Hoje não apetece pensar em coisas graves. Deixo a tarefa às
pessoas cultas. Pessoas que lêem nos livros e dão lições. Pessoas que sabem das
consequências e das justificações. Que falam de elites e das deformações.
Sociais ou das nações. Com maiores ou menores aptidões. Para ludibriar ou
invejar. Hoje apetece lembrar a bondade do dinheiro, seja a que preço for. Sem medos,
sem preocupações. Seja ele falso, mas de muitos milhões. Money, Money, Money. Apenas.
Texto da Internet:
I - Money Money Money
I work all night, I work all day
To pay the bills I have to pay.
(Aint it sad)
And still there never seems to be a single penny left for me (Thats too bad)
In my dreams i Have a plan
If i got me a wealthy man.
I wouldnt have to work at all.
I'd fool around and have a ball!
To pay the bills I have to pay.
(Aint it sad)
And still there never seems to be a single penny left for me (Thats too bad)
In my dreams i Have a plan
If i got me a wealthy man.
I wouldnt have to work at all.
I'd fool around and have a ball!
[chorus]
Money, Money, Money
Must be funny
In a rich mans world.
Money, Money, Money
Always sunny
In a rich mans world
Ohh, Ohhhhhhh.
All the things i could do
If i had a little Money.
Money, Money, Money
Must be funny
In a rich mans world.
Money, Money, Money
Always sunny
In a rich mans world
Ohh, Ohhhhhhh.
All the things i could do
If i had a little Money.
Its a rich mans world.
Its a rich mans world.
Its a rich mans world.
Christine: A man like that is hard to find
Meryl: But i cant get him off my mind
(aint it sad)
And if he happens to be free
I bet he wouldn't fancy me
(Thats too bad)
So i must leave and have to go
To Las Vegas or Monaco
And if I afford to win a game,
my life would never be the same.
Meryl: But i cant get him off my mind
(aint it sad)
And if he happens to be free
I bet he wouldn't fancy me
(Thats too bad)
So i must leave and have to go
To Las Vegas or Monaco
And if I afford to win a game,
my life would never be the same.
[Chorus] x2
Mas voltemos aos textos, e às análises sérias e pertinentes. Sobre a Secessão das
elites, de José
Abrantes Amaral e seus comentadores,
que apontam para o estado de sítio em que se vive, tudo por conta de um
qualquer papel, pelos vistos extraordinariamente falso, mas sempre apetecido, a
que Salles da Fonseca, no seu Chau Min 4 impõe
regras de bom comportamento, com muitos ses,
para uma honestidade, pelos vistos, ainda defendida pelos inquebráveis nos
princípios. Leiamo-los, sim, os textos para, de seguida, retomarmos o Money,
Money, Money do nosso optimismo e ambição, por inúteis que sejam, mas estamos no Natal:
II - FRANÇA
A secessão das elites /premium
OBSERVADOR, 12/12/2018
O problema resume-se ao simples
facto de o dinheiro não chegar. Simplesmente,
chegámos ao salve-se quem puder. Os ricos fogem do país e os pobres saem para a
rua, mas vivem todos o mesmo problema.
Vivemos tempos complexos. Tão complexos que há quem os procure decifrar
com teses simples. “The Revolt of the Elites and the Betrayal of Democracy”,
publicada em 1995, um ano após a morte do seu autor, Christopher Lasch, concluia que na América de então as elites se
tinham afastado do país e das realidades em que vivia o resto da população. Segundo
Lasch a ameaça à democracia já não viria da revolta das massas populares, mas
da ruptura, tão económica quanto cultural e intelectual, entre o povo e as
elites. Beneficiando de um ensino privado melhor que o da maioria (já que o
ensino público se degradava a olhos vistos) e vivendo no centro das cidades, as
elites teriam perdido o contacto com a maioria da população que se mantinha nos
subúrbios mais complicados.
O estudo de Lasch foi repescado
porque muitos vêem nele uma explicação para o fenómeno Trump. Também em França há quem queira seguir o
mesmo caminho. Em Fevereiro deste ano, Jérôme Fourquet, analista político
francês, publicou um pequeno estudo para a Fundação Jean-Jaurès (próxima do
partido socialista) no qual transpôs o entendimento de Lasch para a realidade
francesa. De acordo com Fourquet, a política de mistura social tem recuado
em França nos últimos trinta anos. Tal terá sucedido de forma silenciosa e
progressiva e em diversos sectores da vida quotidiana, como na escola, nos
tempos livres e até nos bairros das cidades francesas. A sua tese é que, sem
que as pessoas se tenham apercebido, se deu uma separação social entre os mais
privilegiados e os menos favorecidos, ao ponto de os primeiros já não
conhecerem os segundos, como se de dois países, duas populações diferentes, se
tratasse. Fourquet chega a analisar vários dados estatísticos para
sustentar a sua conclusão, entre estes até o fim do serviço militar obrigatório
que forçava os membros das classes mais altas a conhecerem e a lidarem com os
cidadãos, como o próprio qualifica, das classes populares.
A tese é tentadora, mas
enganadora. Uma tentativa de recuperar os moldes da revolução marxista, maquilhando
os intervenientes: em vez de ricos contra pobres, temos, cidadãos com um
estilo de vida citadino contra os que vivem no mundo rural e nos subúrbios das
cidades. Cosmopolitas vs. plebe.
A tese cativa se tivermos em conta os
tumultos das últimas semanas em França. Os coletes amarelos, cidadãos
aparentemente sem filiação partidária que protestam contra a carga fiscal, são
contra um presidente jovem, que teve uma educação cuidada, gosta de ler
filosofia (pergunto-me como é que o gosto de Mitterrand pela arte seria
apreciado hoje em dia), que atingiu o topo de uma carreira num grande banco, a
figura típica do homem novo que chegou onde chegou por ter tido acesso a tudo
de bom, lhe terem sido concedidas todas as benesses. Um sortudo que vive em
cima de um tapete vermelho estendido aos seus pés. Ideia
COMENTÁRIOS:
António Hermínio Quadros Silva: Não concordo com a
tese deste senhor, vê-se que ele próprio pertence a essas elites desligadas do
país real. Os novos políticos,
e chamo novos aos políticos que tomaram conta do país desde a revolução que foi
baptizada na altura pela revolução dos cravas, mais não fizeram que criar
cargos que para nada servem, veja-se o aumento significativo dos deputados
depois de o país ter reduzido a um vigésimo (não premiado), dos funcionários públicos,
de fundações e milhares de organismos que nada fazem mas custam caro. Veja-se o
recente exemplo da protecção civil que não protege ninguém e que não existia
antes. É por isso, e o mesmo deve acontecer em França, que os orçamentos do
estado com despesas fixas não têm quase nenhuma flexibilidade. Posso dar um
pequeno exemplo- a CP tinha antes da revolução 4 administradores, depois
dividiram a CP em 16 empresas com 4 administradores cada. Resultado: 64
administradores políticos, claro. Há ainda uma pequena achega: em França e em
Portugal as elites pertencem ao mesmo de sempre, são sempre os mesmos ou das
mesmas familias, e só isso já responde a parte do problema, porque esta gente
vive isolada dos restantes são os brâmanes do regime, a arraia miúda são os
párias do país. Dizia Vilfredo Pareto que num país bem estruturado haveria
circulação de elites, não sendo necessárias revoluções para alterar o stato
quo
L M: Mas se
o Sistema não é sustentável precisa de uma nova ordem. Como é que isso se faz?
E se o sistema está bloqueado legislativamente para reformas, como no caso
Português? PPC tentou e mostrou bem esta evidência.
Marialima: Homem económico por todos os lados ele é
marxistas ou "neo liberais".Parece não haver alternativa; ainda não
perceberam que nem só de pão vive o Homem.
maria perry: Análise
brilhante!... Continuamos a viver episódios do capítulo da história intitulado
"O fim do socialismo". E se utilizarmos um pensamento primário para
simplificarmos a “coisa”, se os estados eliminassem as “offshores”, os paraísos
fiscais e as benesses aos que dominam a economia dos países e promovessem uma
redistribuição justa do esforço e uma solidariedade de estado ajustada a todos
os cidadãos criando mecanismos de controlo na atribuição de subsídios e ajudas
para aqueles que realmente precisam e sistemas de fiscalização sérios no
controlo de pagamento de impostos, com julgamento dos casos de fuga e
atribuição de condenações reais e não, como sempre tem acontecido, deixassem
prescrever os casos dos grandes devedores nem atribuíssem amnistias
consecutivas sempre para beneficiar os que não cumprem, talvez fosse possível
promover um estado mais justo e solidário para todos.
José Ribeiro: E se utilizarmos um pensamento primário para
simplificarmos a “coisa”, se os estados eliminassem as “offshores”, os paraísos
fiscais e as benesses aos que dominam a economia dos países e promovessem uma
redistribuição justa do esforço e uma solidariedade de estado ajustada a todos
os cidadãos criando mecanismos de controlo na atribuição de subsídios e ajudas
para aqueles que realmente precisam e sistemas de fiscalização sérios no
controlo de pagamento de impostos, com julgamento dos casos de fuga e atribuição
de condenações reais e não como sempre tem acontecido, deixarem prescrever os
casos dos grandes devedores ou atribuírem amnistias consecutivas sempre para
beneficiar os que não cumprem talvez fosse possível promover um estado mais
justo e solidário para todos.
Antonio Fonseca > José Ribeiro:"se
os estados eliminassem as “offshores”, os paraísos fiscais e as benesses aos
que dominam a economia": Bem pode
pedir a um tigre para ser vegetariano. São as elites a governar em proveito
próprio.
Mike Az > José Ribeiro
A
maioria dos offshores são estados independentes. Como farias para os eliminar? Uma
guerra? Uma invasão?
III - CHAU MIN – 4
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 17.12.18
THANK YOU, MR. NIXON!
Sim, reconheço que desde a
queda do padrão ouro, todas as moedas são intrinsecamente falsas e a única
verdade que as sustenta é a confiança que as pessoas nelas depositam – fiducia, como diziam os antigos.
Thank you again, Mr. Nixon!
Portanto, todas são falsas mas…
há umas mais falsas que outras.
E se a confiança é o mais
palpável que se encontra à volta duma moeda, reconheçamos que, para
volatilidade, basta. Venha algo mais substancial que fundamente tanta
espiritualidade.
O quê?
Várias coisas, de que destaco:
Política orçamental inclusiva,
não parcial
Emissão monetária controlada,
sem laxismos para cobertura de défices excessivos e descontrolados
Política cambial sem golpes baixos tais como as desvalorizações discretas
Banimento dos artificialismos
na formação dos preços
Com este tipo de «coisas»,
acredito que se possa acreditar na moeda; sem elas, não!
É que, se queremos que a
confiança sustente a moeda, temos de evitar desvirtuamentos por via das
intervenções administrativas.
Em suma, temos que ser
liberais.
Não estou a ver que nada disto aconteça na China nem que lhe seja
possível imitar os EUA quando levaram o Dólar à liderança mundial.
E desde já declaro que não
tenciono aplicar as minhas poupanças em títulos representativos de Yuans. Tenho mais confiança no BCE e no seu DM travestido em Euro do
que na política de emissão americana e muitíssimo mais do que o que nestas
matérias se passe em Pequim.
Enquanto escrevi as linhas que
antecedem, lembrei-me de Varoufakis e do seu livro «O Minotauro
global» onde disserta largamente sobre o tema relativamente aos EUA, donde
resulta a minha convicção de que a China não possui a estrutura política (nem
mental) para conseguir fazer algo semelhante e nem sequer parecido.
Dezembro de 2018
Henrique Salles da Fonseca
Nenhum comentário:
Postar um comentário