Mais uma lição a fixar:
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 16.12.18
TEMPOS TRAVESSOS
Humanismo chinês… o que é isso?
É sabido que já os chineses andavam vestidos de seda e bebiam chá
com aromas diversos quando ainda nós na Europa andávamos mal cobertos com peles
de animais mortos à paulada e bebíamos… mais vale não investigar.
Todos conhecemos Confúcio, Mêncio e muitos outros que da lei da
morte se foram libertando mas basta sabermos que o taoismo enfatiza o
anarquismo defendendo essencialmente a ideia de que não precisamos de nenhuma
orientação centralizada para compreendermos como a revolução comunista provocou
uma solução de continuidade civilizacional muito maior do que nos poderia
passar pela imaginação não avisada. E por causa dessa tradição fundadora foram
assassinados alguns milhões de civilizados, taoistas e confucionistas, que
desagradavam a Mao Tsé Tung e aos seus guardas vermelhos.
A questão que hoje trago é: qual o conceito que os dirigentes chineses
nossos contemporâneos fazem de humanismo quando eles próprios são os sucessores
dos sobreviventes das purgas de Mao?
Não vale a pena especularmos sobre as consequências da ruptura
provocada por Mao na civilização chinesa, basta constatarmos a realidade actual
que transpira cá para fora do «Império do Meio», obra dos «netos da revolução»:
Multidões de presos políticos submetidos a
trabalhos forçados
Pena de morte por «dá cá aquela palha»
Inexistência de liberdade de opinião
Movimentação condicionada
Inexistência de liberdade de estabelecimento
Conclusão: niilismo humanista e, sim,
continuam por lá os tempos travessos.
E em resultado do trabalho escravo - todo o prisional e mais aquele
ferrenhamente controlado pelos «sindicatos» governamentais – que produtos vêm cá para fora
concorrer com os homólogos produzidos por quem tem direitos humanos?
Humanismo chinês… não há!
Dezembro de 2018
Dois
Comentários
Anónimo, 16.12.2018: Não NADA que
possa ser feito. O PODER altera as consciências. Corrompe-as, por isso, os que
chegam lá ao alto, são todos iguais: comunistas, fingidistas, democratiquistas,
e... et
Anónimo, 16.12.2018: Quanto ao que
se passa na China, terás parcialmente razão, não é país onde gostasse de viver,
embora me pareça que o/s condicionamento/s de hoje não têm nada a ver com o/s
do tempo de Mao. Já quanto ao facto de os horrorosos produtos chineses se
atreverem a concorrer com os "homólogos produzidos por quem tem direitos
humanos", calculo que estejas a referir-te à civilizadíssima mercadoria
com etiqueta "ocidental" (que concorre com a chinesa nos mercados
mundiais), produzida em condições laborais fabulosas, com um não menos fabuloso
respeito pelos direitos humanos, em países como o Vietname, Bangladesh,
Paquistão, Tunísia, Marrocos e mais alguns felizardos, denodada e alegremente
enquadrados e defendidos por organizações, sindicais e outras, que lhes
conseguem gordíssimas remunerações e condições de vida absolutamente
invejáveis.
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