sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Um dos que escreveu

 

Sobre o 25 de Novembro, foi José Pacheco Pereira, na sua crónica do Público de 23/11/24 – “O que se está a comemorar não é o 25 de Novembro” – porque ainda só vai nos 49 anos do seu surgimento, que não é número redondo, para ser festejado. Será preciso que chegue ao próximo ano- 2025 – para perfazer os 50 anos redondos a merecer festejo. É certo que aquilo a que se refere Pacheco Pereira, é mais à capa de “O DIABO” de 22 de Novembro de 2024 que transcrevo, pela impossibilidade de a transpor para o papel, como ele fez, fotografando-a, para exemplificar a sua crítica contra os entusiastas do 25 de Novembro, que até propõem hoje feriado nacional (o que, quanto a mim, leva mas é água no bico, amantes que somos dos feriados, a amenizar as estafas do trabalho profissional, sempre mal pago, por isso ainda acrescidos das greves democráticas).

Diz, pois a capa de O DIABO, em letras garrafais: A VERDADEIRA LIBERDADE - NOV. 25 – QUANDO PORTUGAL ESCAPOU À DITADURA E À MISÉRIA COMUNISTA.

Ora, Pacheco Pereira indigna-se mais contra esses dizeres, que põem em causa a VERDADEIRA LIBERDADE representada pelo 25 de Abril, que esse até é feriado anual, por mérito próprio, desde 1975 o ano primeiro da sua comemoração, número bem redondo, para a nossa conveniência efusiva. E cito a frase em destaque da indignação de PP:Por que razão o 25 de Novembro é comemorado aos 49 anos?”, além da frase em epígrafe da sua justificação: “A mistificação histórica e política do 25 de Novembro apouca-o, porque o seu significado real justificava uma comemoração digna nos seus 50 anos, em 2025.”

Na realidade, a frase de “O DIABO” “A VERDADEIRA LIBERDADE – NOV. 25”, traduz bem o que se sentia por essa altura, contra o status repressivo criado pelos Otelos e demais governantes do espalhafato pós abrillino, e ainda bem que JOÃO MARQUES DE ALMEIDA vem historiar esse passado como incomodativo, e citar os que ainda hoje atacam os que “se querem hoje apropriar da data” como expressiva da verdadeira liberdade – mais do que o tal 25 de Abril anti-ditadura salazarista.

O certo é que andamos na semana desses tais opositores a Salazar, como foi o Dr. Mário Soares, do qual se comemora o centenário esta semana, e que revemos diariamente na vasta entrevista que dele fez Clara Ferreira Alves em tempos passados, passeando-se por várias partes do percurso vivido anteriormente pelo seu para sempre celebrizado entrevistado.

25 de Novembro e 4 de Dezembro

O PS não aceitou facilmente que a democracia pluralista evoluísse para o confronto democrático entre a esquerda e a direita. Recordemos os ataques, até pessoais, de Mário Soares a Sá Carneiro e à AD.

JOÃO MARQUES DE ALMEIDA Colunista do Observador

OBSERVADOR, 05 dez. 2024, 00:2021

Muitos falaram durante a semana passada do significado do 25 de Novembro. E muitos acusaram a direita de se apropriar da data, como se a esquerda nunca se tivesse feito a dona de datas históricas, desde logo a começar pelo 25 de Abril.

Na verdade, não admira que a direita celebre o 25 de Novembro, o que surpreende é que sectores do PS se sintam incomodados em comemorar o 25 de Novembro. O político mais importante na luta contra a ameaça totalitária comunista que culminou nos acontecimentos do 25 de Novembro foi Mário Soares. O PS devia olhar para o 25 de Novembro com orgulho e como uma data importante na sua história e na sua luta contra o comunismo. Claro que, entretanto, o PS mudou e aproximou-se do PCP.

Mas para a direita, o 25 de Novembro está longe de ser tudo. É muito importante porque derrotou a ameaça totalitária comunista e porque permitiu que o 25 de Abril tivesse sido uma revolução da democracia pluralista e liberal. Mas o 25 de Novembro, para a direita, foi apenas o início de um processo que culminou com a vitória eleitoral da AD de Sá Carneiro em 1979.

Até ao 25 de Novembro, o PS Soarista e muitos no centro-esquerda definiam a luta central da política portuguesa entre o programa totalitário dos comunistas e o projecto de uma democracia pluralista e ocidental do PS. Mas o PS considerava-se o líder natural do campo da democracia pluralista, e que todos os outros partidos, nomeadamente o PPD e o CDS, estavam subordinados aos socialistas.

O PS não aceitou facilmente que a democracia pluralista evoluísse, como seria natural, para o confronto democrático entre a esquerda e a direita. Recordemos os ataques, incluindo pessoais, do PS e de Mário Soares a Sá Carneiro e à AD.

Foi Sá Carneiro e a primeira AD que impuseram ao PS a normalidade democrática da direita em Portugal. Quando Sá Carneiro formou a AD com o CDS e com o PPM, o seu objectivo era claro: mostrar que não havia democracia pluralista sem uma direita democrática. Foi no dia 2 de Dezembro de 1979 que a direita em Portugal atingiu finalmente a sua maioridade política. A vitória eleitoral foi extraordinária. A AD conquistou mais de 2 milhões e 700 mil votos, cerca de mais de um milhão de votos do que o PS. Uma maioria de portugueses de Norte a Sul foi votar e disse de um modo bem claro que, na democracia portuguesa, a direita tinha o direito a governar.

A esquerda pode estar descansada que não estou a sugerir mais um feriado nem celebrações parlamentares, mas para quem é de direita a maioria eleitoral da AD em 1979 foi um momento histórico, fundador mesmo. Ontem, 4 de Dezembro, foi o aniversário da morte do primeiro líder da direita democrática em Portugal, Sá Carneiro. Este artigo é uma homenagem à sua memória, e um enorme agradecimento ao que ele fez pela direita em Portugal.

DEMOCRACIA     SOCIEDADE     25 DE NOVEMBRO      PAÍS      FRANCISCO SÁ CARNEIRO      POLÍTICA    

COMENTÁRIOS

JOHN MARTINS: Sá Carneiro foi um grande Estadista fundador do PPD e com a primeira maioria da AD em 1979 acabou por dar um grande impulso do retorno dos militares aos quartéis, que se verificou com a extinção do Conselho da Revolução em 1982. Neste dia começou a verdadeira democracia sem o controlo dos militares. Morreu num acidente de aviação, num pequeno avião Cessena, que se despenhou logo após levantar voo, em Camarate, Lisboa, a 4 de dezembro de 1980. Paz á sua alma e a quem o acompanhava.

Carlos Chaves: Obrigado João Marques de Almeida, por esta homenagem mais que merecida a esse grande vulto da política e da democracia Portuguesa – Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro, que a esquerda “assassinou”!

JOHN MARTINSJOHN MARTINS: Para sermos rigorosos, morreram no mesmo acidente:

Amaro da Costa,

Snu Abecassis

Maria da Costa

Patricio Gouveia

Jorge Albuquerque

e Alfredo de Sousa, Igualmente Paz ás suas almas.

Tim do A: O PS de hoje é um partido comunista corrupto de extrema-esquerda. Por isso estamos pobres. O problema é que o PSD tornou-se um partido socialista. Por isso vamos continuar pobres.

Francisco Ramos: A isto chama-se um senhor sem papas na língua.

Fernando Costa: Se Sá Carneiro visse no que se transformou o seu PPD, se calhar morreria de enfarte!!! Esta coisa que se dá pelo nome PSD(ois) não é nem mais nem menos que uma extensão do PS. Iguais em tudo. Até no wokismo.

Nenhum comentário: