terça-feira, 26 de setembro de 2023

Aproveitamento

 

De umas eleições para se desabafar com profundo arreganho. Altura para o “Come chocolates, pequena suja!”, talvez mais relevante…

 

Albuquerque, a omissão de Costa e o melhor amigo deste: o Chega

Costa não disse em 2015 o que faria se perdesse as eleições. Albuquerque cometeu o duplo erro de ser claro e de não cumprir. Mas conseguiu transformar o Chega num partido irrelevante para a governação

OBSERVADOR, 26 set. 2023, 07:0447

1Vamos ser claros: Miguel Albuquerque fez mal em prometer que não governaria sem uma maioria absoluta — e sim, a sua promessa refere-se a uma maioria absoluta da sua coligação e ficou a um deputado desse resultado

E pode-se dizer que terá faltado à sua palavra quando não se demitiu por não ter atingido os 24 deputados que fariam a maioria absoluta para a coligação PSD/CDS. Quando um político não cumpre uma promessa, prejudica a credibilidade da democracia.

Mas se há questão que me chateia são os dois pesos e duas medidas que muitos analistas políticos — uns assumidamente de esquerda e outros travestidos de uma sonsa objectividade que com os microfones desligados se transforma numa inclinação desde sempre para o PS — usam e abusam.

2Em primeiro lugar, como é possível tentar transformar Miguel Albuquerque num dos derrotados da noite? Como é possível considerar alguém como derrotado quando a coligação que liderou obteve de longe o maior número de votos (58.399 votos que representam 43,13% do total do escrutínio) face ao segundo classificado, o PS, que não foi além dos 28.844 votos (menos de metade do vencedor) e que perdeu cerca de 40% do seu eleitorado face a 2019?

E como é possível considerar que o actual presidente do Governo Regional da Madeira é um dos derrotados quando é bastante provável — como já era na noite das eleições — que continue a liderar o Executivo madeirense por mais quatro anos com uma nova maioria absoluta de coligação parlamentar?

É preciso muita lata para ir por aí. Infelizmente, no nosso espaço público não faltam pessoas que têm mesmo muita lata e dançam a valsa conforme o sentido do vento.

3Não deixa de ser curioso que aqueles que quiseram crucificar Miguel Albuquerque são praticamente os mesmos que acharam lindamente as omissões de António Costa durante a campanha para as legislativas de 2015.

Por acaso António Costa foi claro — como Albuquerque foi — nas semanas que antecederam as legislativas de 4 de outubro para 2015 e disse de forma clara aos eleitores o que faria se perdesse as eleições? Por acaso Costa disse ao seu eleitorado que promoveria uma coligação com o PCP e o Bloco de Esquerda em caso de maioria parlamentar da esquerda?

Não o fez. E, se o tivesse feito, aposto que espantaria muito eleitorado moderado do centro e perderia uma parte significativa dos votos que lhe permitiram evitar a maioria absoluta da coligação PSD/CDS.

As omissões de António Costa são tão negativas — porque igualmente oportunistas do ponto de vista político — como o facto de Miguel Albuquerque ter adaptado a sua declaração feita em campanha eleitoral e fazer agora depender a sua demissão da hipótese (nula, como Albuquerque já sabia na noite eleitoral) de não conseguir formar uma maioria absoluta na Assembleia Legislativa da Madeira.

Mas claro está que Costa é um génio político e Albuquerque é um aldrabão.

Lamento, mas a criatividade inerente à análise política tem limites. E, como Maria João Avillez recordou no programa “Contra-Corrente” da Rádio Observador, é verdadeiramente extraordinário como Pedro Passos Coelho em 2015 ganhou as eleições mas é classificado perdedor, como Alberto Feijoo ganhou recentemente as eleições nacionais em Espanha e também é apelidado de perdedor.

E, agora, Miguel Albuquerque também seria mais um perdedor — apesar da sua óbvia vitória e muito provável continuidade no poder.

4Aliás, a maior vitória do líder da coligação “Somos Madeira” foi ter alcançado um dos seus grandes objectivos: o isolamento político do Chega — que só não é mais significativo por razões que veremos mais à frente.

Não só André Ventura apostou muito nas eleições regionais da Madeira, como também conseguiu crescer de 619 votos (uns irrisórios 0,43% do escrutínio) em 2019 para uns significativos 12.028 votos (8,88% do total). Mas, ironia das ironias, os 619 votos de 2019 são politicamente quase tão irrelevantes quanto os 12 mil votos de 2023.

Tudo porque a coligação do PSD/CDS não precisa do Chega para nada. Apesar da subida exponencial da votação do partido de André Ventura, a maioria absoluta pode ser feita ou com o deputado do PAN ou com o deputado da Iniciativa Liberal ou até com os dois.

A lição a retirar é simples: quando os líderes do centro-direita são claros na rejeição de uma coligação com o Chega, como Miguel Albuquerque foi com o eleitorado madeirense, essa clareza pode significar o isolamento do partido de Ventura.

Segunda ironia a constatar: aqueles que defendem que o centro-direita não se pode coligar com o Chega, são os primeiros a desvalorizar esse facto, preferindo concentrar o foco numa imaginária derrota de Albuquerque.

5As notícias que chegam da Madeira indicam claramente que a coligação PSD/CDS prefere um acordo com o PAN — deixando a Iniciativa Liberal (IL) de lado. Para já, é importante destacar que mesmo essa possibilidade de PSD, CDS e IL protagonizarem uma solução de Governo também foi criticada por alguns, com Pacheco Pereira à cabeça.

Segundo estas luminárias que se posicionam mais à esquerda (com destaque para Pacheco Pereira), haverá aqui uma contradição ideológica da IL entrar um Governo regional que é estatizante por natureza e princípio económico.

Já não basta o centro-direita não poder fazer coligação com o Chega — é proibido. Agora o PSD e o CDS também não podem fazer coligação com a IL porque a economia madeirense depende essencialmente dos apoios públicos do Governo regional e do Governo da República.

Para estas cabeças bem pensantes a realidade é estática e obviamente que não podem ocorrer mudanças. A IL não pode ajudar a construir políticas públicas que diminuam o peso do Estado, nem o pluralismo de outras ideias da coligação entre o PSD/CDS e a IL podem ser discutidas?

É mesmo caso para dizer que o Chega é mesmo um seguro de vida para o PS se eternizar no poder e mais uma vez se prova que a ideia do cordão sanitário à volta de Ventura exigida pela esquerda tem a intenção de prolongar a permanência do PS no poder até à eternidade. E que, se fosse possível, também juntariam a IL ao Chega para tornar essa utopia em algo mais palpável.

6Tal como o Observador noticiou, parece que o PSD Madeira preferirá o PAN por razões meramente pessoais e até já terá fechado um acordo de incidência parlamentar. Miguel Albuquerque e o seu núcleo duro na coligação não confiarão pessoalmente no líder da IL, visto que Nuno Morna é um ex-militante centrista. Um argumento tão paroquial que não merece grandes comentários…

O que interessa em termos nacionais é simples: ao não concretizarem uma aliança pós-eleitoral, o PSD, o CDS e a IL estão a perder uma oportunidade de ouro para mostrarem que os votos no Chega não valem absolutamente nada e que é possível isolar Ventura em termos eleitorais.

O que é uma pena. Essa incapacidade das lideranças madeirenses do centro-direita de perceberem o papel histórico que poderiam vir a ter, representa um balão de oxigénio que irá dar fôlego a André Ventura para continuar com as suas habituais diatribes de melhor aliado do PS. Como se viu, uma vez mais, durante o debate da moção de censura ao Governo Costa na Assembleia da República.

7Quanto a Luís Montenegro, parece-me claro que fez mal em quebrar uma regra histórica de as lideranças nacionais do PSD não se envolverem em excesso na campanha das eleições regionais. Há razões históricas para esse afastamento e as mesmas deveriam ter sido respeitadas.

Luís Montenegro optou por violar essa regra não escrita. Mas daí até ser considerado co-responsável por uma eventual derrota (que não existiu) da coligação “Somos Madeira” vai um longo caminho.

Uma das vantagens da noite eleitoral foi ouvir Montenegro a prometer que nunca promoverá uma coligação eleitoral pré e pós-eleitoral com o Chega. Mais claro é impossível.

Tal declaração política da maior relevância chegou tarde, muito tempo depois de algumas hesitações, mas chegou. É o que interessa. Veremos se Luís Montenegro tem condições para manter a sua palavra nas legislativas de 2026. A realidade é o que é e ainda pode ser obrigado a alguma pirueta política.

ELEIÇÕES NA MADEIRA        ELEIÇÕES          POLÍTICA

COMENTÁRIOS (de 47):

Mario Bastos > Carlos Chaves: Excepcionalmente vou comentar um comentário. A Manuela Moura Guedes relata que quando era deputada pelo CDS a frase que mais ouvia nas reuniões do grupo parlamentar quando se debatiam projectos legislativos era "É bom para o partido", nunca tendo ouvido a frase "É bom para o país". Há tempos ouvi uma antiga militante do PS, das que vinha do tempo de Mário Soares, numa entrevista à Antena 1 (não fixei o seu nome), referir exactamente o que a Manuela tinha dito. Nas reuniões parlamentares quando se discutem votações de projectos legislativos a frase chave é "é bom para o partido", nunca é "´é bom para o país". Nada me diz que esta linha de pensamento não seja comum a todos os partidos.                     José Rego: A realidade é que o PSD, a nível nacional, nunca mais terá resultados parecidos com os que teve na Madeira. Portanto nunca conseguirá formar governo só com o CDS e IL. Esta parvoíce das linhas vermelhas só favorece o PS. Não pode haver linhas vermelhas a um partido ou a quem vota nesse partido. Pode haver, sim, a políticas. O PSD tem de falar com o CHEGA e esclarecer o que acha inaceitável para então ter hipótese de se coligar. Falar, como adultos.                 Carlos Chaves: Caríssimo Luís Rosa este seu artigo mostra o estado deplorável em que se encontra a nossa democracia. Tudo é feito em nome dos interesses partidários e não dos eleitores e do futuro de Portugal! A esquerda é mentirosa e dissimulada (sempre foi) e conta com a ajuda descarada, despudorada e camaleónica, da maior parte da comunicação social e dos “comentadores”. A direita (que praticamente não existe em Portugal) é envergonhada e parece que tem medo de existir. O único partido político com assento parlamentar que se diz abertamente de direita é o CHEGA, e a esse se pudessem, corriam-no à paulada, sem respeito absolutamente nenhum pelos eleitores que nele votam! O grande centrão que o PSD insiste em representar, está farto e a mirrar face a tanta incompetência política, escuso de mencionar o idiota útil do Rui Rio! Os partidos de nicho como a IL, que nem é carne nem é peixe, o PAN esse partido fundamentalista e descolado da realidade, funcionam agora como charneiras tal e qual o CDS do Daniel Campelo e do queijo Limiano. Por muitas divergências ideológicas que possamos ter, há uma coisa que tem que ser preservada, a qualidade da nossa democracia, e essa tem sido completamente espezinhada. Os eleitores têm o direito, de serem ouvidos e respeitado de acordo com os resultados eleitorais e não de acordo com os interesses partidários mais ou menos obscuros, e dos desejos dos comentadores e jornalistas que nem sequer são eleitos para o efeito! Há quanto tempo não ouvimos os diversos dirigentes políticos a dizerem que governarão, se ganharem as eleições, e de acordo com a vontade expressa dos eleitores, sejam quais forem os resultados?                      Hugo Silva: Caro Luís, o Chega não é o melhor amigo do Costa, o melhor amigo do Costa é o PSD. Peço desculpa pela correcção. O CH surgiu porque o PSD deixou de ser oposição, deixou de ser coeso, passou a ser um partido sem rumo, sem saber para onde vai e ainda pior, sem ter a certeza por onde quer ir. Os eleitores do CH têm que ser respeitados e deixarem de ser ostracizados. Essa balela do voto de protesto, como argumento para diminuir a importância dos eleitores do CH, já passou de validade. O CH segue o seu caminho, cada vez mais consolidado, cada vez com mais votos e deputados, por muito que custe a certos uns.             Fernando Cascais: Luís Montenegro prometeu que nunca promoverá uma coligação eleitoral pré e pós-eleitoral com o Chega. Luís Rosa admite que tal declaração pode obrigar a algumas piruetas. Segundo as recentes sondagens no continente, o PSD, mesmo com um eventual apoio da IL não consegue um número de deputados na AR que lhe permita formar um governo de maioria. Qual será então a pirueta que Luís Montenegro poderá fazer? Coligar-se com o BE, PS? A IL não interessa a um governo regional profundamente estatista que vive de subsídios do continente. Ou seja, a Ilha da Madeira está condenada a ser governada neste modelo ad eternum, não há necessidade de inovação, de reformas e de nenhuma alteração na gestão política. Esta justificação para o PSD ter escolhido o PAN não lembra o Diabo. Poder escolher entre colocar os filhos numa escola pública ou privada não se coloca na Ilha da Madeira. Ter cuidados de saúde num hospital privado é completamente impensável na Ilha da Madeira, mesmo, que os mesmos não tenham médicos. Fica a ideia que o PSD recusa o Chega não pela imposição da esquerda, mas sim por rivalidade política, já que o Chega pesca no eleitorado do PSD, e, se o PSD conseguir anular o Chega os eleitores voltam. É uma falácia pensar que é o PS a pressionar o PSD para não se aliar ao Chega, porque, é o PSD que quer anular o Chega para recuperar o eleitorado. Verificou-se precisamente o mesmo com o CDS na Madeira relativamente à IL. Se a IL não tiver expressão, o CDS recupera o eleitorado. São estratégias sem um resultado claro à vista. De 2019 até às recentes eleições regionais, o Chega e a IL cresceram na oposição. Há uma verdade incontestável em todos estes factores políticos que é: O MUNDO NÃO VOLTA PARA TRÁS. Infelizmente, o PSD e muitos analistas políticos pensam que um dia tudo voltará a ser como dantes.              Paulo J Silva: O autor comete um erro de análise que decorre das suas próprias convicções políticas. O erro é achar que foi conseguido tornar o Chega irrelevante. A actual configuração política na Madeira é a melhor possível para o Chega! Não vai ter os deputados sujeitos à pressão de viabilizarem o Governo de direita (lembram-se dos Açores?); vai ter tempo para amadurecer o grupo parlamentar e está solto para fazer oposição e aumentar a votação nas próximas eleições.               João Ramos: Esta de se afirmar que Ventura ou o Chega são os melhores amigos de Costa é absolutamente ridículo e uma fantasia que devia envergonhar o articulista, nessa ordem de ideias quem são os melhores amigos do Costa, são Montenegro e grande parte da pouco inteligente direita que fazem juras de que alianças com o Chega nunca, isto é pura e simplesmente fazer o jogo do PS e da estrema esquerda, até parecem cordeirinhos e o país é que sofre pois precisa urgentemente de um governo de direita e é uma perfeita ilusão pensarem que chegam lá sem o Chega que é um partido de direita e democrático em contraponto com os partidos de estrema esquerda, esses sim anti-democráticos e anti capitalistas declarados               Francisco Louro: As bases do PSD estão iludidas. Não entendem, definindo fronteiras, que precisam de trabalhar com o eleitorado do Chega (protesto). Uma vez dando essa abertura esvaziam o Chega. O mesmo que fez o PS ao BE. Falta de inteligência está patente neste partido desorientado e com líderes patetas e senis.              Rui Pedro Matos: O Chega é o problema! E as políticas impostas e desviantes de António Costa desde o assalto ao poder em 2015 não são O PROBLEMA de todo o atraso económico e social que é visível e concreto na sociedade? Não se aplica apenas ais serviços públicos....António Costa falou na escola dos jovens ps que o salário mínimo cresceu mais de 20% e os cronistas não relacionam crescimento de salários com crescimento de preços dos bens e serviços em complementaridade com crescimento da produtividade do trabalho? O problema da situação caótico do País resume-se ao Chega! Realmente o sr. Luís Rosa vive numa bolha à volta de um quarteirão formado pela AR e Palácio de São Bento! Enfim...           F. Mendes: O ruído mediático em torno destas eleições revela o esquerdismo patológico da nossa CS. Mas, Albuquerque deu um tiro no pé; ganhou, mas permitiu estas "interpretações" bizarras de resultados eleitorais. Quanto ao Montenegro, já devia ter começado a recuperar o eleitorado perdido para partidos à sua direita. Continua social-democrata e centrista: assim, não vai lá. Luís Rosa falha num aspecto: o crescimento do CH é absolutamente exponencial. Devia ter escrito sobre as razões que levaram a isto. Essas sim, interessam mais do que as opiniões de cretinos como Pacheco Pereira e outros. Não me admirou o crescimento do CH, apenas a respectiva dimensão. Ignorar as causas para tal, vai sair caro à democracia.               Sérgio: Miguel Albuquerque, ao não se DEMITIR, provou que é um politiqueiro rasca e reles e manipulador e aldrabão idêntico ao toine nepotista e chefe do gang desleixado e incompetente! Credibilidade futura = ZERO! Quanto a sua "aversão e obsessão" com Chega! ao declarar que ficou "isolado"?!? Quem lhe garante que não é essa a intenção do Chega!: Crescer SÓ e deixar os "fofinhos" implodir com a sua incompetência e ABERRAÇÃO ao coligar com aquela coisa PAN!?!? Aposto que o PSD vai perder uns bons MILHARES de eleitores!        Ana Maia: Eu o que não percebo é que a direita não perceba que sempre que dizem que nunca farão coligações com 10% do eleitorado, estão a fazer o jogo que interessa à esquerda. E depois o Ventura é que é o mau da fita?

Interessa ao PS, sim sem dúvida. Interessa à direita, claramente não. Mas eu não sou especialista em política, sou só eleitora que não percebe porque é que um partido que tem muitos defeitos, sim, mas não é nada do radicalismo e extremismo com que o pintam e vê-se na necessidade de se radicalizar muito mais que o necessário porque todo um pais de opinião publicada faz o jogo que interessa ao PS. O PS só precisa de ficar sentado a apreciar e não fazer nada.              GateKeeper: Caro LRosa, já  lhe tinha manifestado o meu receio de que, se "saísse da sua área de “expertise de excelência" : a Justiça,  acabaria por "espalhar-se ao comprido". Nem preciso de detalhar o porquê de tal "estimativa". Bastou ler o título e os primeiros parágrafos deste seu artigo d'opinião para constatar que já  se espalhou e com estrondo. Nem o LM representa minimamente "as bases não " baronizadas" do ppd/psd, nem o tony é  "amigalhaço  do AV e muito menos vice-versa". O problema, neste triste e estafado caso, está evidente, como a "água em pedra dura..., ..., que fura!" Com a actual liderança(?) do partido, o psd nunca, jamais terá uma maioria absoluta em 2026. Sendo assim, não é  preciso "descobrir a pólvora  molhada" para constatar que o "caminho" que LM toma como certo é um ERRO CRASSO. Neste momento a maioria das pessoas ex-simpatizantes [ e EX-VOTANTES] do "psd" acreditam [ e temem] muito mais num neo-centrão esquerdalha-demagogocrata psdxuxú ( ou melhor, por este andar : xuxú psd cds) do que um acordo pré ou pós eleitoral com o AV chega. Essa "ideia peregrina", algo imbecil, de embarcar no barco que tem o "PSD -principal spin doctor -" do tony na sua origem [o chega é o melhor amigo do ps] não tem pernas para andar nem mãos para agarrar o que quer que seja, a não ser os óbvios interesses da dupla ddt de Portugal ( season 2015 to 2026). E,... Quem "cai nessa" só o faz porque quer mesmo "espalhar-se ao comprido". Aguardo o seu "regresso", ao "sítio onde foi, é e será  sempre mais feliz e clarividente, caro amigo.               fonseca 07: Pois é L. Rosa desta vez não dou parabéns, muito longe disso, antes o contrário. Talvez a crónica mais fraquinha do autor, pela minha ótica. Com efeito se fosse encomendada não sairia tão certeira. Ainda não se apercebeu de que o chega hoje em dia é incontornável? Cerca de meio milhão de eleitores não lhe dizem nada. Surreal. Também vai na treta das cercas e cordões sanitários ao partido? Não sou chega mas tenho de concordar que temos uma dívida para com esse partido. Foi a pedrada no charco. O psd desde Rio o maior desastre para o partido não fez qualquer oposição. Andou a sonhar com a revisão da CRP para ficar como vice rei do norte? Montenegro que abra os olhos e se deixe dessas tretas de revisões, de cercas e linhas vermelhas. Está a ir pelo caminho de Rio, logo outro desastre à vista.                João Das Regras: O LR, defende que deve ser criado um cordão eleitoral ao Chega e ao mesmo tempo queixa-se daquilo que defende que é a esquerda defender que o PSD não se pode aliar ao Chega e assim perpetua o PS no poder???? Esta coisa das linhas vermelhas só pode dar asneira para o PSD e por mim cada vez mais me apetece o voto de protesto no Chega                  Domingas Coutinho: Há de facto dois pesos e duas medidas mas isto aplica-se não só aos Partidos como à comunicação social. Aos Partidos como o PS que ontem o dirigente da Madeira exigiu a demissão de Miguel Albuquerque. Já agora porquê? E à comunicação social que está sempre muito preocupada em saber se o PSD se vai coligar com este ou com aquele e ao PS não faz essa pergunta incómoda. Também me lembro do ataque cerrado que faziam a Passos Coelho por causa de tudo e mais alguma coisa. Veja-se o que acontece com António Costa. Mesmo que o abordem são completamente ignorados.                João Floriano: As palavras mais sugestivas desta crónica são as duas últimas : pirueta política. As eleições na Madeira estiveram cheias de piruetas políticas. Desde logo as de Mariana Mortágua que se sentiu reforçada como líder e soltou um suspiro de alívio com a eleição de um deputado, de seu nome Almada, e foi tão efusiva na sua alegria como se tivesse eleito quatro deputados. Outra pirueta foi a de Raimundo que preferiu criticar o partido vencedor em vez do facto de ter apenas um único deputado. E foi porque levaram os velhotes dos Centros de Dia a votar. Claro que a grande pirueta com flip flop encarpado ( nem sei se isto existe, mas fica muito bem no texto), pertenceu a Miguel Albuquerque. Depois temos assistido a inúmeras piruetas por parte dos comentadores mais notáveis da nossa CS. Não sei como ainda há pachorra para escutar Pacheco Pereira e aquele trio do Princípio da Incerteza. Pior exercício de masoquismo é à quinta feira esperar pelo Eixo do Mal e ter de seguida um sono tranquilo. Mas eu vou arriscar uma insónia brava esta semana. Continuo a achar que o IL foi relegado para segunda escolha porque é um osso mais duro de roer do que o PAN. Não consigo levar a sério um partido cuja sobrevivência depende da sua capacidade de tanto esticar para a direita como para a esquerda, consoante lhe der mais jeito. Com o PAN Albuquerque não terá grandes discussões ou oposição. Outro comentário que ouvi e me causou uma certa perplexidade, veio do parceiro de Joana Amaral Dias, cujo nome de facto não retive e que veio substituir Sebastião Bugalho. Ontem o jovem falou várias vezes na união da direita. Que eu saiba tanto IL como PSD têm um ataque de nervos quando alguém os cola à direita e o CDS é aquela direita que conta………para nada. No caso do CHEGA sabemos quantos madeirenses votaram no partido. No caso do CDS coligado não sabemos quanto vale. As eleições na Madeira deram também oportunidade para interpretações ao gosto do freguês: para o PS os resultados não são significativos (engano) porque no continente vai ser diferente. Para o PSD estamos perante o princípio da mudança, como já tinha acontecido nos Açores, em 2020. Não aconteceu mesmo nada ou melhor, aconteceu a maioria absoluta do PS em 2022. A grande diferença entre a Madeira e o Continente é que a maioria do PSD/CDS nunca esteve em causa, a dúvida estava na maioria absoluta, que não foi conseguida por um deputado. No Continente Montenegro não consegue descolar do PS. Outra pirueta tem a ver com o CHEGA. Montenegro disse que não precisava do CHEGA para formar governo em alternativa/alternância ao PS e à esquerda. Não sei como Luis Rosa não percebeu essa pequena nuance. Precipitado, é o mínimo que se pode dizer e chegou atrasado porque Ventura já havia dito que não estava disponível para acordos com o PSD/CDS vencedor. Ventura teve aqui o seu momento pirueta ou melhor o momento da raposa que diz que as uvas estão verdes. Talvez seja interessante começar a pôr a pergunta ao CHEGA: Em caso de ter de ser o fiel da balança e o partido que fará a diferença entre manter o PS no poder ou permitir o governo do PSD , essa tal aliança das direitas(????) de que o comentador falava, o que dirá André Ventura? Porque continuo a não obter resposta quando quero saber o que fará o PSD no caso de o CHEGA querer aprovar o seu programa de governo. Vai colar os braços do partido de Ventura à bancada? Vai mandar a polícia correr com os deputados do hemiciclo, vai pedir para que os votos do CHEGA não sejam contados? Piruetas, piruetas, só piruetas!                  José Rego: O Pacheco Pereira tem um ódio de morte ao psd, a este psd , desde que foi encostado de qualquer cargo pelo Passos Coelho. É um dos que mais promove o ódio ao Chega e as “ linhas vermelhas “ como forma de inviabilizar qualquer governo do psd. Fará tudo para impedir que qualquer um ligado a Passos Coelho ganhe eleições ou tenha hipótese de formar governo.                   joao lemos > José Rego: o Pacheco Pereira nunca desligará a tomada do MRPP tal como a Ana Gomes ou o Barroso1 carregados de massa e "ciência" mas frustrados na sua interioridade!               Carlos Real: Quem me conhece sabe que detesto vaidosismos, mas seguramente fui dos primeiros que classificou Antonio Costa como o pior PM da era democratica. Agora querer comparar o aldrabao do Albuquerque com o Costa em termos de promessas e delirante. Costa nada prometeu, porque nao e parvo. Albuquerque, vaidoso e arrogante como e, achou que ganharia mais votos com esta promessa. Outra conclusao mirabolante e dizer que o Chega ficou prejudicado. O Chega so tem a ganhar como partido anti-sistema, mesmo que o Ventura nao pense assim. O balao do Chega so saira reforçado se numa hipotetica coligaçao o Chega for o partido maioritario. Se o Chega, tal como a IL forem bengalas do PSD, sera o principio do fim para estes partidos. E impressionante como Luis Rosa e ingenuo ao acreditar que os liberais conseguirao alguma vez na vida influenciar o PSD Madeira mais estatista da naçao. Ate os professores do publico conseguiram aquilo que os chuchialistas nao estao dispostos a dar. A aversao aos rosinhas nao deve significar que os laranjinhas devem ter o poder a qualquer preço. O PSD ganhou, mas Albuquerque deveria ser corrido. Com este tristissimo espetaculo quem na realidade venceu foram os adversarios da democracia. Cada vez mais os ditadores percebem que os farsolas democraticos lhes estao a estender o tapete. A qualquer momento um novo Salazar nem precisa de matar ninguem para chegar ao poder. A maioria silenciosa do povo apoia.                      Rosa Silvestre > José Rego: Completamente de acordo.             júlio correia: Caro Luis Rosa. Parece regozijar-se com o facto de 8,8% do eleitorado madeirense (o que votou no Chega) não contar absolutamente para nada. Isto vindo de alguém que de certeza se considera democrata é tristemente notável. E sintomático. Por acaso deu-se conta de que essa é uma postura contrária àquela que aparentemente professa? E de que essa é exactamente a linha de argumentação dos defensores das "linhas vermelhas", essencialmente gente de esquerda? Pois olhe, eu tenho uma opinião que, embora em termos práticos valha zero, é bem diferente da sua: um partido com tantos votos não pode ser marginalizado só porque sim (não como gelados com a testa e vou na cantiga de que o Chega é um partido de extrema direita, como o Caro Luis Rosa e tantos outros propalam). O que pode ser ostracizado são algumas políticas que o partido defende - nem estou a ver quais, para ser honesto. Para ser mais claro, pode e deve ser obtido um acordo com o Chega, enquanto representante de centenas de milhar de cidadãos Portugueses, repito, Portugueses, não aplicando algumas das suas políticas que sejam consideradas inaceitáveis pelo partido com votação superior, isto é, o PSD. Enquanto isto não for feito, vaticino a morte do PSD, o crescimento do Chega e a eternização do PS no poder. Bom, vale o que vale, o Senhor e tantos outros é "que têm os livros", embora que por vezes a honestidade intelectual deixe muito a desejar.                        João Ramos > Pedro Ferreira: Ainda não existia o Chega, mas se existisse penso que teria apoiado PPC que foi um caso excepcional…           João Ramos: Há certos articulistas aqui no Observador que embora escrevam alguns textos interessantes e com os quais concordo, mas quando escrevem sobre o Chega parecem apenas crianças com uma grande birra, pois tornam-se irracionais e sem apresentarem argumentos plausíveis, parece que utilizam o “raciocínio do porque sim” e nada mais, deviam de pelo menos pôr em equação a possibilidade (bastante plausível) de que sem o Chega a direita não conseguir chegar ao governo, em vez de embandeirarem em arco com o que está a suceder na Madeira em que preferem um acordo com o PAN, um partido que não se sabe o que é e que na AR vota sempre com a esquerda mais radical. Tenham vergonha!                  joao lemos: Observador , na linha do pasquim! qualquer dia publica o non sense do Louçã ou da Mortágua! gente importante na freguesia deles e por isso porque não? este Luís Rosa, escreve porque sim?               Jaqueline Borralho > Francisco Louro: Esvaziar o CHEGA? Mas...alguma vez mais na vida eu confiava no PSD? Foi de lá que saí e não suporto quem não tem palavra! E como eu, muitos! PSD, JÁ FOSTE!

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