quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Troça da boa


E mais não digo. Está tudo dito. Por HELENA MATOS e os seus COMENTADORES. Troça de Costa e Cia, obviamente.

Os ministros porque sim

João Gomes Cravinho. João Galamba. Pedro Nuno Santos. Eduardo Cabrita… O que leva António Costa a manter no governo ministros contra toda a racionalidade? O poder pelo poder.

HELENA MATOS Colunista do Observador

OBSERVADOR, 24 set. 2023, 01:3367

Gomes Cravinho nega estar debilitado como ministro com casos da Defesa”. Também informou que “não é matéria que me tenha ocupado minimamente durante esta semana“. E ainda que “não tive tempo e nem tive suficiente interesse ou preocupação em me dedicar ao assunto, naturalmente porque percebi que não é uma matéria, enfim, muito relevante

A primeira reacção a estas declarações do actual ministro dos Negócios Estrangeiros será concluir que Gomes Cravinho ou está a gozar connosco ou é destituído do mais básico bom senso. Afinal há meses e meses que se acumulam revelações sobre o estrambólico desempenho de Cravinho à frente da pasta da Defesa. As últimas notícias (que correm sempre o risco de ser rapidamente ultrapassadas por outras ainda mais constrangedoras) revelam que João Gomes Cravinho, enquanto ministro da Defesa, sabia que Alberto Coelho, ex-diretor geral dos Recursos da Defesa, era alvo de dois processos no Tribunal de Contas e apesar disso nomeou-o para a empresa que gere a indústria da Defesa Nacional.

A estranheza com o desempenho de Cravinho como ministro da Defesa começou com as revelações sobre a derrapagem no valor das obras no Hospital Militar de Belém. Quando confrontado com a quadruplicação dos custos, Cravinho, que entretanto se tornara ministro dos Negócios Estrangeiros, primeiro não se lembrava, depois lembrou-se que sabia (ou alguém lhe lembrou que havia um ofício a lembrá-lo) mas explicou que saber da derrapagem nas despesas não é a mesma coisa que autorizar que essa despesa com derrapagem se realizasse.

Em seguida começa a investigação à corrupção nas chamadas indústrias da Defesa e no próprio ministério. A operação ganhou nome: Tempestade Perfeita. Foram constituídos 73 arguidos. Entre eles conta-se Alberto Coelho, ex-diretor da Direção-Geral dos Recursos da Defesa Nacional. Sobre a forma imprevidente como lidou com figuras como Alberto Coelho, o ministro ora diz que não sabia, ora que não  foi informado (o que é tecnicamente impossível porque o seu secretário de Estado fez dois despachos a anular decisões de Alberto Coelho e, soube-se agora, Cravinho foi também avisado pelo ministério das Finanças), ora que não se sente politicamente debilitado.

Na verdade, pouco ou nada conta o que Gomes Cravinho sente. João Gomes Cravinho, oficialmente ministro dos Negócios Estrangeiros, é o ministro que ocupa neste momento o lugar de “ministro porque sim”, uma função governamental que António Costa começou por normalizar para depois transformar em instrumental. Este é um lugar que já foi de Pedro Nuno Santos e antes dele de Eduardo Cabrita. Depois chegou a vez de João Galamba. Agora João Gomes Cravinho acumula com João Galamba.

Pedro Nuno Santos inventou um aeroporto. Eduardo Cabrita sentia-se um paladino dos direitos humanos enquanto mentia ao parlamento sobre a morte às mãos do SEF de um cidadão ucraniano. João Galamba teve o seu ministério envolto numa cena de pancadaria que acabou com os serviços secretos a serem chamados. Agora João Gomes Cravinho é desmentido quase quotidianamente à medida que avança a investigação sobre a corrupção no ministério da Defesa. Não sei se algum dos protagonistas deste ambíguo papel teve em algum momento a ilusão de que se mantinha ministro por causa da sua mais valia política ou competência técnica. Na verdade, independentemente de num ou noutro caso essa competência existir e até ter motivado o convite para integrar o executivo, aquilo que leva António Costa a manter o “ministro porque simde turno no governo passa por razões que nada têm a ver com o seu desempenho, com aquilo que fez ou não fez. Antes pelo contrário, cada dia em que esse espectro que é o “ministro porque sim” de turno se mantém no cargo obriga cada um de nós a aceitar como inevitável o que até esse momento era inconcebível. O “ministro porque sim” vale apenas porque está, já que o seu estar é a prova de que António Costa quer, pode e manda.

PS. Uma senhora fez um livro “para crianças sobre inclusão e diversidade, com linguagem neutra”. Um grupo de pessoas compareceu na apresentação e de megafone em punho terão manifestado o seu desacordo com o teor do livro. A autora, não se sabe se com recurso a linguagem neutra e ou inclusiva, está a ponderar apresentar uma queixa ao Ministério Público. Há alguns anos aos protestos chamavam-se grandoladas e activismo. Não se conseguia apresentar um livro ou falar num colóquio sem que umas criaturas desatassem a cantar “Grândola, vila morena”” ou a vociferar  contra o capitalismo (sei do que falo por experiência própria). Terminada a função iam à sua vida e não se falava mais nisso. Agora chama-se a polícia. Deve ser a isto que se chama inclusão.

ANTÓNIO COSTA    POLÍTICA    GOVERNO

COMENTÁRIOS (de 67)

Américo Silva: A corrupção é intolerável, mas a oposição não pode governar Portugal através de comissões parlamentares como a da TAP, ou de ataques a ministros como o de que foi alvo Eduardo Cabrita. Para governar, o melhor mesmo é ganhar eleições.                A B: O post scriptum de Helena Matos também é deveras importante. Estes livros super wokes para crianças a incentivar a aberração são mesmo nojentos. Não querem que as crianças tenham uma vida normal. É uma declaração de guerra que está a transformar crianças e jovens normais em candidatos a vidas de doença física e mental com cirurgias, mutilações, consumo de hormonas toda a vida. Já não há uma turma em que não haja jovens confusos com o seu corpo que não sabem o que são.     Carlos Quartel: Pode ser que tudo isto não passe de experiências de Costa, a testar até onde pode ir, sem alterar as intenções de voto. Talvez daqui a alguns anos publique os resultados do trabalho. De facto, fechar repartições e conservatórias (Finanças, SEF, Registos, etc), pôr pessoas às 2 da manhã na bicha para as consultas, pôr grávidas a percorrer o país à procura de hospital com serviço de partos, ter as escolas a meio gás, não ter soluções para a habitação, desprezar a agricultura, ter polícias e tropa sub financiadas e a mirrar a olhos vistos e continuar com intenções de voto de 30% e ter possibilidade de ser o partido mais votado merece estudo aprofundado, O que levará os portugueses a votar em semelhantes aldrabões e incompetentes ?? Talvez tudo não passe de uma tese de doutoramento de Costa ......                Jose Costa: Continue HM a denunciar e a relembrar as atoardas constantes deste governo. Um dia muitos vão dizer que votaram neles porque não sabiam. Mas sabiam e são cúmplices.                 Alfaiate Tuga: O Kosta percebeu que o nível de exigência dos portugueses é tão baixo, que já nem se dá ao trabalho de substituir ministros mesmo quando estes já não tenham as mínimas condições para ocupar o cargo. No governo do Kosta os ministros ou ministras são piões políticos ao serviço do peiesse para comprar votos ou morder as canelas a quem lhes sair ao caminho. Ao ministro das finanças é confiada a chave do cofre e dada a indicação de que o alfa e omega são as contas certas e os pensionistas contentes, pois enquanto os pensionistas estiverem contentes com o governo este dificilmente será apeado nas urnas, as contas certas evitam outra bancarrota. Os restantes ministros andam por aí, fazem presenças como se diz agora, cobram um salário para ir empurrando os problemas com a barriga pois o chefe é avesso a reformas. Ao presidente da república já foi explicado pelo Kosta que ele está para entreter o povinho, tirar umas selfies, mas que quanto aos ministros não pinta nada, o galambas serviu de exemplo. A única instituição que ainda vai incomodando o governo, mas cada vez menos, é o ministério público, como a malta da política, da esquerda à direita, mas mais da esquerda, anda lá para se governar, volta e meia apanham um com a mão na massa. A Dra Joana Marques Vidal não foi corrida por acaso.                 F. Mendes: É sempre útil lembrar estas atitudes de soberba impante, irmã gémea do sentimento de impunidade que reina na canalhada do PS. A HM pergunta se mais esta atoarda do Cravinho significa que ele está a gozar connosco, ou se revela falta de bom senso. Revela as duas coisas, dado os socialistas nem precisarem de bom senso para continuar a mandar nisto tudo: por agora, vão chegando a sonolência do país, um "pr" cúmplice e cobarde, uma CS de sarjeta e uma oposição fraquinha. Ah, pois, ia-me esquecendo do dinheiro de Bruxelas e do turismo, cada vez mais os nossos tapa misérias.               Filipe Paes de Vasconcellos: O Cravinho com aquele ar de palermóide, faz-me lembrar um colega meu do liceu que era um grande malandro e tinha muita graça. Um dia numa aula de Inglês a professora chamou um aluno, tipo Cravinho, ao quadro e perante o seu embaraço de não dizer nem uma nem duas, esse meu amigo que estava na primeira fila, tal como eu, por causa do seu bom comportamento sussurra-lhe “ eh pá diz que sim e pergunta porquê” , ao que o aluno tipo Cravinho respondeu: Sim sim e porquê senhora doutora! Claro que houve uma gargalhada monumental e o dito tipo Cravinho e o meu colega e amigo foram para a rua a alta velocidade. Moral da história: Aqui o Costa não pode pôr no olho da rua o dito porque senão tinha de o acompanhar.                 Meio Vazio: Sobre o post scriptum. Até há pouco tempo, os "activistas" (um mimo!) woke eram apenas idiotas. Agora passaram também a flores de estufa: qualquer manifestação de discordância relativa aos seus devaneios é imediatamente "ódio" (outro mimo!). (Sim, apetece mesmo começar a odiar. De facto.)           JOHN MARTINS: Um Primeiro Ministro, que não tem força e coragem para demitir um ministro que vende um aeroporto sem saber de que lado sopra o vento, e pouco depois é desautorizado e desmentido; perde toda a autoridade para ter no seu governo, gente com bom senso. Por isso vemos no governo, Cravinhos, Galambas e as plantas da agricultura e habitação, mais os invisíveis de que não se conhece os nomes...                Maria Tubucci: Pois é HM, os números de circo são cada vez mais repetitivos e desprezíveis. O PS é um partido cada vez mais unipessoal, é o Costa, a famiglia e amigos. O PS transformou-se numa central produtora de: corruptos, parasitas, trafulhas, inimputáveis, incompetentes. No fundo é um cartel mafioso, cujo padrinho todos têm de adorar, cantar loas, falar cor-de-rosa e trabalharem para o dono. Comprovou-se que, a estabilidade socialista e a descrispação do PR apenas conduziu: à roubalheira, ao subdesenvolvimento, à descredibilização das instituições, bem como, à falência da comunicação social. Aliás, se nos últimos 8 ano não tivéssemos tido nenhum governo, estaríamos mais ricos, mais dialogantes e mais desenvolvidos. E mais, Costa mantém os “ministros porque sim”, porque não tem mais ninguém, porque os possíveis substitutos são ainda mais reles, e ainda, porque não tem qualquer respeito pelas instituições nem pelos portugueses.                   O Tintin: Povo manso. Sem coluna vertebral, nem dignidade. Uma vergonha de gente que habita este país. Uma lástima de povo e de elites. A começar pelo inenarrável presidente da república. O pior de sempre juntamente com Sampaio que nos conduziu a isto.                   Pedro Campos: Excelente! Parabéns Helena Matos. A expressão " Os ministros porque sim" vale, por si só, todo um tratado de como desgovernar um país.            Joana Fernandes:  Fantástico! Adoro a referência ao protesto no livro infantil sobre linguagem neutra e inclusão. Quando diz que hoje graças à inclusão se “chama a polícia” tem toda a razão! De facto estes intelectuais superiores e inclusivos que não fazem mais do que impor o seu próprio modelo de realidade, não têm qualquer substância para argumentarem, debaterem ou defenderem as suas ideias sem ser pela força! Uma tristeza mas também uma enorme pobreza!              AL MA: Porque sim, Costa tem tiques de lider Boliviano, quer pode e manda, desrespeita os eleitores, desrespeita o Estado, desrespeita os poderes e as Instituições, só porque acha que a bola é dele. Do pior que a Democracia conheceu, a par de Vasco Gonçalves                     João Floriano: João Cravinho tem um olhar esquivo próprio de quem se sente culpado e não vai assumir as culpas. O governo de António Costa está cheio de «ministros porque sim». Começam por ser «Ministros: E porque não?» . Parafraseando alguém, são como os melões: só depois de abrir se sabe o que está lá dentro. Contudo há alguns que mesmo sem lhes meter a faca já sabemos que estão podres de tão maduros ou verdes tipo pepino. O executivo de Costa é uma montra de ministros porque sim, ocupando o lugar apenas para mostrar a teimosia e o domínio do chefe, ou ministros jarrões, que só estão a ocupar espaço. Se Costa mantivesse apenas Medina, porque tudo o resto pode falhar, excepto a máquina bem oleada de cobrança de impostos, nem se dava pela diferença. Os restantes já não funcionam. Vem aí a comemoração dos 50 anos do 25 de Abril. Voltam os militares que ainda resistem ao tempo, com Vasco Gonçalves à cabeça a vociferar que «Não foi para isto que se fez o 25 de Abril!», sendo que por «isto» se entende o descontentamento com a esquerda e a expressão desse descontentamento. O velhote ainda não perdeu a esperança de isto se tornar um paraíso comunista tipo Venezuela. Já não estamos longe. Vai haver grandoladas de todos os estilos interpretadas pelos cantores do regime, pelos manifestantes da Intersindical, pela esquerda parlamentar e mais não sei quantos deputados do PSD que têm medo do PS. Grândola Vila Morena já não tem qualquer significado porque o povo deixou de ser quem mais ordena. Agora essa função cabe a Costa: ordenar e ordenhar os portugueses. Já o «Depois do Adeus» de Paulo de Carvalho, tem excelentes possibilidades de ser reformado mas com um nome diferente: «E depois de Costa». Isto tudo a propósito da tal leitura da obra prima sobre a lavagem cerebral feita pelos LGBTI...... nas nossas crianças inocentes. Curioso terem chamado a polícia (se foram mesmo eles que chamaram...) porque protestam regularmente contra o abuso da autoridade, face visível de uma sociedade repressora, castradora e bla, bla,bla. Não teriam convidado o cabo Rodrigues, para ler aquela parte do «Tomás tem dois papás»?        João Ramos: O país de António Costa, porque não é o nosso, já há muito que nos envergonha a todos!!!    Maria Paula Silva: Excelente, mais um documento histórico a guardar :) AC é o primeiro PM que não fez rigorosamente NADA. Perdão, fez... criou a maior rede de hedonismo inimaginável nos tempos actuais, criou um polvo gigante que vai ser difícil de eliminar. Suponhamos, só por instantes, que Portugal albergava políticos idóneos, sérios, competentes que se iriam opor a sério a este estado de coisas e até ganhavam.   Teriam muita dificuldade em eliminar todos os tentáculos de Costa. Não iria ser fácil nem rápido. Este foi o trabalho de AC durante 8 anos. É caso, cada vez mais urgente e pertinente, para perguntar onde é ou vai ser aplicado o dinheiro do PRR? Obrigada HM!            João Ramos > João Ramos: Quanto ao Post Scriptum, acho muito bem que tenha havido protestos pois eles demonstram que a nossa sociedade ainda está viva e que não se sujeita aos ditames das modas degenerativas que nos querem impingir e que ainda por cima acham que só eles é que podem protestar.             Tristão > Carlos Quartel: Ui, prepare-se, o povo português aguenta aguenta 🙂 Aguentou 40 anos de ditadura até cair de podre. Aguentou um primeiro-ministro corrupto até à medula e passado 4 aninhos já estava de bem com o partido e a trupe do corrupto. Neste momento. Costa faz o que quiser, é ele o dono do bordel.🙂                  Jorge Tavares: Começa a ficar mais claro, incontornável, que António Costa segue o modelo de "governante" dos tempos antigos. Não está no poder para governar, mas para usufruir do poder e nada mais. Indefinidamente e sem objectivo. No último século, nunca tivemos alguém assim. Quem retratou a situação na perfeição foi Rui Ramos no seu artigo "O governo de Cavaco Silva e o poder socialista". A diferença entre ser governo e ser poder, é que num governo, o sucesso é definido não em termos de resultados eleitorais e preservação do poder, mas de progresso do país. No poder socialista, o sucesso define-se ao contrário: pelos resultados eleitorais e pela preservação do poder, e não de progresso do país. Ora, é exactamente isto que define o comportamento de António Costa e os seus "governos" nos quase 8 anos que já decorreram.                Maria Tejo > Américo Silva: Tem toda a razão em que” para governar o melhor é mesmo ganhar eleições.” Contudo, governar obriga a lisura e respeito pelos respectivos eleitores e por todos os restantes cidadãos.

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