Pois!
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09/12/2023, 09:01 (há 17 horas) |
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Caro assinante,
A propósito do Dia Internacional Contra a Corrupção, quero
contar-lhe uma história que ocorreu há
quase 240 anos em França. O embaixador
Benjamin Franklin, um dos pais fundadores dos Estados Unidos, estava de
saída do seu posto em Paris e, para mostrar todo o seu apreço, o rei Luís XVI ofereceu-lhe um presente de
despedida: uma luxuosa caixa de rapé com mais de 408 diamantes incrustados à
volta de um pequeno retrato do monarca francês.
Apesar de ser um presente de cortesia, Franklin teve de submeter a aceitação de tal oferta ao juízo do
Parlamento norte-americano, porque a lei proibia expressamente o recebimento de
presentes com origem em potências estrangeiras. A ideia era defender a então jovem República dos conflitos de
interesse e da corrupção. Ainda hoje aquela norma vigora e impediu mesmo que
Donald Trump lucrasse com o seu mandato. Já dizia Montesquieu que a “virtude
está na origem da República”.
Vem
isto a propósito do estado a que chegou o regime democrático fundado com a
Constituição de 1976. Provavelmente nunca como hoje a confiança dos
portugueses nas instituições atingiu um ponto tão crítico.
É em tempos como este que estamos a viver que o escrutínio jornalístico
é fundamental para informar e esclarecer os cidadãos, cumprindo-se assim uma
das ‘razões
de ser’ da democracia: impedir que algum dos três grandes poderes do Estado (o
Executivo, o Legislativo e o Judiciário) se sobreponha aos outros ou que alguém
detenha o poder absoluto.
É por isso que o trabalho de escrutínio independente do Observador
necessita do seu apoio. Obrigado por assinar e contribuir para que a
defesa da transparência e da integridade se mantenham como aliados essenciais
do combate contra a corrupção.
Como dizia Joseph Pulitzer, húngaro-americano que deu o nome ao prémio
de jornalismo mais prestigiado dos Estados Unidos, “quando mais próspero for
[um jornal], mais independente se permitirá ser”.
Luís Rosa, Redator Principal do
Observador
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