sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

E é tempo de Camões


Nesta época de descrenças ou outras crenças, e para complementar o educativo - e malicioso - texto do Dr. Salles, sobre esses das bandas onde o cristianismo nasceu, agora em guerra, e com o mundo inteiro a mandar bitaites sobre procedimentos exemplares.

Mas podemos rever também - até mesmo na Internet - passos da Bíblia, como a Epístola aos Gálatas onde S. Paulo nos aponta os seus passos e transformações na via do cristianismo.

Soneto 96

Por Luís Vaz de Camões

Verdade, Amor, Razão, Merecimento

Qualquer alma farão segura e forte,

Porém, Fortuna, Caso, Tempo e Sorte

Têm do confuso mundo o regimento.

Efeitos mil resolve o pensamento,

E não sabe a que causa se reporte;

Mas sabe que o que é mais que vida e morte

Que não o alcança humano entendimento.

Doutos varões darão razões sumidas,

Mas são experiências mais provadas,

E por isso é melhor ter nunca visto.

Cousas há i que passam sem ser cridas,

e cousas cridas há sem ser passadas.

Mas o melhor de tudo é crer em Cristo.


BILIOSOS E SANGUÍNEOS

 HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO,  10.01.24

 Radical, o inabalável nas suas firmes convicções irredutíveis, inegociáveis para quem só o castigo purifica e redime os desvios.

* * *

Natural de Tarso, no Leste da actual Turquia, Saúl – a que também chamavam Saulo era o mais radical de uma família ultra-ortodoxa Judaica. Para além do estudo da Lei Judaica, Saúl dedicava-se a combater o Cristianismo e a castigar os cristãos com quem se cruzava.

Conta o próprio que, caminhando certa vez pela estrada de Damasco, se lhe revela o Espírito Santo que lhe pergunta «Saulo, por que me fazes tanto mal?». Maravilhado com a revelação, Saúl de imediato se apercebeu da Divindade de Jesus Cristo e ali mesmo se converteu ao Cristianismo sob o nome de Paulo.

Mudou de fé, mas não terá mudado muito de temperamento algo bilioso e eis como nasce o radicalismo na Igreja também ela então nascente. Por contraste com o temperamento benigno e sanguíneo do pescador Simão a quem Jesus chamou Pedro.

Pesassem embora as diferenças entre o suave Pedro e o irrequieto Paulo, os romanos imperiais deram o mesmo tratamento aos dois Homens, mas nada conseguiram contra as suas ideias, as fundadoras da Igreja.

A via biliosa, castigadora, fundada por S. Paulo, foi-se desenvolvendo até que chegou a S. Tomás (de Aquino) e a S. Domingos (de Gusmão deles passando a Frei Tomás de Torquemada (Inquisição/Congregação para a Doutrina da Fé), Papa Bento XVI.

A via sanguínea, do perdão aos arrependidos, nasceu com Jesus, passou a S. Pedro, evoluiu até S. Francisco de Assis, a Stº Inácio de Loiola e, passando por outros, chegou ao Papa Francisco, o bom.

Janeiro de 2024

Henrique Salles da Fonseca

 

NOTAS DA INTERNET:

S. PEDRO:

 Na interpretação da Igreja Católica, a razão para Jesus ter mudado o nome do apóstolo, bem como seu significado na citação bíblica «Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja; e as portas do Hades não prevalecerão contra ela.» (Mateus 16:18), a chamada Confissão de Pedro, Jesus estava comparando Simão a uma rocha. Desta forma, Cristo seria o fundador da Igreja Católica, do grego “katholikos” que significa para todos ou universal, sendo-lhe concedido, por este motivo, o título de “Príncipe dos Apóstolos” pela Igreja Católica. Esse título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada após a sua morte cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca.

S. PAULO:

Biblicamente é conhecido como Apóstolo dos gentios. Ele é oriundo da diáspora, nascido e formado no mundo grego. Natural da cidade de Tarso de pais judeus, da tribo de Benjamim (At 23,6). Ele foi criado dentro das exigências da lei e das tradições paternas (Gl 1,14). Era judeu praticante, preocupado com a observância da Lei. Desde o nascimento foi cidadão romano (At 22,25-29), mas sempre se orgulhou de ser judeu e fariseu. Tinha dois nomes: Saulo, o nome judaico e Paulo o nome grego.

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