terça-feira, 18 de dezembro de 2018

À unha!


Quando tudo começou, por cá … Tanta coisa se passou! Os arquitectos da “Touradapara o Festival da Canção de 1973, Ari dos Santos e Fernando Tordo, estavam então na berra, denunciadores do tal povo amordaçado, felizes da sua originalidade provocatória. É tempo de a rever, essa Tourada:
Tourada       Fernando Tordo
Não importa sol ou sombra    camarotes ou barreiras   toureamos ombro a ombro   as feras.
Ninguém nos leva ao engano   toureamos mano a mano   só nos podem causar dano    espera.
Entram guizos chocas e capotes    e mantilhas pretas    entram espadas chifres e derrotes    e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes    porque tudo o mais    são tretas.
Entram vacas depois dos forcados   que não pegam nada.    Soam brados e olés dos nabos    que não pagam nada   e só ficam os peões de brega   cuja profissão    não pega.
Com bandarilhas de esperança     afugentamos a fera    estamos na praça    da Primavera.
Nós vamos pegar o mundo       pelos cornos da desgraça      e fazermos da tristeza      graça.
Entram velhas doidas e turistas     entram excursões
entram benefícios e coristas    e entram aldrabões
entram marialvas e coristas      entram galifões     de crista.
Entram cavaleiros à garupa    do seu heroísmo      entra aquela música maluca     do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca    mais o snobismo     e cismo...
Entram empresários moralistas     entram frustrações    entram antiquários e fadistas     e contradições
e entra muito dólar muita gente    que dá lucro aos milhões.
E diz o inteligente     que acabaram as canções.
Por cá, os cornos da desgraça têm a ver agora mais com o establishment do compadrio governamental à esquerda, na mesa posta do seu facciosismo benfeitor - não de toda a Humanidade, mas da Humanidade estiolada por desequilíbrios e injustiças irreparáveis, mau grado os bochechos moralistas dos que pretendem dirigir os seus destinos. Rui Ramos comenta a ironia de A. Costa no apodo que este fez de “queda do muro” na formação da sua geringonça, gerida por princípios de diferente dimensão dos estabelecidos pela Nato. Também os seus muitos comentadores dão achegas de interesse.
Os povos nórdicos, que têm uma camada populacional mais reduzida, têm, naturalmente, estruturas sociais e educativas mais equilibradas e igualitárias. Entre os povos do sul, a massa popular, extremamente densa, só poderia produzir Tinos de Rans como governantes, como por cá se viu, que nesse puseram a sua fé, em quantidade apreciável, em eleições presidenciais passadas. Na Venezuela também.
Tino de Rans…. Será que enriqueceria, como Lula da Silva (salvas as devidas proporções), lá pelo Brasil? É apenas uma pergunta que nada tem a ver com a questão dos muros. O certo é que a Tourada continuará, talvez não a mesma que a que se propunham Ari e Tordo
ESPANHA   Quando os muros caem, caem para os dois lados /premium
RUI RAMOS          OBSERVADOR, 7/12/2018
A questão levantada pelas eleições na Andaluzia é esta: por que razão deveríamos admitir que compete aos fãs do chavismo e do estalinismo julgar os méritos democráticos dos outros actores políticos?
Durante décadas, a maior parte da Europa ocidental foi governada por partidos que, socialistas ou conservadores, se reviam nos princípios da NATO e da cooperação europeia. Em Portugal, esse “arco da governação” acabou em 2015, quando o PS levou o PCP e o BE para a área do governo. Foi a “queda do muro”, segundo António Costa. Era verdade que os seus novos parceiros não tinham mudado de simpatias norte-coreanas e venezuelanas. Mas desde que respeitassem as “obrigações internacionais”, que importava isso? Todos os votos valiam a mesma coisa. Por detrás, havia uma razão de expediente: com os socialistas em retracção por toda a Europa, como governar sem comunistas e radicais? Pelos mesmos motivos e com os mesmos argumentos, Pedro Sanchez, em Espanha, arranjou também uma “geringonça“ com o Podemos e os separatistas.
Tudo correu bem enquanto correu à esquerda. O problema foi quando, à direita, houve igual necessidade. Na Andaluzia, o PP e o Ciudadanos só poderão governar aceitando o apoio de Vox, o partido da direita nacionalista, com quem aliás o PP nem quer negociar. Mas notou-se logo a diferença. O Podemos e os separatistas rejeitam a constituição espanhola e parecem frequentemente disponíveis para ilegalidades e violências. Mas são parceiros respeitáveis de governo. Vox não é. Porquê? Porque, segundo decisão do Podemos, Vox é “fascista”.
A questão andaluza será cada vez mais central na política europeia, porque é óbvio que a direita nacionalista, insuflada pela denúncia da migração ilegal e pela resistência ao “politicamente correcto”, vai integrar maiorias parlamentares e governos, como já aconteceu em Itália ou na Áustria. Pensem nisto: é provável que os conservadores aceitem que os socialistas façam maiorias com comunistas e radicais, enquanto eles próprios se condenam a ficar na oposição, por não ser admissível ter o apoio de nacionalistas? Não é. Os muros, quando caem, caem para os dois lados. Também os votos de Vox valem a mesma coisa. Foi esta a porta que Costa e Sanchez abriram.
É o fim do mundo? É o fim de um mundo, em que a direita era dominada por conservadores e liberais, mas não é necessariamente o fim do mundo. Basta que nunca haja dúvidas de que nenhuma solução de governo, à direita ou à esquerda, será aceitável na Europa, se visar limitar direitos cívicos ou comprometer o enquadramento internacional definido pela NATO e pela cooperação e integração europeias.
Qual o perigo de partidos como Vox? A política que vive da demagogia é sempre perigosa. Mas comunistas e radicais, com a sua velha manha soviética de tratar como “fascistas” ou acusar de “branqueamento” quem quer que não pense como eles, não são um bom guia a esse respeito. Como já tantos historiadores explicaram, não estamos perante os fascismos dos anos 30. A nova direita nacionalista insiste em que as sociedades ocidentais devem cultivar as identidades nacionais e os modos de vida tradicionais e fazer valer as fronteiras, se necessário limitando a integração internacional. Não haverá outros argumentos contra tais ideias, a não ser confundi-las com o “fascismo”? Os fascismos dos anos 30 eram uma coisa muito diferente: repudiavam a democracia, diziam-se revolucionários, cultivavam o militarismo e a violência. Vox diz acreditar na democracia, na liberdade e no Estado de direito. Os fascistas, no seu tempo, jamais disseram isso. E se não acreditamos no que diz Vox, porquê acreditar no que diz o Podemos?
Mas estamos no reino da má fé. O PP e os Ciudadanos não podem ter o apoio de Vox na Andaluzia, mas o Syriza governa a Grécia desde 2015 com um partido nacionalista muito mais exaltado, o Anel, e ninguém se preocupa com a democracia na Grécia. A questão andaluza, portanto, é outra: por que razão deveríamos admitir que compete aos fãs do chavismo e do estalinismo julgar os méritos democráticos dos outros actores políticos? E, mais ainda, porquê deixá-los transformar qualquer polarização política numa situação de guerra civil?
COMENTÁRIOS:
Savanah Silva: Atacam o VOX mas aceitam este partido Podemos! Chega de hipocrisia! A mainstrem media está totalmente desacreditada porque acobertou a agenda esquerdista atacando quem pensa diferente! Quem são os politicos do Podemos
http://acapulco70.com/la-verdad-acerca-de-pablo-iglesias-y-su-partido-político-podemos/: Eu votei no VOX e votei no Bolsonaro! não aguentamos mais as agendas dos partidos extremistas esquerdistas. A hipocrisia da imprensa oficial e dos governos de esquerda é revoltante!  Muitas mídias españolas falam mal do VOX num total desrespeito a nós eleitores mas aceitam partidos extremistas fascistas como o Podemos! Pablo Iglesias incitou espanhois a saírem nas ruas para cometerem actos de violência contra o VOX. Então, isto pode????? ISto é uma grande hipocrisia. A esquerda brasileira destruiu o Brasil em todos os níveis. Brasil levará anos e anos até  que seja reconstruído! Não aguento mais o politicamente correcto, a imigração ilegal desenfreada patrocinada por bilionários e aceita por governos comunistas, não aguento mais ver políticos mal intencionados tentando destruir as nossas Nações, as nossas fronteiras, a nossa cultura cristã...Não vamos deixar que esquerdistas sigam com as suas agendas globalistas destrutivas das nossas soberanias. Votamos na direita por uma questão de sobrevivência. Queremos as nossas Nações, a nossa soberania, os nossos interesses nacionais acima de tudo. A esquerda mostrou-se um total fiasco, um pesadelo destrutivo. A esquerda não pensa no seu povo nem na sua Nação, porque estão encharcados de ideologia esquerdista! CHEGA!
José Filipe Fernandes: Excelente artigo e oportuno. Estes "populismos" que crescem por toda a Europa são o fruto das políticas da esquerda e da sua extrema. Querem ser respeitados mas não respeitam o contrário. É isto que está a revoltar as populações.Temo, a bem dos europeus, o resultado das europeias. Mas só nos estamos a deitar na cama que estamos a deixar que a façam por nós.
António Sennfelt: "Por que razão deveríamos admitir que compete aos fãs do chavismo e do estalinismo julgar os méritos democráticos dos outros actores políticos?" Ora essa! Porque a gloriosa ideologia marxista-leninista-estalinista-trotzkista-maoista-polpotista-kimilsungista - castrista-chavista-madurista etc, é historicamente irreversível, como dialecticamente comprovado pelo materialismo científico e encarnado na luta de classes liderada pela sua vanguarda proletária, assim como pelos actuais representantes do pensamento pós-moderno, todos eles altruísticos defensores dos oprimidos pela sociedade  capitalista e patriarcal!  Viva a Rússia soviét, digo, viva o pensamento politicamente correcto!
gonçalo de almiro matos costa: Para reflectir.... Em politica o vazio  não existe , ou seja  o espaço livre será sempre  ocupado por alguma coisa...Em Portugal não há extrema direita  nem partidos populistas nem movimentos independentes dos partidos tradicionais , mas seria uma questão de tempo pois não somos uma ilha e estamos na Europa logo ...era uma questão de tempo ....Interessante que, resta saber se é por acaso ou se há alguma mão invisível por detrás, os  dois  novos projectos  partidários que  podem ser  de alguma  forma  apelidados  de contra os partidos  institucionais, populistas e eventualmente  mais à direita  tem origem no ...PSD .Vejamos , se Rui Rio não vencer as próximas legislativas  ou  não conseguir ir  para o Governo , o próximo líder do PSD será, obviamente,  Pedro Passos Coelho que  por ironia do destino poderá  utilizar uma geringonça de Direita (PSD,CDS, Aliança e CHEGA) para conquistar o poder  numa federação das Direitas ...Eu sei que há  o método de hont e que há alguma canibalização  dos novos partidos  em relação ao PSD mas  estes novos  partidos também vão buscar eleitorado à abstenção que  vai somar ao Bloco de Direita ....aliás este fenómeno aconteceu  em Espanha  com o Cidadanos e  mais recentemente  com o VOX. De referir ainda que  Pedro Passos Coelho , ou qualquer  outro líder do PSD,  ainda tem  a vantagem de  ter o número de telefone dos lideres das novas  forças partidárias.
Al – Mufhada: Vox diz acreditar na democracia, na liberdade e no Estado de direito." Para poder existir à luz da lei espanhola, o Vox não poderia dizer outra coisa. No entanto, só quem for mesmo totó é que acredita nisso. Estupidamente, Rui Ramos pensa que somos todos totós.
Romeu Francisco: Os fascistas eram socialistas, e por isso, de esquerda. Chamavam-se até de nacional-socialistas, e diziam-se de partido dos trabalhadores.... Em Portugal, gosta-se imenso de confundir a ditadura ultra-conservadora que tivemos com esse tipo de fascismo. Tivemos uma ditadura de direita, é verdade, mas não tivemos fascismo ipsis verbis (não era o fascismo de Mussolini, não era o fascismo de Hitler). O fascismo nasceu das fileiras do socialismo, acotovelou-se e canibalizou o seu irmão mais velho, comunismo, para encontrar espaço político. Como o comunismo, odiava o capitalismo. E aprendeu também a odiar o seu rival comunista. Alguns dos escritos de Goebbels são bastante elucidativos. Foi o ódio ao capital que alimentou o anti-semitismo, dado que a banca germânica estava maioritariamente nas mãos de banqueiros judeus.Mas a esquerda gostou de colar essa etiqueta a Salazar, soava bem nos megafones. Na verdade o regime de Salazar, era uma espécie de absolutismo republicano. Para um democrata e liberal, como eu, não deixa de ser enjoativo. O Vox é nacionalista, sem dúvida. Tem muito de conservador, e de Liberal, muito pouco. O facto de ser nacionalista cria uma dissenção com os Conservadores, dado que são muito mais proteccionistas do que estes. Com os Liberais, esse é o menor dos problemas, dado que as incompatibilidades são muito maiores, e abrangem a quase totalidade do espectro social, e um bom naco da filosofia económica (os Liberais são pelo comércio livre, e os Nacionalistas, não). Na verdade, no campo da economia, os Nacionalistas defendem um liberalismo interno, mas quanto às relações comerciais internacionais, comportam-se como o PCP. Isto é, com um proteccionismo "patriótico".
Se olharmos para possibilidades de uma coligação, talvez se encontrem vários entendimentos pontuais, que possibilitem uma governação. É, sem dúvida, possível, conservadores, liberais e nacionalistas estarem de acordo relativamente a políticas económicas internas, especialmente de modo a conduzir ao aligeiramento da carga fiscal, cortando em despesa desnecessária.
Assim como é possível, como vimos com a nossa geringonça, criar acordos à esquerda, conducentes a políticas que aumentam a despesa do Estado, e aumentam a carga fiscal. 
Maria Narciso > Romeu Francisco: Imperativo Instruir – se. O Partido surgiu do Nacionalismo Alemão - Combinado à Cultura Paramilitar Racista e Populista dos Frei Korps que lutaram  contra os levantes Comunistas na Alemanha, após a primeira Guerra Mundial. O Partido foi Criado como um meio de chamar os  Trabalhadores para longe do Comunismo e reaquecer seu Nacionalismo Volkisc  Foi essa a Estratégia Política Nazista. Os Fascistas Jamais podem ser Socialistas. O Fascismo é Contra o Movimento Democrático que surgiu graças á Revolução Francesa - Assim como pela Furiosa Oposição às Concepções Liberais Socialistas
Paulo Silva: Depois da constatação óbvia da golpada protagonizada por PS e extrema-esquerda, quando se constituíram em coligação negativa para derrubar o Governo de Passos Coelho - sim, apesar da legalidade formal, foi uma golpada porque o PS em 2009 e 2011 dizia “Quem ganha governa!” - a segunda observação mais óbvia a fazer era a de que, se um dia a direita fizesse o mesmo, e/ou precisasse da extrema-direita, os esquerdas nunca mais se calariam. A Andaluzia provou-o. É a filosofia do “um peso, duas medidas”… Mas a filosofia dúplice já estava demonstrada aquando no Brasil a ‘presidenta’ foi posta a andar pela Câmara dos Deputados. Para os esquerdas isso foi ‘golpe’, já a geringonça parlamentar pós-eleitoral aqui foi uma legalidade constitucional... Ou quando os socretinos carpiam pelo golpe de teatro do PEC4 protagonizado pelo querido líder ao demitir-se, (nada na Constituição obrigava Sócrates a demitir-se, fê-lo só porque quis e para se vitimizar aos olhos de cínicos e de lorpas), como se alguma Lei obrigasse o PSD a votar de cruz tal documento… Se o PS não quebrou nenhuma lei escrita quando derrubou Passos, também o PSD (e restante oposição) não quebraram nenhuma lei escrita ao votarem contra o PEC4. Mas se puxarmos por eles ainda hoje umas quantas viúvas e órfãos de Sócrates são capazes de discorrer essa estória da carochinha…
Parabéns pelo artigo caro Rui Ramos, mas a resposta à sua pergunta final está na pretensa “superioridade moral das esquerdas” que Nuremberga ajudou a caucionar quando condenou os autores do Holocausto e deixou em paz os fazedores de Katyns e Holodomores...
Jay Pi: Perigosos caminhos estes por onde vamos caminhando... O desmascarar do maquiavelismo socialista é sempre necessário, mas as óbvias incongruências, calculismos e atitudes golpistas desta escumalha ideológica e política são sempre uma surpresa e revolta para quem sobre elas reflete. O urso provou o sangue do seu tratador. A partir de agora resta deixa-los ambos morrer e contratar novos artistas para este circo burlesco que é a civilização ocidental... 
Mário Borges: Parabéns. Excelente e pertinente artigo. Desmascaramento cabal dos dogmas que nos querem impor nos dias que correm. O Observador começa a ser incontornável na comunicação de qualidade do nosso Portugal. Bem-haja
Ana Ferreira: "Com quem aliás o PP nem admite negociar", diz RR referindo-se ao Vox, mas recusa questionar-se porquê. É que esse exercício simples deixaria clara a diferença, quanto a radicalismos, entre o partido de extrema direita e o Podemos, a qual, só por manifesta má fé, não se quer ver. Por cá parece que já temos a esquerda radical, é a assustadora Catarina, quanto à extrema-direita, fica a dúvida, será a perigosíssima Cristas? Ou então falta preencher esse lugar no nosso panorama político, algo normal e até, como se infere pela indignação latente na prosa, justo e quiçá necessário. Anda muita gente a suspirar por isso, e aqui o nosso historiador está, como aqui fica claro, na linha da frente. Que raio de livros de História terá o homem andada a ler?
Earl Woode: Todos os governos da Europa estão a virar à direita.  Acho que o comodismo acabou e os Europeus começaram a acordar para o que se estava (e está) a fase na Europa com  destruição da nacionalidade, da identidade Europeia e da nossa cultura com a importação em massa de gente do 3o Mundo.  E só pena que esta onda ainda não tenha chegado a Portugal.  Como sempre, estamos atrasados em tudo.
Audio Vac > Earl Woode: E alguns estão a virar mesmo não querendo, como é o caso do Macron com os coletes amarelos, ou da Suécia e da Dinamarca - países outrora superprotegidos onde se desenvolveu uma grande parte da "cultura burguesóide-esquerdista" e "politicamente correcta", até eles próprios serem confrontados com a realidade do 3º Mundo dentro das suas fronteiras (em vez de ser em países longínquos que despertavam o seu espírito "democrata-missionário"). E enquanto isto se passa, a parva da Merkel está em MARROCOS para assinar o "Pacto para as Migrações"!!! São os "católicos" como a MERKEL que estão a DESTRUIR ISTO TUDO: "Le 12 mai dernier, la chancellière allemande, Angela Merkel a reçu à Assise la lampe de Saint François, distinction peu connue du grand public, assimilée à un « Nobel » catholique.Fille d’un pasteur protestant, la chancelière allemande a été distinguée  » pour son travail de réconciliation favorisant la coexistence pacifique entre les peuples”

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