Até redundou em canção nacional, como
Fado triste, que a nossa Amália fez transpor para as glórias de património cultural
da Humanidade e é esse, definitivamente o sentido do nosso universo cultural de
estimação – de resguardo contra interferências de uma responsabilidade ditada
por uma razão que não nos tornasse vítimas constantes da tal definição imposta
por Pascal em “Pensées” - “Le coeur a ses
raisons que la raison ne connaît pas”. O coração, como órgão de sentimento,
aparentemente aplicado nos malabarismos de uma actuação de impulsos, sem demasiada
consistência, afinal, inscritos tantas vezes na indisciplina ou na febre
repentina das relações e dos interesses pessoais. Daí que as pessoas de uma certa
idade se confundam com as pessoas da idade certa no resultado “construtivo” da
nação - as últimas, sobretudo preocupadas com as próprias vivências e
interesses, indiferentes às razões pátrias, as primeiras, ainda que sintam mais
profusamente o saudosismo por esse espaço que foi palco das suas existências, e
mesmo que movidos por razões nacionalistas, não têm suficiente peso para
contrariar a indiferença que grassa no país, para mais assaltado, como no resto
do mundo, por ondas sucessivas e instáveis de povos que não sentem,
naturalmente, por ele, o afecto de raiz. Mas… continuemos, como costumava
proclamar o DR. SALLES, que hoje
deseja respostas positivas para um povo desatento, e mais ainda desde uma
revolução que se traduziu num despejar de valores, ultrapassados pelas amplas liberalidades
de uma democracia "desligada".
HENRIQUE
SALLES DA FONSECA
A BEM
DA NAÇÃO, 26.12.24
Ou
«O LAGO
DOS CISNES»
Ou ainda o
«CLICK QUE FALTA»
Era no intróito falado a uma das suas
belíssimas canções que Aznavour nos deixava a pensar na diferença entre
«les gens d’un âge certain et les gens
d’un certain âge». E eu pensei que…
… as pessoas numa idade certa têm que ganhar o pão de cada dia,
trabalhando e pensando, furando na vida, «atirando» em todas as direcções,
enquanto as pessoas de uma certa idade, já quase todas aposentadas, têm todo o
tempo para pensar deixando a acção aos mais novos.
Daqui a diferença entre a idade
da acção e a da razão; os jovens militares
e os «Conselhos dos Anciãos». À medida que a pessoa na idade certa vai «atirando» em todas as direcções, vai
acertando a pontaria e desprezando os caminhos errados: vai apurando o seu
poder selectivo e de sìntese. E aquilo que, na idade
certa, lhe parecia
um oceano de possibilidades vai-se reduzindo até ser um rio de plausibilidades
desaguando, já com uma certa idade, no tranquilo lago das realidades. E, mesmo assim,
oxalá que seja «O lago dos cisnes» e não «o charco dos marrecos». Aqui chegados,
pergunto a quem já não tenha ilusões, mas que continue a sonhar: qual é o
seu «click» para que Portugal «saia da cepa torta» e salte para o pelotão da
frente do desenvolvimento. Aqui fica a sugestão ao «Forum para a
Competitividade» no sentido de organizar o “Congresso do «click» para o
Desenvolvimento”
Dezembro de 2024 HENRIQUE SALLES DA FONSECA
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