De umas eleições para se desabafar com profundo
arreganho. Altura para o “Come chocolates, pequena suja!”, talvez mais relevante…
Albuquerque, a omissão de Costa e o melhor amigo
deste: o Chega
Costa não disse em
2015 o que faria se perdesse as eleições. Albuquerque cometeu o duplo erro de
ser claro e de não cumprir. Mas conseguiu transformar o Chega num partido
irrelevante para a governação
OBSERVADOR, 26
set. 2023, 07:0447
1Vamos ser
claros: Miguel Albuquerque fez mal em
prometer que não governaria sem uma maioria absoluta — e sim, a sua
promessa refere-se a uma maioria absoluta da sua coligação e ficou a um
deputado desse resultado
E
pode-se dizer que terá faltado à sua palavra quando não se demitiu por não ter
atingido os 24 deputados que fariam a maioria absoluta para a coligação
PSD/CDS. Quando um político não cumpre uma promessa, prejudica a credibilidade
da democracia.
Mas se há questão que me chateia são os
dois pesos e duas medidas que muitos analistas políticos — uns assumidamente de esquerda e outros travestidos de uma sonsa objectividade
que com os microfones desligados se transforma numa inclinação desde sempre
para o PS — usam e abusam.
2Em
primeiro lugar, como é possível tentar transformar Miguel Albuquerque num dos
derrotados da noite? Como é possível considerar alguém como derrotado quando a
coligação que liderou obteve de longe o maior número de votos (58.399 votos que
representam 43,13% do total do escrutínio) face ao segundo classificado, o PS,
que não foi além dos 28.844 votos (menos de metade do vencedor) e que perdeu
cerca de 40% do seu eleitorado face a 2019?
E
como é possível considerar que o actual presidente do Governo Regional da
Madeira é um dos derrotados quando é bastante provável — como já era na noite
das eleições — que continue a liderar o Executivo madeirense por mais quatro
anos com uma nova maioria absoluta de coligação parlamentar?
É
preciso muita lata para ir por aí. Infelizmente, no nosso espaço público não
faltam pessoas que têm mesmo muita lata e dançam a valsa conforme o sentido do
vento.
3Não deixa de ser curioso que aqueles que quiseram
crucificar Miguel Albuquerque são praticamente os mesmos que acharam lindamente
as omissões de António Costa durante a campanha para as legislativas de 2015.
Por
acaso António Costa foi claro — como Albuquerque foi — nas semanas que
antecederam as legislativas de 4 de outubro para 2015 e disse de forma clara
aos eleitores o que faria se perdesse as eleições? Por acaso Costa disse ao seu
eleitorado que promoveria uma coligação com o PCP e o Bloco de Esquerda em caso
de maioria parlamentar da esquerda?
Não o fez. E, se o tivesse feito, aposto
que espantaria muito eleitorado moderado do centro e perderia uma parte
significativa dos votos que lhe permitiram evitar a maioria absoluta da
coligação PSD/CDS.
As omissões de António Costa são tão
negativas — porque igualmente oportunistas do ponto de vista político — como o
facto de Miguel Albuquerque ter adaptado a sua declaração feita em campanha
eleitoral e fazer agora depender a sua demissão da hipótese (nula, como
Albuquerque já sabia na noite eleitoral) de não conseguir formar uma maioria
absoluta na Assembleia Legislativa da Madeira.
Mas
claro está que Costa é um génio político e Albuquerque é um aldrabão.
Lamento, mas a criatividade inerente à
análise política tem limites. E, como Maria João Avillez recordou no programa
“Contra-Corrente” da Rádio Observador, é verdadeiramente extraordinário como Pedro Passos Coelho em 2015
ganhou as eleições mas é classificado perdedor, como Alberto Feijoo ganhou
recentemente as eleições nacionais em Espanha e também é apelidado de perdedor.
E,
agora, Miguel Albuquerque também seria mais um perdedor — apesar da sua óbvia
vitória e muito provável continuidade no poder.
4Aliás, a maior vitória do líder da
coligação “Somos Madeira” foi ter alcançado um dos seus grandes objectivos: o
isolamento político do Chega — que só não é mais significativo por razões que
veremos mais à frente.
Não
só André Ventura apostou muito nas eleições regionais da Madeira, como também
conseguiu crescer de 619 votos (uns irrisórios 0,43% do escrutínio) em 2019
para uns significativos 12.028 votos (8,88% do total). Mas, ironia das ironias,
os 619 votos de 2019 são politicamente quase tão irrelevantes quanto os 12 mil
votos de 2023.
Tudo
porque a coligação do PSD/CDS não precisa do Chega para nada. Apesar da subida
exponencial da votação do partido de André Ventura, a maioria absoluta pode ser
feita ou com o deputado do PAN ou com o deputado da Iniciativa Liberal ou até
com os dois.
A lição a retirar é simples: quando os
líderes do centro-direita são claros na rejeição de uma coligação com o Chega,
como Miguel Albuquerque foi com o eleitorado madeirense, essa clareza pode
significar o isolamento do partido de Ventura.
Segunda
ironia a constatar: aqueles que defendem que o centro-direita não se pode
coligar com o Chega, são os primeiros a desvalorizar esse facto, preferindo
concentrar o foco numa imaginária derrota de Albuquerque.
5As notícias que chegam da Madeira indicam claramente que a
coligação PSD/CDS prefere um acordo com o PAN — deixando a Iniciativa Liberal
(IL) de lado. Para já, é
importante destacar que mesmo essa possibilidade de PSD, CDS e IL
protagonizarem uma solução de Governo também foi criticada por alguns, com Pacheco Pereira à cabeça.
Segundo
estas luminárias que se
posicionam mais à esquerda (com destaque para Pacheco Pereira), haverá aqui uma contradição ideológica da IL entrar um
Governo regional que é estatizante por natureza e princípio económico.
Já não basta o centro-direita não
poder fazer coligação com o Chega — é proibido. Agora o PSD e o CDS também não
podem fazer coligação com a IL porque a economia madeirense depende
essencialmente dos apoios públicos do Governo regional e do Governo da
República.
Para estas cabeças bem pensantes a
realidade é estática e obviamente que não podem ocorrer mudanças. A IL não pode ajudar a construir políticas públicas
que diminuam o peso do Estado, nem o pluralismo de outras ideias da coligação
entre o PSD/CDS e a IL podem ser discutidas?
É mesmo caso para dizer que o Chega é
mesmo um seguro de vida para o PS se eternizar no poder e mais uma vez se prova
que a ideia do cordão sanitário à volta de Ventura exigida pela esquerda tem a
intenção de prolongar a permanência do PS no poder até à eternidade. E que, se
fosse possível, também juntariam a IL ao Chega para tornar essa utopia em algo
mais palpável.
6Tal como o Observador noticiou, parece que o PSD Madeira
preferirá o PAN por razões meramente pessoais e até já terá fechado um acordo
de incidência parlamentar. Miguel
Albuquerque e o seu núcleo duro na coligação não confiarão pessoalmente no
líder da IL, visto que Nuno Morna é um ex-militante centrista. Um argumento tão
paroquial que não merece grandes comentários…
O que interessa em termos nacionais é
simples: ao não concretizarem uma aliança pós-eleitoral, o PSD, o CDS e a IL
estão a perder uma oportunidade de ouro para mostrarem que os votos no Chega
não valem absolutamente nada e que é possível isolar Ventura em termos
eleitorais.
O que é uma pena. Essa incapacidade das
lideranças madeirenses do centro-direita de perceberem o papel histórico que
poderiam vir a ter, representa um balão de oxigénio que irá dar fôlego a André
Ventura para continuar com as suas
habituais diatribes de melhor aliado do PS. Como se viu, uma vez mais,
durante o debate da moção de censura ao Governo Costa na Assembleia da
República.
7Quanto
a Luís Montenegro, parece-me claro que fez mal em quebrar uma regra histórica
de as lideranças nacionais do PSD não se envolverem em excesso na campanha das
eleições regionais. Há razões históricas para esse afastamento e as mesmas
deveriam ter sido respeitadas.
Luís
Montenegro optou por violar essa regra não escrita. Mas daí até
ser considerado co-responsável por uma eventual derrota (que não existiu) da
coligação “Somos Madeira” vai um longo caminho.
Uma das vantagens da noite eleitoral foi
ouvir Montenegro a prometer que nunca promoverá uma coligação eleitoral pré e
pós-eleitoral com o Chega. Mais claro é impossível.
Tal declaração política da maior
relevância chegou tarde, muito tempo depois de algumas hesitações, mas chegou.
É o que interessa. Veremos se Luís
Montenegro tem condições para manter a sua palavra nas legislativas de
2026. A realidade é o que é e ainda pode ser obrigado a alguma pirueta
política.
ELEIÇÕES NA
MADEIRA ELEIÇÕES POLÍTICA
COMENTÁRIOS (de 47):
Mario Bastos > Carlos Chaves:
Excepcionalmente vou comentar um
comentário. A Manuela Moura Guedes relata que quando era deputada pelo CDS a
frase que mais ouvia nas reuniões do grupo parlamentar quando se debatiam
projectos legislativos era "É bom para o partido", nunca tendo
ouvido a frase "É bom para o país". Há tempos ouvi uma antiga militante do PS, das que
vinha do tempo de Mário Soares, numa entrevista à Antena 1 (não fixei o seu
nome), referir exactamente o que a Manuela tinha dito. Nas reuniões
parlamentares quando se discutem votações de projectos legislativos a frase
chave é "é bom para o partido", nunca é "´é bom para o país".
Nada me diz que esta linha de pensamento não seja comum a todos os partidos.
José Rego: A realidade é que o PSD, a nível nacional, nunca mais
terá resultados parecidos com os que teve na Madeira. Portanto nunca conseguirá
formar governo só com o CDS e IL. Esta parvoíce das linhas vermelhas só
favorece o PS. Não pode haver linhas vermelhas a um partido ou a quem vota
nesse partido. Pode haver, sim, a políticas. O PSD tem de falar com o CHEGA e
esclarecer o que acha inaceitável para então ter hipótese de se coligar. Falar,
como adultos. Carlos Chaves: Caríssimo Luís Rosa este seu artigo mostra o estado
deplorável em que se encontra a nossa democracia. Tudo é feito em nome dos
interesses partidários e não dos eleitores e do futuro de Portugal! A esquerda
é mentirosa e dissimulada (sempre foi) e conta com a ajuda descarada,
despudorada e camaleónica, da maior parte da comunicação social e dos
“comentadores”. A direita (que praticamente não existe em Portugal) é envergonhada
e parece que tem medo de existir. O único partido político com assento
parlamentar que se diz abertamente de direita é o CHEGA, e a esse se pudessem,
corriam-no à paulada, sem respeito absolutamente nenhum pelos eleitores que nele votam! O grande centrão que o PSD
insiste em
representar, está farto e a mirrar face a tanta incompetência política, escuso
de mencionar o idiota útil do Rui Rio! Os partidos de nicho como a IL, que
nem é carne nem é peixe, o PAN esse partido fundamentalista e descolado da
realidade, funcionam agora como charneiras tal e qual o CDS do Daniel Campelo e
do queijo Limiano. Por muitas
divergências ideológicas que possamos ter, há uma coisa que tem que ser
preservada, a qualidade da nossa democracia, e essa tem sido completamente
espezinhada. Os eleitores têm o direito, de serem ouvidos e respeitado de
acordo com os resultados eleitorais e não de acordo com os interesses
partidários mais ou menos obscuros, e dos desejos dos comentadores e
jornalistas que nem sequer são eleitos para o efeito! Há quanto tempo não
ouvimos os diversos dirigentes políticos a dizerem que governarão, se ganharem
as eleições, e de acordo com a vontade expressa dos eleitores, sejam quais
forem os resultados? Hugo Silva: Caro Luís, o Chega não é o melhor amigo do Costa, o
melhor amigo do Costa é o PSD. Peço desculpa pela correcção. O CH surgiu
porque o PSD deixou de ser oposição, deixou de ser coeso, passou a ser um
partido sem rumo, sem saber para onde vai e ainda pior, sem ter a certeza por
onde quer ir. Os eleitores do CH têm que ser respeitados e deixarem de ser
ostracizados. Essa balela do voto de protesto, como argumento para diminuir a
importância dos eleitores do CH, já passou de validade. O CH segue o seu
caminho, cada vez mais consolidado, cada vez com mais votos e deputados, por
muito que custe a certos uns. Fernando Cascais: Luís Montenegro prometeu que nunca promoverá uma
coligação eleitoral pré e pós-eleitoral com o Chega. Luís Rosa admite que tal
declaração pode obrigar a algumas piruetas. Segundo as recentes sondagens no
continente, o PSD, mesmo com um eventual apoio da IL não consegue um número de
deputados na AR que lhe permita formar um governo de maioria. Qual será então a
pirueta que Luís Montenegro poderá fazer? Coligar-se com o BE, PS? A IL não
interessa a um governo regional profundamente estatista que vive de subsídios
do continente. Ou seja,
a Ilha da Madeira está condenada a ser governada neste modelo ad eternum, não
há necessidade de inovação, de reformas e de nenhuma alteração na gestão
política. Esta justificação para o PSD ter escolhido o PAN não lembra o Diabo.
Poder escolher entre colocar os filhos numa escola pública ou privada não se
coloca na Ilha da Madeira. Ter cuidados de saúde num hospital privado é
completamente impensável na Ilha da Madeira, mesmo, que os mesmos não tenham
médicos. Fica
a ideia que o PSD recusa o Chega não pela imposição da esquerda, mas sim por
rivalidade política, já que o Chega pesca no eleitorado do PSD, e, se o PSD
conseguir anular o Chega os eleitores voltam. É uma falácia pensar que é o PS a
pressionar o PSD para não se aliar ao Chega, porque, é o PSD que quer anular o Chega para recuperar o
eleitorado. Verificou-se precisamente o mesmo com o CDS na Madeira
relativamente à IL. Se a IL não tiver expressão, o CDS recupera o eleitorado.
São estratégias sem um resultado claro à vista. De 2019 até às recentes
eleições regionais, o Chega e a IL cresceram na oposição. Há uma verdade incontestável
em todos estes factores políticos que é: O MUNDO NÃO VOLTA PARA TRÁS.
Infelizmente, o PSD e muitos analistas políticos pensam que um dia tudo voltará
a ser como dantes. Paulo J Silva:
O autor comete um erro de análise que
decorre das suas próprias convicções políticas. O erro é achar que foi
conseguido tornar o Chega irrelevante. A actual
configuração política na Madeira é a melhor possível para o Chega! Não vai ter
os deputados sujeitos à pressão de viabilizarem o Governo de direita
(lembram-se dos Açores?); vai ter tempo para amadurecer o grupo parlamentar e
está solto para fazer oposição e aumentar a votação nas próximas eleições. João Ramos: Esta de se afirmar que Ventura ou o Chega são os
melhores amigos de Costa é absolutamente ridículo e uma fantasia que devia
envergonhar o articulista, nessa ordem de ideias quem são os melhores amigos do
Costa, são Montenegro e grande parte da pouco inteligente direita que fazem
juras de que alianças com o Chega nunca, isto é pura e simplesmente fazer o
jogo do PS e da estrema esquerda, até parecem cordeirinhos e o país é que sofre
pois precisa urgentemente de um governo de direita e é uma perfeita ilusão
pensarem que chegam lá sem o Chega que é um partido de direita e democrático em
contraponto com os partidos de estrema esquerda, esses sim anti-democráticos e
anti capitalistas declarados… Francisco Louro:
As bases do PSD estão iludidas. Não
entendem, definindo fronteiras, que precisam de trabalhar com o eleitorado do
Chega (protesto). Uma vez dando essa abertura esvaziam o Chega. O mesmo que fez
o PS ao BE. Falta de inteligência está patente neste partido desorientado e com
líderes patetas e senis.
Rui Pedro Matos: O
Chega é o problema! E as políticas impostas e desviantes de António Costa desde
o assalto ao poder em 2015 não são O PROBLEMA de todo o atraso económico e
social que é visível e concreto na sociedade? Não se aplica apenas ais serviços
públicos....António Costa falou na escola dos jovens ps que o salário mínimo
cresceu mais de 20% e os cronistas não relacionam crescimento de salários com
crescimento de preços dos bens e serviços em complementaridade com crescimento
da produtividade do trabalho? O problema da situação caótico do País resume-se
ao Chega! Realmente o sr. Luís Rosa vive numa bolha à volta de um quarteirão
formado pela AR e Palácio de São Bento! Enfim... F. Mendes: O ruído mediático em torno destas eleições revela o
esquerdismo patológico da nossa CS. Mas, Albuquerque deu um tiro no pé; ganhou,
mas permitiu estas "interpretações" bizarras de resultados eleitorais. Quanto
ao Montenegro, já devia ter começado a recuperar o eleitorado perdido para
partidos à sua direita. Continua social-democrata e centrista: assim, não vai
lá. Luís
Rosa falha num aspecto: o crescimento do CH é absolutamente exponencial. Devia ter escrito sobre as razões que levaram a
isto. Essas sim, interessam mais do que as opiniões de cretinos como Pacheco
Pereira e outros. Não
me admirou o crescimento do CH, apenas a respectiva dimensão. Ignorar as causas
para tal, vai sair caro à democracia. Sérgio: Miguel Albuquerque, ao não se DEMITIR, provou que é um
politiqueiro rasca e reles e manipulador e aldrabão idêntico ao toine nepotista
e chefe do gang desleixado e incompetente! Credibilidade
futura = ZERO! Quanto a sua "aversão e obsessão" com Chega! ao
declarar que ficou "isolado"?!? Quem
lhe garante que não é essa a intenção do Chega!: Crescer SÓ e deixar os
"fofinhos" implodir com a sua incompetência e ABERRAÇÃO ao coligar
com aquela coisa PAN!?!? Aposto
que o PSD vai perder uns bons MILHARES de eleitores! Ana
Maia: Eu o que não
percebo é que a direita não perceba que sempre que dizem que nunca farão
coligações com 10% do eleitorado, estão a fazer o jogo que interessa à
esquerda. E depois o Ventura é que é o mau da fita?
Interessa
ao PS, sim sem dúvida. Interessa à direita, claramente não. Mas eu não sou
especialista em política, sou só eleitora que não percebe porque é que um
partido que tem muitos defeitos, sim, mas não é nada do radicalismo e
extremismo com que o pintam e vê-se na necessidade de se radicalizar muito mais
que o necessário porque todo um pais de opinião publicada faz o jogo que
interessa ao PS. O PS só precisa de ficar sentado a apreciar e não fazer nada. GateKeeper: Caro LRosa, já lhe tinha manifestado o meu receio
de que, se "saísse da sua área de “expertise de excelência" : a
Justiça, acabaria por "espalhar-se ao comprido". Nem preciso de
detalhar o porquê de tal "estimativa". Bastou ler o título e os primeiros
parágrafos deste seu artigo d'opinião para constatar que já se espalhou e
com estrondo. Nem o LM representa minimamente "as bases não " baronizadas"
do ppd/psd, nem o tony é "amigalhaço do AV e muito menos
vice-versa". O problema, neste triste e estafado caso, está evidente, como
a "água em pedra dura..., ..., que fura!" Com a actual liderança(?)
do partido, o psd nunca, jamais terá uma maioria absoluta em 2026. Sendo assim,
não é preciso "descobrir a pólvora
molhada" para constatar que o "caminho" que LM toma como
certo é um ERRO CRASSO. Neste momento a maioria das pessoas ex-simpatizantes [
e EX-VOTANTES] do "psd" acreditam [ e temem] muito mais num
neo-centrão esquerdalha-demagogocrata psdxuxú ( ou melhor, por este andar : xuxú
psd cds) do que um acordo pré ou pós eleitoral com o AV chega. Essa "ideia
peregrina", algo imbecil, de embarcar no barco que tem o "PSD
-principal spin doctor -" do tony na sua origem [o chega é o melhor amigo
do ps] não tem pernas para andar nem mãos para agarrar o que quer que seja, a
não ser os óbvios interesses da dupla ddt de Portugal (
season 2015 to 2026). E,... Quem "cai nessa" só o faz porque quer
mesmo "espalhar-se ao comprido". Aguardo o seu "regresso",
ao "sítio onde foi, é e será sempre mais feliz e clarividente, caro
amigo. fonseca
07: Pois
é L. Rosa desta vez não dou parabéns, muito longe disso, antes o contrário.
Talvez a crónica mais fraquinha do autor, pela minha ótica. Com efeito se fosse
encomendada não sairia tão certeira. Ainda não se apercebeu de que o chega hoje
em dia é incontornável? Cerca de meio milhão de eleitores não lhe dizem nada.
Surreal. Também vai na treta das cercas e cordões sanitários ao partido? Não
sou chega mas tenho de concordar que temos uma dívida para com esse partido.
Foi a pedrada no charco. O psd desde Rio o maior desastre para o partido não
fez qualquer oposição. Andou a sonhar com a revisão da CRP para ficar como vice
rei do norte? Montenegro que abra os olhos e se deixe dessas tretas de
revisões, de cercas e linhas vermelhas. Está a ir pelo caminho de Rio, logo
outro desastre à vista.
João Das Regras: O
LR, defende que deve ser criado um cordão eleitoral ao Chega e ao mesmo tempo
queixa-se daquilo que defende que é a esquerda defender que o PSD não se pode
aliar ao Chega e assim perpetua o PS no poder???? Esta coisa das linhas
vermelhas só pode dar asneira para o PSD e por mim cada vez mais me apetece o
voto de protesto no Chega
Domingas Coutinho: Há de facto dois pesos e duas medidas mas isto
aplica-se não só aos Partidos como à comunicação social. Aos Partidos como o PS
que ontem o dirigente da Madeira exigiu a demissão de Miguel Albuquerque. Já agora
porquê? E à comunicação social que está sempre muito preocupada em saber se
o PSD se vai coligar com este ou com aquele e ao PS não faz essa pergunta incómoda.
Também me lembro do ataque cerrado que faziam a Passos Coelho por causa de tudo
e mais alguma coisa. Veja-se o que acontece com António Costa. Mesmo que o
abordem são completamente ignorados. João Floriano: As palavras mais sugestivas desta crónica são as duas
últimas : pirueta política. As eleições na Madeira estiveram cheias de
piruetas políticas. Desde logo as de Mariana Mortágua que se sentiu reforçada
como líder e soltou um suspiro de alívio com a eleição de um deputado, de seu
nome Almada, e foi tão efusiva na sua alegria como se tivesse eleito quatro
deputados. Outra pirueta foi a de Raimundo que preferiu criticar o partido
vencedor em vez do facto de ter apenas um único deputado. E foi porque levaram
os velhotes dos Centros de Dia a votar. Claro que a grande pirueta com flip
flop encarpado ( nem sei se isto existe, mas fica muito bem no texto),
pertenceu a Miguel Albuquerque. Depois temos assistido a inúmeras piruetas por
parte dos comentadores mais notáveis da nossa CS. Não sei como ainda há
pachorra para escutar Pacheco Pereira e aquele trio do Princípio da Incerteza.
Pior exercício de masoquismo é à quinta feira esperar pelo Eixo do Mal e ter de
seguida um sono tranquilo. Mas eu vou arriscar uma insónia brava esta semana.
Continuo a achar que o IL foi relegado para segunda escolha porque é um osso
mais duro de roer do que o PAN. Não consigo levar a sério um partido cuja
sobrevivência depende da sua capacidade de tanto esticar para a direita como
para a esquerda, consoante lhe der mais jeito. Com o PAN Albuquerque não
terá grandes discussões ou oposição. Outro comentário que ouvi e me causou uma
certa perplexidade, veio do parceiro de Joana Amaral Dias, cujo nome de facto
não retive e que veio substituir Sebastião Bugalho. Ontem o jovem falou
várias vezes na união da direita. Que eu saiba tanto IL como PSD têm um ataque
de nervos quando alguém os cola à direita e o CDS é aquela direita que
conta………para nada. No caso do CHEGA sabemos quantos madeirenses votaram no
partido. No caso do CDS coligado não sabemos quanto vale. As eleições na
Madeira deram também oportunidade para interpretações ao gosto do freguês: para
o PS os resultados não são significativos (engano) porque no continente vai ser
diferente. Para o PSD estamos perante o princípio da mudança, como já tinha
acontecido nos Açores, em 2020. Não aconteceu mesmo nada ou melhor, aconteceu a
maioria absoluta do PS em 2022. A grande diferença entre a Madeira e o
Continente é que a maioria do PSD/CDS nunca esteve em causa, a dúvida estava na
maioria absoluta, que não foi conseguida por um deputado. No Continente
Montenegro não consegue descolar do PS. Outra pirueta tem a ver com o CHEGA.
Montenegro disse que não precisava do CHEGA para formar governo em
alternativa/alternância ao PS e à esquerda. Não sei como Luis Rosa não percebeu
essa pequena nuance. Precipitado, é o mínimo que se pode dizer e chegou
atrasado porque Ventura já havia dito que não estava disponível para acordos
com o PSD/CDS vencedor. Ventura teve aqui o seu momento pirueta ou melhor o
momento da raposa que diz que as uvas estão verdes. Talvez seja
interessante começar a pôr a pergunta ao CHEGA: Em caso de ter de ser o fiel da
balança e o partido que fará a diferença entre manter o PS no poder ou permitir
o governo do PSD , essa tal aliança das direitas(????) de que o comentador
falava, o que dirá André Ventura? Porque continuo a não obter resposta quando
quero saber o que fará o PSD no caso de o CHEGA querer aprovar o seu programa
de governo. Vai colar os braços do partido de Ventura à bancada? Vai mandar a
polícia correr com os deputados do hemiciclo, vai pedir para que os votos do
CHEGA não sejam contados? Piruetas, piruetas, só piruetas! José Rego:
O Pacheco Pereira tem um ódio de morte ao
psd, a este psd , desde que foi encostado de qualquer cargo pelo Passos Coelho.
É um dos que mais promove o ódio ao Chega e as “ linhas vermelhas “ como forma de inviabilizar qualquer governo
do psd. Fará tudo para impedir que qualquer um ligado a Passos Coelho ganhe
eleições ou tenha hipótese de formar governo. joao lemos
> José Rego: o Pacheco Pereira nunca desligará a tomada do MRPP tal
como a Ana Gomes ou o Barroso1 carregados de massa e "ciência" mas
frustrados na sua interioridade!
Carlos Real: Quem
me conhece sabe que detesto vaidosismos, mas seguramente fui dos primeiros que
classificou Antonio Costa como o pior PM da era democratica. Agora querer
comparar o aldrabao do Albuquerque com o Costa em termos de promessas e
delirante. Costa nada prometeu, porque nao e parvo. Albuquerque, vaidoso e
arrogante como e, achou que ganharia mais votos com esta promessa. Outra
conclusao mirabolante e dizer que o Chega ficou prejudicado. O Chega so tem a
ganhar como partido anti-sistema, mesmo que o Ventura nao pense assim. O balao
do Chega so saira reforçado se numa hipotetica coligaçao o Chega for o partido
maioritario. Se o Chega, tal como a IL forem bengalas do PSD, sera o principio
do fim para estes partidos. E impressionante como Luis Rosa e ingenuo ao
acreditar que os liberais conseguirao alguma vez na vida influenciar o PSD
Madeira mais estatista da naçao. Ate os professores do publico conseguiram
aquilo que os chuchialistas nao estao dispostos a dar. A aversao aos rosinhas
nao deve significar que os laranjinhas devem ter o poder a qualquer preço. O
PSD ganhou, mas Albuquerque deveria ser corrido. Com este tristissimo
espetaculo quem na realidade venceu foram os adversarios da democracia. Cada
vez mais os ditadores percebem que os farsolas democraticos lhes estao a
estender o tapete. A qualquer momento um novo Salazar nem precisa de matar
ninguem para chegar ao poder. A maioria silenciosa do povo apoia. Rosa
Silvestre > José Rego: Completamente de acordo. júlio correia: Caro Luis Rosa. Parece regozijar-se com o facto de 8,8%
do eleitorado madeirense (o que votou no Chega) não contar absolutamente para
nada. Isto vindo de alguém que de certeza se considera democrata é tristemente
notável. E sintomático. Por acaso deu-se conta de que essa é uma postura
contrária àquela que aparentemente professa? E de que essa é exactamente a
linha de argumentação dos defensores das "linhas vermelhas",
essencialmente gente de esquerda? Pois olhe, eu tenho uma opinião que, embora
em termos práticos valha zero, é bem diferente da sua: um partido com tantos
votos não pode ser marginalizado só porque sim (não como gelados com a
testa e vou na cantiga de que o Chega é um partido de extrema direita, como o
Caro Luis Rosa e tantos outros propalam). O que pode ser ostracizado são
algumas políticas que o partido defende - nem estou a ver quais, para ser
honesto. Para ser mais claro, pode e deve ser obtido um acordo com o Chega,
enquanto representante de centenas de milhar de cidadãos Portugueses, repito,
Portugueses, não aplicando algumas das suas políticas que sejam consideradas
inaceitáveis pelo partido com votação superior, isto é, o PSD. Enquanto isto
não for feito, vaticino a morte do PSD, o crescimento do Chega e a eternização
do PS no poder. Bom, vale o que vale, o Senhor e tantos outros é "que têm
os livros", embora que por vezes a honestidade intelectual deixe muito a
desejar. João
Ramos > Pedro Ferreira: Ainda não existia o Chega, mas se existisse penso que
teria apoiado PPC que foi um caso excepcional… João Ramos: Há certos articulistas aqui no Observador que
embora escrevam alguns textos interessantes e com os quais concordo, mas quando
escrevem sobre o Chega parecem apenas crianças com uma grande birra, pois
tornam-se irracionais e sem apresentarem argumentos plausíveis, parece que
utilizam o “raciocínio do porque sim” e nada mais, deviam de pelo menos pôr em
equação a possibilidade (bastante plausível) de que sem o Chega a direita não
conseguir chegar ao governo, em vez de embandeirarem em arco com o que está a
suceder na Madeira em que preferem um acordo com o PAN, um partido que não se
sabe o que é e que na AR vota sempre com a esquerda mais radical. Tenham
vergonha! joao
lemos: Observador , na linha do pasquim! qualquer
dia publica o non sense do Louçã ou da Mortágua! gente importante na freguesia
deles e por isso porque não? este Luís Rosa, escreve porque sim? Jaqueline Borralho
> Francisco Louro: Esvaziar o CHEGA? Mas...alguma vez mais na vida eu
confiava no PSD? Foi de lá que saí e não suporto quem não tem palavra! E como
eu, muitos! PSD, JÁ FOSTE!
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