sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Leituras de retalho propícias a vidas de remanso


Três crónicas. A de Maria João Avillez, no seu formato de elegância moral e literária, em revisão de experiências e valores, e na coragem com que enfrenta criticamente o mundo de política adversa ao seu sentir pátrio, defendendo uma necessidade de mudança. Espectacular, é o termo que me acode para a definir. A de Vasco M. Barreto, referindo a criação made in China, de um genoma humano, algo que repugna aos sentimentos de uma Ética ancestral inamovível. A de um cronista que apreciávamos, na sua ponderação e que simpaticamente se despede dos seus leitores e dos seus companheiros da engrenagem jornalística - Paulo de Almeida Sand.
I - POLÍTICA
Os votos /premium
Demasiadas perguntas? É verdade, assim estamos. Mas posso resumir: e se existirem mais portugueses do que se pensa que querem mais do que uma selfie. um deficit zero, gato por lebre? Ah, nesse caso…
1. Vai para três anos, a esquerda impingia-nos que Portugal, todo ele, se consumia na tormenta da coligação PSD/CDS, que os portugueses morriam de infelicidade e muitos de fome no país, que Passos era mau de propósito, que Paulo Macedo, hoje um herói porque escolhido pela esquerda, era o algoz do Serviço Nacional de Saúde, que o que era preciso era cantar a Grândola, boicotar qualquer cerimónia pública, enforcar coelhos, insultar, humilhar e desmentir o governo, produzir cirúrgicas falsas notícias, levar a media a enviesar ao máximo a história da bancarrota, omitindo o exclusivo papel do PS na sua ocorrência, a sua exclusiva responsabilidade na vinda da troika e nas negociações do acordo para os empréstimos. Mentia-se. Mentia-se muito, sem folgas. (Embora o embaraço seja a escolha, nunca me ocorrerá melhor exemplo dessas mentiras do que a certeza, atirada em todos os tons para o ar do país da chegada iminente do segundo resgate, lembram-se?) De tal modo isto foi assim que intencionalmente se escondeu o que de verdadeiramente corajoso e excepcional ocorria nos bastidores de Portugal com a maioria dos portugueses chamados a sacrifícios tremendos e pesadas aflições — e quem as nega, nessa altura ou hoje? — e a sua capacidade de lhes fazer face. Foram tempos tristes não só pelo negrume dos dois primeiros anos de governação PSD/CDS, as incógnitas, o sofrimento, o desemprego ao som incessante da toada batoteira do “ah se tivessem votado o PEC IV”… Foram-no também porque dia após dia, telejornal após telejornal, só havia um guião, só uma parte da realidade era exibida, nenhuma melhor notícia ou sequer menos má era bem veiculada — quando os juros na compra de dívida nos eram simpáticos, quando o desemprego começou a baixar, quando se dispensou a última tranche do empréstimo, quando “afinal” não veio o segundo resgate e por aí fora. Era quase como se nada se tivesse passado: o que ia acontecendo, não acontecia.
2. Mas aconteceu. Esta gente impiedosa, “neoliberal”, lacaia de Merkel (hoje outra heroína), essa gente da “direita” (isto é, sem licença de porte de voz, nem direito de cidade), ganhou as eleições. Outra vez. Quem diria? Mas estamos lembrados. Além de ganhar também amealhara algum dinheiro, mais tarde logo transformado em confortáveis, suaves, delicadas “almofadas” financeiras, para as reversões e tutti quanti.
Quem diria, sim? Ninguém. Basta lembrar o tom sarcástico, os comentários políticos, a pressa, as certezas (outra vez elas) da derrota e o consequente fim da AD. Os votos desmentiram as certezas, por isso teve de ser à força, um pontapé para fora da área, com expediente parlamentar, “atempadamente” conversado (a campanha eleitoral mostrara — oh surpresa — que o anúncio da morte da AD fora talvez exagerado…). Depois vieram as selfies, a infantilização do povo, um apego ao governo quantas vezes desnecessariamente exibido, o papão da “instabilidade” (como se alguém no seu juízo a desejasse), uma insustentável leveza em quase tudo, usados como métodos políticos. Saudados aliás como oportunos e quem sabe se até criteriosos, por portugueses facilmente (pelos vistos) anestesiáveis. Ainda hoje pasmo perante gente que considero boa da cabeça quando a ouço continuar a louvar a “descrispação” de Portugal” e o “povo andar tão contente com a proximidade presidencial” (sic). O meu ponto porém é que espantosamente a ninguém tenha ocorrido que é tempo demais para que o “discrispar” se mantenha uma prioridade essencial da nossa vida colectiva (mobilizar pelo mimo?). Ou que a parte ficcional da governação que nos é vendida pela geringonça não exija outro e mais duro combate do que a passividade estéril e meia apatetada a que assisto com pena. Mas parece que não. De Belém ao país que nos é mostrado nos écrans, passando pelas falhadas ou modestas direitas, vai-se vivendo. E agora com iluminações, que chegou não o Messias mas o consumismo.
Fui percebendo que muita coisa estava perdida — como de certo modo continuo a achar – no sentido em que um país que se preza e respeita é muito mais exigente que tudo isto e requer muito mais que isto. Mais que uma selfie, um deficit zero, gato por lebre.
Por isso me lembrei daqueles votos na AD, resolutos e teimosos que ficaram como exemplos da vontade na política. Estão guardados nas memórias que pode não ser mau sítio para armazenar esta história e o que o futuro vier a fazer a dela.
3. Sendo hoje as coisas diferentes e as comparações desaconselháveis, podemos ainda assim permitir-nos algumas perguntas: e se por de baixo do país feliz de Costa&Centeno houver outro, silencioso e patriótico, que não esqueceu? Os mortos (em quantos já vamos neste consulado?), as catástrofes repetidas, as irresponsabilidades reeditadas? A insuportabilidade da arrogância socialista? A marginalização de tudo o que não caiba no perímetro ideológico-cultural da esquerda com a recusa de qualquer debate/combate cultural sério em vez da fulanização insultuosa? O tráfego geringoncional que permitiu legislação aprovada com igual velocidade e irresponsabilidade em temas ditos “fracturantes” e nunca civilizacionais? O apodrecimento dos serviços públicos em nome do devorador apetite das cativações para marcar o ponto em Bruxelas?
E ainda: e se houver gente, muita gente, enojada com o escândalo nacional de Tancos, as batotas na Justiça, a insistência em lugares de responsabilidade pública dos Tomás Correias deste sítio? Se existir um país exausto com o (real) empobrecimento da classe média, a vertiginosa galopada fiscal, a impossibilidade (real) de um melhor amanhã? Uma pátria cansada de trepar o muro que divide o “melhor destino” dos prémios de Turismo daquele que não sairá da cepa torta, apesar do seu mérito, currículo e (legitimíssimas) ambições ?
Demasiadas perguntas? É verdade, assim estamos. Mas posso resumir (e repetir-me): e se existirem mais portugueses do que se pensa que querem mais que uma selfie. um deficit zero, gato por lebre? Ah, nesse caso…
4. Assim avulso foi o que me ocorreu e não disse mentira nenhuma. Sugeri a possibilidade de existirem dois países, como já há duas Europas (e a partir de Maio de 2019, pode até haver só uma). Dirão que exagero, não é essa a questão, mesmo que exagere. É mais espinhosa: quem representa os que não se revêem na pátria rosada e leve de Marcelo/Costa e a querem substituir por outra? Face a tamanho desnível entre a “condição — de – sem- abrigo-eleitoral” e “alguma coisa” que ocupe politicamente o descontentamento e o cansaço, a pergunta impõe-se.
O PSD – tão desejeitado, tão ao lado de tudo — não será certamente. (Não descartaria aliás a hipótese de ir começando a ponderar um funeral de Estado, um partido antigo e tão imprescindível a Portugal como este já foi, merecerá honrarias no seu adeus). O CDS também não, por outras razões, mas dá que pensar que à vista desarmada não consiga arregimentar uma soma considerável de descontentes, desistentes ou mesmo desertores do PSD. E a Aliança contém em si mesma o gérmen da contradição: Pedro Santana Lopes que é a sua vantagem óbvia, pode ser a sua óbvia desvantagem (mas honra lhe seja, desinstalou-se).
E então? Então algo ocorrerá no palco político, alguém surgirá em cena, não sei quem, quando, nem como, sei que nunca se viu a política, com o seu horror (e inaptidão) ao vazio, “comportar-se” como se não o tivesse.
5. Não. Não vou desaguar em Bolsonaros, não é deles que se trata. Os Bolsonaros agitados a torto e a direito, só servem para gritar ao populismo inventando suspeitas e acusações para quem se deixe intimidar e manipular por elas. E quanto ao populismo já estamos servidos, ele é copiosamente distribuído entre nós, de manhã à noite. O que me parece numa palavra é que é chegado o tempo, de uma vez por todas, de alguma seriedade – mais lúcida, mais forte, mais amadurecida, mais exigente — no debate político. Sinto-me pessoalmente insultada de cada vez que me tentam impingir os fantasmas da “extrema direita”, sempre que o cansaço e o descontentamento se transformam numa recusa pura e dura. Uns serão, é um facto, outros de todo, é outro facto. Devido ao tal comodismo muito suspeito (que no fundo mal esconde vastos receios), mete-se tudo no mesmo saco, acusando, deturpando, mentindo, mas sempre muito rascamente, faz aflição. Convinha que alguém explicasse como tudo isto é torpe. A explicação seria aliás um dois-em-um. Mostrava gente menos pronta a comer o que à força lhe servem, impondo um basta à manipulação da geringonça por tudo o que saia fora do seu reduto; distinguia entre os sempre caricaturalmente evocados Bolsonaros e aquilo que um dia poderá ocorrer em Portugal: a chegada política mas cultural e civilizacional antes do mais, de uma direita digna do seu peso, do seu nome, do seu significado político.
Não, não acrescentarei “democrática”. Não tenho idade, nem preciso.
II - OPINIÃO
A humanidade made in China
PÚBLICO, 13/12/18
He Jiankui, que anunciou ter sido o primeiro a editar o genoma de pelo menos duas bebés, foi descrito como o “Frankenstein chinês”. É uma alcunha desajustada, pois a personagem de Victor Frankenstein reanimou uma quimera feita de partes de cadáveres, um feito tecnológico extraordinário (embora fictício). Não se sabendo ainda os detalhes do feito de He Jiankui, quem o ouviu suspeita de que ele foi mais ousado do que genial, tendo até sido algo amador: amador na imprudência de utilizar em embriões humanos viáveis uma técnica potencialmente perigosa, amador na decisão desnecessária de editar um gene que confere resistência ao HIV mas aumenta a vulnerabilidade a um outro tipo de vírus, e amador na execução, pois a edição não terá sido 100% bem-sucedida. É também uma alcunha infeliz, pois Frankenstein criou um monstro que o infernizou e He Jiankui apenas editou o genoma de bebés que – com alguma sorte – crescerão saudáveis e protegidas da exposição pública, nunca se revoltando contra o criador. É, por fim, uma má escolha, pois a referência cultural que lhe assenta bem é o pirómano grego Heróstrato, que em 356 A.C. terá destruído o templo de Artemis com um único objectivo: ser lembrado para sempre.Não sabemos se o Heróstrato chinês terá o sucesso do seu predecessor grego, dada a eficiência com que as ditaduras apagam os cidadãos incómodos de fotografias. Cientistas de todo o mundo, diversas associações de cientistas chineses e as autoridades chinesas coincidiram na condenação pública de He Jiankui, mas por motivos diferentes. Nas sociedades ocidentais desenvolvidas, a menos que o objectivo seja prevenir ou eliminar uma doença, a selecção ou manipulação do genoma de embriões humanos suscita desconfiança e até horror. Ao receio do risco médico junta-se a oposição ética à ingerência do homem na natureza (ou num pelouro que pertencerá a Deus) e a preocupação política quanto à possibilidade de o acesso privilegiado das elites a esta tecnologia exacerbar as desigualdades sociais, reforçando-lhes o cunho biológico.Na China estas preocupações pouco valem e a aposta na medicina reprodutiva e na genética tem sido galopante. Daí que o desconforto dos dirigentes chineses quanto ao feito de He Jiankui se deva menos ao desrespeito pelos direitos humanos e mais ao vexame de se verem ultrapassados por um cidadão que, fintando as vagas restrições existentes, lhes manchou a imagem de eficiência totalitária, roubando-lhes ainda a glória de anunciar ao mundo um feito histórico. Porque não sobram grandes dúvidas de que o primeiro país que porá em marcha um programa de edição do genoma humano será a China.É bem conhecida a vocação da China para a “biopolítica”, isto é, o controlo da vida dos seus cidadãos, da gestão da saúde e higiene à sexualidade e natalidade, sobretudo desde a imposição da política do filho único, que vigorou (com ajustamentos) entre 1979 e 2015, com consequências dramáticas, nomeadamente o aumento do aborto e infanticídio de fetos e bebés do sexo feminino. Também impensável nas sociedades abertas ocidentais seria a lei eugenista de 1994, que dificultou o casamento e a reprodução aos chineses doentes.Hoje, o diagnóstico genético pré-implantação cresce cinco vezes mais depressa na China do que nos EUA. É chinesa uma das maiores empresas do mudo de genómica e chinês um ambicioso projecto de sequenciamento do genoma de pessoas dotadas de grande inteligência. A China é o único país a rivalizar com os EUA no número de publicações científicas envolvendo a revolucionária técnica de edição do genoma CRISPR, que He Jiankui utilizou e tanta esperança e temor tem suscitado, assim como o primeiro a usar esta técnica para tratar doentes de cancro e a ter (em 2015) editado embriões humanos (inviáveis) com financiamento estatal.O cidadão He Jiankui demonstrou como têm sido ineficazes os sucessivos apelos dos mais prestigiados cientistas para que não se use ainda a tecnologia CRISPR em embriões humanos, bem como a inutilidade à escala global das restrições que vão vigorando em diferentes países. Mas será a determinação do regime autocrático chinês em conseguir o melhoramento genético das suas populações que colocará uma pressão crescente nas sociedades abertas ocidentais e testará até onde estamos dispostos a ir na recusa do eugenismo e na defesa da equidade no acesso a esta tecnologia.
III - CRÓNICA
Despedida /premium

Despeço-me hoje dos meus leitores do Observador.
Foi um gosto ter escrito neste jornal durante 4 anos e meio, desde o artigo do 1º dia – o meu primeiro no primeiro dia do jornal, a 21 de Maio de 2014 –, até este curto texto de despedida.
Conheci a ambição, alegrei-me com o crescimento, rejubilei com o sucesso. E escrevi, em total liberdade, sobre os mais variados assuntos.
Assisti com perplexidade à controvérsia sobre a suposta radicalidade do Observador, que seria uma espécie de centro de comando da direita radical. Em relação a isso, o artigo do João Marques de Almeida resume, com algumas diferenças, aquilo que sobre o assunto penso – nunca fui incomodado por ninguém, em 4 anos e meio, por causa dos meus escritos, alguns dificilmente compatíveis com essa visão conspirativa e disparatada. Há e houve sempre aqui opiniões de toda a natureza, das mais à direita às de esquerda, do conservadorismo clássico ao liberalismo de direita e até ao de esquerda, sócio-cultural.
Quantos artigos escrevi? Não os contei, mas seguramente mais de 230, sobre os mais variados temas. É-me difícil identificar os mais relevantes, isso deve caber aos leitores.
Dos temas, insisti obviamente na Europa e no seu processo de integração, uma das causas da minha vida, em tópicos internacionais, como o terrorismo e os populismos, nas questões do “on-line”, ficando por tratar a discussão já tão pública da proposta europeia de directiva sobre os direitos de autor na Internet ou o desfecho do Brexit.
Dos artigos, refiro alguns, que muito gostei de escrever: Portugal populista, sobre o que significa essa palavra tão usada e abusada – “populismo”; Traição à pátria, relativa a um dos grandes flagelos das sociedades ocidentais (ou das humanas), a corrupção; A morte do bom senso, em que defendo as opções baseadas no discernimento e no bom senso, o que talvez faça de mim um chato, e se assim for que seja; Azar, a propósito da braseira de horror do verão de 2017; a Peste grisalha e os Invisíveis, temas sociais que estiveram menos presentes nas minhas crónicas do que gostaria, e que são centrais – são a vida, somos nós, as nossas irremediáveis fraquezas e a esperança que as consola (ou não).
Enfim, centenas de outros artigos que tornam inútil a escolha dos que acima referi: desisto.
Permitam-me agradecer. Em primeiro lugar, grato ao David Dinis e ao Diogo Queiroz de Andrade, que me convidaram, ao José Manuel Fernandes, que me publicou, ao Miguel Pinheiro, que me aceitou. Grato à Marta Leite Ferreira e à Filomena Martins, que aturaram dezenas de envios tardios e asseguraram sempre a publicação atempada e eficiente.
Saúdo os meus colegas colunistas, com especial destaque, pela simpatia e amizade, pelo Alexandre Homem Cristo, o André Azevedo Alves, a Helena Garrido, o João Carlos Espada, o João Marques de Almeida, o José Milhazes, o Luís Conraria, o Manuel Villaverde Cabral, a Maria de Fátima Bonifácio, o Paulo Trigo Pereira. Sem esquecer os outros, que não tenho o gosto de conhecer senão pela escrita, e é quase sempre notável. Uma saudação especial ao José Manuel Fernandes, com quem há mais de 30 anos me cruzo e recruzo e que admiro pela inteligência e pela escrita límpida e certeira; e ao Rui Ramos, companheiro de outras lides, um grande historiador, que pensa bem e escreve melhor.
Finalmente, aos leitores, a todos, mesmo àqueles com quem troquei palavras menos simpáticas no diálogo que tentei manter, sempre que pude, na caixa de comentários ou por e-mail: muito obrigado. Foram a razão de ser deste esforço semanal de colocar em palavras ideias que, por vezes recebidas com desconfiança ou rejeição, nunca foram guiadas por agendas ou propósitos inconfessáveis. Tentei ser honesto intelectualmente, objectivo e fiel à verdade.
Se decidi terminar aqui esta relação, por agora (pois nunca digo nunca a nada, isso a vida me ensinou), foi com a sensação do dever cumprido e de ter podido estabelecer com todos os leitores uma conversa aberta e franca.
Bem hajam por isso. A melhor das sortes ao Observador, que a merece.

António Sousa Branco: Espero, que mais uma vez, sirvas os teus convictos desígnios europeístas. É, cada vez, mais indispensável gente como tu, que acredita que não há alternativas "airosas" para a Europa, fora da U.E, com as mudanças, que esta,  necessariamente, tem de encontrar. Há cerca de dois meses, estive na praia de Dunquerque, numa tarde espectacular de outono e é difícil, para não dizer impossível, imaginar que aquele imenso areal, na altura vazio, há 74 anos foi o local, onde cerca de meio milhão de soldados aliados, se viu encurralado pela tirania que dominava a Europa. Como tu e eu acreditamos, o Projecto Europeu tem sido um forte, para não dizer o principal, contributo para que não tenha havido mais Dunquerques. Desejo-te as maiores felicidades nesse teu novo desafio. 

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