segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Mudou o discurso

 

Dantes dizia-se: -“Deixem-se de peneiras”. Hoje o discurso é outro: “Deixem-se de medos”.

Será por falta da tropa que o medo impera?

O plebiscito

Nas próximas eleições Portugal não vai escolher diferentes programas de governo. Vai sim participar num plebiscito sobre o lugar do Chega no regime.

HELENA MATOS Colunista do Observador

OBSERVADOR, 04 fev. 2024, 08:2056

Todos os dias temos mais um facto que, garantem-nos, só vai beneficiar o Chega.

O de hoje é o adiamento do Famalicão–Sporting. Dos 15 agentes destacados para fazerem gratificados neste jogo apenas três compareceram ao serviço. Os restantes doze agentes estão de baixa médica. O jogo foi cancelado. Do lado do Governo o caso está ser lido como uma “insubordinação gravíssima” das forças de segurança e as forças de segurança lembram que no próximo dia 10 de Março podem não conseguir assegurar o dispositivo de segurança inerente às eleições…

Até à hora a que escrevo este é o último facto que só vai beneficiar o Chega. Amanhã ou quiçá ainda hoje outro surgirá. Os agricultores manifestam-se? Isso vai beneficiar o Chega! Membros do Governo da Madeira estão a ser investigados por corrupção? Isso vai beneficiar o Chega!… Não tarda que o simples acto de respirar beneficie o Chega!

O que nunca se pergunta é porque vai o benefício para o Chega? A resposta parece-me óbvia: porque a esquerda precisa que seja assim e sobretudo porque a direita deixou que fosse assim. Mais, a direita trabalhou activamente para que esteja a ser assim.

O falhanço dos regimes comunistas e de todas as experiências de “democracias avançadas” levaram a esquerda a ressuscitar o imaginário do antifascismo, do antinazismo, do anticolonialismo… que lhe permite criar arrebatados frentismos sem ter de se alongar nos seus programas para lá das promessas de saque fiscal.

O que sim, é novidade, é a forma como o centro e a direita aceitaram e aceitam restringir a sua intervenção política às áreas que a esquerda lhes reservou. Nos anos 50 e 60 do século passado o centro e a direita não defendiam a luta de classes mas não foi por isso que se abstiveram de pensar esses assuntos e defender programas políticos sobre a melhoria de vida das classes trabalhadoras (programas esses aliás muito melhor sucedidos que os dos  defensores da luta de classes). Ora hoje não acontece nada de semelhante: criou-se à direita um tabu sobre assuntos como a segurança, os direitos das mulheres (sim, das mulheres que neste momento estão a ser apagadas pelo activismo trans), a imigração…

Quando estes se tornaram as preocupações significativas duma parte crescente da população, nem a direita nem o centro estiveram lá para ouvir essa população falar daquilo que a preocupa. O resultado só podia ser o que estamos a viver: a direita acabou sem discurso quando mais precisava dele. Receosa das palavras e inibida de pensamento, a direita retirou-se desses temas e deixou o campo livre à sua esquerda e, o que é mais relevante neste momento, também à sua direita. Não apenas, nem tanto, para combater a esquerda mas também e sobretudo para não se desagregar em partidos de protesto.

O centro e a direita só se podem queixar de si mesmos. Porque estiveram mais preocupados em responder ao eleitorado de esquerda do que ao seu próprio eleitorado e porque subestimaram a inteligência táctica do PS e a capacidade política de André Ventura.

Agora Inês é morta. Nas próximas legislativas Portugal não vai escolher diferentes programas de governo. Nem sequer o que distingue um governo PS de um governo PSD ou AD. Vai sim participar num plebiscito sobre o lugar do Chega.

PS. O adiamento do jogo Famalicão–Sporting veio chamar a atenção para o policiamento em Portugal. É preciso ter em conta que a maior parte dos polícias que vemos na rua não estão a fazer policiamento determinado pelas suas hierarquias mas sim a serem pagos por privados para garantirem a segurança de lojas, edifícios ou eventos. Ou seja, estão a fazer gratificados.

Não defendendo eu que se acabe com os gratificados, parece-me que se está a abusar largamente deste recurso. Porque ganham mal, os agentes da PSP e da GNR fazem serviços gratificados. Porque os polícias acrescentam os ordenados fazendo serviços gratificados, o governo não lhes tem valorizado as carreiras nem investido em meios para que possam fazer policiamento. Porque há falta de policiamento e insegurança crescente em algumas zonas, os privados recorrem aos serviços gratificados (que nem são tão caros quanto se possa pensar) para locais tão prosaicos quanto supermercados ou farmácias. Como vem aí uma campanha eleitoral talvez fosse interessante saber o que pensam os diferentes partidos sobre o peso dos gratificados na remuneração mensal dos agentes e na nossa falsa sensação de segurança.

PARTIDO CHEGA    POLÍTICA    GOVERNO    ELEIÇÕES

COMENTÁRIOS (de 69):

Paulo J Silva: A HM fala direita que tem vindo a ser representada pelo PSD e pelo CDS. Mas a direita não se limita à representação desses partidos. A direita (ou as direitas) é muito mais pois abrange várias doutrinas ideológicas mas que têm um padrão comum num posicionamento conservador por oposição aos progressistas.

Quando o PSD e CDS deixaram de dar voz à direita, que ao contrário desses partidos evoluiu em Portugal e emancipou-se, ficou um vazio por preencher. O Chega é a resposta a esse vazio. Não é origem mas consequência. Era inevitável. Se não fosse o AV surgiria outro. O Chega vai continuar a crescer na medida em que souber ser o agregador das direitas.  Portanto cara HM não confunda o PSD e o CDS com o espaço da direita. Os portugueses são, na sua maioria, conservadores. O Chega tem dado voz à direita que se sente representada. Se o Chega se mantiver fiel aos valores conservadores com os quais, repito, a maioria dos portugueses se identifica, então a prazo vamos ter uma maioria absoluta no parlamento deste partido. A 10 de março o que votamos é se vamos permitir que o regime continue como está ou se damos o sinal de que é tempo de mudar de rumo.          Maria Tubucci: Excelente HM. O PS para evitar ser escrutinado, criou uma linguagem própria, tudo o que seja à direita do PS é extrema-direita, tudo o que seja debater ideias é o discurso do ódio. Assim, só o PS tem o discurso do bem, só PS decide o que se deve dizer, escrever e pensar, ou seja, só o PS cuida dos portugueses. O PS está acima de tudo e pode fazer tudo, não há consequências, pois considera-se o dono do estado. Com isto condicionou um PSD que se deixou condicionar, não fazendo oposição nem escrutinando o PS, enleando-se em linhas vermelhas, não defendendo os seus para agradar à esquerda, ou seja, limitou a liberdade ao PSD, o CH é uma consequência disso. A teoria do papão que o PS utilizou em 2022 só funcionou à esquerda, à direita a votação aumentou, mas ficou mais dividida. Agora o PS tenta tudo para que esta fique dividida, até criou o chavão de “Votar CH é votar PS”, que alguns militantes do PSD, condicionados do PS, repetem. Acéfalos. O PS cada vez que abre a boca para: ridicularizar, menorizar, insultar e culpar os votantes no CH pelo mal que o PS vem fazendo aos portugueses, são milhares de votos que o CH recebe. O PS faz campanha pelo CH! Após 10 de Março, veremos se é o povo quem mais ordena ou se o PSD decide que é o PS quem mais ordena...                    João Floriano: Excelente reflexão. Esta campanha é muito diferente das que tivemos anteriormente. Há um partido que é diabolizado, considerado a origem de todos os males tanto pela esquerda como pela direita. O grande problema é que uma parte muito significativa do eleitorado tem uma opinião muito diferente e no meio de tantas divisões, de tantos afastamentos da classe política e dos leitores, este parece ser o maior de todos e  a subversão da democracia. Os portugueses perderam  a vergonha, a paciência e o medo. Esquerda e Direita (a direita politicamente correcta, a que não serve absolutamente para nada a não ser para ser humilhada pela esquerda e querer agradar-lhe  como se tal fosse possível), convergem e concordam no repúdio, no ataque ao CHEGA. Tem-se tentado muitas vezes estabelecer comparações entre o Partido Renovador Democrático fundado por Ramalho Eanes em 1985 e que depois de algum sucesso inicial, desapareceu de cena. Esperançados os nossos políticos esperam que aconteça o mesmo em 2024. O tempo na política portuguesa não passa do mesmo modo que para todos nós. O baú das velharias guardado no sótão da nossa História política, é revisitado e aberto na altura das eleições e vê-se o que pode ser recuperado mesmo que cheire a mofo, roído pelas traças e pelas baratas. Desta vez foi a AD e o PRD. As condições são muito diferentes. Em 1985 o PSD entra no seu período mais produtivo com Cavaco Silva. Hoje o PSD mete dó e em vez de um líder forte, convincente, bom estratega, tem na liderança um homem simpático, bem educado, muito irregular nas suas intervenções, mas que não entusiasma  e continua a pensar que vai ganhar as eleições contra Pedro Nuno Santos e que o PS lhe vai apoiar um governo minoritário e que não vai precisar dos cerca de 20% do CHEGA. A AD não levanta voo nas intenções de voto porque esta estratégia não é credível de modo algum. Do mesmo modo que não faz qualquer sentido Montenegro pensar que vai continuar na liderança do PSD se perder a parada. Entretanto o problema com a polícia e a GNR a está assumir proporções assustadoras. Eis um exemplo de como os maiores furacões começam com uma agradável brisa suave. O protesto foi iniciado por um solitário e foi crescendo, crescendo até assumir as proporções que conhecemos. E não há solução à vista porque se vai lançando gasolina na fogueira e os polícias estão cada vez mais irritados, teimosos, convencidos da sua razão e o movimento já é demasiado vasto para se deixarem convencer pelas falinhas mansas do MAI. Durante todos estes anos a esquerda foi acumulando problemas sem resolução, sem reformas, empurrando com  a barriga, varrendo para debaixo do tapete. Agora o tapete já é demasiado pequeno para tanta sujeira, já não consegue tapar o lixo. E de quem é a culpa? Do CHEGA pois claro! A questão dos gratificados deve ser discutida sem dúvida porque é uma tradição que vem de longe e que não beneficia nem o policial que vê o seu rendimento dependente de gratificados ou o contribuinte que já paga com os impostos obrados pelo estado.  Espero que durante o debates alguém pergunte a PNS o que se passa com o IMI da sua casa  de Montemor-o-Novo. Há ali um erro qualquer de avaliação que precisa de ser corrigido.  Estou farto de pagar IMI´s para que outros possam beneficiar não pagando como é o caso do PCP ou então pagando quantias irrisórias como PNS e Albuquerque na Madeira.                  Filipe Paes de Vasconcellos: Tem toda a razão. Não me canso de dizer que enquanto a direita estiver mais preocupada com o que a esquerda diz dela, do que com o que ela tem a dizer ao país, a direita andará sempre de quatro perante a esquerda.                 Rosa Lourenço > Maria Tubucci: O PS quer impor um partido único na Democracia nacional!?! Onde está o debate de ideias? Onde fica a tolerância? Para onde foi a IGUALDADE? Todos são livres de defender as ideias do PS... fácil de entender. Os outros? Quais outros? Alguém se atreve a ser diferente? Não há esse direito...a CRP76 deve ter sido alterada por normas invisíveis, talvez inspiradas pela IA para quem os eleitores não têm qualquer importância! Só o PS é importante!!! unknown unknown > Paulo J Silva: Também concordo que paira no ar a sensação de mudança de regime! Os partidos do sistema não conseguem propor uma reforma do sistema partidário, os cidadãos sentem que não são representados pelos deputados escolhidos pelo directório partidário, logo vão votar noutras soluções enquanto não há melhor alternativa.                Maria Luthgarda > João Ramos: Esta gente é maluca. Andou a diabolizar o Chega atribuindo-lhe todas as malfeitorias de que se lembrou, e a direita embarcou alegremente com receio de perder eleitores. Resultado: o feitiço virou-se contra o feiticeiro e agora estão cheios de medo porque, segundo as sondagens - que valem o que valem, como sabemos - o partido que queriam crucificar irá atrair faixas do eleitorado da direita à esquerda.              Francisco Ribeiro: A comemorar os 50 anos do 25 de Abril: Saúde em ruptura  Educação em ruptura  Forças de Segurança em ruptura  Há meses que a escadaria da Assembleia da República está cercada com baias de segurança …  É o que temos para apresentar            Amigo do Camolas: O melhor elogio que se pode fazer a Helena Matos, é que HM pode falar com propriedade, porque nunca entrou na narrativa lunática do rebanho.  Quando comentadores falam ou colunistas escrevem sobre o perigo da extrema-direita, estão a falar ou a escrever sobre si mesmos. Por isso é que existem poucos colunistas a escrever sobre o Chega, mas muitos colunistas a escrever sobre aqueles que escrevem sobre o Chega. Mas não é isso que importa.“A corrupção só alimenta a extrema-direita”, "O jogo do Famalicão Sporting adiado por falta de efetivos só alimenta o Chega", "O Porto empatar com o Rio Ave só beneficia o Chega". E hoje o Benfica, de uma maneira ou outra também irá beneficiar o Chega. Narrativas como essas não são incomuns. A corrupção denunciada todos os dias no estado já foi uma forma de fazer justiça na praça pública. Também já foi uma perseguição da justiça à classe política - e ao partido socialista em particular. Como também já foi o alimento da extrema-esquerda e até da comunicação social como o CM e do Observador. As histórias de corrupção no estado centraram-se mais em quem a denuncia do que em quem se beneficia dela materialmente.   Escrever ou falar sobre o perigo da extrema-direita é uma forma segura de manter o seu espaço na comunicação social sem precisar de trabalhar. Uma dinâmica que muitos paneleiros, depois de uma vida inteira a opinar em meios de comunicação social públicas, compreende muito bem. E essa é outra maneira de dizer que os colunistas que escrevem ou os paneleiros que falam sobre o perigo que é a extrema-direita para a nossa democracia estão, na verdade, a escrever e a falar sobre si mesmos.                 José B Dias > Pedra Nussapato: Como os factos se têm encarregado de provar, o número de corruptos e ladrões entre a classe política portuguesa é extremamente significativo. Não serão eventualmente todos, mas são declaradamente imensos ... Portugal cresce acima da média europeia por ter caído acima da média europeia e por partir de uma muito menor base. Se o meu caro ganhar 100 e for aumentado 10 e eu ganhar 200 e for aumentado em 19, o caro Pedra - aqui representando o Portugal financeiramente iletrado - teve o salário a crescer mais que o meu - que aqui estou a representar a "média europeia" - mas se for verificar, a diferença nos rendimentos até cresceu... A dívida que ficou abaixo dos 100% - do PIB que abaixo e acima se referem sempre a um referencial de comparação, e as percentagens nada representam,  se não em relação a algo (mais um pouco de iliteracia) - não foi a "externa" mas antes a Dívida Pública. Acresce que a redução apenas ocorre na percentagem, ou seja na comparação com o PIB, sendo que o valor da Dívida Pública nunca parou de crescer nos últimos anos. Para melhor compreender, imagine que ganhava os tais 100 e devia 105 - a sua dívida era pois de 105% do seu rendimento - entretanto com a inflação passou a ganhar 110 e a sua dívida cresceu para 109 - imagino que irá convidar a família para jantar comemorativo da descida da sua dívida para 99% do seu actual rendimento inflaccionado... Quanto ao crescimento do PIB com base no consumo privado, sugiro leia com atenção e reflicta sobre a resposta do Afonso Soares ... Pode citar os dados oficiais que quiser - é muito fácil e até comum estes serem "massajados" mediante a reclassificação dos crimes ... - mas não deveria esquecer que o sentimento é tal que muitos dos lesados nem se dão já ao trabalho de apresentar queixa. E sem queixa não há registo nos "dados oficiais! Sugiro que saia à rua, visite algumas zonas depois de o Sol se pôr - noutras nem tal será necessário... - e depois compare a experiência com a narrativa dos "dados e relatórios ou observatórios" ... Não sei se é ignorância, se imaturidade, se desconhecimento. Mas caso não seja só propaganda da mais básica e vazia, o meu caro é alguém muito, mas mesmo muito mal informado sobre o que o rodeia!!!                  João Ramos: Certíssimo HM, até que enfim que alguém diz o óbvio, a direita em Portugal tem sido tudo menos inteligente, deixou-se manietar pela esquerda de forma ridícula e por um medo ainda mais ridículo, o centro direita está infectado por complexados de esquerda que se julgam muito inteligentes e que pululam no PSD e no CDS, já para não falar da IL que não se sabe bem o que é, penso que será mais um partido falhado por parte dos liberais, o resultado tem sido um desastre, o refúgio de toda essa gente desiludida tem sido o Chega!!!                 Joaquim Almeida: Excelente HM. Esse é ponto  - uma direita que não sustenta hoje a batalha política porque não sustentou ontem  a  indispensável  batalha  ideológico-cultural. Nem ontem nem hoje : galinhas hipnotizadas por linhas vermelhas...               Carlos Quartel > Pedra Nussapato: As coisas são consequências umas das outras. A narrativa do Chega cresceu porque tem terreno fértil na péssima governação PS, com serviços públicos de rastos, hospitais e escolas em crise permanente, com o problema da habitação desprezado e deixado à especulação, sem um projecto definido para o país, que não sejam cozinheiros e camas de hotel, a barbaridade da TAP e o desperdício do TGV Lisboa/Porto, abandonando a saída para a Europa, nomeadamente nas mercadorias servidas pelos portos. Não há grandeza, não se vê futuro, terreno bom para demagogos.              F. Mendes: Apesar de estar de acordo com grande parte do artigo, discordo da redução das próximas eleições a um mero plebiscito ao futuro lugar e papel do CH. Também é, mas é mais do que isso: é um teste à clarividência e resposta do eleitorado quanto à punição da nocividade do PS nas nossas vidas. Ou seja, teremos que ver se os socialistas levam, ou não, uma tareia eleitoral; que seria inevitável num país civilizado e com gente minimamente informada. Convém lembrar que, com os socialistas, passámos do pântano (em 2002) à bancarrota (2011), chegando agora ao estado de um regime que me parece em estado terminal. Esperemos que o PSD perca o medo de esfregar estes factos nos focinhos dos socialistas. Se assim não for, o Ventura agradecerá. E, a 10 de Março, haverá azia nas hostes laranja.        Por8175: A "direita" que temos padece de um enorme complexo de esquerda, e professa o chamado "socialismo de rosto humano". Não se deixem enganar: o "socialismo de rosto humano" não deixa de ser socialismo, o tal que não quer que deixem de existir pobres e que só vai sobreviver enquanto durar o dinheiro dos outros. Eu não quero este regime para os meus filhos nem para os meus netos - oxalá eles também não queiram!

João Floriano > Paulo J Silva: Concordo totalmente com o seu comentário. Não me lembro de umas eleições tão especiais  como as que vão ocorrer a 10 de março e qualquer que seja o resultado vai ocorrer uma verdadeira convulsão tanto à esquerda como à direita. Se a votação no CHEGA for impactante como esperado, é o fim da direita fofinha. A AD deve pensar muito bem no que significa impedir um governo de direita por teimosia, cegueira, má estratégia, preconceito, abrindo assim caminho para  um governo de extrema-esquerda. Por sua vez quer ganhe e sobretudo se perder, a esquerda vai-se tornar muito mais dura nos seus ataques e perseguições. Mais um grande legado de António Costa! Discordo apenas do termo «progressista» usado para adjectivar as forças de esquerda. Mas não é de modo algum da sua responsabilidade porque a divisão entre conservadores (maus, fascistas, retrógrados....)  e progressistas (superiores, bondosos, justos.......), divisão essa profusamente disseminada pela CS, convém à propaganda da esquerda, faz parte do mesmo discurso velho de décadas.                 Afonso Soares > Pedra Nussapato: As estatísticas cada um fá-las como quer. Há muita maneira de as pintar. Consumo à custa de crédito? Não obrigado. Consumo com mais rendimento disponível? Sim. O resto é tudo treta. Então vivemos bem com salário mínimo de 820.00€? Certamente não  será o seu caso.              Joao Macedo: Penso que nem Helena Matos quer aceitar que o Chega faz parte da Direita, Extrema para alguns. A Comunicação Social e os Partidos é que impingem a ideia de Esquerda, Direita e Chega. Quando colocarem o Chega na Direita, acabou a conversa e esperemos pelo resultado das eleições.         

António Sennfelt: Pobre Centro/Direita! Tão inocente e tão pouco perspicaz que engoliu até à última gota o embuste do pensamento dito politicamente correcto - subtil veneno destilado pela Esquerda neo-marxista - e agora, por sua exclusiva culpa, esperneia impotente nas vascas da agonia. Haverá algum heróico iluminado que ainda a salve?                Eduardo: Está a acontecer em todo o lado. Os governantes tradicionais (PS, PSD) agem como se tivessem responsabilidade sobre o mundo em vez de sobre as suas populações; o exemplo mais concreto é a preocupação que têm com os imigrantes, em detrimento da qualidade de vida dos seus concidadãos. Perdem-se em ser politicamente correctos, para não se desviarem das narrativas oficiais que só eles acham correctas - transgénero, aquecimento global, diferentes guerras, covid e outras - e entregam-se ao controlo das grandes elites mundiais - Rockfellers, Vanguards, Gates, WEF, OMS, etc. Andamos de patranha em patranha. As pessoas começam a acordar e estão fartas disto. Como dito em baixo, partidos como o Chega surgem quase naturalmente para dar corpo e voz a essa frustração que se vai apoderando das populações. Mas os políticos tradicionais, como estão completamente desligados da realidade, reagem chamando-os de 'extremistas'. O exemplo actual alemão é o mais paradigmático.              madalena colaço: Partilho a sua análise de como a direita e o centro se deixaram condicionar pela esquerda. Como refere, há assuntos tabu que a direita não ousa abordar, como a imigração. Quando a Inglaterra deixou a Europa, semanas após o Brexit, as nossas televisões revelavam os efeitos nefastos dessa decisão. Reportagens sobre centenas de camiões parados, conduzidos na sua maioria por estrangeiros, estavam agora sem condutores, que tinham regressado aos seus países. Em muitas cidades e vilas, víamos as prateleiras vazias dos supermercados e a Europa tomava consciência de uma mão de obra necessária para o país funcionar. Mas o que se passou a seguir não interessou nenhum jornalista. As empresas de camionagem passaram a pagar um bom salário e os ingleses voltaram a conduzir os camiões. Quando mais oiço os empresários portugueses dizerem que precisam de mais imigrantes, ninguém se indigna com os baixos salários que esta população está disposta a receber.                   Sérgio Cruz: Amanhã vai começar a ser negociado nos Açores um governo à direita, naturalmente com o CHEGA. A 10 de Março, com a presumível vitória do PS (como é possível...!!!), o PS2, o CHEGA e a IL, vão formar um novo governo.  Montenegro vai ter de sair (caiu na esparrela da esquerda, não é não!) e, com outro líder (Passos ou Moedas), vamos finalmente ter um governo que olhe para as pessoas sem se servir das pessoas. ……………………………………………………

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