De facto uma matéria de estranheza cá
para o vulgo, mas um feriado é sempre de apreço, e mal faz o D. Salles em
remexer na questão com essa leviandade malandra, que no-lo pode sonegar –digo,
o feriado. O que vale é que precisamos, sem tréguas, dos favores da Mãe de Deus
e o rigor da exigência de esclarecimento em torno de segredos reais não vai,
por isso, pegar. O feriado da Nossa Senhora, por leigo que seja em matéria
sagrada (segundo conta o Dr. Salles), é para continuar, por via desses nossos
direitos, até porque a monarquia já passou à história, e os segredos reais já
Saramago os desvendou no seu Memorial, não deve haver muitos mais de
importância, ora para o que lhe havia de dar, ao Dr. Salles, com a sua minúcia
de pura curiosidade profana! O que vale é que o Sr. Cardeal Tolentino deve ter muita obra
a dar à luz do presente e não lhe sobra tempo para pesquisar sobre o passado.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 08.12.23
É a 8 de Dezembro que se celebra o Dogma da Imaculada Conceição para o que a República laica
oportunamente decretou Feriado Nacional. Mas se os leigos
democraticamente eleitos assim decretaram, a História conta-nos que o
assunto não foi pacífico mesmo entre os católicos.
Assim, no reinado de D. João V, o então Escrivão da Puridade, D. Miguel
da Silva, Bispo de Viseu, escandalizou o Rei quando informou que a Ordem da
Santa Cruz de Coimbra não defendia o dito Dogma nem o ministrava na
Universidade que administrava. Vai daí, o Rei emitiu Decreto impondo à Universidade de Coimbra que
defendesse o Dogma da Imaculada Conceição.
Fica por saber se a deserção do cargo de Escrivão da Puridade, hoje Primeiro Ministro, em fuga
para Roma teve algo a ver com esta imposição de Dogma por Decreto Real. O
que se sabe sem qualquer espécie de dúvida é que, na fuga, D. Miguel
levou documentos relativos a segredos de Estado. Talvez estejam nos
Arquivo Secretos do Vaticano pelo que, não fazendo mais falta à Santa Sé, daqui
requeiro a Sua Eminência o Cardeal D. José Tolentino de Mendonça que promova a
devolução dos originais a Portugal retendo apenas fotocópias para memória
vaticana futura.
Pede deferimento,
Henrique Salles da Fonseca
Nenhum comentário:
Postar um comentário