segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Bater no ceguinho

 

Um país – do que dele resta – sem ilusões. Talvez já não seja possível tê-las. Estamos condenados a sentir vergonha, apenas.

Para onde foi o futuro?

HELENA MATOS Colunista do Observador

OBSERVADOR, 15/1/24

Há 50 anos o país agarrou-se a Portugal e o Futuroum livro assinado por Spínola, para questionar:A vitória exclusivamente militar é inviável”? Em 2024, a pergunta mudou: será Portugal inviável?

 “O Livro Esperado. A crise que enfrentamos. A nossa posição no mundo. As nossas contradições. Os fundamentos de uma estratégia nacional. Uma hipótese de estruturação política da nação. Peça na sua livraria ou directamente à Editora Arcádia, Apartado 21, Damaia.”

Era assim que em 1974, se publicitava Portugal e o Futuro, o livro assinado pelo recém-nomeado vice-chefe do estado-maior das Forças Armadas, António de Spínola, entre o anúncio da construção da primeira central nuclear portuguesa e a revelação de que Jackie Stewart, campeão mundial de condutores, estava em Portugal para, numa acção promocional da Ford, dar aulas de condução.

Jornais como o Expresso, o Diário Popular e República… vão publicar excertos do livro de Spínola. Uma frase nele inscrita faz títulos: “A vitória exclusivamente militar é inviável”. Muitos daqueles que compraram Portugal e o Futuro não o leram na sua totalidade (até porque a prosa não é fluida) mas certamente que quase todos procuraram as páginas onde se lia: “resta apenas uma via para a solução do conflito e essa é eminentemente política, a vitória exclusivamente militar é inviávelou “não é pela força nem pela proclamação unilateral de uma verdade que conseguiremos conservar portugueses os nossos territórios ultramarinos. Por essa via, apenas caminharemos para a desintegração do todo nacional pela amputação violenta e sucessiva das suas parcelas, sem que dessas ruínas resulte sobre que construir o futuro.”

Portugal e o Futuro rapidamente atingiu as seis edições. Torna-se um enorme sucesso editorial e um caso político incontornável. O que nos obriga a perguntar: porquê? Certamente que a popularidade granjeada por Spínola enquanto Governador-Geral e Comandante-Chefe da Guiné contribuíam para tal mas não servem como explicação. Afinal muito daquilo que estava escrito em Portugal e o Futuro já tinha sido antecipado doze anos antes por alguém de dentro do regime, Manuel José Homem de Mello, num livro curiosamente intitulado Portugal, o Ultramar e o Futuro.

Depois, nada do que Spínola expõe em 1974 era propriamente uma novidade. Em Portugal e o Futuro não só se encontram transcritos e adaptados documentos que Spínola partilhara antes, nomeadamente com Marcelo Caetano, como várias daquelas teses tinham sido abundantemente divulgadas por Spínola nas várias entrevistas que dava.

Mais do que pelo seu conteúdo, Portugal e o Futuro funcionou como um sinal de que os militares estavam prontos para avançar e fazerem o que se esperava deles: um golpe. Os militares tinham-se tornado no elemento chave da mudança do regime: a via eleitoral falhara em 1969, quando o fraco resultado dos socialistas da CEUD – Comissão Eleitoral de Unidade Democrática levou Marcelo Caetano a acreditar que não havia outros interlocutores além dos comunistas e logo a cortar com a abertura do regime. O diálogo com a Igreja falhara desde os incidentes da Capela do Rato em 1973. A Ala Liberal chefiada por Sá Carneiro trocara o parlamento pelo Expresso e a via presidencial falhara quando Américo Tomás se recandidatou em 1972 e inviabilizou uma candidatura do próprio Spínola.

De cada vez que Marcelo Caetano perdia interlocutores para o desbloqueamento do regime a solução militar ganhava peso. O que Spínola veio mostrar com o seu livro é que militares prestigiados, de alta patente e que conheciam o Ultramar, como era o caso dele mesmo, Spínola, estavam disponíveis para estar nessa solução. A partir da saída de Portugal e o Futuro todos sabem que os militares vão fazer o que se espera deles. É apenas uma questão de tempo.

O livro vale portanto não tanto pelo que diz mas sim pelo momento em que diz. E é aqui, neste encontro entre uma mensagem e o seu tempo, que Portugal e o Futuro se torna subitamente actual: o que é preciso para que esse encontro aconteça?

Em 2024, já não se pedem livros para apartados e valha a verdade boa parte das revelações impactantes já não chegam pelos livros. Mas se nos despojarmos dos artefactos do momento deparamos com a mesma atmosfera de um país bloqueado e com a mesma sensação de que os protagonistas estão reféns de um presente que sabem insustentável mas que não podem desmontar sob risco de perderem a face. É como se todos esperassem pelo momento em que algo ou alguém faça o gesto que sabem incontornável e em que aquilo que eram sinais de mal-estar se tornam factos urgentemente incontornáveis. Um dia – qual? – serão interpretadas como um falhanço do regime (tal como o bloqueio em torno do Ultramar o foi em relação ao regime anterior) notícias como a divulgada esta semana pelo Expresso que dá conta de que Mais de 850 mil jovens que têm hoje entre 15 e 39 anos deixaram o país e residem actualmente no exterior, segundo uma estimativa do Observatório da Emigração. Quase um terço das mulheres em idade fértil está fora. Êxodo tem um “impacto brutal” na fecundidade e no mercado de trabalho, alertam especialistas“.

Mas, e esta é de facto a questão central, como vai Portugal resolver este seu novo bloqueio? No passado dictatorial os militares cumpriam esse papel. Na democracia as falências não mudaram a demagogia do discurso político que as gerou mas pelo menos corrigiram alguns procedimentos. Mas agora os militares já não fazem golpes, o risco de falência está afastado com as novas regras europeias e as contas certas, à custa das cativações e duma brutal carga fiscal, permitem que se façam cortes sem que se diga que se fazem cortes. Mas não só. O país mudou também porque está mais velho e mais dependente do estado, logo mais interessado em manter o presente mesmo que à custa do futuro do que em desfazer bloqueios. Como alertava Vítor Bento aqui no Observador, a 11 de Janeiro: Reformar é preciso (mas é possível?) O eleitorado envelheceu consideravelmente. Problema: a população com mais idade preocupa-se mais com a sua reforma do que com as reformas do país. (…) Actualmente, 55% do eleitorado tem mais de 50 anos (eram 39% há 40 anos) (…) mais de 60% dos potenciais eleitores actuais passaram a ter o seu rendimento directamente dependente do Estado, seja este o fornecedor directo do mesmo (cerca de 50%), seja o decisor do rendimento fornecido pelo sector produtivo (cerca de 10% recebem salário mínimo, fixado pelo Estado).

50 anos depois da saída de Portugal e o Futuro um presente bloqueado volta a sequestrar-nos o futuro. Não tinha de ser assim. E como pode deixar de ser assim?

POLÍTICA    25 DE ABRIL    PAÍS    DEMOGRAFIA    SOCIEDADE

COMENTÁRIOS (de 92)

Rui Lima:  É preciso coragem e gritar que o 25 de abril falhou não há razões para festa sabendo que: “30% dos jovens nascidos em Portugal vivem fora do país » Isto devia colocar todo o país de luto .                  Manuel Martins: É apenas a minha avaliação: o crescimento do ordenado mínimo e pensões, principal rebuçado da geringonça e da esquerda para quem  decide eleições,  tem enviado a nossa juventude para fora. Aumentar artificialmente o ordenado mínimo sem aumentar a produtividade, obriga os empresários a pagar apenas ordenados mínimos,  impedindo a valorização dos competentes e mais qualificadosQuando um jovem licenciado pouco mais consegue ganhar relativamente a quem na mesma empresa faz o trabalho não qualificado, desiste deste país. Os governantes,  na sua ânsia de poder, criaram um país que não recompensa o trabalho,  a valorização pessoal e o mérito. Somos um país, no contexto europeu,  de pobres e remediados...                        Miguel Vilaverde > Fernando Cascais: Permita-me discordar de que o tamanho não pode ser desculpa. Existem vários países europeus menores do que Portugal quer em dimensão geográfica quer em projecção histórica e cultural com melhores perspectivas e que se respeitam. Colectivamente temos sido incompetentes. Os políticos emanam do povo que somos.                  Miguel Vilaverde: O socialismo é o nosso principal problema. As mentalidades estão eivadas de comuuuno/socialismo. Nenhum país sobrevive a este fanatismo ideológico.      Fernando CE: Análise brilhante. Acrescentaria a lavagem ao cérebro que foi transmitida de pais para filhos e netos. Que o progresso da sociedade portuguesa se deu pelo 25 abril. Nada mais mentiroso. A democracia acabou com entorses na sociedade, como a inexistência de liberdade e outros direitos cívicos. Mas o D de desenvolvimento só começou com os governos de Cavaco Silva, sempre vilipendiado pela elite pensante do regime muito à esquerda. Esquecem-se todos que o terceiro D do 25 de abril se chama CEE e UE, com as suas regras e sobretudo dinheiro a rodos, que não tem sido gerido nem aproveitado pelos sucessivos governos, com excepção dos de Cavaco Silva.              Fernando Cascais: Tudo mudou cara Helena, o contexto já não é o mesmo. Há 50 anos éramos um país, hoje, somos uma província da União Europeia e do mundo. A globalização engoliu-nos. Somos realmente pequeninos. Se os indianos se lembrassem de urinar todos ao mesmo tempo para dentro de Portugal morríamos todos afogados. Entretanto perdemos todas as grandes empresas produtivas e de serviços desde a Cimpor à EDP. Longe vão os tempos em que o Estado construía Bairros de Alvalade e Pontes Metálicas sobre os rios, hoje, anunciamos alegremente e com pompa e circunstância que a UE deu-nos dinheiro para fazer uma linha férrea.  2074, mais 50 anos e a globalização e o federalismo acabarão por nos engolir totalmente. A nação desaparece e o sangue português passará a ser um exotismo. Gostemos ou não, não há volta a dar. Somos demasiado pequenos e frágeis para resistirmos a ser engolidos. Ainda temos algumas partes de fora mas a globalização e o federalismo já nos engoliu a cabeça e continua num abocanhar constante até nem um pézinho ficar de fora            JOHN MARTINS:  Não há dúvida que os números referentes à demografia são simplesmente, catastróficos. E se em 1974 se falava em Portugal e o Futuro, na visão Spinolista, hoje, 50 anos depois a situação é muito pior porque basta passar nas ruas  para ver o ambiente bem demonstrativo, do que é da nação? A caminhar acelaradamente para um finis patriae, sem solução? Sangue português há. Mas está no exterior na segunda e terceira geração. É preciso criar o cargo de Vice Presidente da Republica só para lidar com as comunidades no exterior e cativar a única salvação de Portugal, português.                    Fernando CE > Glorioso SLB: Sabe qual o endividamento das famílias portuguesas (e indivíduos, já agora?). Óbvio que existe uma “elite” económica de uns poucos milhares de portugueses para permitirem encher alguns restaurantes e enviar os filhos aos festivais de verão (não são os mesmos que vão a todos). Por outro lado, há imensa gente que vive a crédito, desde com os cartões das várias empresas fornecedoras bens bem como até o Visa, etc.. Sabe como se alimenta essa gente, se cuida da saúde devidamente, ou em que condições chega, aos serviços de saúde? Sabe por exemplo que Portugal é campeão em doenças como a diabetes? E vou contar algo que li numa entrevista do economista Daniel Bessa, enquanto ministro da economia de Guterres. Daniel Bessa manifestou ao PM que havia que limitar o acesso ao crédito fácil por parte dos cidadãos  e recebeu como resposta “Mas você quer que eu perca as eleições?!” Está tudo dito, digo eu.                 Tim do Á > Pedra Nussapato: Antes da abrilada Portugal era o país que mais crescia na Europa, processo que foi interrompido com o golpe de 74 amparado por interesses estrangeiros. Se não fosse o 25 de Abril, Portugal seria hoje um país rico. Mais, mesmo antes de 1974 os jovens conseguiam ter casa e criar família. Agora nem isso. No máximo podem viver em quartos pagos a peso de ouro.                    Fernando Cascais > Miguel Vilaverde: Lembra-se de um jogo dos anos oitenta que chamávamos de Glutão (PAC-MAN). Era uma boca que engolia tudo o que lhe aparecia à frente. O jogo era conseguirmos escapar ao glutão. Na minha opinião nós estamos no caminho do glutão sem escapatória. As políticas socialistas que nos governaram desde o 25 de Abril não nos conseguiram livrar do glutão. Temos uma economia tóxico-dependente, ficámos pobres, tornámo-nos corruptos (economia paralela) e também preguiçosos (metade dos contribuintes recebem em vez de contribuírem). Para escaparmos ao glutão teríamos que ser como os finlandeses ou os suecos, mas, estamos muito longe disso. Repare que depois de 50 anos de demagogia barata e políticas públicas sem sucesso, continuamos a acreditar em balelas e promessas eleitoralistas que a serem concretizadas ainda cavariam mais a nossa desgraça. Mais despesa do Estado corresponde a mais impostos, mais impostos implica mais pobreza, mais pobreza resulta em mais socialismo. A espiral de pobreza em curso. Ninguém quer ouvir falar de políticas que cortem na despesa, de um Estado mais encolhido mas mais eficiente, ou de estratégias para criação de riqueza (um mal para muitos) e de medidas que consigam cativar aqueles que não contribuem, a começar a contribuir, para a factura não caber apenas a uns. O que as pessoas querem é promessas, entraram num estado de masoquismo que é o nosso suicídio colectivo enquanto nação. Nunca fomos todos por um, fomos sempre cada um por si. Está no ADN da nossa história enquanto povo e do nosso território múltiplas vezes invadido.                    afonso moreira: Este deslaçar do país começou há 3 ou 4 décadas, primeiro nas aldeias de todo o interior e depois nas vilas é cidades. A fuga dos jovens para os grandes centros nunca incomodou minimamente a corte que nos governava, pois a sua preocupação era o poder que lhes forneceria as prebendas. Basta recordar Armando Vara, Edite Estrela, e tantos outros, que vieram de Trás os Montes para Lisboa e que rapidamente se acomodaram a essa corte. Os que ficavam que se arranjassem ou que fizessem como eles. Foram enchendo Lisboa e Porto sem qualquer estratégia de governação de longo prazo para todo o interior. Mas, hoje essa sina chegou também aos jovens, que vivem nos grandes centros em que a única saída é para o estrangeiro. Já nem o malabarista Costa consegue disfarçar e a CS também não pode esconder. Durante anos foi um problema dos provincianos hoje já é um problema do país. Não temos e nunca tivemos governantes à altura das necessidades das populações e do território como um todo. Não tinha que ser assim, pois em muitos países não o é, e no nosso também não foi sempre assim. Um dia a História será feita por historiadores independentes, só é pena que, já hoje, não se apontem os principais culpados.                    Joaquim Almeida: Estamos numa encruzilhada perigosa. Com os média  em peso a apontar-nos o caminho do precipício socialista.               Carlos Chaves: Muito simples, Helena, se a maioria da comunicação social seguir o seu exemplo e informar os cidadãos do que está em causa, ou seja fazer exactamente o contrário do que anda a fazer, talvez os mais velhos e dependentes do Estado tenham a atitude que o General Ramalho Eanes proclamou no início da pandemia – “Ramalho Eanes apela aos "velhos" como ele: "Se necessário, oferecemos o ventilador ao homem que tem mulher e filhos"! Se este bloqueio de regime provocado pelo partido socialista, não for desbloqueado a 10 de Março e continuarmos a insistir no socialismo e no comunismo de PNS, Portugal terá o futuro que o PCP sonhou implementar em Abril de 1974 – uma República comunista sem liberdade com muita pobreza e controlo absoluto do Estado, onde o indivíduo não conta, em prol de uma falácia a que chamam colectivo! Grande parte dos jovens já se estão a pôr a salvo desta verdadeira tragédia. Como eu os entendo!                        José Paulo C Castro: O economista de origem turca Rodrik tem uma teoria bem fundamentada no seu livro "O paradoxo da globalização" e desenvolvida depois noutros. Segundo ele, por questões internas do funcionamento de qualquer economia, só consegue ser estável uma qualquer das combinações de duas destas três coisas (nunca as três ao mesmo tempo): - Estado-nação - Democracia- Globalização económica Ou seja, uma das três tem de cair ou vai ser forçada a isso pela realidade económica. E há exemplos bastantes disso: na China ou Rússia actual falha a democracia, em países como a Suíça ou Noruega, agora o Reino Unido, caiu a globalização, nos países como nós (e até maiores) envolvidos em comércio e regras globais, cai o Estado-nação. Portanto, a escolha para o futuro é clara. Resta saber qual a opção maioritária dos portugueses para deixar cair. Os jovens que saem parecem-me claros na sua decisão. Para eles, é o fim do estado-nação. Alternativas? Várias. Esta actual, com o fim do Estado-nação económico assumido, e mais duas: um pequeno país especializado e globalizado economicamente com ditadura interna (para controlar a inflação e moeda, logo sem utopias marxistas) OU uma pequena democracia que abdica de globalizar a sua economia e cria barreiras proteccionistas. É preciso coragem e tempo para assumir qualquer delas. Não tentem é juntar as três coisas outra vez, que dá ilusão: cai a mais fraca. Neste caso, um reino de 8 séculos, que já caíra em 1910. A seguir é tudo consequência das mesmas mentes, sidonistas ou não...                J. Gabriel: Em 2012 /13/14 viam-se cenas de choro e maldizentes ao governo de então, PORQUE os seus entes queridos saiam do país para sobreviver. É hoje DIZEM, vai filho faz te um homem ou mulher, PORQUE este país NÃO tem futuro, SERÁ que o governo é o mesmo, OU JÁ MUDOU? passaram 10 ANOS Como aquela em Setúbal num comício chorava baba e ranho ERA UMA PEÇA MONTADA PELO  PS,. LEMBRAM SE? O youtube tem                      Roberto Carlos: Não se iluda minha cara Helena Matos, conheci o nosso General em campanha e  o grupo de distintos oficiais que o coadjuvavam, poucos deles ainda vivos felizmente. Há mais de 50 anos que me pergunto porque ninguém, ninguém viu então a dimensão da infiltração comunista nas FA's. Tal como hoje, parece que ninguém se apercebe que os lugares na AR iludem a verdade do dia a dia, o País continua nas mãos dos comunistas e das greves políticas que toda a gente sofre e perdoa. Isto não vai lá com livros, talvez a mudança de regime não esteja assim tão longe, oxalá.                Ed 7: Um Portugal renovado, não socialista e muito desenvolvido é possível. Demora 15-20 anos a atingir um patamar de boa classificação. E preciso é começar. Outros países fizeram o mesmo em épocas diferentes: Coreia do Sul, Singapura, Suécia, etc todos avançaram e tornaram-se países onde os seus habitantes têm alto poder de compra e qualidade de vida.                     João Ramos: 50 anos maioritariamente governados pelo socialismo, os resultados estão à vista e o pior é que o tal socialismo se tem tornado cada vez mais radical o que tem acelerado a decadência deste pobre país e isto com a conivência da comodista UE que também tem agravado a nossa e a dela decadência!!!                  Rosa Silvestre > Glorioso SLB: Muitas cigarras e poucas formigas?                 A. Atalaia  >  Fernando Cascais: Estamos todos cheios de certezas. Eu também tenho as minhas.  Uma delas é a de que, pouca gente quer, verdadeiramente, participar no debate se "a sua" não sair vencedora. Vamos a ver. A ver qual seja a resultante deste sistema de desentendimentos. Pouca coisa na história foi o resultado do que conscientemente se quis.  O 25 A foi um problema de carreira e de Pré. Nunca Democracia e muito menos socialismo. O último (o único?) que teve um propósito e o materializou foi Salazar: resgatou Portugal da dívida externa e assegurou a paz, tanto quanto pode, em todo o território nacional. As caixas de comentários não serão a instância ideal para qualquer programa de salvação nacional. Acrescento só, Sr. Fernando Cascais que "economia paralela" e "corrupção" são coisas diferentes.                 Luis Figueiredo > Tim do Á: o dinheiro que entrou a seguir a 74 foi para os bolsos de alguns. Não para a populaça. Mas ela, no alto da sua ignorância, nunca entendeu. Também porque os media estão totalmente controlados por esta pseudo-elite dominante há muito tempo. E ninguém quer ou consegue falar do verdadeiro fiasco em termos práticos que foi o 25 de Abril. Dizem que crescemos muito como país. Mas pergunta: será que com o antigo regime também não cresceriamos?. Ou até mais?. Esta é a verdadeira comparação a ser feita. Para não falar que tivemos 3(!!!) bancarrotas no espaço de 30 anos., É obra. Ok, a culpa foi da conjuntura internacional....                 Zé da Esquina > JOHN MARTINS: Disse ao meu filho que partisse e não voltasse senão de férias, pois este país não lhe daria futuro. Tirou o doutoramento lá fora e está numa universidade de topo. Está feliz. Preferia que ele estivesse perto de mim, mas seria egoísmo da minha parte.                      Luis Figueiredo > Fernando Cascais: Plenamente de acordo. O ponto é que essa á verdade que não nos é dita. Preto no branco. Todavia, apesar da globalização nos ter engolido, penso que definitivamente, só com uma verdadeira aposta numa educação de qualidade vamos lá. Não com a sua massificação. Porque, mesmo que muitas cabeças possam sair para o estrangeiro, há que sempre contar que, pelo menos, uma minoria possa ficar e criar starts up, alguns pólos tecnológicos, ainda que, claro, em reduzida escala, que é a nossa...        António Sennfelt: Artigo devastador e tão verdadeiro que até dói! Sim, 50 anos após o 25A, que país é este em que mais de 30% de jovens com formação superior e em que cerca de 30% das mulheres em idade fértil dele fogem como o diabo da cruz? Sim, que país é este em que, não obstante o atrás referido, o número de nascituros aumenta graças à cada vez maior imigração de hindustanos, magrebinos e outros africanos? Sim, que país é este em que o democratíssimo parlamento vomita leis como quem faz chouriços e em que a sua Justiça nem consegue levar a tribunal um ex-primeiro ministro e um ex-banqueiro indiciados de latrocínio? Sim, que país é este em que tantos nele nascidos já quase que não o reconhecem?                Maria Tubucci: Para onde foi o futuro? Cara HM ainda não foi, mas vai ser decidido por quem já não tem nada a perder. O futuro será decidido pelos eleitores a 10 de março, não se vota por se ser a favor de um partido, mas contra os outros partidos. A ruptura virá dos que já não têm mais nada a perder, pois são quem paga o circo, com tal, querem ver o circo pegar fogo. Um partido político não é um clube de futebol, se ao fim de 4 anos não tiver feito nada, não levará o voto. Uma coisa é certa, quando 2 fornecedores se entendem quem se lixa é o cliente, é preciso que haja concorrência, coligações de vários partidos e que se entendam entre si, partido único não interessa, é um monopólio, cujos resultados estão à vista. A estabilidade não serve os interesses dos portugueses.              José Paulo C Castro > Pedra Nussapato: O erro é achar que Ventura é visto como Messias. Não é. Esteja atento: Ventura é visto como castigador do regime actual. É isso que o elege. O desejo de castigar os partidos deste regime fechado (com listas fechadas, militantes provenientes das jotas a chegarem a ministros e mesmo PMs, num círculo de poder restrito e de entrada seleccionada, desde concelhias a distritais) é maior do que a esperança em qualquer salvamento. Primeira fase: desparasitar. É só isso: não vai encontrar mais nada em comum entre aqueles que votam Chega. Ok, talvez o afirmarem-se de direita e conservadores, agora... Se são, não sei.                  jorge espinha A esquerda bem pensante tem uma solução, que é a versão fofinha da “great replacement theory “. Venham os imigrantes, idealmente os menos assimiláveis, ou seja os que não são do Brasil e dos Palops. Se forem muçulmanos ainda melhor. Claro que terão de ser pouco qualificados porque os qualificados têm juízo. O problema, claro está, é se ficarão cá uma vez que obtenham a nacionalidade o que é duvidoso. Os eleitores votam ao serviço dos seus interesses imediatos e a Helena traçou o diagnóstico que Medina Carreira tinha vaticinado. Eu vejo as coisas muito negras. Sinceramente não vejo saída. A conspiração grisalha é imparável               Tim do Á: Portugal morreu em 1974.

 

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