quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Uma sigla e uma infiltração


A sigla: UNRWA :“Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos”

A infiltração: pelo HAMAS, nos representantes dessa Agência das Nações Unidas.

E a forma capciosa – facciosa - da narrativa segundo a Agência Lusa, que dá a entender que os maus são mesmo os israelitas, as vítimas os palestinianos, com o HAMAS à mistura.


A guerra CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

Netanyahu diz que UNRWA está "totalmente infiltrada" pelo Hamas

Netanyahu disse aos embaixadores da ONU a UNRWA foi "totalmente infiltrada" pelo Hamas, reconhecendo serem necessárias "outras agências", e adiantou que plano para recuperar reféns "está a ser feito".

AGÊNCIA LUSA: Texto

OBSERVADOR, 31 jan. 2024, 23:15 3 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse esta quarta-feira aos embaixadores da ONU em Jerusalém que a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) foi “totalmente infiltrada” pelo movimento islamita palestiniano Hamas.

 A UNRWA está totalmente infiltrada pelo Hamas, [e] precisamos de outras agências das Nações Unidas e de outras organizações humanitárias” em seu lugar, afirmou Netanyahu, numa altura em que a agência está a ser posta em causa por Israel pelo alegado envolvimento de alguns dos seus funcionários no atentado de 7 de outubro, o que desencadeou a suspensão do seu financiamento por alguns dos principais países doadores.

O chefe do executivo israelita assegurou esta quarta-feira aos familiares dos mais de 100 reféns que continuam em poder do Hamas na Faixa de Gaza que está a ser preparado um plano para resgatá-los, no meio de intensas negociações para um novo cessar-fogo na guerra.

“Ainda é demasiado cedo para dizer como será, o plano está a ser feito neste mesmo momento”, disse Netanyahu a 26 representantes de 18 famílias, numa reunião realizada em Jerusalém, segundo um comunicado do seu gabinete.

“Estamos a fazer tudo o que é possível” para resgatar os reféns, garantiu o primeiro-ministro, escusando-se a fornecer pormenores sobre um eventual acordo com o Hamas.

“Quanto mais discreta for [a negociação], maiores são as hipóteses de êxito”, argumentou, asseverando que a sua vontade de recuperar os reféns é “genuína”.

Desesperados, os familiares dos reféns têm realizado manifestações cada vez mais maciças em Telavive, Jerusalém e outras cidades israelitas para pressionar Netanyahu a ceder às exigências do Hamas, para conseguir a libertação dos seus entes queridos.

Nas últimas semanas, o Hamas declarou-se disposto a libertar os reféns em troca de um cessar-fogo definitivo, o que Netanyahu tem veementemente rejeitado, por defender que a guerra deve continuar até que o grupo islamita seja “eliminado”.

No entanto, o Qatar, o Egito e os Estados Unidos, que estão a servir de mediadores na guerra entre Israel e o Hamas, estão a negociar uma nova trégua semelhante à realizada durante uma semana no final de novembro, que permitiu a libertação de 105 reféns em troca da libertação de 240 palestinianos (mulheres e menores) detidos nas prisões israelitas.

O Hamas — que exige a retirada total das tropas israelitas de Gaza — está actualmente a analisar um projecto de acordo proposto pelo Qatar que inclui a libertação de 35 reféns civis em troca de um cessar-fogo total durante 45 dias, a libertação de cerca de 100 prisioneiros palestinianos por cada refém libertado e um aumento da ajuda humanitária para a devastada Faixa de Gaza.

Numa segunda fase, seriam libertados os reféns militares e, numa terceira, seriam recuperados os cadáveres dos reféns que morreram em cativeiro.

No entanto, o ministro da Segurança israelita, o extremista antiárabe Itamar Ben Gvir, avisou esta quarta-feira que não aceitará um acordo que implique a libertação de milhares de prisioneiros palestinianos ou que “ponha em perigo a segurança de Israel”.

Por seu lado, o ex-primeiro-ministro e líder da oposição israelita, Yair Lapid, disse ao Canal 12 que o seu partido está disposto a juntar-se ao governo de Netanyahu “para substituir” os partidos ultranacionalistas Poder Judaico, de Ben Gvir, e Sionismo Religioso, do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, para garantir a libertação dos reféns.

Tanto Ben Gvir como Smotrich protagonizaram polémicas devido ao seu discurso de extrema-direita e contra a população palestiniana, que querem fora da Faixa de Gaza.

O Hamas fez também cerca de 250 reféns, 132 dos quais permanecem em cativeiro e 29 estão presumivelmente mortos, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Entretanto, centenas de israelitas descontentes com o fornecimento de ajuda humanitária a Gaza protestam diariamente no posto fronteiriço de Kerem Shalom, tentando impedir a passagem dos camiões.

Várias dezenas destes manifestantes foram esta quarta-feira detidos durante confrontos, segundo a imprensa local, que indicou terem entrado por aquele posto 120 veículos com ajuda humanitária ao longo do dia.

CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO     MUNDO     ISRAEL     MÉDIO ORIENTE     PALESTINA     NAÇÕES UNIDAS    BENJAMIN NETANYAHU

Fernando SILVA: Entretanto, centenas de israelitas descontentes com o fornecimento de ajuda humanitária a Gaza protestam diariamente no posto fronteiriço de Kerem Shalom, tentando impedir a passagem dos camiões. Várias dezenas destes manifestantes foram esta quarta-feira detidos durante confrontos,  A Lusa deveria informar que estes manifestantes, nos quais se incluem familiares dos reféns detidos em Gaza, protestam pelo facto de estar a ser fornecida ajuda humanitária, que inclui medicamentos, ao mesmo tempo que os reféns israelitas continuam sem acesso a medicamentos e sem assistência médica adequadaO facto de estes manifestantes serem confrontados pela polícia israelita e de alguns deles acabarem por ser detidos, é mais uma demonstração da vontade das autoridades israelitas não se oporem nem dificultarem a ajuda humanitária para a população de Gaza. A lusa também poderia ter acrescentado que, do lado palestiniano da fronteira, há também movimentações da população palestiniana no sentido de procurar obter no local alguns dos bens transportados pelos camiões por se saber que o Hamas controla o encaminhamento e a distribuição da ajuda, ficando à partida com uma parte dela para as suas próprias necessidades e privilegiando os seus apaniguados na restante. Há inclusivamente notícias e imagens de protestos populares que foram seriamente reprimidos pelos homens do Hamas. Não é por acaso que, como mostram as imagens captadas justo à fronteira, os camiões sejam imediatamente escoltados por homens armados do Hamas. É preciso explicar que a insuficiência da ajuda não resulta de obstáculos criados por Israel. Antes pelo contrário, Israel tem sempre garantido uma capacidade excedentária de fiscalização dos camiões que entram em Gaza. O problema vem à partida das organizações internacionais de ajuda que não conseguem encaminhar mais camiões. E vem adicionalmente do facto da ajuda que entra em Gaza ser em grande parte controlada e captada pelo Hamas e pelas organizações por ele controladas (incluindo a UNRWA, e não apenas). Mas claro, a Lusa omite tudo isto ...    

Fernando SILVA: É curioso (ou talvez não ... ) que na parte final da peça da Lusa, na qual se pretendem recordar resumidamente notícias anteriores importantes sobre o mesmo assunto, é omitido (gralha ?!....) o parágrafo que deveria indicar que, para além dos 250 reféns, o Hamas massacrou barbaramente cerca de 1.200 israelitas, principalmente civis.

Fernando SILVA: A Lusa continua insidiosamente e sistematicamente a desinformar e a fazer propaganda a favor da dita "causa palestiniana" e contra Israel. Por exemplo, diz que, na troca anterior de prisioneiros, Israel libertou 240 palestinianos e que estes eram "mulheres e crianças". Desde logo, não é sequer verdade porque foram também libertados homens adultos. Mas, sobretudo, faltou dizer algo de essencial sobre as "mulheres" e as "crianças" libertadas : todas estas pessoas estavam presas por terem tido uma participação directa na preparação e execução de atentados terroristas. Sim, é verdade, a "causa palestiniana" utiliza mulheres, adolescentes e jovens ainda menores na realização de atentados terroristas. Importa ainda precisar que as crianças com menos idade que saíram em companhia de algumas das mulheres libertadas não eram prisioneiros mas simplesmente filhos pequenos, alguns dos quais nascidos na prisão, que as autoridades israelitas, por razões humanitárias, autorizam que estejam com as mães. Como é evidente, estas crianças não entraram no cálculo do total de prisioneiros libertados.   

Nenhum comentário: