E esse – falo de Trump - vai em frente,
dançarino, recitador impune de doestos, convicto de que vai longe. Talvez vá,
que o mundo presta-se. De companheirismo com Putin, como exemplares de longo
calibre, mesmo na questão do ridículo, até ver.
NATO está a preparar "planos de
contingência" se Rússia atacar Estado-membro, diz embaixadora dos EUA
na aliança
Embaixadora
dos EUA na NATO defende que organização é vital para interesses de Washington.
Julianne Smith admite que aliança prepara "planos de contingência"
para eventual ataque russo contra aliado.
OBSERVADOR;13 fev. 2024, 17:27
“Olhar para o futuro com europeus e
canadianos.” A
embaixadora norte-americana na NATO, Julianne Smith, olha com optimismo para os
próximos tempos da aliança atlântica, apesar dos comentários de Donald Trump,
que disse que “encorajaria” a Rússia a invadir um Estado-membro da organização militar.
“Esta aliança está a celebrar o 75.º aniversário este verão na cimeira em Washington
em julho. Por mais
de sete décadas, Presidentes norte-americanos — democratas e republicanos
— concluíram que a aliança é a pedra angular do sistema
internacional.”
Num briefing por
videoconferência com jornalistas em que o Observador esteve presente, Julianne
Smith defendeu esta terça-feira que a
aliança não é um “projecto de caridade” norte-americano e serve os “interesses”
de Washington na Europa. Daí que as declarações de Donald Trump sejam
“perigosas e irresponsáveis”: “Encorajar o Kremlin a atacar um aliado coloca
realmente os soldados norte-americanos e aliados em grande perigo.”
Aliança prepara “planos de
contingência” para ataque russo
O futuro é, de resto, recheado
de incertezas. A embaixadora norte-americana na NATO adiantou que a
aliança está a “desenvolver todo um
espectro de políticas” para a eventualidade de um ataque russo a um
Estado-membro. E confirmou que estão
a ser elaborados “planos de contingência” para qualquer ameaça
“futura”. “Não estamos a perder tempo”, garantiu.
A
embaixadora lembrou que, desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, a NATO
“tomou uma série de passos” que incluem a “dissuasão e
defesa” dos aliados, nomeadamente o reforço do “flanco oriental” da aliança.
“Estamos a preparar-nos todos a tempo”, assegurou Julianne Smith, revelando que
a aliança está atenta ao “manual russo” de como “minar as forças da
NATO”. “Não estamos a perder tempo para o que aconteça numa variedade de cenários.”
Ucrânia não deverá ser convidada a
aderir à aliança na cimeira da NATO em julho, adianta embaixadora
No mesmo briefing, instada a
comentar sobre a Ucrânia, Julianne Smith garantiu que a NATO vai continuar ao lado do esforço de
guerra daquele país. “À medida que se aproxima os dois anos desde que a guerra
começou, há algo a ter em mente: se a Rússia tem sucesso, a aliança está em
risco.”
No entender da embaixadora, se a Rússia ganha na Ucrânia, isso vai
incentivar o líder russo, Vladimir Putin, e “outros autocratas” a
“desestabilizar toda a aliança”. “Vamos continuar a prestar
assistência aos nossos amigos da Ucrânia”, afirmou, agradecendo ainda os
50 mil milhões de euros que a União Europeia desbloqueou para apoiar Kiev. A
responsável espera ainda que o Congresso norte-americano consiga igualmente dar
luz verde ao pacote de ajuda — já aprovado pelo Senado — de 60 mil milhões de
dólares (cerca de 56 mil milhões de euros) para a Ucrânia.
Relativamente à cimeira de Washington, a
embaixadora deu praticamente a garantia de que “não espera que a Ucrânia seja convidada” para fazer parte do
encontro da NATO, em julho de 2024. Ainda assim, considera que os 31
Estados-membros vão mandar “um sinal ao Presidente Putin” de que a aliança está
cada vez mais “perto” da Ucrânia. “Vamos sinalizar que não vamos a lado nenhum
no apoio à Ucrânia”, afirmou Julianne Smith.
Noutro tópico, quando confrontada com
o impasse húngaro relativamente à entrada da Suécia na NATO, Julianne Smith
garantiu que o país nórdico está “pronto para juntar-se à aliança”, sendo um
“parceiro activo” que vai tornar a aliança “mais forte”.
“Queremos
ver a adesão sueca finalizar-se o mais cedo possível”, reforçou
a embaixadora dos EUA na NATO, que se mostrou “satisfeita” por a Turquia ter
ratificado a entrada do país. “Instamos
os nossos amigos húngaros a fazerem isso o mais cedo possível”,
concluiu Julianne Smith.
Aliados deverão começar a seleccionar novo secretário-geral
já no primeiro semestre deste ano.
Mark
Rutte na corrida
Questionada no briefing com
jornalistas sobre o futuro do actual secretário-geral da NATO, Jens
Stoltenberg, que deverá sair do cargo este ano, Julianne Smith começou por
agradecer a “década de serviço” do norueguês. Em relação à sua substituição, a
embaixadora apontou para o “outono de 2024” o anúncio do novo líder da aliança,
mas sugeriu que os aliados vão começar “a seleção provavelmente já no primeiro
trimestre deste ano, se for possível”.
Julianne
Smith não deu
pormenores sobre quem poderá substituir o secretário-geral da NATO.
Mas, instada a comentar o nome do ainda primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, a embaixadora diz que não é “segredo”
que o responsável político dos Países
Baixos manifestou interesse no cargo. “É uma pessoa que a aliança [está a
analisar]”, confirmou.
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