Sobre o 25 de Novembro, foi José
Pacheco Pereira, na sua crónica do Público
de 23/11/24 – “O que se está a comemorar não é o 25 de Novembro” – porque ainda
só vai nos 49 anos do seu surgimento, que não é número redondo, para ser
festejado. Será preciso que chegue ao próximo ano- 2025 – para perfazer os 50
anos redondos a merecer festejo. É certo que aquilo a que se refere Pacheco Pereira, é mais à capa de “O DIABO” de 22
de Novembro de 2024 que transcrevo, pela impossibilidade de a transpor
para o papel, como ele fez, fotografando-a, para exemplificar a sua crítica contra
os entusiastas do 25 de Novembro, que até propõem hoje feriado nacional (o que,
quanto a mim, leva mas é água no bico, amantes que somos dos feriados, a
amenizar as estafas do trabalho profissional, sempre mal pago, por isso ainda
acrescidos das greves democráticas).
Diz, pois a capa de O DIABO, em letras
garrafais: A VERDADEIRA LIBERDADE - NOV. 25 – QUANDO PORTUGAL ESCAPOU À
DITADURA E À MISÉRIA COMUNISTA.
Ora, Pacheco
Pereira indigna-se mais contra esses dizeres, que põem em
causa a VERDADEIRA LIBERDADE representada pelo 25 de Abril,
que
esse até é feriado anual, por mérito próprio, desde 1975 o ano
primeiro da sua comemoração, número bem redondo, para a nossa conveniência
efusiva. E cito a frase em destaque da indignação de PP: “Por que razão o 25 de Novembro é comemorado aos 49 anos?”, além da
frase em epígrafe da sua
justificação: “A mistificação histórica e
política do 25 de Novembro apouca-o, porque o seu significado real justificava
uma comemoração digna nos seus 50 anos, em 2025.”
Na realidade, a frase de “O DIABO” “A VERDADEIRA LIBERDADE – NOV. 25”,
traduz bem o que se sentia por essa altura, contra o status repressivo criado
pelos Otelos e demais governantes do espalhafato pós abrillino, e ainda bem
que JOÃO MARQUES DE ALMEIDA vem
historiar esse passado como incomodativo, e citar os que ainda hoje atacam os
que “se querem hoje apropriar da data”
como expressiva da verdadeira liberdade – mais do que o tal 25 de Abril anti-ditadura
salazarista.
O certo é que andamos na semana desses tais opositores a Salazar,
como foi o Dr. Mário Soares, do qual se
comemora o centenário esta semana, e que revemos diariamente na vasta
entrevista que dele fez Clara
Ferreira Alves em tempos passados, passeando-se por várias partes do
percurso vivido anteriormente pelo seu para sempre celebrizado entrevistado.
25 de Novembro e 4 de Dezembro
O PS não aceitou facilmente que a democracia pluralista evoluísse
para o confronto democrático entre a esquerda e a direita. Recordemos os
ataques, até pessoais, de Mário Soares a Sá Carneiro e à AD.
JOÃO MARQUES DE ALMEIDA Colunista
do Observador
OBSERVADOR, 05 dez. 2024, 00:2021
Muitos falaram durante a semana passada do significado do 25 de
Novembro. E muitos acusaram a direita de se apropriar da data, como se a
esquerda nunca se tivesse feito a dona de datas históricas, desde logo a
começar pelo 25 de Abril.
Na verdade, não admira que a direita celebre o 25 de Novembro, o que
surpreende é que sectores do PS se sintam incomodados em comemorar o 25 de
Novembro. O político mais importante
na luta contra a ameaça totalitária
comunista que culminou nos acontecimentos do 25 de Novembro foi Mário Soares. O PS devia olhar para o 25 de Novembro
com orgulho e como uma data importante na sua história e na sua luta contra o
comunismo. Claro que,
entretanto, o PS mudou e aproximou-se do PCP.
Mas para a direita, o 25 de Novembro está longe de ser tudo. É muito
importante porque derrotou a ameaça totalitária comunista e porque permitiu que
o 25 de Abril tivesse sido uma revolução da democracia pluralista e liberal.
Mas o 25 de Novembro, para a direita, foi apenas o início de um processo que
culminou com a vitória eleitoral da AD de Sá Carneiro em 1979.
Até ao 25 de Novembro, o PS
Soarista e muitos no centro-esquerda definiam a luta central da política
portuguesa entre o programa totalitário dos comunistas e o projecto de uma
democracia pluralista e ocidental do PS. Mas o PS considerava-se o líder
natural do campo da democracia pluralista, e que todos os outros partidos, nomeadamente o PPD e o CDS, estavam
subordinados aos socialistas.
O PS não aceitou facilmente que a democracia pluralista evoluísse,
como seria natural, para o confronto democrático entre a esquerda e a direita.
Recordemos os ataques, incluindo pessoais, do PS e de Mário Soares a Sá
Carneiro e à AD.
Foi Sá Carneiro e a primeira AD que
impuseram ao PS a normalidade democrática da direita em Portugal. Quando Sá
Carneiro formou a AD com o CDS e com o PPM, o seu objectivo era claro: mostrar
que não havia democracia pluralista sem uma direita democrática. Foi no dia 2 de Dezembro de 1979
que a direita em Portugal atingiu finalmente a sua maioridade política. A vitória
eleitoral foi extraordinária. A AD conquistou mais de 2 milhões e 700 mil
votos, cerca de mais de um milhão de votos do que o PS. Uma maioria de portugueses de Norte a Sul
foi votar e disse de um modo bem claro que, na democracia portuguesa, a direita
tinha o direito a governar.
A esquerda pode estar descansada que
não estou a sugerir mais um feriado nem celebrações parlamentares, mas para
quem é de direita a maioria eleitoral da AD em 1979 foi um momento histórico,
fundador mesmo. Ontem, 4 de Dezembro, foi o aniversário da morte do primeiro
líder da direita democrática em Portugal, Sá Carneiro. Este artigo é uma
homenagem à sua memória, e um enorme agradecimento ao que ele fez pela direita
em Portugal.
DEMOCRACIA SOCIEDADE 25 DE
NOVEMBRO PAÍS FRANCISCO SÁ
CARNEIRO POLÍTICA
COMENTÁRIOS
JOHN MARTINS: Sá Carneiro foi um grande
Estadista fundador do PPD e com a primeira maioria da AD em 1979 acabou por dar
um grande impulso do retorno dos militares aos quartéis, que se verificou com a
extinção do
Conselho da Revolução em 1982. Neste
dia começou a verdadeira democracia sem o controlo dos militares. Morreu num acidente de
aviação, num pequeno avião Cessena, que se despenhou logo após levantar voo,
em Camarate, Lisboa, a 4 de dezembro de 1980. Paz á sua alma e a quem o
acompanhava.
Carlos
Chaves: Obrigado João Marques de
Almeida, por esta homenagem mais que merecida a esse grande vulto da política e
da democracia Portuguesa – Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro, que a esquerda “assassinou”!
JOHN MARTINSJOHN MARTINS: Para sermos rigorosos, morreram
no mesmo acidente:
Amaro da Costa,
Snu Abecassis
Maria da Costa
Patricio Gouveia
Jorge Albuquerque
e Alfredo de Sousa, Igualmente Paz ás suas almas.
Tim do A: O PS de hoje é um partido comunista corrupto de
extrema-esquerda. Por isso estamos pobres. O problema é que o PSD
tornou-se um partido socialista. Por isso vamos continuar pobres.
Francisco Ramos: A isto chama-se um senhor sem papas na língua.
Fernando
Costa: Se Sá Carneiro visse no que se
transformou o seu PPD, se calhar morreria de enfarte!!! Esta coisa que se dá
pelo nome PSD(ois) não é nem mais nem menos que uma extensão do PS. Iguais em
tudo. Até no wokismo.
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