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Cientistas descobrem 85 possíveis
planetas com temperatura certa para existência de vida
A descoberta foi feita através de dados do Satélite de
Rastreio de Exoplanetas em Trânsito, da NASA.
OBSERVADOR, 24 jan. 2024,
08:25
▲O
satélite TESS foi concebido pela agência espacial norte-americana para procurar
planetas e está em órbita desde 2018 NASA
Cientistas dizem ter detectado 85
possíveis planetas fora do nosso sistema solar com temperaturas que poderiam
permitir a existência vida. A
descoberta foi feita através do uso de dados do Satélite de Rastreio de
Exoplanetas em Trânsito — nome português para a missão Transiting Exoplanet
Survey Satellite (TESS) –, que foi concebido pela agência espacial
norte-americana para procurar planetas e está em órbita desde 2018.
Os resultados resultam de uma colaboração internacional liderada pela
Universidade de Warwick, no Reino Unido. “É incrível descobrir estes planetas e
saber que muitos deles podem estar numa zona de temperatura certa para a
presença de vida”, sublinhou o professor Daniel Bayliss, um dos investigadores
envolvidos na investigação, citado pela Sky News. “No
espírito colaborativo da missão TESS, tornámos as nossas descobertas públicas
para que os astrónomos de todo o mundo possam estudar estes exoplanetas únicos
com maior detalhe”, acrescentou.
Dos 85 potenciais planetas, 60 são novas descobertas e 25 foram detectados
por equipas de investigação independentes através do uso de diferentes técnicas.
Um dos métodos usados para detectar exoplanetas passa por observar o
momento em que estes passam em frente à sua estrela, o que provoca uma
diminuição temporária da sua luminosidade. Esta técnica, conhecida como
técnica do trânsito astronómico, permite deduzir a massa do planeta e a
distância a que se encontra do respectivo astro.
Normalmente é necessário registar-se pelo menos três transições destas
para se detectar um exoplaneta e determinar quanto tempo demora a completar a
órbita. No entanto, segundo refere a Sky News, neste estudo os cientistas
olharam para sistemas em que apenas se transitou duas vezes.
“Usámos um algoritmo inicial para
procurar transições numa amostra de 1,4 milhões de estrelas. Depois de um
meticuloso processo de verificação, reduzimos a lista a 85 sistemas que parecem
hospedar exoplanetas que transitaram apenas duas vezes na base de dados”, disse
ainda Faith Hawthorn, também da Universidade de Warwick, de acordo com o Independent.
Sobre a decisão de detectar exoplanetas através de apenas duas
transições, Sam Gill, um dos autores do estudo, explicou que é uma “forma
inteligente” de descobrir exoplanetas com uma órbita mais longa. “Permite-nos
encontrar planetas que são muito mais frios do que os encontrados nas
investigações tradicionais de trânsito astronómico”, refere.
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