Gente bem revoltada contra a
aparente revolta de outra gente amiga de exprimir essa tal - digo, revolta - de
tão altissonante e virtuoso destaque hodierno, vá-se lá saber por que reais e
mesmo leais razões, às quais José Manuel Fernandes tenta sentidamente erguer o
casto véu!
A esquerda vive noutro planeta (e não apenas noutro país)
Há um mundo de problemas reais, o das
pessoas no seu dia a dia, e um outro mundo onde habita uma esquerda cada vez
mais caviar, cada vez mais enredada em esquemas mentais preconceituosos e
ideológicos
JOSÉ MANUEL
FERNANDES Publisher e colunista do Observador
OBSERVADOR, 30
dez. 2025, 00:20132
Rua do Benformoso? Martim
Moniz? Por uma rara coincidência uma parte da história da minha
família em Lisboa começa exactamente aqui, e é uma história de migrações. Foi
naquela rua que o meu avô, quando veio trabalhar para Lisboa no início do
século passado, um “migrante interno”
que chegou à cidade ainda criança, teve o seu primeiro emprego (trabalho infantil, naturalmente), e como
simples marçano. E depois foi naquele largo que os meus avós
viveram até morrerem, num prédio que já não existe e no qual eu, na minha
meninice, tinha medo de subir as escadas às escuras.
Claro que esta memória muito pessoal
importa pouco para o debate destes dias – na verdade nada parece ter importância nesse debate. A única coisa que conta é uma fotografia
partilhada nas redes sociais. É comum realizarem-se rusgas naquela zona de Lisboa? Sim,
é, há vários antecedentes,
mas prefere-se ignorá-los. Havia queixas de criminalidade na zona? Essa parte
quase ninguém
contesta, apenas se desvaloriza. A polícia costuma pedir às pessoas para se encostarem à parede enquanto
as revista? Tudo indica que sim, sendo essas cenas mais comuns na imediação de
estádios de futebol, mas tendo até acontecido uma semana antes ali bem perto, junto ao Rossio, com imagens mostradas nas televisões.
Num tempo dito “de emoções” e não de
razões, tudo o
que parece contar, sobretudo nos círculos bem pensantes, é o que “sentiram” ao
olhar para uma imagem, tudo o resto não interessa. É assim que se imaginam
humanos, ignorando que há outros, muitos outros, que têm também direito às suas
emoções e às suas percepções – mas esses, como sabemos são “os deploráveis”,
assumam eles as formas que assumirem (em Portugal costumam
dar-lhes outros nomes, menos simpáticos mas igualmente reveladores).
É por isso que não regresso
aos argumentos de Helena Matos ou Helena Garrido, entre muitos outros, pois às
vezes sinto que a simples racionalidade ou o mais elementar bom senso esbarram
na mais teimosa vontade de não querer ver, não querer escutar, não querer
pensar. Vou antes tentar mostrar como, seguindo por
um caminho em tudo idêntico, em tudo obediente aos mesmos ditames de um novo sectarismo, a esquerda nos Estados Unidos preparou o
caminho da sua derrota e a nossa esquerda está a escavar também a própria cova.
Mas comecemos pelo princípio: porque é
que os democratas perderam as eleições nos Estados Unidos? Porque
é que as perderam contra um candidato que, de acordo com o “consenso” geral da
imprensa e da Academia, era – nas versões menos agrestes – inapresentável? E como é que as perderam tendo podido gastar na
campanha eleitoral duas vezes e meia mais dinheiro?
A resposta não está apenas na
explicação (fácil) de “it’s the economy, stupid”, uma explicação que de resto
exige vir com asterisco para diferenciar o estado da economia real (que é bom)
da percepção do estado da economia (que é má). A resposta é mais complexa e
radica na dissociação entre aquilo que preocupa as elites ilustradas (que são
por regra democratas) daquilo que inquieta o eleitor comum, seja ele branco,
latino ou mesmo negro (a maioria que deu a vitória aos republicanos e a Trump).
Alguns
dias antes das eleições, no final de Outubro, um cientista político que
costumo seguir, Ruy Teixeira (descendente de portugueses, mas para o caso conta
pouco), publicou na sua newsletter um pequeno ensaio, The Progressive Moment Is Over, onde procurava explicar porque é que a “onda
progressista” que parecia ter tomado conta dos Estados Unidos nos últimos anos
estava a acabar ou tinha acabado mesmo. Ele não previa a derrota de Trump, mas constatava uma viragem de fundo
no sentimento do eleitorado, que se estava a afastar dos democratas.
(Só para dar um pouco de enquadramento: em 2004 Ruy Teixeira co-autorou um livro extremamente influente, The Emerging Democratic Majority, onde defendia a tese de que as mudanças
demográficas nos Estados Unidos favoreciam e favoreceriam os democratas; mais
recentemente, já em cima das eleições presidenciais, publicou uma
actualização cujo título diz tudo – Where Have All the Democrats Gone?: The Soul of the Party in the Age of
Extremes.)
Mas regressemos à sua newsletter de há
dois meses. Nela apontava
quatro razões para a esquerda mais radical (aquela a que nos Estados Unidos se
chama muitas vezes “the progressives”) ter perdido o eleitorado e ter arrastado
na sua queda um partido democrata que se deixara seduzir pelas suas teses. Vale a pena recordá-las:
Loosening restrictions on illegal
immigration was a terrible idea and voters hate it.
Promoting lax law enforcement and
tolerance of social disorder was a terrible idea and voters hate it.
Insisting that everyone should
look at all issues through the lens of identity politics was a terrible idea
and voters hate it.
Telling people fossil fuels are
evil and they must stop using them was a terrible idea and voters hate it.
(Ou, numa tradução livre da minha
responsabilidade:
Afrouxar as restrições à
imigração ilegal é uma ideia terrível e os eleitores odeiam-na.
Promover uma aplicação laxista
da lei e tolerar a desordem social é uma ideia terrível e os eleitores
odeiam-na.
Insistir que todos devem olhar
para todas as questões através das lentes da política de identidade é uma ideia
terrível e os eleitores odeiam-na.
Dizer às pessoas que os
combustíveis fósseis são maus e que devem parar já de usá-los é uma ideia
terrível e os eleitores odeiam-na.)
Lendo estas quatro linhas de
orientação chega a fazer impressão como elas coincidem com as da esquerda mais
radical em Portugal e como o Partido Socialista, sobretudo este Partido
Socialista de Pedro Nuno Santos e Alexandra Leitão, se transformou numa espécie
de encarnação lusitana dos disparates e dos excessos deste wokismo. As modas americanas chegam sempre com atraso
à Europa e a Portugal, mas lá que chegam, chegam — e o que por lá muitas vezes
é tragédia, por cá lembra mais uma farsa.
Não vou neste texto discutir ponto por
ponto até onde o actual PS se deixou ufanamente contaminar pelas loucuras que
nunca deixam de brotar das cabecinhas pensadoras à sua esquerda, mas reparem:
Os socialistas acharam que a melhor política de imigração era (e é)
uma política de “portas abertas”, uma linha de pensamento que a sua
ex-responsável para o sector, Ana Catarina Mendes, se empenhou em aplicar até
ao limite do absurdo, e do caos. Apesar das
evidências os
socialistas ainda não conseguem admitir o erro dessa política, algo que nos Estados
Unidos os democratas já fizeram, mas tarde demais.
A
reacção dos socialistas a qualquer incidente que envolva polícias tem sido, por
regra, desconfiar dos polícias. É verdade que nunca chegaram a
extremos como a muito americana reivindicação esquerdista “defund the police”,
mas não só estão lá perto como de alguma forma a praticaram, ao não terem
resolvido o problema dos subsídios de risco, um tema entretanto tratado e
resolvido pelo actual executivo. Quanto
à tolerância com a desordem, pensem no que se passa nas nossas
escolas – ou então nos ataques aos autarcas socialistas de Loures e de Alpiarça.
O protagonismo que têm vindo a
ganhar, como rostos públicos do PS, figuras como Isabel Moreira ou mesmo
Alexandra Leitão, e agora também João Costa, bem como uma agenda legislativa
onde nunca faltam temas “fracturantes”, não permitem dúvidas: os
socialistas sentem real incómodo sempre que à sua esquerda algum lunático surge com um discurso mais radical não para
o desautorizarem, antes por não se terem lembrado dele antes.
As
políticas ambientais dos socialistas não foram demasiado radicais quando
estavam no Governo (porventura foram apenas irrealistas), mas veremos como
evolui o seu discurso agora que o espaço público começa a ser perturbado pelos
activismos das várias declinações de organizações como a Climáximo. A tentação
está lá, e está lá porque o conjunto destas diferentes agendas tende a
misturar-se e a confundir-se.
Ponto por ponto, com essa
regularidade que apesar de tudo descobrimos num relógio atrasado, o PS repete
os erros dos “progressistas” nos Estados Unidos. Mas o seu destino pode ser
pior do que perder apenas algumas eleições.
Recentemente, numa coluna de opinião, revelava-se em todo o seu esplendor a
confusão que vai em muitas cabeças desta esquerda que influencia o PS,
percebe-se bem a forma como equiparam
tudo a tudo como se tudo fosse igual desde que se encontre uma forma de
encaixar esse discurso num retrato do mundo onde a única dicotomia é a de opressor-oprimido. Leiam
isto, por exemplo: “ao acompanhar … o
caso de dezenas de homens que violaram uma mulher em França e a rusga que
humilhou dezenas de emigrantes em Portugal, não pude deixar de reflectir sobre
as semelhanças entre ambos”.
“Semelhanças” é de facto a
palavra adequada para aproximar estas duas situações, mas só desde que encaixem
numa das narrativas vigentes: “ambas revelam uma perturbante continuidade nas
dinâmicas de poder e na domesticação dos corpos”. Quod erat demonstrandum.
Dir-me-ão: o PS, pelo menos o
PS oficial, ainda não diz estas coisas, mas a verdade é que já faltou mais para
que tal acontecesse. E mesmo que não o faça já, a tentação é grande e o
caminho está escancarado, bastando comparar, como eu acabei de fazer, o
que levou a esquerda americana a perder o contacto com o eleitorado e aquilo
que já está a levar os nossos socialistas a entrarem num mundo onde só conta a
“bolha” dos bem-pensantes lisboetas e tudo o mais são os tais “deploráveis” (Pedro Nuno Santos chama-lhes
“extremistas”).
Quer isto dizer que o seu
destino será o mesmo? Num primeiro momento, talvez não, mas
apenas porque o PS ainda conta com o apoio de um eleitorado fiel mesmo que
envelhecido. Num
segundo momento o seu destino arrisca-se a ser o da maioria dos partidos
socialistas e sociais-democratas por essa Europa fora, em sistemas políticos
cada vez mais fragmentados e onde pesam cada vez menos. Este último detalhe é muito importante: num
país como os Estados Unidos, onde o sistema funciona com base na rotatividade
de dois grandes partidos, quem perde
hoje acaba sempre por ganhar amanhã, depois de um realinhamento. Em sistemas
pulverizados com os europeus isso não está garantido, mesmo fazendo as mais
estranhas alianças, como alguns socialistas europeus já estão a fazer.
Por isso o ponto central será sempre o
mesmo: responde ou não este novo radicalismo
a problemas reais e ao sentimento dos eleitores? A meu ver não
responde, antes o contraria,
mas ele parece ter tomado conta das nossas esquerdas, razão por que me permito interrogar
se elas viverão realmente neste mesmo planeta e se algum serão capazes de
perceber que surfar a onda de muitas redações não as aproxima dos eleitores,
antes as afasta.
PS. Talvez eu nem devesse ter escrito
este texto. Afinal, e pensando eu neste micro-mundo wokista, o melhor talvez
fosse mesmo seguir o conselho de Napoleão: “quando um adversário está a cometer um
erro nunca devemos interrompê-lo”.
COMENTÁRIOS (de132)
António
Lamas: Bravo. Grande texto. Este não é o PS de
Mário Soares.. É o PS do Pedro Nuno Santos e de toda uma elite urbana, pateta,
bem instalada na vida, que vive num gheto tipo Alice no País das Maravilhas,
que reduzem o país e os 10 M de habitantes a pouco mais de 5 km2 por onde se
pavoneiam do alto da sua imbecilidade, incompetência. Armindo
Alves > Maria Tubucci: Faço
minhas as suas palavras, é exactamente o que penso. Obrigado a si pelo
comentário e obrigado ao JMF e a mais meia dúzia de jornalistas do Observador
que, por enquanto, justificam a minha assinatura. Um bom 2025 para todos. Coxinho
> Maria Tubucci: Fantástico
comentário! Comentário exemplar o seu, Maria ! -- a juntar a meia dúzia de
outros também aqui presentes, que no seu conjunto vão equilibrando este barco
jornalístico à tona da informação honesta e desejável. Não fosse este pequeno grupo de comentadores e certamente muitos
assinantes já teriam migrado para outras águas, assustados com o nível
deontológico tacanho e vesgo de muitos profissionais principiantes. Alex Name
> Maria Tubucci:
Que
bela maneira de encerrar o ano. Obrigado e que 2025 seja bem melhor, a
todos os níveis, para todos! Maria Tubucci: Está tudo muito certo Sor JMF, mas como
diz o nosso antissemita que desgoverna a ONU, o facto de a esquerda viver
noutro planeta não surgiu do vácuo. Já olhou bem para dentro da sua “casa”
jornalística? Quantos dos seus jornalistas vivem também no mesmo planeta dos
políticos de esquerda? Quantos jornalistas escrutinaram/escrutinam,
devidamente, os líderes da esquerda, as suas acções e as consequências da sua
ideologia? Vêem-se entrevistas a pessoas de esquerda, tipo amena cavaqueira com
chazinho e bolachinhas, no caso das mulheres, e no caso dos homens tipo um prato
de tremoços com 2 bejecas. Onde nada é escrutinado e isso dá vómitos e causa
asco. Mas se for do lado do CH ou ao AV a entrevista é até fazer sangue,
perguntam tudo, mesmo parvoíces. Por que razão não fazem o mesmo tipo de
entrevistas às pessoas de esquerda? Outras questões. Por que razão no meio
da informação têm de colocar juízos de valor? Os jornalistas são parte do
problema, deveriam informar e não dar opiniões, como por exemplo, “na direita
há gente pouco recomendável e irrespirável” e na esquerda não há? Por que
razão os jornalistas adoptaram uma linguagem de carimbar as pessoas de
direita de: racista, xenófobo, extrema-direita, direita radical? Mas
coincidência das coincidências, para as pessoas de esquerda não há carimbos
nenhuns, são todas pessoas “boas, humanistas e maravilhosas”. Acabem com os
carimbos no meio das peças jornalísticas, isso mata qualquer artigo e mata a
credibilidade de quem o escreve. Concluindo, Sôr JMF, contrate jornalistas que
sejam curiosos, que investiguem a realidade e que não papagueiam somente os
enlatados que os políticos debitam. Boas
entradas e que 2025 tragam mais realidade e esperança num mundo melhor e
unicórnios para toda a gente afagar! 🥹 😜 🎉🎊🎉🦄🍾 🥴 observador
censurado: Portugal
é um país doente que não está em paz com o seu passado. Passados 50 anos, deveria estar afixada na
cabeça de todos os cidadãos uma tabela com as coisas boas e as coisas más que
Salazar fez. O presidente da república (PR) é o expoente máximo desta falta de
paz. De facto, o pai foi ministro de Salazar e provavelmente teria cem vezes
mais qualidade para o cargo do que aquela que o filho revela. Provavelmente
atormentado pelas suas raízes de "direita", o actual presidente da
república desde o início atirou o cargo para as malvas. De facto, sempre que o
governo de "esquerda" do sr. António Costa fazia porcaria (quase sempre),
o PR vinha em seu socorro sem sequer dar tempo à oposição de fazer o seu papel. Além
disso, pelas notas presidenciais aquando da morte de alguém que se opôs a
Salazar, fica-se com a sensação de que qualquer "badameco" que se
tenha oposto a Salazar merece, só por isso, ir directamente para o céu. Esta
cultura irracional que se construiu contra Salazar sem qualquer contraditório,
terá conduzido Portugal a ser um país medíocre onde toda a irracionalidade da
"esquerda" é elogiada. Salvo melhor opinião, há todo um trabalho
a fazer de reconhecimento por todas as coisas boas/más que Salazar fez para
depois, em paz, se comece a retirar o socialismo da Constituição e das cabeças
já destraumatizadas dos cidadãos. António S: A esquerda não existe. É como uma estátua
com pés de barro, (só que este barro é lodo putrefacto) , somente suportada por
uma comunicação social que não consegue pensar e é facilmente subornável. Carlos Carvalho: Se tudo no Observador fosse
como este texto outro galo cantaria. Infelizmente o Observador está em plano
inclinado para o lado dessa chamada “imprensa de referência “ tipo público e
expressinho Pedro Correia: Como venho defendendo há muito tempo, o socialismo à portuguesa é
a pior coisa que a liberdade pariu! José Manuel Pereira: A última frase roça uma espécie
de genialidade bem-disposta (de quem sabe que acertou em cheio) que muito me
agrada... mas fez muito, muito bem em partilhar este magnífico texto de
antologia... não creio que, com excepção do Sérgio Sousa Pinto, algum
socialista o considere digno de nota... E eu fiquei a perceber melhor muita
coisa e fiquei mais descansado... Miguel Seabra: O
radicalismo do PS não agrada aos votantes mas agrada à maioria dos media
incluindo boa parte da redacção do Observador, esse palco permanente e aplauso
generalizado origina uma ilusão….. Luis Santos: Parabéns JMF pelo fantástico escrito.
Tenho duas sobrinhas que muito embora novinhas sempre foram (para meu desagrado)
eleitoras do PS . Hoje sentem repulsa dos socialistas . É mais não digo. João
Floriano: Curiosamente
eu ia começar o meu comentário por citar algo semelhante ao que disse Napoleão.
Por isso mesmo, deixem o PS sossegado, até lhe podemos dar mais corda porque já
a enrolaram à volta do pescoço e agora é só esperar que se enforquem. A nossa
extrema esquerda representada sobretudo pela empresa familiar das gémeas
Mortágua, assemelha-se a um barco a naufragar. Todos sabemos que o melhor que
se tem a fazer é afastarmo-nos de um barco que se afunda porque ele sugar-nos-á
para as profundezas. Mas o PS de Pedro Nuno, Leitão e Moreira em vez de se
afastarem vão lá e irredutivelmente serão arrastados para o fundo. E não se
compreende como não arrepiam caminho, como não contrariam a tentação do abismo,
quando as recentes eleições norte americanas são o grande e claro manual de
instruções de «O que fazer para derrotar a Esquerda». Mas Estamos a
esquecer-nos de outro protagonista que se arrisca a ser também um
náufrago: Luis Montenegro. Começou por uma atitude assertiva e sensata
perante os acontecimentos do Martim Moniz, ou melhor perante a foto da
discórdia que tanto escandalizou Mafalda e Companhia. Acabou numa entrevista em
que confessa que também «não gostou de ver ». Nós também não gostamos de ver
um Montenegro cromatóforo que muda de cor numa tentativa de escapar a
predadores. Montenegro é laranja, ainda que a nuance cromática seja
diferente da de Sá Carneiro. Já o vimos várias vezes mudar para rosa sobretudo
quando endossou António Costa para marajá europeu. Agora vemo-lo a amarelar
perante a extrema-esquerda. Em Montenegro sentimos uma grande falta de
firmeza e liderança. A única firmeza que tem é em relação ao «Não é Não» que
tem dado os resultados magníficos que sabemos. Liderança muito pouca ou
nenhuma nem à esquerda nem á direita. Montenegro não inspira confiança, como se
viu nesta mais recente declaração, que representa uma viragem e concessão às
Mafaldas da nossa CS. Copiei o link do ensaio de Ruy teixeira, que lerei
oportunamente porque numa leitura muito diagonal me pareceu deveras
interessante. Madalena
Magalhães Colaço: O erro
que aponta ao PS de Nuno e Alexandra - a favor de uma imigração de portas
abertas e uma agenda climática excessiva- é exactamente o mesmo que a senhora
Ursula está a cometer. Os jornalistas deveriam investigar o que ela fez à direcção das fronteiras na Europa, permitindo
uma imigração de portas abertas e dificultando a expulsão de imigrantes com
cadastro. igualmente os excessos da agenda climática da senhora que
puseram os agricultores da Europa nas estradas a manifestar o asfixiante
controle da senhora. Com as regras exigidas é difícil de viver da agricultura.
Esta senhora foi reeleita quando na véspera foi condenada pelo tribunal europeu
de falta de transparência relativamente ao contrato com a Pfizer. Esta senhora
diz representar o centro, mas a sua política foi seguir de olhos fechados a
política dos democratas americanos, que agora como refere defrontaram-se com a
realidade. PS: Nunca é demais lembrar que as políticas que os verdes exigiram a
Merkel, em 2011, a desactivarem as centrais nucleares, está a ter como
consequência o desemprego em milhares de trabalhadores alemães. Caetano
Ramalho: Neste
momento os comentadores das televisões, face ao que dizem e face à percepção
real que as pessoas têm no dia-a-dia, são dos que fazem maior propaganda
eleitoral a favor do Chega. O Chega foi buscar alguns dos 50 deputados à
hipocrisia do que se ouve nos comentários nas televisões e a SIC, CNN e TVI
continuam a fazer um trabalho excelente nesta matéria! É necessário que o
Observador mostre o pensamento da esquerda mas que nunca caia no lixo em que
caiu o Expresso. João
Guilherme Sousa: Estranhamente
é essa esquerda caviar que o Observador escolhe dar voz. Por exemplo a Adriana
Cardoso como membro dos 52 sem qualquer currículo relevante . Pergunta se quais
são os critérios. Maria
Tavares: Tem
razão esta onda wokista em que a CS parece confortável surfar só afasta quem
conseguindo pensar pela própria cabeça se cansa por não obter INFORMAÇÃO mas
mais do mesmo. Importante que o Observador reveja os residentes e colunistas
porque arrisca que rapidamente entre na onda da mediocridade e facilitismo da energia
woke Nuno Abreu: Caro José Manuel. Também
eu, vindo de Guimarães fui, com 18 anos, marçano na Rua dos Fanqueiros, ali bem
pertinho do Martin Moniz, que conheci muito bem. E
também eu fico revoltado com esta atitude do PS que quer fazer de uma operação
que não sendo de rotina é tudo, menos que incomum, uma bandeira que exibe
estupidamente em batalha politica. Esta gentalha parece-se muito com alguns
jogadores de futebol: rasteiram o adversário para lhe roubar a bola e
barafustam com o árbitro por ele lhe marcar falta. Ou, ao
contrário, se sofrem um pequeno encosto, rebolam-se pelo chão, levantam os pés
e as mãos gritando por penalti. Não há dúvida: quando o homem perde os
valores éticos e morais, não passa de um animal egoísta sempre pronto a
espezinhar o outro para subir na vida. Carlos
Almeida: gosto
dos artigos do JMF, sem dúvida; mas só ficarei satisfeito quando ele tiver a
coragem de dizer alto e bom som que 50 anos de socialismo levaram este país ao
desastre total e ao pântano em que nos encontramos. Cristina
Torres: A
esquerda em Portugal foi o empecilho para o país se tornar um pais desenvolvido
e rico no seio da Europa e não satisfeito adoptou a politica de portas abertas,
o wokismo e a ideologia do gênero, a esperança é que finalmente tenha
"cavado a sua própria cova", o país e os portugueses bem merecem! Mario
Figueiredo: A
resposta ao seu post scriptum é
dada por si mesmo no penúltimo parágrafo. Deve mesmo escrever sobre estas
coisas, e mais gente devia fazê-lo, ajudando a denunciar o suicídio colectivo
do centro-esquerda em Portugal e na Europa. É que a Europa está a tornar-se
ingovernável. Pedro Campos: Excelente artigo. De leitura obrigatória. Na verdade, o PS de hoje
é dominado por extremistas que rivalizam com o BE e o Livre! Não há grandes
diferenças!!! Joaquim Silva: A esquerda desesperada não se importa com os estragos que faz ao
país, desde à alguns anos para cá tem sido só destruição, fico a pensar se não
haveria razão para um processo crime contra essa gente que mais não faz senão
tentar destruir os valores sociais e morais do nosso país. Eduardo Carreiro: Excelente análise e diagnóstico por parte do JMF em
relação às tendências da esquerda actual. João FlorianoMario Figueiredo:
Vamos
esperar para ver o que acontece a 23 de fevereiro na Alemanha. Com um detalhe:
Trump toma posse a 20 de janeiro e o que irá fazer no seu primeiro mês de
mandato tanto pode acalmar como inquietar os europeus já de si tão
inquietos. Juntemos a situação em França, em que eu antevejo o governo de
Bayrou a seguir o caminho do seu antecessor e aí teremos mesmo a Europa
ingovernável. Tristão: Obrigado José Manuel Fernandes, no fundo
vem corroborar o que tenho escrito (comentado) sobre este tema: o wokismo e a
imigração vão ser a perdição da esquerda, oxalá estejamos certos 😜 Bom 2025....................................
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