segunda-feira, 25 de setembro de 2023

A lata governativa de hoje


Em confronto com os princípios ordeiros seguidos por Salazar. Segue-se que o problema maior, justificativo da crise actual, está em nós, povo português, acomodado com outras opções de desenvolvimento nacional, atido, de preferência, por contraste, à postura no ninho, esperando o cibo, que as actuais chefias protagonizam.

Texto chegado por email enviado pelo Luís. Da autoria de ALEXANDRE SARMENTO:

«Não obstante a guerra no Ultramar, Portugal conheceu, entre os anos 50 e princípios de 70, o maior crescimento económico da sua história contemporânea. Tal crescimento coincidiu, pois, com o das economias europeias mais desenvolvidas, crescendo até mais depressa em contexto particularmente próprio. As razões do fenómeno podem, sem pretensão exaustiva, ser enumeradas da seguinte forma:

1. Resolução do problema financeiro e monetário na sequência do conflito da I Guerra Mundial.

2. Crescimento económico «disciplinado» com base no equilíbrio do Orçamento de Estado, sem, com isso, estrangular a iniciativa particular.

3. Restrição, mediante o equilíbrio orçamental de Estado, da oferta monetária internacional para financiar os défices, e controlo da inflação ou da emissão do papel-moeda.

4. Baixa das taxas de juro para permitir o investimento agrícola e industrial favorável ao clima de confiança necessário ao investimento empresarial.

5. Crescimento da poupança ora pública (sustentada pelo equilíbrio orçamental) ora privada, acrescida do desenvolvimento do sistema bancário e do recurso às remessas dos emigrantes para permitir a livre circulação de dinheiro com vista a investimentos no sector empresarial.

6. Aumento da qualificação profissional com base no incremento substancial da «escolarização» primária, técnica e liceal, bem como dos postos e regentes escolares instalados em aldeias, igrejas, casas rurais ou lares domésticos aptos para o aprendizado das primeiras letras.

7. Abertura da economia portuguesa à economia europeia, com a adesão de Portugal, na condição de membro fundador, à EFTA (1959).

8. Contida participação no Plano Marshall (1947), o que permitira a Portugal aderir à Organização de Cooperação Económica (OECE), assim como participar na União Europeia de Pagamentos (UEP), criada em 1950.

9. Acordo comercial, em 1972, com a Comunidade Económica Europeia (CEE).

Enfim, um processo que, em grande medida, só fora possível devido ao facto de, terminada a II Guerra Mundial, Portugal ter podido participar e usufruir do recurso europeu ao livre-cambismo ditado pelo “Acordo de Bretton Woods”. Porém, se quisermos ir mais fundo, basta recuar até ao último conflito mundial cuja extensão e respectivas consequências Oliveira Salazar traçara em 1942:

«Sem ousar prever a extensão do conflito e todas as suas consequências, o governo definiu logo no primeiro momento a atitude que se impunha: manter na medida do possível a normalidade existente, e isso importava na vida económica o emprego dos máximos esforços no sentido da estabilidade da produção e dos serviços, da moeda e do crédito, dos preços, vencimentos e salários.

(…) A actual geração viveu a outra guerra e tem ideia das injustiças, desgastes, anulações de capitais mobiliários, ruínas materiais e morais que se acumularam com se abandonar a economia à mercê dos acontecimentos. Dessa vez parte das culpas puderam ser lançadas ao próprio facto da guerra em que intervínhamos activamente, agora só devíamos ser desculpados naquilo em que os acontecimentos são superiores à vontade dos homens. Não se podia repetir a dolorosa experiência.

Para nos mantermos fiéis à orientação geral da maior estabilidade possível, tornava-se necessário ter mão nos dois elementos donde nascem comummente as perturbações – a moeda e as coisas. Quanto à primeira importava não infringir as regras técnicas com que se defende o seu valor: que se lhes tem obedecido deduz-se do facto de o escudo ser hoje uma das moedas mais estáveis e sólidas de todo o mundo.

@União Nacional-Salazar

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