segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Afinal


Já então a população emigrava, fugindo de qualquer coisa – fosse ele frio, fogo,  ferro, fome... E a fúria a formatar as feridas da nossa forma de feitura – de vivência, afinal (os vv sendo de idêntica postura lábio-dental dos ff, conquanto mais sonora) – vozeada, como se lhe chama também, ou, pelo menos, já chamou, muito depois desses percalços climáticos escandalosos, só que sem sacos de plástico da chacina piscícola de hoje.

Amostras recolhidas em Portugal mostram que grande inverno de quatro mil anos provocou morte dos primeiros habitantes da Europa

Novo estudo sugere que um arrefecimento extremo foi responsável pela depopulação da Europa há 1,12 milhões de anos. Análise foi feita com amostras colhidas na costa portuguesa.

RITA CIPRIANO: Texto

OBSERVADOR, 10 ago. 2023, 20:47 26 

Os hominídeos terão sido incapazes de se adaptar às mudanças climáticas, acabando por morrer

RENAUD MEYER / UNDP NEPAL / HAND/EPA

Um grande inverno, que durou cerca de quatro mil anos, foi responsável pelo desaparecimento dos primeiros habitantes do sudeste da Europa, há 1,12 milhões de anos.

Um novo estudo, divulgado esta quinta-feira na revista Science, sugere que, ao contrário do que se considerava, não houve uma ocupação em permanência na Europa durante o período do Pleistoceno. O clima era também mais irregular do que se pensava, com estações quentes e húmidas intercaladas com períodos de frio moderado.

A descoberta de um evento de arrefecimento glacial extremo há cerca de 1,1 milhões de anos desafia a ideia de uma ocupação humana precoce e contínua na Europa. É um daqueles momentos na ciência em que se descobre o inesperado e isso é emocionante”, disse Chronis Tzedakis, um dos autores do estudo, que envolveu também cientistas espanhóis, de acordo com o El Español.

Para nossa surpresa, esse arrefecimento é comparável a alguns eventos mais severos das eras glaciares recentes”, acrescentou outro cientista, Vasiliki Margari, também do Centro de Investigação de Alterações Climáticas do Departamento de Geografia da University College London.

As amostras de sedimentos, colhidos na costa portuguesa, mostram que a temperatura da água do mar desceu 6.º na zona de Lisboa, provocando mudanças drásticas na vegetação que dificultariam a sobrevivência dos caçadores-recolectores na zona.

“Um arrefecimento desta magnitude terá colocado os pequenos grupos de caçadores-recolectores [na região] sob um stress considerável, especialmente porque os primeiros [destes hominídeos] podiam não ter condições para se adaptar, como gordura corporal suficiente, meios para fazer fogo roupas ou abrigos eficazes”, afirmou Nick Ashton, do Departamento de Pré-História do British Museum, também citado pelo El Español.

Além de sugerirem que a população europeia pode ter desaparecido no Pleistoceno, as conclusões dos investigações indicam que é muito provável que “a Europa possa ter sido colonizada novamente há 900 mil anos”, indicou Chris Stringer, do Museu de História Natural, em Londres, por hominídeos mais resilientes e capazes, que sofreram mudanças evolutivas ou que desenvolveram ferramentas que lhes permitiram sobreviver num clima mais frio.

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COMENTÁRIOS (de 26):

José Vaz: Porque não tiveram a Greta def nem o Guterres com água até aos joelhos para os avisar            AAMTL Sociedade Na altura só não havia quem cobrasse taxas e impostos por causa do carbono! Alterações climáticas sempre houve e sem interferência humana! Agora só arranjaram forma de nos amedrontar e sacar dinheiro com o “fim do mundo”!            mais um: As alterações climáticas já faziam das suas eheheh        Filipe Costa: A natureza reage, não tem pensamento, mas reage e sempre correctamente. Alguém alguma vez pensou que o problema das alterações climáticas é dos 8 mil milhões de humanos? Pois, é tabu.             A Toupeira: Resiliente é uma palavra que deriva de resiliens usado na física em relação a materais que se deformam após uma acção, voltando ao estado inicial, resistir do latim, ou resistente será o termo, resilir é anular ou desfazer, mas tornou-se um hábito o uso deste termo, apenas uma sugestão sem ofensa e posso estar errado. Sobre o artigo é interessante, prova que 100 anos chegam não chegam, serve às ONGs que propósito não mostram as contas e de quem recebem. Para se usar o termo de aquecimento para ebulição que Guterres usou, puro terrorismo a favor do extremismo ambientalista e a favor de grandes interesses, o homem tem o cérebro queimadinho é muito flexível, como ou o ouro ou o estanho, não resiliente sem dúvida às pressões, dobra-se todo e anda curvado perante os patrões do EWF ou da RPC.                Rui Machado > Lúcio Monteiro: É mais ou menos como há 1.2 milhões de anos. Não ligaram ao arrefecimento global e pagaram o preço.              Ana Maia: Terão sido as alterações climáticas? Uma espécie de arrefecimento global só que sem jornalixo a relatar.             bernardino o camarada > Lúcio Monteiro: "espera-se que da Evolução emerja uma nova espécie humana, mas dessa vez, com os parafusos todos no sítio." Uma espécie sem Lúcios.              José Paulo C Castro: Falar em hominídeos semelhantes a nós há 1,12 milhões de anos é... enfim...Tudo se faz por um título que atraia clicks       JOSÉ MANUEL: os automóveis diesel sempre foram um problema...curiosamente os barcos parece que nem tanto, os iates de luxo até consomem gasóleo quase sem imposto...       Lúcio Monteiro: Se não for estancado, e quanto antes, o actual problema do aquecimento global, desta vez, não serão apenas os europeus a serem mortos. Seremos todos mortos. Só que, desta vez, não vai ser pelo frio, mas sim pelo calor extremo e letal, que já se vai fazendo sentir. Nós, os humanos, somos a espécie mais estúpida existente no planeta, porque em vez de interagirmos com a Terra como se se tratasse de ser o único planeta habitável em todo o Universo, tratamo-la como se fôssemos uns irresponsáveis predadores. E o resultado está aí: a Terra está agonizante, dando já sinais claros de estar a emitir os seus últimos estertores. Quando a nossa espécie for extinta – já não se trata de se saber se será extinta, mas sim, de quando será extinta – espera-se que da Evolução emerja uma nova espécie humana, mas dessa vez, com os parafusos todos no sítio. A actual espécie humana é um fracasso total, um autêntico aborto evolutivo. E como tal, só resta um caminho: ser descartada pelo planeta que os humanos praticamente destruíram e tornaram inabitável.

 

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