Se não cada vez pior. E tudo
parte de uma educação que se descurou, se não mesmo, abandalhou, na insensatez
atrevida de quem se está nas tintas para valores como o respeito, em defesa dos
outros tais valores outrora alardeados da liberdade, igualdade e fraternidade, de
aparência ideológica bonita mas falsa, como todos intimamente sabem, fingindo aceitar,
em falso altruísmo, pois que mais nos convém o parasitismo em que actualmente
vegetamos. Para Portugal, sentimos que só um PEDRO PASSOS COELHO poderia
impor uma certa ordem e seriedade, rodeado pelos que escolheria, de idêntico
carisma moral. Mas ele não quer sacrificar-se, e tem todo o direito, atraiçoado
que foi quando ganhou em vão, na cobardia do chefe de então. Não, entre nós,
que não desejamos a ordem mas a liberdade traiçoeira e ignara, os 25 anos que
seguem, serão do mesmo cariz dos 50 que passaram, feita a redução mentirosa e
lorpa que criou as avalanches dos fugitivos dessas terras que desprezámos, em
favor, não desses, mas dos povos poderosos que têm a sua última palavra, depois
da primeira, que também tiveram, defensora dos direitos daqueles, em altruísmo
de aparência, em avidez de autenticidade – e que hoje acorrem, em prestimoso
auxílio piedoso e suave, de uma realidade já avidamente – e desmascaradamente –
interesseira, como os próximos 25 anos demonstrarão sem rebuço.
Portugal daqui a 25 anos
É importante fazer esta
análise no momento em que entramos no último ano do primeiro quartel do século
pois, nestes últimos 25 anos, não fizemos mais que correr atrás do prejuízo.
ANDRÉ ABRANTES AMARAL Colunista do
OBSERVADOR
OBSERVADOR, 29 dez. 2025, 00:1830
É um erro assumir que os políticos e
governantes que marcaram gerações não tinham uma visão do futuro que gostariam de
alcançar e que se limitaram a seguir os eventos do dia-a-dia. Adaptaram-se, não
haja dúvidas, ou seriam trucidados pelos acontecimentos. Mas fizeram-no com
algo superior em vista. De Gaulle afastou-se da Quarta República porque a considerava
disfuncional e não quis a sua imagem política agastada com o que entendia ser
um fracasso anunciado. Churchill colocou-se
à margem da narrativa que, no seu país, prevaleceu nos anos 30. Thatcher observou
e analisou os erros dos governos conservadores de Macmillan e de Heath
(principalmente deste último) para abraçar novas soluções para problemas que
também eram novos. Entre nós, Mário
Soares desejou ser a charneira do sistema que ligasse direita e
esquerda, mas não deixou de ter (e de referir) uma visão para o país:
liberto da ditadura de extrema-direita, livre da opressão da extrema-esquerda,
inserido na comunidade europeia, uma democracia ocidental e moderna.
Que Portugal vamos ter em 2050? É uma pergunta cuja resposta implica
saber como será o mundo daqui a 25 anos. É uma pergunta à qual não conseguimos
responder porque parte de pressupostos que não controlamos. Mas que não nos
impede que coloquemos a questão de outra forma: que
Portugal gostaríamos que existisse em 2050? É uma pergunta legítima e necessária. Legítima porque se trata do nosso país, do legado que
pretendemos deixar aos que vão ser portugueses na segunda metade deste século. Necessária, porque se apenas pensarmos antecipadamente
somos capazes agir de modo consequente. É importante que façamos esta
análise no momento que entramos no último ano do primeiro quartel do século
pois, nestes últimos 25 anos, não fizemos mais que correr atrás do prejuízo. O
projecto saído do 25 de Abril (e consolidado com o 25 de Novembro), de uma
democracia ocidental e uma economia inserida na Europa ficou-se pelos anos 90. Consumou-se nessa altura e desde então nada surgiu que
o substituísse. Esta falta de visão foi fatal até para Passos
Coelho, um primeiro-ministro que esteve à altura das dificuldades
que o país enfrentou e foi capaz de levar por diante o mais difícil programa de
recuperação económica que Portugal enfrentou nos últimos 50 anos. Mas Passos não tinha (ou se tinha não foi
capaz de a transmitir) uma visão para o futuro. Talvez por isso, não conseguiu
a necessária maioria absoluta para que continuasse no governo. Mas essa visão
de longo prazo é também determinante para que um governo não fique enredado nas
narrativas populistas de partidos que acabam por marcar a agenda política. Como
vemos Portugal daqui a 25 anos? Um país inserido na comunidade de estados
ocidentais, uma democracia capaz de
alternar governos sem violência, um estado que seja um garante da ordem
pública e saiba interagir com os diversos sectores da sociedade, com vista à
prossecução dos serviços públicos. Uma
economia capitalizada e aberta a investimentos de valor acrescentado que criem
empregos que paguem salários altos. Um Portugal próximo dos
países que falam português e que faça pontes entre estes e os EUA e a Europa. Com o fim da hegemonia ocidental, o mundo
volta a ser o que era antes da globalização iniciada pelos portugueses e o
centro das riquezas regressou ao Oriente, o local onde todos querem estar, onde
todos precisamos de estar se não quisermos ficar para trás na inovação
tecnológica, no acesso às fontes de conhecimento e no desenvolvimento das novas
ideias. Seria errado pensar
que Portugal não pode ter uma palavra a dizer nesta mudança estrutural do
equilíbrio internacional, a maior desde a chegada de Vasco da Gama à Índia.
Pensar o que pode vir a ser Portugal daqui a 25 anos não é uma perda de
tempo. É uma antecipação de desafios e a construção de um fio condutor a que
nos poderemos agarrar de cada vez que os imprevistos nos fizerem tremer mais
que o normal.
CRESCIMENTO
ECONÓMICO ECONOMIA FUTURO TECNOLOGIA POLÍTICA
COMENTÁRIOS (de 30):
José Martins
de Carvalho: É injusto dizer que Passos Coelho não tinha uma visão para o futuro.
Não se pode dizer isso de um homem a quem foi dada a
oportunidade de conduzir o país no período excepcional subsequente à
bancarrota de Sócrates, em que a prioridade era apagar fogos. O
eleitorado não lhe deu maioria absoluta porque não queria mais sacrifícios e,
por isso, ficou sem conhecer a sua visão de futuro, que num segundo mandato já
lhe seria possível evidenciar.
Rui Lima: Portugal daqui 25 anos estará
em pleno 3.º mundo pela demografia os últimos portugueses terão fugido, os níveis de pobreza
semelhantes aos de África que é a população majoritária no país que foi
Portugal ,todas as nossas figuras históricas foram banidas mesmo o cozido à
portuguesa , os monumentos demolidos os jardins foram ocupados , Lisboa é uma
cidade de 8 milhões de habitantes . PS. Pode demorar mais tempo mas o caminho esta traçado .
mais um > Maria Tubucci: Certo.
Maria Tubucci: Caro AAA, daqui a 25 anos em
Portugal não haverá socialismo nem comunicação social tradicional. O ponto
de inflexão já foi atingido, foi em 2010 com a queda do Sócrates, veio a troika
repor a normalidade das contas certas e com muito sacrifício isso foi atingido.
Depois veio 2015, o PS perverteu o sistema político ao aliar-se à
extrema-esquerda, à viva força quis repor a anormalidade, como consequência
surgiu o CH. Simultaneamente, continuaram a encobrir a sua bancarrota
financeira e moral, culpando quem salvou o país de todos os males, invertendo
reformas e abrindo as fronteiras, como consequência o CH subiu ainda mais.
Tudo isto, sempre acompanhado de uma comunicação social canina e fiel ao
dono, que transforma a mentira em verdade, que insulta os adversários com as
mentiras que cria, perdendo cada vez mais credibilidade, porque a verdade é
como o azeite vem sempre ao de cima. Resumindo, a resposta das pessoas
ao socialismo cada vez será mais violenta, se eliminarem o CH, surgirá outro
ainda pior, a maioria silenciosa começou a ter asco ao
socialismo/esquerdismo/wokismo. Repare, até os imigrantes legais que
estão integrados são contra a imigração ilegal descontrolada. A cada
ajustamento forçado de um sistema, o sistema irá responder com cada vez mais
violência. Não sei se o futuro será melhor ou pior, mas o socialismo vai
desaparecer, o vento mudou, o bom-senso acabará por imperar. Pois é impossível que o
dinheiro de poucos possa dar tudo a todos, e que esses todos só tenham direitos
e nunca tenham deveres.
Jorge Frederico Cardoso > Vieira Barbosa: É sempre um gosto ler qualquer
artigo de AAA porque em meia dúzia de frases equacionando factos leva o leitor
a uma ideia quase sempre nuclear para o entendimento não sectário da política
que se faz (ou não faz) nesta nossa frágil democracia. É este artigo é
excelente porque prima pela racionalidade OBRIGADO a AAA e ao OBSERVADOR aos
quais desejo um bom 2025
João Floriano > Manuel Gonçalves: A
associação entre Trump e Elon Musk poderá ser entre um avanço tecnológico sem
precedentes, uma nova Revolução e um poder político muito mais musculado do que
o que temos visto até agora. O futuro dirá se essa parceria se vai aguentar e
durante quanto tempo. Trump vai a caminho dos 79 anos. Quanto à Gronelândia,
uma zona autónoma da Dinamarca desde 1953, Trump tentou comprá-la à Dinamarca,
como já o Alasca havia sido comprado ao czar Alexandre II a seguir à Guerra
Civil Americana. A venda e compra decorreram de circunstâncias da época e da
bancarrota do czar. É curioso que foi Seward (há
uma cidade com o seu nome no Alaska) enfrentou resistência e ganhou a votação
que permitiu comprar o Alaska a preço de super saldo apenas por um voto. Hoje Putin deve ter calafrios
cada vez que pensa o que seria estar ali às portas dos Estados Unidos e do
Canadá. Estrategicamente, a compra da Gronelândia traria vantagens defensivas para
o Ocidente agora que russos e chineses aproveitam as alterações climáticas e
têm cada vez mais barcos na área. Não se trata de andar distraído, nem tão
pouco ser ingénuo. Portugal tem um raio de acção muito reduzido perante o
mosaico geopolítico que já se observa, com os BRICS, o colonialismo chinês e
russo em África e na América do Sul, o Médio Oriente, a importância do
Pacífico, Trump que em relação à Europa tem a mesma atitude que os pais que
pressionam os filhos a serem autónomos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário