domingo, 10 de dezembro de 2023

Não nos tirem o feriado


De facto uma matéria de estranheza cá para o vulgo, mas um feriado é sempre de apreço, e mal faz o D. Salles em remexer na questão com essa leviandade malandra, que no-lo pode sonegar –digo, o feriado. O que vale é que precisamos, sem tréguas, dos favores da Mãe de Deus e o rigor da exigência de esclarecimento em torno de segredos reais não vai, por isso, pegar. O feriado da Nossa Senhora, por leigo que seja em matéria sagrada (segundo conta o Dr. Salles), é para continuar, por via desses nossos direitos, até porque a monarquia já passou à história, e os segredos reais já Saramago os desvendou no seu Memorial, não deve haver muitos mais de importância, ora para o que lhe havia de dar, ao Dr. Salles, com a sua minúcia de pura curiosidade profana! O que vale é que o Sr. Cardeal Tolentino deve ter muita obra a dar à luz do presente e não lhe sobra tempo para pesquisar sobre o passado.

 

DOGMA POR DECRETO REAL

 HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO, 08.12.23

É a 8 de Dezembro que se celebra o Dogma da Imaculada Conceição para o que a República laica oportunamente decretou Feriado Nacional. Mas se os leigos democraticamente eleitos assim decretaram, a História conta-nos que o assunto não foi pacífico mesmo entre os católicos.

Assim, no reinado de D. João V, o então Escrivão da Puridade, D. Miguel da Silva, Bispo de Viseu, escandalizou o Rei quando informou que a Ordem da Santa Cruz de Coimbra não defendia o dito Dogma nem o ministrava na Universidade que administrava. Vai daí, o Rei emitiu Decreto impondo à Universidade de Coimbra que defendesse o Dogma da Imaculada Conceição.

Fica por saber se a deserção do cargo de Escrivão da Puridade, hoje Primeiro Ministro, em fuga para Roma teve algo a ver com esta imposição de Dogma por Decreto Real. O que se sabe sem qualquer espécie de dúvida é que, na fuga, D. Miguel levou documentos relativos a segredos de Estado. Talvez estejam nos Arquivo Secretos do Vaticano pelo que, não fazendo mais falta à Santa Sé, daqui requeiro a Sua Eminência o Cardeal D. José Tolentino de Mendonça que promova a devolução dos originais a Portugal retendo apenas fotocópias  para memória vaticana futura.

Pede deferimento,

Henrique Salles da Fonseca

 

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