Da expectativa do final, num universo de absoluta incompreensão a
respeito da vida e da morte. Mas talvez isso seja supérfluo, num viver de surpresa
– e ignorância. Contentemo-nos com o que de bom nos traz a vida, nós próprios
seus criadores, para uma continuidade de harmonia e também de revolta e dor. Para
além da incompreensão. De surpresa constante, é certo, se bem pensarmos. Tantas
vezes de gratidão pelo que essa vida nos trouxe. E traz. Acabo de seguir o programa
“Em
Casa de Amália”, na RTP e a sensação é de beatitude grata. Pela beleza
criada, num conjunto de simpatia e de excelência de vozes e pessoas do nosso
encanto. Um pós Natal de excelência, após o dia em que aqui em casa nos
reunimos – avós, pais, filhos e netos. E isso foi o nosso encanto natalício,
fora tantos mais momentos de diferente carisma, ao longo da vida, de que
desconhecemos a essência, afinal, por vezes mesmo, com a crença num espírito
superior a comandar – esse mesmo Deus, Criador do Céu e da Terra – e das nossas
afeições e aflições. Mesmo sem a humildade dos pastores, como pede o autor da
crónica, BRUNO BOBONE, no seu simpático texto. Não precisamos de ser tão
humildes assim, respeitemo-nos. Mas também sem a arrogância criminosa dos
putins da nossa surpresa e rancor, que perturbam as consciências, com um poder
destruidor a merecer retaliação, isso sim, com todas as veras do nosso desprezo
impotente. E insciente.
Natal
Que bom seria que neste ano novo que começa fôssemos como os
pastores – gente humilde, de trabalho e cheios de boa vontade – e que nos
juntássemos no Mundo inteiro a adorar a Deus e fizéssemos a paz.
BRUNO BOBONE Presidente
do Grupo Pinto Basto
OBSERVADOR. 27 DEZ. 2024, 00:156
O dia em que os anjos anunciaram aos pastores “Glória a Deus nas Alturas e Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade!”
Que bom seria que neste ano novo que começa fôssemos como os pastores –
gente humilde, de trabalho e cheios de boa vontade – a quem fosse anunciada
esta boa nova e que nos juntássemos no Mundo inteiro a adorar a Deus e assim
fizéssemos a paz.
Estamos num Mundo que se gaba de ser cada vez mais desenvolvido, que
se gaba de ser cada vez mais soberano, perdemos o tempo a desdenhar a obra de
Deus e a tentar convencer-nos de que é ao Homem que compete decidir as normas
da vida e o seu destino, mas nada fazemos por aquilo que nos foi revelado há
mais de dois mil anos e que apenas nos pede que nos amemos uns aos outros.
Que a solução da felicidade no Mundo está ao nosso lado e passa
apenas e só por amar aquele que está próximo de nós.
Na verdade, na maioria das vezes, as guerras resultam mais da vontade
específica de uma ou poucas pessoas, que vão construindo uma retórica, que vai
levando toda uma população a se tornar disponível para aceitar esse enorme
sacrifício, quase sempre por razões de um poder que apenas serve, caso ganhe,
ao promotor dessa mesma guerra.
Quando termina a guerra, sofre o povo que ganha e sofre mais aquele
que perde.
Mas aquilo que não acontece é
que se encontre vantagem para se ter iniciado essa guerra.
E esta realidade aplica-se à
realidade de todas as religiões e à realidade daqueles que não têm religião.
Deus desceu à terra neste Natal, acreditam os cristãos.
Jesus veio à terra, era um profeta, acreditam os muçulmanos.
Jesus veio à terra, confirmam os historiadores e foi um homem que
foi muito especial, ao ponto de ter todo este reconhecimento.
E disse-nos com muita simplicidade “deixo-vos
um mandamento novo, que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei!”
E usou a saudação “a paz esteja convosco”, como aquilo que mais
urgentemente serve à humanidade.
Se fizermos um exame de
consciência verificamos que, de todos aqueles que vivem ao nosso redor, poucos
são os que conhecemos com pormenor, poucos aqueles a quem estamos dispostos a
tratar como a nós mesmos e, menos ainda, aqueles por quem nos prejudicaríamos
para que vivessem melhor.
Os cristãos têm a fé, que lhes dá a consciência das suas fraquezas e
têm a consciência de que o perdão lhes permite recomeçar e voltar a tentar
fazer bem.
O Natal é um momento de reviver o nascimento de Jesus.
É um tempo em que os países em
guerra anunciam tréguas para se viver uns poucos momentos de paz.
É importante aproveitarmos este tempo para pensar verdadeiramente
naquilo que é importante.
Que apenas importa olhar o outro com amor e que a paz é a principal
necessidade para que tenhamos felicidade.
O Mundo não muda pela mudança de cada um de nós, mas cada um de nós
pode fazer a diferença junto de todos os que nos rodeiam e assim, acabaremos
por mudar o Mundo.
CRÓNICA PAZ MUNDO NATAL SOCIEDADE
COMENTÁRIOS (DE 6)
Francisco Almeida: Nem a tradição da trégua de Natal escapou. A Rússia,
cristã, fez um ataque aéreo na madrugada do dia de Natal. Tim do A:
E se Deus não existir? Carminda Damiao > Tim do A: E
se Deus existir como Jesus nos Revelou? Tim do A
> Carminda Damiao: E se Jesus foi apenas um ser humano normal que criou
uma religião com sucesso? Carminda
Damiao >Tim do A: Eu
acredito plenamente em Jesus e sou católica praticante. Mas vejamos as duas
hipóteses anteriores. Se Deus não existe, a fé das pessoas crentes foi em vão.
Mas estas pessoas de fé (apesar do engano), tiveram uma vida igual (ou muito
melhor),que os não crentes, por isso não perderam, ou até ganharam com a sua
crença. Agora na hipótese de Deus existir, verificamos que os não crentes não
têm uma vida melhor cá na Terra e terão uma vida de sofrimento na eternidade. O
que é que acha? Tim do A
> Carminda Damiao: Concordo com o que escreveu excepto com a parte
final. Os não crentes não têm necessariamente de ter uma vida pior na Terra.
E, adicionalmente, não têm esperança na eternidade e, portanto, nem sofrimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário