sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Uma lição


De amor pela verdade dos factos. Por LUÍS ROSA. E não nos vai servir para reflexão e acção, com certeza…

O PS de António Costa perdeu a noção do que é certo e do que é errado. E o PS de Pedro Nuno também perdeu?

Levar o melhor amigo para o Governo, ter 75k em notas em São Bento ou meter uma cunha para passar à frente do cidadão comum no SNS revelam uma democracia de casta que defende a autocracia como regra.

LUÍS ROSA Redactor Principal e colunista do Observador

OBSERVADOR, 21 dez. 2023, 00:2056

1Há muito que se diz que Portugal vive um inverno demográfico devido à baixa taxa de natalidade e respectiva perda de população — com todas as consequências perniciosas que daí advêm para o futuro do país. A esse inverno juntou-se, para grande infelicidade da nossa comunidade, outro igualmente grave: o inverno da ética, da integridade e do simples respeito por noções básicas como o certo ou errado.

Vivemos um verdadeiro inverno do nosso descontentamento. Vivemos um tempo em que o essencial é trocado pelo acessório, em que a verdade é algo dispensável, em que a responsabilização política pura e simplesmente não existe (pelo contrário, deu lugar um vazio em que tudo é permitido) e em que somos bombardeados diariamente com narrativas que tentam esconder o óbvio: o regime está doente, o que significa dizer que a democracia está seriamente doente às portas do 50.º aniversário do 25 de Abril.

Esconder isso em nome da sobrevivência política de um primeiro-ministro que foi obrigado a demitir-se e do desejo de um partido de se eternizar no poder, significa agravar ainda mais os problemas de falta de confiança dos portugueses nas instituições democráticas e potenciar o voto em forças extremistas, populistas e demagógicas — e não o Chega não é a única dessas forças, há outras como o Bloco de Esquerda e o PCP.

E, mais importante do que isso, ocultar o diagnóstico impede a regeneração do regime — que ainda é possível e é obrigatória. E tal regeneração também inclui o poder judicial — que será abordado num próximo artigo de opinião.

2Não quero abordar neste artigo qualquer matéria penal relacionada com a Operação Infuencer ou com o caso das gémeas. Quero abordar, sim, todos os problemas a montante desses (e de outros) processos judiciais porque só com um diagnóstico e medidas preventivas é possível evitar a sério a judicialização da vida política.

À Justiça não cabe o papel de moralizar a vida pública mas a intervenção judicial pode, e deve, ser evitada pela classe política se esta quiser agir preventivamente, aplicando mecanismos, regras e procedimentos que visem impedir conflitos de interesse, a falta de transparência e a promiscuidade entre o poder público e o económico. Em suma: agir preventivamente para evitar a prática de ilícitos no exercício de funções públicas.

Vamos começar por aquele que é o problema a montante de toda a Operação Influencer: a contratação de Diogo Lacerda Machado como conselheiro especial do primeiro-ministro António Costa para diferentes temáticas, como os lesados do BES, a saída de Isabel dos Santos do BPI ou a reversão da privatização da TAP.

António Costa decidiu contratar Lacerda Machado em 2016 sem qualquer contrato nem remuneração. O primeiro-ministro sempre entendeu que não era necessário qualquer tipo de formalismo. O que diz muito sobre a forma como Costa se vê a si próprio — alguém que está no Olimpo da seriedade e dispensa os formalismos que se aplicam a todos os comuns mortais que tenham passado por São Bento.

Se quisermos, essa é a definição da autocracia. Todos os autocratas se julgam sérios — nunca estudei nenhum que se julgasse corrupto — e estão sempre acima de todos os outros políticos. O que faz com que o exercício do poder não tenha que respeitar as regras e a lei.

É muito curioso recordar a forma como António Costa reagiu quando foi confrontado com a polémica da contratação de Lacerda Machado em 2016. Pressionado, Costa lá foi obrigado a contratar o seu melhor amigo mas insistiu que Lacerda não estava ali pelo dinheiro.

Pior: o primeiro-ministro sempre considerou que a existência de um contrato não tornava a relação mais transparente. “É simplesmente mais caro para o Estado” e era uma despesa cujo “dinheiro podia não ser gasto”. Ou seja, estando em causa pessoas sérias é óbvio que as regras não têm de ser iguais à arraia-miúda — sobre a qual há razões fundadas, obviamente, para desconfiar.

Aliás, António Costa nunca percebeu o “interesse” dos media por Lacerda Machado, chegando mesmo a classificar tal interesse como “absolutamente estonteante”. Lacerda era um simples “conciliador” ou “mediador”. E ainda por cima trabalhava de borla! Isso é certo ou errado?

3Sem entrar em grandes considerações sobre o facto de António Costa estar a contratar para seu conselheiro o seu melhor amigo, basta só considerar que nenhum dirigente da administração pública (AP) tem o mesmo privilégio devido ao Código de Procedimento Administrativo, que impede a contração de familiares directos mas também de alguém próximo do circulo social do respectivo dirigente da função pública.

E a pergunta que se impõe é simples: se os dirigentes da administração pública não podem, por que razão o primeiro-ministro, o líder da administração, pode? Será que agora todos os membros do Governo podem passar a contratar os seus melhores amigos para conselheiros pessoais? Se sim, porque não contratar o irmão, o pai, a mãe ou os avós? Ou o periquito?

Outra questão prende-se com a ausência de escrutínio da opinião pública. Tudo isto se passou em frente dos nossos olhos e a pergunta que deixo é simples: quantos de nós levantaram a voz ou censuraram algo tão obviamente censurável — e admitido de viva voz pelo próprio António Costa com a arrogância que o caracteriza?

Muito poucos, o que também revela uma ausência de escrutínio e de falta de critério, nomeadamente da comunicação social. A ideia assente é que a confiança política justifica todo o tipo de contratações — e não justifica, de todo em todo. Basta ver o caso de Lacerda Machado.

Isso é certo ou errado?

4Já agora, outro pormenor relevante. Diogo Lacerda Machado é chairman desde 2012 de um banco na Guiné Bissau chamado Banco da África Ocidental, detido maioritariamente pela empresa Geo Capital — uma empresa que nasceu de um investimento do magnata do jogo Stanley Ho, na qual Almeida Santos chegou a ter 5% do capital e à qual terá estado ligado Ambrose So, um comunista chinês que chegou a ser membro da Comissão de Relações Internacionais do Conselho Consultivo da República Popular da China, segundo o jornal Público.

Além de outros cargos em bancos africanos, como o Moza Banco (onde, uma vez mais, há ligações políticas, desta vez a um alto funcionário da Frelimo e ex-presidente do Banco de Moçambique chamado Prakash Ratilal), Lacerda Machado é chairman — vale a pena repetir — de um banco de um país como a Guiné Bissau, reconhecido por várias instituições internacionais (como as Nações Unidas) ou países (como os Estados Unidos) como um narco-Estado em que as instituições políticas estão à mercê dos traficantes de droga sul-americanos que utilizam aquele país africano como plataforma de distribuição.

Mais: o Banco da África Ocidental é apresentado em praças financeiras como Singapura como uma sociedade que “ajuda a fornecer à economia chinesa, em plena expansão, os recursos de que necessita para continuar a sua espantosa expansão económica”. Portanto, tem fortes ligações à China — um país comunista que não faz propriamente parte dos aliados naturais de Portugal e com o qual a União Europeia tem tido cada vez mais uma política de confrontação, nomeadamente por razões económicas e de segurança.

Tudo isto para dizer o seguinte: que campainhas tocaram no gabinete do primeiro-ministro, no Governo e no PS sobre as ligações de Diogo Lacerda Machado ao poder económico chinês ou a bancos que constituem um risco claro reputacional a partir do momento em que actuam em narco-estados como a Guiné-Bissau?

É que ao mesmo tempo que andava a aconselhar o primeiro-ministro de Portugal e ao mesmo tempo que António Costa lhe entregava as chaves de acesso ao poder político e aos segredos de alguns dos maiores negócios da economia portuguesa, Lacerda Machado continuava a ter todos os outros cargos na Guiné Bissau e em muitos outros interesses da Geo Capital em África e na China.

Termino este ponto com um conselho: se António Costa quer mesmo candidatar-se a um cargo relevante na União Europeia, recomendo que leve Diogo Lacerda Machado como conselheiro para experimentar a reacção das instituições europeias e da comunicação social francesa, alemã, belga ou até mesmo inglesa ao curriculum vitae do seu melhor amigo.

Aposto um almoço com António Costa no JNcQUOI Asia que não vão ser tão complacentes como as instituições e os media portugueses têm sido e que certamente concluirão que não está certo contratar o seu melhor amigo para funções públicas

5Outra questão relevante são os cerca de 75 mil euros que foram descobertos no dia 7 de novembro no gabinete de Vítor Escária, o chefe de gabinete do primeiro-ministro António Costa. E aqui tenho de elogiar a extraordinária capacidade narrativa do PS e de Costa. Os socialistas comportam-se como autênticos David Copperfield’s da ilusão e têm conseguido inventar pretextos atrás de pretextos para retirar o tema da agenda pública.

O problema é que os 75 mil euros existiram mesmo e até Costa já foi obrigado a admitir que eventualmente (eventualmente!) teria que se demitir à mesma, caso não existisse uma investigação no STJ contra si.

Vamos ser claros: desde o início da década de 2000 que Portugal transpôs para o seu ordenamento jurídico todas as directivas de combate ao branqueamento de capitais, obrigando os bancos a fiscalizar a origem dos fundos dos seus clientes e a escrutinar de forma particularmente apertada as chamadas pessoas politicamente expostas e os seus familiares.

Em caso de detecção de irregularidades ou de mera suspeita, as instituições financeiras têm de comunicar à Justiça de forma proactiva todos os indícios que conseguiram recolher, sendo certo que hoje em dia esse dever de diligência alargou-se a outros sectores, como o notariado, os mediadores imobiliários e até aos advogados, entre outros.

Outro pormenor importante e que complementa o que acabei de escrever: o Estado desaconselha há largos anos que os cidadãos paguem ou recebam algo em numerário. Deve ser tudo feito com instrumentos bancários para poder ser possível identificar a origem e o destino dos fundos, rastreando-se assim todos os circuitos financeiros.

Desde a primeira notícia sobre esses 75 mil euros em notas descobertos no gabinete a poucos metros daquele que ainda pertence a António Costa que os socialistas mostram um tremendo incómodo. Basta recordar que o socialista Ascenso Simões chegou a prometer um “par de lambadas” a Escária.

Obviamente que não coloco em causa a palavra de António Costa — que garante que nada sabe sobre aquele dinheiro — ou a sua decisão de exonerar Vítor Escária pouco depois de saber o resultado das buscas judiciais em São Bento. Nem vou opinar sobre as questões penais relacionadas com esses 75 mil eurosque existem, ao contrário do que se julga.

A questão é outra. António Costa é politicamente responsável pelas pessoas que escolhe para trabalhar e pode ser naturalmente censurado por ter falhado na escolha. Aconteceu com o seu ex-secretário de Estado Adjunto Miguel Alves (arguido em dois processos quando foi convidado por Costa e hoje acusado) e voltou a acontecer com Vitor Escária, entre outros casos.

Pior: na altura em que o primeiro-ministro convida Escária para ser seu chefe de gabinete, já tinham saído trabalhos de investigação jornalística, como este publicado no Observador, que demonstravam a tendência de Escária para confundir interesses públicos com interesses privados. António Costa não quis ler nem ouvir.

Na prática, e se associarmos a questão de Lacerda Machado à de Escária, Costa cumpriu um velho ditado do povo português: fez a cama em que se deitou. Não sei se é certo ou errado mas foi o que aconteceu.

6Como se isso não bastasse, António Costa ainda criou uma guerra aberta com o poder judicial, arriscando uma eventual crise constitucional — como está a acontecer há meses em Espanha, como todos os riscos que isso acarreta em termos de uma eventual intervenção da Comissão Europeia.

Na prática, e por razões exclusivamente relacionadas com a sua sobrevivência política, Costa está a fazer tudo para que o PS pressione o máximo que puder a procuradora-geral Lucília Gago e o Supremo Tribunal de Justiça para arquivarem o inquérito que corre termos contra o ainda primeiro-ministro.

Vamos ser directos: António Costa, da forma mais maquiavélica (outra característica sua) e hipócrita possível, está a fazer aquilo que José Sócrates gostava que ele tivesse feito em 2015. Isto é, está a usar o escudo do PS para se proteger da Justiça.

É mesmo caso para dizer que parece que Costa não tem noção do que é certo mas tem a obrigação de saber o mal que está a fazer à democracia.

7Finalmente, o caso das gémeas. Desde o início do caso, que nasceu da investigação jornalística da TVI, que sempre disse que havia dois focos no escrutínio aos representantes do poder político neste caso:

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, por ter dado início ao processo, despachando sobre um email do seu próprio filho Nuno Rebelo de Sousa e incorrendo assim em conflito de interesses. E também por não ter imposto regras claras ao staff da Presidência para não lidar com pedidos da sua própria família;

E o Governo de António Costa. Ao contrário de Marcelo, era o Ministério da Saúde quem tinha o poder efectivo hierárquico sobre o Hospital de Santa Maria.

Como era de esperar, o pior lado do PS veio ao de cima quando o escrutínio chegou ao Governo e a auditoria do Hospital de Santa Maria detectou uma ilegalidade clara: as gémeas luso-brasileiras chegaram à primeira consulta via intervenção do secretário de Estado da Saúde [Lacerda Sales].

Perante a evidência, não só o PS impediu o escrutínio parlamentar da ex-ministra Marta Temido e do ex-secretário de Estado Lacerda Sales, como ainda tivemos direito ao plus de ouvir Francisco Ramos, ex-secretário de Estado do PS e amigo de Lacerda Sales a dizer coisas verdadeiramente extraordinárias na TVI/CNN

E o que disse Ramos, que, refira-se, foi obrigado a demitir-se de coordenador do combate à Covid-19 por não ter respeitado as regras do processo de vacinação no Hospital da Cruz Vermelha?

Que teria feito o mesmo que Lacerda Sales porque “o filho do Presidente da República não é uma pessoa qualquer” e que o seu amigo está a ser injustamente crucificado no espaço público pela cunha.

O que diz tudo sobre a falência ética e moral do Partido Socialista que foi liderado por António Costa e representa uma normalização de que algo que é anormal. Repito: a auditoria do Hospital de Santa Maria confirmou que a lei que regula o acesso dos utentes ao SNS foi violada no caso das gémeas luso-brasileiras porque não é possível uma intervenção do Governo para se marcar uma consulta.

Pior: as declarações de Francisco Ramos demonstram que o PS de António Costa quis instituir uma espécie de democracia de casta. Há os que têm acesso ao poder políticos e conseguem consultas no SNS por via privilegiada, violando a lei. E há os pobres coitados, que são os cidadãos comuns, que têm que ir para a fila de espera.

Definitivamente, isso é errado.

8Vivemos um tempo em que, por razões de conveniência política ou de outro tipo de obediências, se está a tentar normalizar algo que, obviamente, não é normal. E não é normal porque a igualdade de todos perante a lei é uma das características estruturantes da Democracia. Numa democracia, não é normal que o primeiro-ministro contrate o seu melhor amigo como conselheiro. Numa democracia, não é normal que um pedido do filho do Presidente da República valha mais do que um comum cidadão. Não é normal que um secretário de Estado marque uma consulta no SNS ou dê instruções nesse sentido.

Nada disso é normal. E normalizar o anormal, como o PS de António Costa tentou fazer ao longo destes oito anos, é agravar a doença da democracia. O PS de Pedro Nuno Santos identifica-se com isso? Ou sabe o que é certo e o que é errado?

GOVERNO     POLÍTICA    ANTÓNIO COSTA

COMENTÁRIOS (de 56)

AdOB: Com todo o respeito que merece, premissas erradas, levam a um juízo errado. Para perder a vergonha, é necessário tê-la. E o PS, desde Guterres, não a tem. Tem razão em expor as más-figuras, indecências e 'crapulices' mas para um desonesto - como a maioria do PS o é - isso, ou é chover no molhado, ou é medalha. Percamos os pudores e chamemos às coisas o que elas são. O PS não faz o que faz porque perdeu a vergonha. O PS faz o que faz porque não tem qualquer tipo, nem de vergonha, nem de respeito. Com a devida ressalva - eles são o grau abaixo de zero da política, é verdade - mas o nosso povo é o grau abaixo de zero da ética e da moral. E essa é a razão pela qual já fomos ultrapassados por quase todos dentro do nosso campeonato. PS: a Polónia em 2006 tinha um ordenado mínimo de 230 euros, Portugal de 550. Em 2024, Portugal e Polónia vão ter praticamente o mesmo ordenado mínimo. Mas a culpa é da extrema-direita da Polónia e não do Socialismo Luso. A culpa é sempre dos outros.                     Carlos Chaves: Isto sim é jornalismo! Jornalismo do bom e serviço público! Os assuntos que o Luís Rosa aqui nos traz são tão graves, mas tão graves, que torna incompreensível o papel da esmagadora maioria da comunicação social portuguesa ao manterem todos estes assuntos fechados a sete chaves, ou tratados com a devida leviandade de ocultação, é a democracia que está em causa. Por que raio estes figurões socialistas (incluindo o PR) têm a protecção e boa imprensa de quase toda a comunicação social? Um grande bem-haja Luís Rosa!                    JOHN MARTINS: Parabéns por este muito esclarecedor artigo, sobre a casta que nos tem governado nestes últimos 8 anos. Conclusão, António Costa não sabe governar. Não foi um caso, nem meia dúzia. Desde a usurpação do governo ao lídimo vencedor Passos Coelho em 2015, até à sua demissão em 7 de Novembro verdadeiramente humilhante, Costa foi um autêntico desastre. E Santos foi um grande colaborador do legado de ambos.                        João Eduardo Gata: Há muito tempo que afirmo e reafirmo o seguinte: (1) O PS é o Maior Cancro da Democracia Portuguesa; (2) O PS é a Maior Plataforma de Corrupção em Portugal e das maiores da Europa.                  António Dias: Artigo pedagógico de antologia . Luís Rosa e a maioria da CS, repete o mantra de que acredita que o A costa não sabia dos 75k da sociedade Escária/Costa. Aconselho-o a não ter tanta certeza e não pôr as mãos no fogo pelo Costa (nem o dedo mais pequeno). O Costa estava careca de saber das negociatas do Escária e do Lacerda Machado. Aconselho-o a transpor a música de “ amar pelos dois” do Salvador Sobral para os negócios e perceberá que Escária e o Lacerda são 2 dos testas de ferro do A Costa. Não tenha a menor dúvida. Ao não perceber isto, é o mesmo que ainda acreditar no pai Natal.                  F. Mendes: Embora o artigo seja útil, peca pela extensão. Claro que, quando assim é, se corre o risco de fazer afirmações pouco esclarecidas. Foi o caso. Deixo algumas perguntas:  - por que motivo considera (o LR) o CH um partido extremista? Acaso aquele defende regimes totalitários? Anda a bater em pessoas nas ruas? Condiciona jornalistas? É extremista em matéria de controlo de imigração? Está errado em abominar um regime completamente podre? É errado rejeitar o politicamente correcto, ideologias de género em escolas, etc.? Esclareço que não sou do CH.  – por que motivo seria óbvio que o Costa nada sabia sobre o dinheiro do Escária escondido no gabinete? E se soubesse o que teria feito? Provavelmente, dito ao escória "oh pá, guarda a massa noutro sítio"!. O cadastro do personagem era bem conhecido.  Em Portugal, o que se vai passando é cada vez mais bizarro. Podemos terminar com o PN "Santo" a agravar o péssimo trabalho dos socialistas, afundando o país e multiplicando desigualdades. É pena que tanta gente não tenha percebido o óbvio. E que à direita continue esta divisão inconcebível, possível apenas pela incompreensão da amplitude da desgraça a que podemos chegar.               madalena colaço: Agradeço todos estes esclarecimentos desta política de favores que não são normais. Se em Portugal não existisse corrupção o país não tinha uma dívida de vários milhares de milhões que nos obriga a pagar impostos elevadíssimos. António Costa disse que não queria Joana Marques Vidal e Marcelo, que fez os maiores elogios a Marques Vidal dando a entender aos portugueses que a ia reconduzir, nas vésperas diz que Lucília Gago é muito parecida e nomeiam-na como Procuradora. Para Lucília ser obrigada a pôr o parágrafo que tanto desagradou a Costa, para mim  algo se deve passar... Um enorme erro foi não reconduzirem Marques Vidal que estava a fazer um trabalho excelente de combate à corrupção. Do futebol à magistratura, ninguém escapava, mas não quiseram nem Costa nem Marcelo que esse combate prosseguisse, pois se quisessem era manter uma procuradora que parecia não ter medo de nada para combater a corrupção.  Era bom que os jornalistas esclarecessem os portugueses sobre a Tap e a CP, que segundo Pedro Nuno Santos estão a dar lucro devido às suas políticas.                     Balmat: Onde estão os cães de guarda da democracia? Como se consegue retirar da media os 75k ?               F. Mendes >  joão Melo: Obviamente, porque Costa nunca foi entrevistado na vida. O que lhe dão é tempo de antena, sem contraditório, para que ele possa vomitar livremente a propaganda deste regime abjecto. Mas, entendi que o João já percebeu que sempre assim foi. O mesmo se aplica ao Marcelo, bem entendido.               Paulo Machado: Este texto devia ser impresso e afixado nas paredes! Parabéns.                afonso moreira: Sim, LR, se uma pequena parte da CS tivesse a sua coragem, eles não seriam tão indecentes. Não coloca em causa a palavra do PM quanto aos 75, em S. Bento, mas se tivesse sido com um PM de direita as TV's, teriam feito de imediato uma planta do interior do palácio, com os centímetros que medeiam entre a porta do gabinete do PM e do gabinete do Escária; já tinham falado com o pessoal da limpeza, com o electricista, e sei lá mais quem de cara escondida; já todos tínhamos sido esclarecidos se quando o Escária entrava no seu gabinete a primeira coisa que faria, ainda antes de tirar obviamente o casaco, seria fechar a porta à chave; saberíamos quantas vezes o PM teria que bater à porta para lhe ser aberta, etc. Seríamos martelados diariamente com esses e outros "dados", para que todo o bom povo pudesse reflectir bem. Quem não se lembra de como  Tecnoforma foi dissecada pela mesma CS que hoje cala?                  Maria Luthgarda > JOHN MARTINS: E, pior um pouco, inaugurou um estilo de usurpação do poder, ultrapassando o que era norma entre nós (o poder ao mais votado) que, daqui para o futuro, e sabendo nós como em Portugal é difícil estabelecer acordos e alianças, após cada eleição legislativa se instalará o caos e apenas a esquerda se unirá porque o fará contra a "extrema direita".                 Pontifex Maximus: O PS é um ente amoral e sem ética, que vide do e para o poder. Quando as pessoas despertarem (os jovens, pois o regime actual é uma gerontocracia), o PS será eliminado, como em França ou Itália, por exemplo e nunca mais voltará a exercer o poder. Ou pensam que é por acaso que só em Portugal e Espanha sobrevive (vejam o que está a acontecer na Alemanha e nos países nórdicos)? Não, o socialismo é o espelho da degradação social em que nós e Espanha estamos metidos e só daí sairão correndo com estes abcessos poli. CHEGA disto.   NunoW Nunow: Muito bem, mais um corajoso e excelente artigo de LR, sem mezinhas, reafirmando o mais óbvio, de a lei ser igual para todos. Existe, de facto, uma corte nobiliárquica no PS, que pensa que pode abusar de todos os privilégios e cometer as mais grosseiras ilegalidades com total impunidade. Uma nota final, para a coragem de denunciar o cerco censório e autocrata  feito ao Chega que não tem qq reciprocidade no tratamento dispensado ao Bloco, às seguidoras do Boaventura e ao Putinesco PCP.                   Carlos Real: Luis Rosa tem razão quando diz que o regime está doente. O problema não esta nos populismos dos partidos, mas sim no umbigo dos portugueses. Cavaco que foi o primeiro a atacar a inflação, que construiu as estradas, e todo o cimento que o dinheiro da CEE deu, que acabou com os bairros de lata, acabou ostracizado pelo povo porque não teve bom senso, ao dizer que a sua reforma não chegava. O mesmo se está a acontecer com Marcelo, o Populista Cunhista, que não percebeu que mais uma cunha para brasileiras no estado em que se encontra o SNS, o povo que aguarda meses por uma operação não aceita. O famigerado Sócrates só ficou sepultado porque a seguir veio a troika dos sacrifícios. Se a Europa não tivesse fechado a torneira, o povo não se importava que o chuchialista fosse comissionista encartado. O Costa das trafulhices, ainda vira vítima, mesmo depois do seu braço direito e esquerdo esconderem muitos milhares de euros de dinheiro sujo no meio de livros e garrafas. O povo quer é ter segurança no emprego, subsídios e ordenados melhorados trabalhando o mínimo. Na prática o povo premeia Isaltinos que mesmo condenados e presos fazem obra. O problema é se gozam com o seu ego e ultrapassam os limites do aceitável. Este povo não se importa com valores éticos, nem com as cunhas diárias, nem com a corrupção. Desde que o seu umbigo esteja minimamente satisfeito.                João Floriano: PS de Pedro Nuno Santos identifica-se com isso? Ou sabe o que é certo e o que é errado? O PS de Pedro Nuno não só se identifica com toda esta trapalhada como elogia o legado costista e quer ser o seu mais directo herdeiro. A campanha paupérrima que fez o PS escolher entre Santos e Carneiro assistiu a um duelo estéril entre os dois candidatos (PNS escusou-se ao debate) sobre quem era o melhor herdeiro do legado. Quando num jantar de Natal e já anteriormente na despedida da assembleia há lágrimas de crocodilo nas vozes embargadas pela emoção dos socialistas, compreende-se perfeitamente que a «famiglia» é completamente indiferente a ética e decência política mas toda dada ao posso quero e mando. Mesmo os que não estão particularmente atentos aos acontecimentos e declarações dos nossos políticos, todos perceberam que PNS não é social-democrata e muito menos moderado como quer fazer crer. PNS é um comunista convicto e figuras como Álvaro Beleza e Sérgio Sousa Pinto perderam grande parte da credibilidade política que tinham apoiando a narrativa de PNS e prestando-se a vender gato por lebre. António Costa não tem tido oposição significativa porque o PSD de Rui Rio durante muito tempo resolveu desistir dessa função. Mas a grande culpada é sem dúvida a CS e Luís Rosa sabe-o melhor que ninguém. E mesmo o caso das Gémeas que à semelhança da TAP abala a base do regime vem a público com o intuito de tramar Marcelo por quem não tenho qualquer simpatia. O pior é o dano colateral de também tramar parte do governo socialista. Agora vá de lançar pás de cal sobre o assunto. Finalmente Luís Rosa não pode meter dentro do mesmo saco a extrema esquerda e o CHEGA, utilizando o mesmo argumento de demagogia e populismo. Todo este artigo demonstra da primeira à última linha que se há demagogia e populismo, estes são muito mais perigosos usados por quem tem e já teve influência governamental (e sonha vir a renovar essa influência), do que pelo CHEGA .             João Ramos: Costa é comprovadamente o maior responsável pela decadência moral e ética e não só, deste pobre país, o homem endeusado por uma comunicação social sem qualquer qualidade, acha-se um habilidoso e que por isso consegue dar a volta às maiores trafulhices que vai praticando, mas parece que a factura está a chegar (será que está?), mas é com artigos como este, apenas baseado em factos verídicos, em que este país de tótós começa a perceber que o « rei »  vai nu…            JOHN MARTINS > Maria Luthgarda: Para além de ter sido mau precedente, revela bem o caráter anti-democrático do actor.

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