Extraordinária esta saliência eleitoralista de um candidato de graves
distúrbios vivenciais e que mesmo assim recebe as bênçãos eleitorais do seu
país, país provavelmente desejoso de se isolar dos conflitos externos da banda
de cá, retomando o seu sossego… provisório, en
tout cas.
Desta vez, o texto do Dr. Salles não joga com a ironia mas com a
seriedade de quem tenta estabelecer novas premissas para a defesa de uma Europa
ainda inconsciente do que a espera. Resta saber se os países citados estão
dispostos a participar contra a América de Trump, aliada provavelmente à Rússia
de Putin, para absorverem ambos o mundo de cá, sendo o mundo do leste mais do
foro poderoso da China e da Índia. A Austrália isolada, não sei para que lado
penderia… E tudo isto do desfazer do mundo, apenas a pouco mais de meio século do tempo das
descolonizações, que os povos nórdicos tão generosamente estabeleceram…
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 23.02.24
Atendendo ao que dizem os telejornais, parece elevada a probabilidade
de Trump ganhar a corrida à Casa Branca. Desconheço os parâmetros
incluídos nesses cálculos, para chegar a tal conclusão, mas eu considero que:
Sendo um relativamente bom
Presidente, Biden é um candidato medíocre que não arrasta turbas ululantes em
clangores sem fim;
Trump é o candidato da turba
multa pois está sempre a destabilizar o «establishment» que é o que os de baixo
mais gostam de fazer aos de cima;
O voto em Biden é tendencialmente
erudito e cerebral;
O voto em Trump é popular,
emotivo.
* * * *
Entretanto, neste primeiro trimestre de 2024 em que escrevo, já Trump
provocou uma fractura na sociedade americana que pode resultar em graves danos
na segurança interna dos próprios EU. Se
à fractura interna (traduzida no bloqueio legislativo) somarmos a ameaça de incentivo ao inimigo
para que ataque aliados dos EUA até mesmo ao abandono da NATO, creio que na
Europa temos todas as razões para pormos as barbas de molho.
Convém, desde já, irmos
considerando que Trump será o autor de uma nova ordem mundial em que a Europa
continuará a ter a Rússia como inimiga não podendo nós contar com a ajuda
Americana, se não mesmo com a sua animosidade. Façamos desde já de conta que os
EUA, já, não pertencem à NATO. O problema da substituição dos EUA não é solúvel, mas
pode ser reduzido se promovermos a nuclearização do Canadá e da Escandinávia ao
mesmo tempo que reforçarmos o flanco sul convidando para a nossa organização
Militar o México, Cabo Verde, Marrocos, Tunísia e Egipto. Assim
conseguiríamos alguma segurança na zona de influência de Cuba e Venezuela (onde
ainda só temos os três “porta aviões” que são Aruba, Bonaire e Curaçau). Mais
segurança também em toda a zona Atlântica até hoje desprotegida bem como ao
longo da costa sul mediterrânica e mais de metade do Mar Vermelho. Ficam
pelo meio países de confiança dúbia.
Fevereiro
de 2024
Henrique
Salles da Fonseca
COMENTÁRIOS
Rui Bravo Martins 24.02.2024 10:43: Reflexão geopolítica internacional muito
evolutiva geograficamente e, ainda não "vi" qualquer
"movimento" nesse sentido, pois continuam muito individualizados, com
curtas visões por interesses próprios. O nosso momento politico poderá ajudar,
à nossa escala, que do ponto de vista maritimo, é estrategicamente importante. Concentremo-nos
primeiro em NÓS e na Europa, pois será esta a ter que liderar a mudança por
falência de liderança dos Estados Unidos. O Futuro precisa urgentemente de
grandes Líderes!
Antonio Fonseca 24.02.2024 14:51: É inevitável que uma vitória do DT nas
Presidenciais dos EUA seja razão para a Europa pôr "as barbas de molho".
Há males que vêm para bem. É bom ter presente que 1. Nem sempre um inimigo de
ontem é um inimigo de hoje. E vice-versa. 2 Lembrar as palavras proféticas do
Papa João Paulo II dirigidas a Gorbachev - "A Europa tem de respirar com
os dois pulmões". 3. A Europa deve dar (MUITO) maior atenção à sua
demografia - (a) promoção vigorosa de natalidade (b) uma avaliação rigorosa dos
imigrantes à integração. Os próximos anos vão ser interessantes. Obrigado,
Doutor Henrique Salles da Fonseca, pela oportunidade de ler os vossos
estimulantes blogues.
Francisco G. de
Amorim 26.02.2024 10:19: Meu caro: dois velhinhos, gagás a disputarem
a presidência dos EUA é mais evidente demonstração de "falência múltipla
de todos os órgãos. Caberia, na realidade à Europa unir-se a sério, mas... se
isso jamais aconteceu, vai ser agora? Resta-nos continuarmos como espectadores
Anónimo 26.02.2024 14:26: Duvido que Tump ganhe as eleições e na minha
opinião Biden é velho mas não é medíocre. Cumprimentos Henrique Neto
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