Esse tal desenvolvimento ofertado pelos
bem formados das direitas, mas as migrações vão continuar, que os povos da
cultura ocidental têm longa tradição de compostura, estatuída nos livros, de
longa data, mau grado as suas guerras de longo alcance, (com algumas também de
trazer por casa) - nada que se pareça, contudo, com as lutas tribais, de um
desaforo mais primitivo e para mais protegido pelos povos das civilizações
ocidentais, que, em busca das riquezas desses, lhes vão estendendo a mão, não
só para se redimirem dos pecados antigos, que os wokes modernos lhes apontam e
são graves, mas também para dar mostras de um arrependimento democrático,
acolhendo no seu seio quem fuja do seio pátrio, confiante na democracia ocidental,
mais virtuosa, estatuída nos livros e dimanada a jorros pelos defensores dos
humilhados e ofendidos do próximo passado das viagens de navegação e mesmo de
circum-navegação arrebanhadora de terras e de gentes. Não, não sei se o tal
desenvolvimento dos territórios africanos porá fim às lutas intestinas
africanas e às evasões dos africanos desconfiados dos seus e confiantes nos
perseguidores de outrora, (apesar do tal racismo ainda muito vistoso, segundo
os wokes de hoje, como já frisei), mas que lhes oferecem comodidades e
tranquilidade que não esperam dos seus. Mas Deus ouvisse Meloni, nos seus
projectos de desenvolvimento africano, fixador de povos, segundo aquela… Um
belo texto esclarecedor, este de JNP.
Meloni, a africana
Não vi grandes referências, entre nós,
a este Projecto, o que não surpreende, uma vez que vem de uma criatura
intrinsecamente perversa da qual não pode vir nada de bom.
JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista do
Observador
OBSERVADOR, 02
set. 2023, 00:2059
Há uma velha lei da economia e da demografia que diz que as pessoas,
quando não têm os para mais sujeito recursos ao alcance, vão atrás deles. A
África, aqui mesmo a sul da Europa, com o Mediterrâneo pelo
meio, passou este ano os 1.500 milhões de habitantes e a sua população vai
continuar a crescer a largo ritmo; e os africanos, carentes de recursos nos
seus países, vão recorrer à emigração para sobreviver ou para procurar uma vida
melhor.
Considerações éticas e políticas à parte, e por tudo o que está para
trás e pode estar para a frente, ajudar a criar nesses países infraestruturas,
recursos sanitários e sociais, condições de produção agrícola e industrial que
fixem as populações para evitar vagas descontroladas de migrantes parece ser o
mais inteligente – mais inteligente, mais humano e mais civilizado.
O Plano Mattei
É essa a ideia da Presidente
do Conselho de Ministros de Itália, Georgia Meloni, que nos finais do mês de Julho anunciou,
em Roma, um grande Plano de Investimentos para o desenvolvimento dos
países do continente africano.
Não vi grandes referência entre nós a
este Projecto, o que não surpreende, uma vez que chefe do Governo italiano é
“fascista”, “populista” e de “ultra-direita” e, logo, uma criatura
intrinsecamente perversa da qual não pode vir nada de bom. Entretanto, o
projecto tem a bênção da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von
der Leyen, e do Secretário-Geral
das Nações Unidas, António Guterres; e vai ao encontro do repto do Papa
Francisco de “assegurar a todos o direito de não emigrar”.
O que me pareceu interessante foi,
desde logo, o nome dado ao Plano, “Plano Mattei”.
Enrico Mattei foi um
democrata-cristão, dirigente da resistência antifascista e fundador, em 1953,
da ENI (Ente Nazionale Idrocarburi). A indústria petrolífera começara em
Itália com a AGIP – Azienda Generale Italiana Petroli –, uma companhia pública
fundada em 1926, em pleno vinténio fascista. Em 1945 Mattei foi encarregado de
liquidar a AGIP e de proceder à sua privatização.
Mas
Mattei tinha outras ideias para a companhia e fundou a ENI em 1953 como empresa
nacional de petróleos: era uma empresa pública, tendo como símbolo o famoso cão
negro de seis patas que lança uma língua de fogo encarnada. Com as
boas relações pessoais e políticas de Mattei no Médio Oriente e na África do
Norte a ENI tornou-se um importante player no mercado internacional
petrolífero; mas em Outubro de 1962 o avião privado de Mattei explodiu e
despenhou-se. Anos depois – dez, exactamente –, o realizador Francesco Rossi fez um
filme, Il Caso Mattei, com Gian Maria Volontè no papel de Mattei, em que a
morte do patrão da ENI aparecia ligada a interesses rivais, possivelmente das
“Seven Sisters” americanas.
Mattei tinha ligações à Argélia independente, tendo ajudado a Front
National de Libération na luta contra a França: era um homem que criara muitos
e poderosos inimigos.
Ao escolher o fundador da ENI
como “patrono” do plano, Meloni mostra
não ter preconceitos ideológicos na hora de tratar dos interesses do Estado. A
estratégia do projecto assenta na ENI, uma das maiores multinacionais mundiais
de energia, hoje fortemente implantada em África, com uma vasta rede de empreendimentos de oil and gas, do Norte
magrebino – Argélia, Tunísia, Líbia – à África Subsariana, incluindo Angola e
Moçambique. O principal objectivo é instalar em África circuitos de
produção agroalimentar e indústrias transformadoras que ajudem a fixar as
populações, e pensar e planear infraestruturas internas de transporte que
sirvam os portos do Atlântico e do Índico, por onde passará o comércio do
continente.
Além
disso, o Plano Mattei, em estreita colaboração com os governos europeus e
africanos, prevê meios de controlo para reprimir o tráfico de emigrantes
ilegais e as organizações criminosas que se ocupam dele.
A rivalidade Paris-Roma
Mas
nem todos os países europeus vêem com bons olhos este novo empenho italiano em
África. É o caso de França, que se sentiu melindrada por Roma na sua aliança
preferencial com a Tunísia quando Meloni levou a Tunis Ursula von der Leyen e o
primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, para assinarem, em nome da
União Europeia, com o Presidente Kaïs Saïed um acordo de cooperação estratégico.
O mesmo sucede com as entradas italianas na Argélia e em Marrocos, tanto mais
numa altura em que a cooperação França-África atravessa momentos difíceis – com
os golpes militares no Niger, no Burkina Faso e agora no Gabão. A isto
acrescentem-se as entradas da ENI italiana, rival da TOTAL francesa no oil and
gas.
Tudo isto decorre no quadro geral um
tanto ou quanto frenético da substituição, na Europa, do petróleo e do gás
russos. Foi por causa disso que, numa primeira fase, Meloni
esteve na Argélia e na Líbia (com certeza recordando também a herança política
e geopolítica de Mattei). Ora na
Líbia, que está dividida e em guerra civil, italianos e franceses têm opções e
amigos diferentes: a Itália apoia o Governo de Unidade Nacional do
primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibah, a França apoia os seus inimigos.
A Líbia é o quarto produtor de petróleo
da África, depois da Nigéria, de Angola e da Argélia, mas é
possuidora de grandes reservas de crude. A Itália é o seu primeiro parceiro comercial e, em Janeiro passado,
Meloni esteve em Tripoli, onde a ENI assinou projectos no valor de 8 mil
milhões de Euros. O Governo de Dbeibah é reconhecido pela ONU e apoiado pela
Itália, pela Alemanha, pelo Reino Unido, pela Turquia e pelo Qatar. O
outro, o governo rival, liderado nominalmente por Fathi Bashagha, está baseado
em Sirte, quartel-general do general Haftar, e é apoiado pela Rússia, pela
Arábia Saudita, pelo Bahrein, pelo Egipto e… pela França.
Esta fractura entre membros da
União Europeia e da NATO é mais um sinal da multipolaridade da nova ordem do
mundo, uma ordem que deixou de ser a ordem internacional liberal, mas que se
encontra, por agora, num interregno, com alguns espaços de caos. Um caos que só
uma estratégia de empenhamento sério, económico-social, do mundo desenvolvido
pode ajudar a superar. E para bem de todos.
COMENTÁRIOS (de 35):
Alcides Longras > Rui Lima: Continuo a não negar nada disso e somente a pedir
referências. Apresente aqui registo desses factos para que eu e todos possamos
"compreender". Alcides Longras > José Luis Salema: "Colapsou" em quanto
tempo? Um declínio que durou séculos e que ainda hoje influencia a cultura, a
técnica, a economia... chamar-se-á "colapso"? Ou simplesmente a
marcha regular do tempo? Alcides Longras > Rui Lima: Pode indicar-nos quais escolas na Europa têm mais de
90% de não europeus? Que civilização colapsou com o peso dos "invasores"?
Uma favela no
Brasil, onde não existe estado de direito e que é controlada por traficantes, é
uma ameaça à subsistência dos brasileiros naquele país? Alcides Longras > Vitor Batista: Eu posso não ter entendido alguma parte ou a totalidade mas só lhe pedi o
nome e a fonte de informação credível da afirmação sobre escolas com mais de
90% de não europeus. Ou terá sido você que não entendeu, uma vez que voltou a afirmar isso sem a
mais pequena referência a uma situação em que isso se verifica? Maria Nunes: Excelente e esclarecedor
artigo. Não tinha conhecimento deste Projecto. A CS sempre a escamotear algumas
notícias e a apresentar a Meloni como se fosse o diabo em pessoa. João Amorim: Absolutamente inacreditável o
silêncio sobre o que se está a passar, e que é aqui narrado pelo JNP. À
evidência isto não agrada aos grandes poderes instituídos, que controlam, para
além do mais, as agências de informação (como a “nossa” Lusa). É de temer, por
isso, pela vida dessa mulher pequena mas aguerrida e corajosa; rezemos para que
ela não tenha um fim idêntico ao do seu compatriota Enrico Mattei. Paulo J Silva: Meloni será uma grande líder
que vai deixar obra feita com impacto para além de Itália. Para relançarmos a
UE precisamos de mais líderes assim. Em Portugal há dificuldade em identificar
e apoiar tais pessoas quando surgem e principalmente em afastar os párias. Isabel Amorim: Super esclarecedor este artigo, tudo se percebe com
clareza. Nada do que é positivo ou pelo bem comum por aqui se fala.
Inacreditável e nada bom....
Tim do Á: A direita (não a fofinha amiga do socialismo e aliada dos liberais Woke) é
a única facção política que quer resolver a sério os problemas. Parabéns
Melloni. Parabéns pela divulgação Jaime Nogueira Pinto. P.S. O Portugal de Salazar
também criou infraestruturas impressionantes em África, nunca mais renovadas
depois da independência. Só a direita realmente se preocupa com África e o
desenvolvimento dos povos mais atrasados. Acrescento uma nota muito negativa a
toda a comunicação social dominada pelo esquerdismo militante faccioso.
Rui Lima: O desenvolvimento de África potencia o aumento de africanos a chegar a
Europa não há nada que os faça restar em África há um trabalho que o confirma,
ao terem mais rendimento têm dinheiro para necessários para os traficantes . Os
que chegam de África não são os mais pobres , são os que têm milhares de euros
necessários. Quando estamos a desenvolver África estamos a aumentar o número de
refugiados na Europa. Só há 2 soluções ou a Europa altera o seu sistema
social , deixa de pagar a quem não trabalha ( estive em África e famílias com
vários filhos sabiam que na Europa receberiam vários milhares de euros sem nada
fazer) ou faz como a Austrália, o Japão e a Coreia do Sul são ricos e não estão
a ser invadidos. Ou a Europa será o África 2 e aí deixa de ser atractiva, hoje a integração não
é mais possível porque uma parte de quem chega não o quer , também a diminuicão
do núcleo integrativo tornará ainda mais difícil para os novos migrantes
integrarem a nossa sociedade,há muitas escolas na Europa onde mais 90% não
são europeus os 2 ou 3 europeus que lá estão é que são obrigados a aceitar os
costumes estranhos à nossa cultura. A Europa não será a primeira civilização que colapsa
com o peso dos invasores sejam eles pacíficos ou não a Europa já não existe em
largas áreas nem o estado de direito. Deixo uma notícia de ontem : ”No
bairro de Almont, em Melun (Seine-et-Marne), um prédio de habitação social é
completamente controlado por traficantes.” https://www.cnews.fr/videos/france/2023-09-01/les-habitants-sont-filtres-pour-rentrer-chez-eux-melun-un-immeuble-est...... Coronavirus corona Melina vai ser criticada
sistematicamente pela comunicação social (o Público e o DN são os cães de
guarda do regime). E nas próximas eleições vai ter processos judiciais por isto
e por aquilo. Tal como aconteceu a Trump e Bolsonaro. E para o seu lugar irá um
corrupto ou um mentecapto, como aconteceu nos dois países que mencionei, que
terão a protecção e amparo dessa mesma comunicação social. É este o mundo que
vivemos. GateKeeper:
Caro JNP,
obrigado. Haja pelo menos uma "voz" clara e de bom senso na mediocridade
abjecta da CS em Portugal. Vitor Batista > Alcides Longras: Vc não entendeu e depois vem
com o exemplo de uma favela no Brasil. Sim, há zonas na Europa onde 90%das crianças não são
Europeus,e não estou a contar com eventuais de outros paises europeus, no Reino
Unido actualmente acontece isso em algumas escolas, ver para crer. José Luis Salema: Esta comichão xuxial está de
rastos. Não dá notícias importantes, e o fascista sou eu? Obrigado Jaime Nogueira Pinto
mais uma vez. Seria interessante ver o que Portugal poderia fazer, na mesma
linha, lá para o Sul de África... onde está o nosso coração. Rui Lima >
Alcides Longras O Alcides não sabe ou não quer compreender, em que
favela queimaram a bandeira brasileira que favelados assobiam a selecção do
Brasil ou aplaudem a equipe adversário? Em que prisões , escolas …a carne de
porco não entra e a comida tem de ser halal no Brasil? Sempre vi mulheres com
pouco roupa no Brasil em muitas zonas na Europa só lhes consigo ver os olhos. Estes
férias falava com um amigo que vive há 50 numa vila perto de Paris, disse
quando cheguei o meu filho era o único estrangeiro agora o meu neto é o único
europeu na turma . Ana C: Grande
Meloni Lily Lx: Só posso apoiar a Meloni.
Macron não gosta? Pode pegar fogo a um caixote do lixo ou pilhar umas montras,
como fazem muitos “franceses”. Jorge Silva: Estou convencido que a Sra
Meloni vai ficar na história de Itália, e não só. Nuno Borges: A CS portuguesa é no seu
conjunto um órgão de propaganda do socialismo, tanto como era no tempo do António
Ferro. Carlos
Chaves: Caríssimo Jaime Nogueira Pinto, obrigado por estar contra-corrente todos
somos poucos para contrariar as estratégias da esquerda de que estamos a ser
vítimas! Ocultar assuntos importantes como este, e muitos outros, tem sido o
trabalho obediente da nossa comunicação social! Por aqui:
Texto
interessantíssimo Joana
Fernandes: Coragem e visão
para que este plano de desenvolvimento em África possa dar frutos! Parabéns às
mulheres da Europa: Meloni e Úrsula von der Leyen
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