quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

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Cientistas criam primeiro semicondutor funcional feito de grafeno

Investigadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, criaram o primeiro semicondutor funcional feito de grafeno, cujas vantagens comparam a conduzir em "gravilha ou numa autoestrada".

AGÊNCIA LUSA: Texto

OBSERVADOR, 03 jan. 2024, 19:09  

O investigador principal, Walter de Heer, defende que os actuais semicondutores de silício estão "a atingir o seu limite" face à velocidade de computação e dimensão dos dispositivos

Semicondutor funcional feito de grafeno, que poderá permitir dispositivos menores e mais rápidos e ter aplicações para a computação quântica, foi divulgado esta quarta-feira.

Os semicondutores, materiais que conduzem a electricidade em determinadas condições são componentes fundamentais dos dispositivos electrónicos, a matéria-prima de chips (circuitos integrados) usados em smartphones, jogos de vídeo e computadores.

Assim, a criação de um semicondutor que consiste “numa única folha de átomos de carbono unidos pelas mais fortes ligações conhecidas”, abre caminho a “um novo modo” de se trabalhar no campo da electrónica, indica um comunicado do ITG.

A investigação, publicada na revista científica “Nature”, foi liderada por Walter de Heer, professor de física no ITG, integrando a equipa investigadores que trabalham em Atlanta, Geórgia, e Tianjin, China.

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O objectivo era produzir um semicondutor de grafeno “compatível com os métodos tradicionais de processamento microelectrónico”, numa altura em que o silício, o material semicondutor mais comummente usado, “está a atingir o seu limite face a uma computação cada vez mais rápida e a dispositivos eletrónicos mais pequenos”.

“Agora temos um semicondutor de grafeno extremamente robusto com 10 vezes a mobilidade do silício e que também possui propriedades únicas não disponíveis no silício”, afirma de Heer, citado no comunicado.

O investigador começou a explorar materiais à base de carbono como potenciais semicondutores no início da sua carreira e em 2001 começou a estudar o “grafeno bidimensional”.

Durante a década seguinte, a sua equipa continuou a trabalhar no aperfeiçoamento do material na Geórgia Tech e mais tarde passou a colaborar com colegas do Centro Internacional de Nanopartículas e Nanossistemas de Tianjin, na Universidade de Tianjin, que de Heer fundou em 2014 com Lei Ma, director do centro e coautor do artigo agora publicado.

A principal questão a resolver era fazer o semicondutor de grafeno “ligar” e “desligar” ao ser sujeito a correntes elétricas para que funcionasse como o silício.

As medições dos cientistas mostraram que o semicondutor de grafeno tem uma mobilidade 10 vezes maior que o silício, ou seja, os electrões movem-se com muito baixa resistência, o que na electrónica resulta numa computação mais rápida.

“É como conduzir numa estrada de gravilha ou numa autoestrada (…) É mais eficiente, não aquece tanto e permite velocidades mais altas”, adianta de Heer.

A equipa produziu o único semicondutor bidimensional que possui todas as propriedades necessárias para ser usado na nanoelectrónica e cujas propriedades eléctricas são muito superiores às de quaisquer outros semicondutores 2D actualmente em desenvolvimento, precisa o comunicado.

Segundo os investigadores, o “grafeno epitaxial” pode causar uma mudança de paradigma no campo da electrónica e permitir tecnologias completamente novas que aproveitem as suas propriedades únicas.

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