Ou uma esperteza de admirável
envergadura, a acrescentar à coragem da energia pátria!
Ucrânia constrói armas falsas para a
Rússia destruir. Objectivo é salvar vidas e causar prejuízo ao inimigo
Parecem verdadeiro material militar
mas na verdade são construídas a partir de ferro velho. Uma empresa ucraniana
fabrica armas falsas para serem usadas no campo de batalha e destruídas pela
Rússia.
OBSERVADOR, 14 set. 2023, 22:26
Anadolu Agency via Getty Images
Mísseis sem explosivos e armas que nunca serão disparadas. A Ucrânia
continua a construir réplicas baratas de armas com o objectivo de enganar a
Rússia e fazer com que gaste mísseis, drones e munições para as destruir. Desta
forma, as forças ucranianas protegem o equipamento real e abdicam do mais
barato — e falso.
Metinvest
é o nome da empresa siderúrgica que produz estas armas falsas. Segundo conta o The Guardian, a equipa molda plástico, madeira e metal e
dá vida a cópias da mais recente tecnologia americana e europeia,
suficientemente parecidas de forma a convencer as tropas russas de que são
verdadeiras armas militares.
Segundo o porta-voz da empresa, o
objectivo destas peças é duplo: “Salvar vidas ucranianas e enganar os russos
para que desperdicem os seus próprios drones e mísseis kamikaze, que são muito
caros”.
“A
guerra é cara e precisamos que os russos gastem dinheiro a utilizar drones e
mísseis para destruir os nossos iscos”, acrescentou. “Afinal de contas, os
drones e os mísseis custam muito dinheiro. Os nossos modelos são muito, muito
mais baratos.”
Se um obus M777 de 155 mm real pode
custar vários milhões de dólares, na Metinvest o modelo custa menos de 1000
dólares (cerca de 939 euros) e é feito com velhos canos de esgoto.Para a Rússia, destruir uma arma real e
uma falsa tem o mesmo custo.
Apesar de, até ao momento, o fabrico das
réplicas não ter causado problemas, a empresa acredita ser importante fazer
adaptações e torná-las mais sofisticadas à medida que a guerra avança. “O
inimigo não é estúpido. Temos de nos adaptar à realidade, acrescentamos sempre algo de novo ao nosso trabalho. E
avaliamo-nos a nós próprios desta forma — se
não acontece nada quando enviamos um novo modelo, se não é visado, é porque
temos algo de errado no design”, explicou o porta-voz.
Para além das melhorias, o tempo que
ficam no terreno também é importante. Se
uma réplica ficar no campo de batalha mais tempo do que o que era esperado, a
empresa volta a estudá-la. O objectivo é que seja destruída rapidamente.
“Não contamos o número de engodos produzidos, mas sim o número de
engodos destruídos, e isso é o mais importante para nós”, sublinha o porta-voz.
“Quanto mais cedo forem destruídos, melhor para nós.”
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