A esquerda não vai deixar governar. De
resto, o povo é quem ordena, manipulado por essa esquerda esmoler. A estratégia
do PS, que admite a coligação com ela, será a única a resultar, a AD sabe disso.
Trabalhar é complicado, como bem sabemos, por cá, que temos o exemplo dos
muitos sem abrigo a preferirem o ripanço, por conta de outrem. A greve é sempre
espectáculo, para desenferrujar as pernas, e podermos mostrar quão fortes
somos, fazendo parar o país, por conta da côdea.
O que o PS já percebeu, e a nova AD
ainda não
A nova AD
tentou imitar o que o PS tem sido, e deixou o PS ocupar a posição de onde a AD
deveria ter partido.
RUI RAMOS Colunista do Observador
OBSERVADOR; 12 jan. 2024, 00:2266
Há
dias, o país foi convidado a comparar o encerramento do congresso do PS e a
cerimónia de lançamento da nova AD. Deixemos de lado a coreografia e o
profissionalismo, embora não sejam irrelevantes. Tratemos apenas do que foi
dito. Os oradores da nova AD, apesar de discursos desnecessariamente caóticos,
descreveram bem o estado do país. 28 anos de poder socialista puseram Portugal
a divergir dos países da coesão na UE. A Polónia ou a Roménia
provaram que o mercado europeu pode ser uma via de crescimento económico. O estatismo e a canga fiscal do PS
impediram os portugueses de agarrar a oportunidade. Daí, o resto: a emigração
de jovens diplomados ou o colapso dos serviços públicos.
Os
oradores da AD disseram tudo isso, e por vezes bem. Não tiraram, porém, as
devidas conclusões. Quem as tirou foi o poder socialista, que
pôs o seu novo líder a ler um discurso onde, em vez de defender o passado,
fugiu para o futuro. O PS, ao
contrário da nova AD, percebeu esta coisa: o país sente o impasse em que está,
e quer outra coisa. Está pronto para ser desafiado. Não se vai deixar tolher
por velhos receios e preconceitos.
Dir-me-ão: a nova AD ainda tem de apresentar o seu programa, nessa
altura também dará conta da sua visão do futuro. Sim, claro, mas ninguém tem
uma segunda oportunidade de causar uma boa primeira impressão. O pior, no entanto, nem é isso: é o que
está por detrás. Os dirigentes da nova AD parecem convencidos de
que o país deseja apenas um PS mais competente, e que eles só poderão vencer as
eleições se provarem ser esse PS: as ideias com que até agora tentaram
entusiasmar os portugueses resumiram-se, assim, a uma promessa de aumentar
pensões.
É curioso: os dirigentes da
nova AD falam do fracasso do PS, mas no fundo parecem acreditar que o PS teve
sucesso no que importa: conquistar e manter o poder. Por isso, estão tentados a
imitar o PS, tratando o país como um aglomerado de reformados egoístas, que
votarão em quem lhes engrossar as pensões, ou de antifascistas histéricos, para
quem o único problema do mundo é André Ventura. Daí o foco nos pensionistas, e daí a
aceitação da tese esquerdista de que a fronteira da democracia passa por dentro
da direita parlamentar, mesmo que isso limite a possibilidade de a AD dar ao
país um governo alternativo ao PS.
Na
inauguração da nova AD, o desespero de ser aceite como a equipa B do PS fez até
levantar o cadáver dos “acordos de regime”. Donde vem
esta cultura de rendição? Os partidos da nova AD não tiveram uma vida fácil nos
últimos anos. Perderam duas eleições que não esperavam perder, e desbarataram o
monopólio que tinham à direita. Esses traumatismos parecem agora impedi-los de
imaginar que o país possa querer ir além de aumentos de pensões ou de rábulas
esquerdistas.
Pelo
contrário, o novo dirigente do PS invocou repetidamente a “comunidade nacional”
e a “cadeia de gerações”, e prometeu até uma “transformação estrutural da
economia”. Ninguém mais do que o poder socialista
enfraqueceu a comunidade nacional, rompeu a cadeia de gerações, e bloqueou
qualquer transformação estrutural. Mas foi o novo dirigente do PS e não os
novos dirigentes da AD a interpelar o país desta maneira. A nova AD tentou
imitar o que o PS tem sido, e deixou o PS ocupar a posição de onde a AD deveria
ter partido.
Ninguém ganha eleições cheio de medo. Os
dirigentes da nova AD precisam de romper o círculo em que se deixaram fechar
pelo poder socialista. Não, não podem partir do princípio de que o país já não
aspira a nada. Não, não podem aceitar que a direita, ao contrário da esquerda,
tem problemas com a democracia, e assim pôr em dúvida a sua legitimidade e
capacidade para governar, mesmo em maioria. Já não estamos no princípio, mas
ainda não estamos no fim. Talvez haja tempo para ir por outro caminho.
ELEIÇÕES POLÍTICA PSD PS GOVERNO
COMENTÁRIOS (de 66)
JOSÉ MANUEL: ontem, pelas 23:15, nos canais de notícias estavam: na sic noticias 4
fulanos a falar mal do PSD (entre outras coisas), noutro canal: a dona leitoa e
no outro o Tavares; resumindo: antes de a campanha
começar, o PS, com a CS "conquistada", já leva um enorme avanço, e
claro, os casos de uns, verdadeiros ou não, como os impostos da casa do
Montenegro, são amplificados, mas ninguém fala dos negócios habitacionais do em
Kosta ou dos milhões recebidos pela empresa do PNS e dos seus negócios
(supostamente incompatíveis) com o Estado. Tenho feito uma espécie de inquérito a vários amigos,
alguns bastante bem informados: a dívida pública desceu ou subiu: 95% dizem que
sim, e desconhecem em absoluto que apenas relativamente ao PIB e ficam
perplexos (às vezes vão confirmar na net), que na realidade foi aumentada pelo
PS em cerca de 50.000 milhões...
Carlos Chaves: Caríssimo Rui Ramos, acho que desde que leio as suas
crónicas nunca divergi das suas magníficas opiniões e interpretações da
política nacional, e mais uma vez concordo em absoluto com o que aqui escreveu. Permita-me acrescentar o enorme erro que o PSD cometeu,
em dar a mão ao PS em relação ao antipatriótico projecto da linha de alta
velocidade nos moldes em que está para ser implementado! Se vier a ser
desenvolvido como está (mal) projectado, o PNS vai cumprir o seu sonho
socialista de “proteger” a “economia” portuguesa ao tornar-nos numa ilha em
relação a Europa! Isto já para não falar no absurdo trajecto para “viabilizar”
um aeroporto que nos querem fazer crer ser melhor localizado como resultado
de altos estudos de uma suposta comissão “independente”! É só tiros
nos pés, depois admirar-se-ão se o CHEGA tiver uma votação redundante!
João Floriano > Carlos Chaves: Uma questão: Bruxelas vai entrar com os fundos para o
TGV sabendo que a nossa bitola não corresponde ao resto da bitola europeia? Tiago Maymone:
O problema da AD
é que não tem reais dirigentes, alguém de quem se diga “eu com este tipo vou”.
Ninguém suscita esse sentimento. Ou tratam disso depressa, ou correm o risco de
enterrar de vez a velha e saudosa sigla. Maria Paula Silva: Duvido, mas a
esperança é a última a morrer e RR tem todo o direito a tê-la. Eu, não tenho. O polvo maçónico tem tentáculos em todos os lugares, PSD inclusive, e isso
é mais uma prova para a ineficácia da oposição que o PSD deveria fazer e não
faz. Duvido que isso mude em 2 meses. Mas às vezes há milagres. Gostei muito
do seu texto, como sempre. Obrigada. drumond freitas: Estranhamente todos os comentadores criticam a direita
pelo que fez e pelo que não fez e mais um par de botas e glorificam o discurso
de um garoto incapaz que foi demitido do governo, entre muitas outras falhas,
que promete o que Costa já prometeu há oito anos e não fez e que, ele próprio,
fazendo parte do governo do Costa, também pouco contribuiu. O que move a
comunicação social e os comentadores para que isto aconteça? Um polvo de
interesses que não quer abandonar a gamela. Ontem à noite na sic as 23 foi
penoso ver 4 ventríloquos alinhados com as teorias do garoto incapaz de que
agora é que é. Tive de mudar de canal. Todos percebemos que o Costa nestes
últimos anos deu prioridade aos seus interesses pessoais em detrimento dos
interesses dos portugueses. Foi um bom aluno na Europa para granjear apoios
para os seus desígnios privados na Europa. Deixou um superavit nas contas e
a ruína em vários sectores, tais como a saúde, educação, etc. Os
paineleiros da nossa comunicação social estão a proteger quem? Mudar é saudável
e rejuvenescedor. O Montenegro poderá não ser o ás de trunfo, mas só
perceber que assusta os instalados, já é positivo e fazer pior do que o Costa
fez não fará com certeza, bastando para isso ser honesto e ter bom senso.
Para finalizar, só sei que sei em quem não vou votar. observador
censurado: AD: Aliança de Defuntos O CDS e o PPM sabem que estão mortos. O Partido Socialista Dois (PSD) não
tem consciência disso. Nos últimos 9 anos, o ponto alto do PSD terá sido, em 15.12.2022, quando o
deputado André Coelho Lima afirmou: "Querem transformar isto numa
taberna mas não vamos deixar", tendo arrancado aplausos da esquerda e
saído aplaudido de pé pelo Partido Socialista (PS).Salvo melhor opinião,
se o autor quiser ver o PSD a governar então deverá acender uma vela para o
Chega ganhar as eleições e resgatar o defunto PSD. Rui Lima: Hoje é notícia 30% dos jovens
nascidos em Portugal fugiram dos pais isto são números do 3.º mundo está é a
maior desgraça nacional , isto explica porque os outros países nos passam
sabendo que desde 1995 o poder tem sido quase em exclusivo do Partido Socialista
este culpado tem de ser julgado.
António Soares: A fuga em massa para o estrangeiro, dos jovens
portugueses, já faz lembrar a fuga dos venezuelanos da miséria. A única diferença é que,
enquanto os venezuelanos saem a pé, encetando uma longa e penosa marcha
tentando alcançar o sonho americano, os jovens nacionais procuram condições de
vida dignas noutros países, partindo por via aérea, rodo ou ferroviária. Mas o objectivo é o mesmo,
fugir Duma deprimente apagada e vil tristeza. Lourenço
de Almeida: O país efectivamente a única coisa que quer são aumentos de pensões e a rábula
esquerdista. E é natural uma vez que entre pensionistas verdadeiros e os pensionistas
que fingem produzir que são muitos dos funcionários públicos, está quase metade
do eleitorado e mais de metade do eleitorado que vota. Carlos
Quartel: Vincar as asneiras e as corrupções anteriores, o estado miserável dos
serviços, desde o SNS até às repartições encerradas, passando pelas noitadas à
porta de hospitais, é um dever cívico. Quanto ao descaramento do PS ,
aparecendo como se nada se tivesse passado, falando de dentistas quando os
cancros são operados com atrasos e a mortalidade aumenta por falta de
assistência, só define a falta de vergonha dessa gente. Quanto às apresentações
e ao espectáculo, é palha para enganar burro. Em democracia presume-se que o
eleitor é capaz de distinguir a mentira e o engano. Se assim não for, qualquer
vigarista pode chegar ao poder. Por mim. sei muito bem em quem não devo
votar..... Por8175: Não há diferenças estruturais
entre o PSD e o PS: ambos são SOCIALISTAS! Foi o SOCIALISMO em que vivemos
desde 1974, que nos trouxe até aqui, e que nos quer fazer acreditar que podemos
viver para sempre com o dinheiro dos outros, sejam eles os Portugueses
"ricos" (que já não há) ou a UE (onde o dinheiro vai, um dia,
acabar). Não temos dinheiro que garanta o pagamento das reformas (nem sequer
das que estão a pagamento) e queremos (a) fazer aeroportos de que não
precisamos (o turismo não vai continuar a crescer até ao infinito), (b)
construir TGV's que só servem para poupar minutos e (c) ter cada vez mais
Estado que se intrometa em todos os aspectos da vida de cada um (saúde,
educação, transportes, justiça, costumes, etc.). Só quando tivermos a coragem
de assumir a responsabilidade pela vida de cada um, e nos livrarmos de vez do
SOCIALISMO, é que podemos deixar para os nossos netos um País onde valha a pena
viver. Francisco
Ramos > António Sennfelt: Ainda não consegui perceber se a posição do PSD
relativamente ao CHEGA é só estupidez, ou algum insondável mistério que só a história
a muito custo conseguirá deslindar. Se alguém me conseguir explicar fico-lhe
grato. Francisco
Ramos > JOSÉ MANUEL: Pois o problema é exactamente esse. Temos os ouvidos
cheios com a mensagem de que a dívida baixou, quando na realidade isso é uma
tremenda mentira. Até jornalistas conceituados (?) apregoam essa loa. E suponho
que até o Presidente da República. Em tempos tivemos a peste negra, e agora
temos o PS, que é a mesma coisa!!!!!!!!!!!! Carlos Costa >
Carlos Chaves: Espero que o Chega tenha uma votação redundante, pois
vou ajudar nisso no dia 10 de Março. Ana Maia: O PSD ou "AD" quer ser a direita fofinha que
a esquerda deixa. Como já referi várias vezes e o RR confirma neste texto, nada
no discurso do PSD tem sido diferente do discurso do PS, não há nada nas
propostas do PSD que não pudessem ser propostas PS, é dar dinheiro a
tudo e a todos. E ainda
vamos ouvir o PS muitas vezes a acusar o PSD (ou "AD") de
irresponsabilidade, de pôr em causa as contas públicas, e será o PS a pôr
austeridade pesada e saindo da fotografia como o "partido
responsável" e colando ao PSD a imagem de irresponsáveis e despesistas. É
bem feito para o PSD que não só tem sido o PSDois mas que continua a deixar-se
enredar nas narrativas socialistas (e gosta, até ajuda o PS a aprovar o TGV e
traça linhas á direita em vez de á esquerda). Quando perceber que a falta de
carácter que demonstram ao abdicar dos seus valores para se submeterem ao
discurso fácil dos socialistas, não os favorece, já será tarde demais,
assumindo que ainda não é.
Carminda Damiao: Excelente
artigo. Também me parece que os dirigentes da nova AD pensam que o país apenas
deseja um novo PS e por isso se colam a ele e aceitam as linhas vermelhas que
lhes traçam. Vão ter uma grande surpresa quando perceberem que o povo quer
mudanças, só espero que não seja demasiado tarde. João
Amorim: Excelente artigo, uma vez mais. Só um comentário,
todavia, e aliás na linha do anterior texto do autor: a nova AD é numa farsa,
uma falsa “frente unida”, um teatrinho montado por Montenegro com dois partidos
inexistentes para tentar travar o crescimento do Chega (e da IL). Um momento de
fogo de artifício, de propaganda revivalista com baixo custo para o PSD, que se
limitou a ceder dois lugares de deputado a dois próximos desempregados
políticos do defunto CDS (o velho PPM não teve direito sequer a um lugar
elegível nas listas: só um momento de efémera glória como contrapartida da
autorização para o uso da sigla).
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