É aí também que está o busílis.
Fôssemos nós mais capazes financeiramente, não tínhamos que nos sujeitar a
tanta leviandade e subserviência perante os povos da nossa triste dependência.
Hoje a conversa do nosso desespero – meu e do meu filho mais novo – versou sobre
as quatro casas chinesas posicionadas numa estreita área da terra onde vivo, as
quais, de vez em quando, abrem falência, fechando as portas. Curiosamente, dias
depois reabrem, talvez com novas gerências, ainda que os empregados permaneçam
os mesmos. Parece que as lojas chinesas não pagam impostos durante cinco anos,
por isso, de cinco em cinco anos, fecham, para reabrir, a abarrotar de coisas
necessárias, embora de fraca aparência, o “made in China” facilmente
danificável e não tão barato assim, que a China vai alastrando, calmamente,
imperiosamente, sem dar cavaco, embora agora os presidentes já se visitem,
Marcelo aí vai à China, também, qualquer dia, talvez leve uns vinhos para as
ofertas. E o comércio português, por cá, vai abrindo e fechando, mas por
insolvência, que os impostos anuais não perdoam, ao contrário do chinês. Um país grevista, o nosso,
prova de que quem faz a greve, dias seguidos, não está tão mal de fundos como dizem
os que os instigam às greves, pois não recebem nesses dias e arriscam-se, alguns
deles, a perder o emprego, se as suas empresas fecharem. Parece insensatez.
Mas afinal, desviei-me do
comentário ao texto de Alberto Gonçalves, que não perdoa – aos governantes
também, é certo, que têm que engolir todos esses sapos do rebaixamento de uma falsa
civilidade - mas sobretudo aos radicalismos apatetados dos novos inquisidores
na mudança dos conceitos – se é que são conceitos essas mutações de pontos de
vista sócio-gramaticais que Alberto Gonçalves ridiculariza tão pertinentemente, e bem assim os
seus comentadores, por vezes, em longas tiradas de indignação.
Os mariquinhas da Inquisição e outras histórias de
encantar /premium
OBSERVADOR,
8/12/18
Da anexação do Ritz e do trânsito lisboeta à tomada da EDP, do BCP e
etc., é natural notar-se quem manda e quem obedece. Mas o prof. Marcelo
escusava de tornar a diferença de estatuto tão evidente.
Brian Griffin: Senhoras e senhores, estou aqui hoje para me
desculpar…
Voz na multidão de linchamento: Porque é que dizes “senhoras” primeiro?
Voz 2: Isso é sexista!
Brian: Era apenas uma saudação convencional… Deixem-me
recomeçar: senhores e senhoras…
Voz 3: Ó, diz o homem…
Voz 3: Ó, diz o homem…
Brian: Certo, desculpem. Humanos presentes…
Voz 4: Eu identifico-me como bola de basquete!
Brian: Humanos e bolas de basquete…
Voz 5: Eu sou um papagaio que repete palavras mas não
as compreende! (…)
Brian: Bem, bem, vamos ter calma, ok?
Brian: Bem, bem, vamos ter calma, ok?
Voz 6: Agora estás a policiar o nosso tom!
Voz 7: Isso faz-me sentir desconfortável. E tudo o
que me faça sentir desconfortável em 2017 deve ser ilegalizado.
Family Guy, temporada 16/episódio 6 (“The D
in Apartment 23”)
Enquanto na Irlanda se exige a censura de uma canção dos Pogues
(“Fairytale of New York”, porque inclui a palavra “faggot”, pejorativo de
homossexual), na América o comediante Kevin Hart foi forçado a desistir da
apresentação dos Óscares após as patrulhas da moral terem desencantado remotas
considerações do homem sobre os “faggots”, perdão, os homossexuais. Além de pedir
dispensa do convite, Hart pediu desculpa. Era escusado.
Os Novos Inquisidores não querem
ouvir desculpas: à semelhança dos Velhos, querem farejar blasfêmias, perseguir
os blasfemos, arruinar-lhes as vidas e, no final do serviço, experimentar a
satisfação do dever cumprido. Espreguiçam-se no sofá, reservam uma pausa para a
autocongratulação e, num instante, estão de regresso ao trabalho, à descoberta
de outras transgressões e outros incautos para humilhar e destruir. Eles
apontam com o dedinho trémulo a “homofobia”, o “machismo”, o “racismo” e o que
calha de ferir a “sensibilidade” de “minorias” largamente imaginárias. Eles são
bons e castos e superiores. Alguns deles transformam o sujo exercício numa
carreira, com frequência lucrativa.
Porém, é um erro presumir que só o materialismo e a sede de poder
movem essa gente. Acredito piamente que quem se presta
a tão grotescas figuras, na maior parte das vezes apenas a troco de uns “likes”
ou “retweets” dos seus pares, tem de sofrer de algum distúrbio mental, ou, em
linguagem pré-totalitária, é doido varrido. Não arrisco decidir que a doideira
é consequência de frustrações recalcadas ou possui origens biológicas. Em
qualquer dos casos, trata-se de indivíduos muito doentes, merecedores de que
façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para os ofender, com entusiasmo
proporcional à respectiva susceptibilidade.
Termino com uma nota. No episódio de “Family Guy” em
epígrafe, o que mobilizou os inquisidores contra Brian foi o seguinte tweet: “A caminho do último filme de Kevin Hart.
Estou a brincar. Sou branco e frequentei a universidade.”
COMENTÁRIOS
António Moreira: O discurso alucinado dos professores e
discípulos da ideologia do género está num ponto tal que eu já nem sei se quero
que pare ou se quero que continue. É que
o ridículo dos inquisidores de que fala AG é tanto que as reacções são não só
inevitáveis, como já estão mesmo a aparecer. Veja-se
o Bolsonaro no Brasil, que apesar da enorme “ajuda” que teve para ser eleito
por via do fartar vilanagem que foram os governos PT, teve também uma enorme
“ajuda” na sua eleição que foi o discurso da ideologia do género que a esquerda
em peso adoptou nos últimos anos. Na
verdade, acho que o melhor mesmo é que os inquisidores mariquinhas prossigam
com a actividade frenética em que têm andado. Quanto mais isso acontecer mais
perto estamos de eles se calarem de vez.
maco mape: "Não vou adjectivar a Assembleia da
República porque não preciso: a circunstância de o dr. Ferro Rodrigues ser o
respectivo presidente é insulto bastante. E a definição pertinente de um
“órgão” que, ao invés do pâncreas, é tanto melhor quanto menos funcionar."
- bullseye!! “Assim de repente, fica
a ideia de que o prof. Marcelo só antipatiza com estadistas eleitos. Nisso
compreendo-o: alguns são de facto embaraçosos." - pure gold!!
Maria Alva: Excelente, AG. Sublinho
a subserviência agoniante demonstrada ao Xi pelas nossas elites, a
começar pelo Marcelo (que só faltou arrastar-se de joelhos para ser convidado a
ir à China), e a delícia da frase " a circunstância do Dr. Ferro Rodrigues
ser o respectivo presidente, é insulto bastante!
Paulo Silva: A interessante crónica de Alberto Gonçalves
está indexada ao tópico ‘China’, provavelmente por ser um dos temas da nossa
actualidade política abordados, mas devia estar sob o tópico ‘Moralistas e
outros santos virtuosos’, e é o que o título logo a seguir parece sugerir com
referência ao Santo Ofício.
De facto as brigadas da moral e
dos bons costumes do Marxismo Cultural estão cada vez mais visíveis e activas
engolindo tudo e todos - em especial os “idiotas úteis” que nem se dão conta.
Um bom exemplo é dado nas últimas linhas da crónica. Tal como AG, também acho
que estes patrulheiros carecem de estabilidade emocional, provocada pela sede
de poder, e a sede de vingança que lhes corrói as entranhas e o espírito.
Não me choca que uma Democracia
mantenha relações diplomáticas e comerciais com uma ditadura. Durante a Guerra
Fria os opostos EUA e ex-URSS mantiveram-nas. Uma questão de ponderação de
‘princípios’ versus ‘interesses de Estado’. Como diz o outro, real politik…
No caso da China até percebo, Cuba nem tanto. Só se for pelos médicos escravos…
O que choca é a bajulação ideológica de certas organizações partidárias a essas
tiranias, contraposta ao zelo democrático serôdio e funcional dessas
testemunhas de Jeová que são os bloquistas. Quanto ao pecadilho ou fait-divers dos
votos fantasma já aqui tive oportunidade de me manifestar. Esse parece um
sintoma da hipocrisia e da imbecilização que grassa na sociedade portuguesa. Já
quando foi para justificar a golpada de 2015 puseram o ‘deputado’, mero peão das
direcções de bancada, nos píncaros. “Os eleitores não elegem primeiros
ministros, apenas deputados.” diziam eles com a autoridade de um tecnocrata…
Seria efectivo e honesto se os eleitores tivessem realmente consciência e
conhecimento disso. Mas não passa de uma mera tecnicalidade conveniente. Agora
querem nos fazer crer que a esmagadora maioria dos deputados não são mais que
meros autómatos que mecanicamente votam segundo a disciplina de voto ou os
centralismos ‘democráticos’… Foi a Maria que votou em vez do Manel, e depois?…
Qual seria a diferença?...
André Ondine: Portugal está a passar um mau bocado, apesar
das aparências paradisíacas. Uma geração Capaz, liderada por gente inCapaz. Um
Presidente que aspira a Dalai Lama, suportado pelo comentarismo Marques Lopes,
que nasceu do clube de ex-amigos de Sócrates. Um país cujos principais
protagonistas são Marcelo, Costa, Rio e Ferro, qual deles o mais sedento de
popularidade, só pode acabar mal.
ProtoTypical: É a apropriação da
linguagem com o fito de obtenção de controlo sobre a consciência. Se o léxico
que usamos for ditado por entidades abstractas, torna-se utilizado de forma
igual por todos; logo, deixa de ser possível qualquer forma de emancipação
social - e assim se consuma a revolução socialista. Na China de Mao,
enfiavam-se picaretas nas cabeças dos insurgentes; hoje, passam-lhes a mão pelo
cachaço e vencem-nos pelo cansaço. E a interminável torrente de notícias
alusivas a agremiações como o PAN ou o LGBT não é senão uma gigantesca campanha
publicitária que os media empreendem gratuitamente - e talvez com
algum regozijo.
Sois Trumpa: A ETAR VENDIDA EM ESCOMBROS
(sempre é + barato, o Xi que o diga) A
comissão liquidatária XI "xigou" e estiveram-se nas tintas
par a parcimónia dos alados subservientes locais, eles até queriam "liquidatar"
tudo por grosso para não perderem tempo, mas vá lá, tiveram paciência de
"XInês" para que seja tudo rematado aos bochechos. Mas vai haver
alguém que lhes vai pagar a ousadia de os terem feito perder tanto tempo com
quinquilharias de feira da ladra e vão ser os 10 milhões de escravos que já o
eram, exactamente pelos que assinaram tratados e armistícios liquidatários da
coisa, da ETAR.
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