As palavras de Maria Paula Silva relativamente ao texto de RUI RAMOS sobre as duas guerras “que são a mesma”:
Maria Paula Silva: Excelente! Até que enfim
que alguém escreve, muito bem e de forma sintética, aquilo que se está a passar
(e que é muito mais grave do que parece). Está tudo interligado, a
intenção é dividir atenções e ajudas e fragmentar. Para a fragmentação têm
sido usadas várias estratégias, não só as wokistas como a imigração ilegal
excessiva, entre outras. Vamos ver se o 3º ponto não será Taiwan. Obrigada
RR, é sempre gratificante aprender consigo (textos e podcasts)
Israel e Ucrânia: a mesma guerra
Em Israel e na Ucrânia, está em causa
a existência de dois Estados, mas também a existência do Ocidente democrático e
liberal, como aconteceu na Guerra Fria ou na II Guerra Mundial.
RUI RAMOS, Colunista do OBSERVADOR
OBSERVADOR, 15 dez. 2023, 00:2250
Chamem-lhe II Guerra Fria, ou III Guerra
Mundial. Pouco importa
o nome. O que importa é que já começou, e tem duas frentes acesas, na Ucrânia e em Israel. Ao fazer
esta aproximação, haverá quem me diga: mas a Ucrânia combate no seu
território; Israel combate no território do inimigo. Sim, a relação de forças no terreno,
entre outras coisas, é diferente. Mas a história é a mesma: dois Estados cuja
existência é negada por vizinhos poderosos, e que agora enfrentam guerras
iniciadas por esses vizinhos. No caso da Ucrânia, é a Rússia que acha
que o Estado ucraniano não devia existir; no caso de Israel, foram no passado
todos os Estados árabes e é hoje o Irão e os seus exércitos satélites no
Líbano, na Síria, em Gaza e no Iémen.
Alguns dos argumentos da Rússia
contra a Ucrânia e do Irão contra Israel são específicos, mas há um que é comum: a Ucrânia
e Israel são aliados do Ocidente, o que para Putin e os ayatollahs quer dizer
“agentes do imperialismo americano”. A propaganda contra a Ucrânia e Israel é também parecida. Ambos são
acusados de “genocídio”: a Ucrânia dos falantes de russo, e Israel dos árabes
nos territórios outrora atribuídos ao Estado árabe da Palestina. Ambos são
ainda, segundo as regras da velha agitprop soviética, tratados como
“nazis” e Israel também como “colonialista”.
Está em causa a existência da Ucrânia
e de Israel, mas está sobretudo em causa a sua opção de serem democracias
liberais aliadas do Ocidente. A
Rússia e o Irão fazem parte, com a China, de um eixo de potências que contestam
a ordem mundial assente no predomínio do Ocidente e dos seus valores. Por
isso, estão alinhadas contra a Ucrânia e contra Israel, apesar do esforço do
governo de Israel para apaziguar Putin. A sua arma principal não são os mísseis
e os drones, mas a
manipulação das opiniões públicas ocidentais. Têm aliados fortes para isso
no Ocidente: o esquerdismo, que domina universidades e meios de comunicação; o
islamismo extremista, que ajuda a encher ruas em Londres; e o sentimento de
culpa imperial, que faz demasiada gente desprevenida imaginar que o mundo seria
um paraíso sem os EUA e a UE.
Não, não seria um paraíso, porque nem a Rússia, nem o Irão, nem a
China zelariam pelos valores que fazem o mundo menos mau, como a democracia ou
o humanitarismo. Pensem em
como a Rússia ou o Irão tratam os seus dissidentes, ou em como fizeram a guerra
na Síria ao lado de Assad. Mas o ponto
é que o próprio Ocidente talvez não sobrevivesse num mundo em que não pudesse
afirmar a universalidade dos seus valores, como faz agora. É que mesmo no Ocidente, a democracia liberal
ou a economia de mercado são estimadas na medida em que são princípios
universais, e não apenas formas culturalmente específicas de europeus e
americanos se organizarem. Provavelmente, também não durariam na
maior parte dos países ocidentais se perdessem essa universalidade. Viu-se isso
acontecer na década de 1930. Como resumia o cartaz americano da II Guerra
Mundial: “este mundo não pode existir metade escravo e metade livre”.
Na Ucrânia e em Israel, o imperialismo
neo-soviético e o totalitarismo islâmico testam a determinação dos governos
ocidentais em defender a liberdade. Rússia
e Irão desprezam as democracias liberais, porque acreditam
que debates e eleições livres, na medida em que limitam o poder, só servem para
tirar força aos líderes. Estão por isso convencidos de que, se insistirem,
poderão provocar na Ucrânia e em Israel, por “cansaço” ocidental, o equivalente
da catastrófica retirada americana do Afeganistão, e assim iniciar a
desagregação da actual ordem.
ISRAEL MÉDIO
ORIENTE MUNDO IRÃO RÚSSIA DEMOCRACIA SOCIEDADE GUERRA CONFLITOS UCRÂNIA EUROPA
COMENTÁRIOS (de 50)
Maria Paula Silva: Excelente! Até que enfim
que alguém escreve, muito bem e de forma sintética, aquilo que se está a passar
(e que é muito mais grave do que parece). Está tudo interligado, a
intenção é dividir atenções e ajudas e fragmentar. Para a fragmentação têm
sido usadas várias estratégias, não só as wokistas como a imigração ilegal
excessiva, entre outras. Vamos ver se o 3º ponto não será Taiwan. Obrigada
RR, é sempre gratificante aprender consigo (textos e podcasts) (e já
consegui viciar a
minha família nas suas rubricas: Filipe
Paes de Vasconcellos: Não há ser humano algum e em qualquer lugar do mundo que não goste de
viver bem, i.é. viver melhor, ou até viver pelo menos tão bem como vive o seu
vizinho. E, é aqui que entronca a grande preocupação do mundo não livre e não
democrático em destruir o mundo livre, democrático ocidental, europeu apoiado
pelos EUA, UE e alguns países asiáticos como o Japão e a Coreia do Sul. Assim,
não interessa à Rússia, à Palestina, ao Irão e a todos os paises comunistas e
autocráticos serem vizinhos de países próspreros , democráticos e livres onde
os seus povos vivem como seres humanos e não como escravos. A par disto o mundo
não livre, face ao avanço tecnológico que é imparável , não consegue tapar os
olhos aos seus povos “escravos e portanto o termo de comparação torna-se
incontrolável e incontornável. Portanto, para a Rússia, mais do que o domínio
territorial da Ucrânia, o que lhe é perfeitamente insuportável é ter mais um
país nas suas fronteiras livre, democrático e que partilhe os valores do
Ocidente com a sua adesão a Comunidade Europeia. Entende a Rússia que este
acontecimento é mais um enorme perigo que se instala nas suas fronteiras e que
põe em causa a sobrevivência do seu regime, razão pela qual o seu grande
combate é ter o domínio político económico e social da Ucrânia, e já agora o
celeiro para que não se morra tanto de fome nos povos escravos que dominaram de
forma brutal. Henrique
Nobre: Em África, a
China já ganhou, e a Rússia está em expansão acelerada. Para o Ocidente, e para
os valores que representa, Ucrânia, Israel, e Taiwan, são fronteiras da
democracia que têm de ser defendidas. Sem concessões. José Vaz
> Américo Silva: Foi uma óptima ideia dividir
tanta asneira em 2 comentários assim uma pessoa lê o primeiro fica enjoado mas
não vomita logo ainda dá tempo de ler o segundo, mas aí não há hipótese é
correr para o WC José Vaz
> Américo Silva: Tanta asneira junta é obra
parabéns
joaquim Pocinho > Pedra Nussapato: Antes de falar pense! E antes
de pensar leia! joaquim
Pocinho: De facto, o ocidente tem o seu
principal inimigo dentro de portas. Vejam a pedra no sapato que nos calhou:
primeiro atacam desumanamente Israel, depois fazem de milhões de pessoas escudos
humanos, e depois vem esta alminha sugerir guerras limpas , tipo jogo de
computador . E a indecência dos escudos humanos não são crimes de guerra? Venha
de lá essa indignação também, ou a pedra no sapato etanol incomodativa que o
impede de pensar?
Carlos Chaves: Encontramos sempre a esquerda no lado errado da
história! E não é só a esquerda radical, o PS em pele de cordeiro, tem vindo a alterar
as nossas posições de política externa, nomeadamente em relação ao
importantíssimo assunto que o Rui Ramos aqui nos trouxe! Será gravíssimo se não
arrepiarmos caminho e não expulsarmos estes fundamentalistas antidemocráticos
do nosso governo.
joaquim Pocinho > Pedra Nussapato: Em minha opinião, claro, a sua
resposta não faz sentido, está fora de contexto da conversa, respondeu alhos
aos meus bugalhos … olhe, desculpe e bom dia para si! Ana Marta: Muito boa análise e totalmente
realista. Ambas as guerras são contra a sociedade ocidental e ambas foram provocadas
por sociedades totalitárias. O resto tem a ver com a forma, que acho muito bem
descrita no artigo.
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