mas não “entendem as tácticas de guerra
moderna, como ataques de drones”. O político assinalou ainda que os generais russos esperam “várias
baixas entre os norte-coreanos”.
"Apenas vão considerar que é
uma honra serem selecionados como aqueles que vão para a Rússia entre os muitos
soldados norte-coreanos" Lee
Woong-gil, antigo membro das forças de elite norte-coreanas
A mesma ideia foi transmitida por
Joonkook Hwang, líder da missão da Coreia do Sul na Organização das Nações
Unidas. “Como alvos militares legítimos, vão
acabar como mera carne para canhão”, atirou, acrescentando que o
alegado salário que os militares vão receber (dois mil dólares, cerca de 1.850
euros) vai “acabar no bolso” do líder Kim Jong-un. “O tratamento de
Pyongyang dos seus soldados jovens, do seu próprio povo, nunca será esquecido.”
Para
fazer face às eventuais baixas, a Coreia do Sul adianta que o regime de Kim
Jong-un já isolou as famílias dos
soldados que foram para a Rússia. A morte de alguns militares pode até
incomodar a liderança norte-coreanas, mas existem “várias vantagens” para
Pyongyang, como nota Darcie
Draudt-Véjares, especialista em política coreana no Carnegie Endowment for
International Peace: “É uma oportunidade valiosa para testar as suas
capacidades militares em combates modernos”.
Com mais de 1,3 milhões de soldados em
situação activa, a Coreia do Norte possui, como escreve o New York Times,
o quarto maior exército do mundo. Porém,
devido ao seu isolamento, o regime norte-coreano não consegue medir o quão
prontas estão as suas tropas para lutarem contra potenciais inimigos no
cenário de uma guerra moderna — e o conflito na Ucrânia pode ser uma maneira de
as testar.
"Como alvos militares legítimos, vão acabar como mera carne
para canhão" Líder da missão
da Coreia do Sul na Organização das Nações Unidas sobre soldados
norte-coreanos na Ucrânia
O que recebe a Coreia do Norte em
troca e a possível aliança Ucrânia-Coreia do Sul
Na
óptica da Coreia do Sul, este ‘teste’ que a entrada de tropas norte-coreanas no
conflito entre a Rússia e a Ucrânia pode representar é olhado com inquietude, como frisa
Darcie Draudt-Véjares. A especialista realça que os militares de Pyongyang podem ganhar experiência no campo de
batalha — e isso pode, no futuro, prejudicar a segurança interna
sul-coreana.
Para além do ganho de capacidades militares, Seul alertou a
comunidade internacional que é “muito
provável” que a Coreia do Norte peça à Rússia tecnologia sofisticada para
continuar a desenvolver o seu programa nuclear. De acordo com o que divulgou o
ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, o regime norte-coreano terá pedido informações a Moscovo sobre como
desenvolver os seus mísseis balísticos intercontinentais, submarinos nucleares
e satélites de reconhecimento.
Por tudo isto, Kim Yong-hyun avisou que a probabilidade de
começar uma guerra na península da Coreia aumentou — uma prova que o conflito na Ucrânia já extravasou os limites
geográficos da Europa. Questionado
esta quinta-feira sobre se a Rússia está a ajudar a Coreia do Norte a
desenvolver armas nucleares, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não quis falar: “Não tenho essa informação. É informação
especializada que se deve pedir ao Ministério da Defesa”.
▲ Kim
Yong-hyun avisou que a probabilidade de começar uma guerra na península da
Coreia aumentou AFP via Getty Images
No entanto, o responsável pela
comunicação de Vladimir Putin reiterou que a
Rússia continua “comprometida” ao acordo de assistência militar mútua entre os
dois países, assinado em meados de junho. “Mantemo-nos comprometidos aos nossos
interesses e a desenvolver relações com os nossos vizinhos. Isto não deve
preocupar ninguém”, prosseguiu Dmitry Peskov, acrescentando que é um “direito
soberano da Rússia e da Coreia do Norte desenvolver relações com Estados
vizinhos”.
Esta sexta-feira, dia 1, a ministra
dos Negócios Estrangeiros norte-coreana, Choe Son Hui, no início de uma
reunião em Moscovo com o homólogo russo, Sergei Lavrov, disse mesmo que a Coreia do Norte estará ao lado da Rússia até à
“vitória” na Ucrânia. “Não há
dúvida de que, sob a sábia liderança do eminente Presidente russo, Vladimir
Putin, o exército e o povo russos alcançarão uma grande vitória”, afirmou Choe
Son Hui, segundo uma tradução russa das suas observações, durante uma reunião
com Lavrov.
“Foram estabelecidos contactos muito estreitos entre os serviços militares e de
segurança dos dois países. Isto permite resolver questões importantes para a
segurança dos nossos cidadãos e dos vossos”, respondeu-lhe, o chefe da
diplomacia russa, confirmando implicitamente aquilo que vem sido dito.
Face
ao risco do aprofundamento de relações entre Moscovo e Pyongyang, Seul
está a ponderar enviar alguns especialistas militares para ajudar a Ucrânia a
preparar-se para se defender das tropas norte-coreanas. Ao mesmo tempo, o
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem feito vários apelos à Coreia do
Sul, para que o país envie armas e ajude Kiev na linha da frente.
Ainda que se tenha posicionado a favor da Ucrânia na guerra
desencadeada pela Rússia, a Coreia do Sul nunca enviou armamento à Ucrânia. Mas
as autoridades de Seul já admitiram que “não vão ficar paradas” ao ver tropas
inimigas no campo de batalha — e ponderam agir. Por causa disso, Volodymyr
Zelensky enviará um
pedido de armamento aos sul-coreanos, ainda que não tenha garantida luz verde.
▲ Zelensky
faz pressão junto à Coreia do Sul e ao Ocidente para enviar armamento para a
Ucrânia OLIVIER HOSLET/EPA
Simultaneamente, Volodymyr
Zelensky também tem feito pressão junto
ao Ocidente, criticando que os países ocidentais não tenham
fornecido “nada” à Ucrânia para ajudar as suas tropas a combater os soldados
norte-coreanos. “Putin está
a avaliar a reacção do Ocidente. Acredito que depois de todas as reações, Putin
vai aumentar o contingente”, lamentou, atirando contra a falta de reacção
ocidental.
A NATO, a União Europeia e os Estados Unidos têm criticado
duramente a entrada em cena de soldados norte-coreanos, mas ainda não
tomaram nenhuma iniciativa concreta para reforçar o esforço de guerra
ucraniano. Washington insiste apenas que as tropas de Kim Jong-un serão um
“alvo legítimo” no campo de batalha e tem apelado a que Pyongyang volte atrás
com a decisão.
É improvável que a Coreia do Norte
ceda à pressão, devido às vantagens que pode obter na participação nesta
guerra. Mas há um país que pode ter uma palavra a
dizer: a China. De
forma privada, os Estados Unidos estão a comunicar com Pequim para que tente
travar que as tropas de Pyongyang entrem em combates contra os ucranianos. O
motivo? Pequim tem sido, ao longo das últimas décadas, o grande aliado do
regime de Kim Jong-un — e teme, segundo escreve o New York Times, perder
a sua influência sob o país para Moscovo.
▲ China
poderá querer que Coreia do Norte não fique sob influência da Rússia Gamma-Rapho
via Getty Images
O conflito que esteve durante dois
anos e meio centrado principalmente no leste da Ucrânia pode ganhar agora
uma dimensão ainda mais global com o surgimento de novos
protagonistas. Para além de já ser uma guerra implícita entre democracias e
autocracias, a entrada da Coreia do Norte pode gerar implicações em todo o
mundo, em particular no paralelo 38. O Presidente ucraniano já deixou mesmo um
preocupante aviso: as tropas norte-coreanas na Europa podem
representar o “primeiro passo para uma guerra global”.
GUERRA NA
UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA MUNDO RÚSSIA COREIA DO
NORTE COREIA DO SUL
COMENTÁRIOS (de 8)
Alberico Cureano (aka O Crimin0so
Mental): As tropas
norte coreanas estão mal preparadas e vão ser carne para canhão! Pelos menos
estão muito mais bem treinadas que as reservas que o Zelensky envia para a
frente de batalha, muitos com apenas alguma semanas de treino. Já agora isto
está documentado pelos próprios ukranni. Jorge
Pereira: QUE VEXAME QUE VERGONHA PARA PUTIN: ajoelhado perante a coreia-do-norte a
implorar por ajuda para se salvar porque a rússia não o consegue fazer sozinha Alberico Cureano
(aka O Crimin0so Mental): Storm Squad [Esquadrão Tempestade] / esta e a qualidade de
jornalistas que temos que nem sequer sabem o que são storm troops. Que kambada
de inúteis!!! Rui
Pessoa: Muito provavelmente o que poderá acontecer é um conflito Coreia do
Norte/Coreia do Sul fora das suas fronteiras geográficas, mediante o apoio
logístico ou outro, desta última bento guerra: Quando eles entrarem na
Ucrânia avisem, não mintam!
joaquim Pocinho: Para quando uma visita do Guterres à Coreia do Norte?
Temos de manter canais abertos, não é sr chamberlein, desculpe, Guterres? Jorge
Pereira > joaquim Pocinho: O kuterrov já suplicou várias
vezes. O coreano é que nem sequer lhe liga o suficiente para lhe responder já uiros
Ueramos: “A NATO, a União Europeia e os
Estados Unidos (ocidente) têm criticado veementemente a introdução de soldados
norte-coreanos no conflito”, mas ainda não implementaram nenhuma medida
concreta para intensificar o apoio ao esforço de guerra ucraniano. Isto é
incrível…. Na prática, os russos obtêm um reforço significativo de
tropas (12000 a 15000 segundo outras fontes), sem comprometer o próprio sangue
russo, que é uma vantagem considerável em termos estratégicos e tácticos.
Enquanto isso, a "guerra psicológica" russa sobre o Ocidente
persiste, apesar da superioridade militar e tecnológica ocidental. Contudo,
a Ucrânia permanece condicionada a lutar com recursos limitados, como se
enfrentasse o conflito com uma “mão atada”. Esta situação levanta questões sobre como a Rússia
consegue exercer influência sobre a comunicação social europeia e americana,
instigando medo e incerteza nas populações ocidentais. A estratégia russa de desinformação e operações psicológicas parece ter
encontrado terreno fértil. aproveitando-se de vulnerabilidades na sociedade
ocidental. Basta assistir a alguns canais de televisão para perceber o quão
alarmante é ver generais portugueses na reserva elogiando quase ao nível da
invencibilidade e defendendo abertamente as acções russas. O nível
de infiltração russa nas Forças Armadas portuguesas deveria motivar uma
investigação aprofundada por parte do Serviço de Informações de Segurança
(SIS), dado o risco significativo de espionagem e influência russa no país. Como
a Rússia influencia a comunicação social ocidental para incutir medo e terror?
A Rússia utiliza várias estratégias para influenciar a percepção pública e
amplificar a sua narrativa: Desinformação coordenada: Através de campanhas de
desinformação e da proliferação de notícias falsas, a Rússia consegue manipular
as narrativas globais sobre o conflito. Exploração de divisões
internas: A Rússia investe na identificação e exploração de
divisões sociais, políticas e económicas dentro dos países ocidentais. Essas divisões criam um
terreno propício para que as narrativas de medo e incerteza ganhem força,
fomentando desconfiança e oposição interna em relação ao apoio à Ucrânia. Manipulação
de percepções de ameaça nuclear: A retórica nuclear russa e a ameaça implícita de
escalada continua a ser usada para intimidar, explora a sensibilidade do
Ocidente a este tema e cria uma enorme pressão pública para evitar qualquer
envolvimento directo. Essas tácticas refletem um modelo sofisticado
de guerra híbrida, onde o objetivo não é somente vencer no campo de batalha,
mas também desgastar psicologicamente os adversários, influenciando a opinião
pública ocidental a restringir o apoio à Ucrânia. Enfim o conflito não tem
fim a vista enquanto o ocidente não se capacitar que tem mesmo que intervir sem
reservas, na 2ª guerra mundial os americanos demoram quase 3 anos. Na
altura com um aumento massivo em recursos materiais, tecnológicos e humanos
para os Aliados, mudou o curso do conflito a partir de 1942. De que estão a
espera agora?
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