quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Oh! Os calhaus!


Servem de tema, para uma história trágico-cómica sobre alguma da Humanidade actual… Vivemos, de facto, em insatisfação permanente, e aproveitamos para moralizar, que gostamos de dar o nosso parecer, provavelmente soltando, em simultâneo, umas fumaças do nosso próprio prazer, sem pensarmos, de cigarro em punho, nessa coisa do clima e da poluição, assumindo o nosso contributo para esta, ingratos para com as vantagens que o progresso nos vai ofertando, naturalmente poluindo, mas aliviando, com algum sacrifício e mais descobertas que minimizam a nossa participação na despoluição … Um texto cómico de José Diogo Quintela, pretexto para a comicidade de alguns comentadores, a respeito da severidade dos anti qualquer coisa que lhes realce o perfil…

No paleolítico é que se estava bem

Os nossos antepassados viviam como os paleoliticamente correctos activistas climáticos querem que nós agora vivamos, mas nem isso os safou do clima.

JOSÉ DIOGO QUINTELA Colunista do Observador

OBSERVADOR, 15 ago. 2023, 00:1936

Desde miúdo que passo as minhas férias nas praias do Oeste. Daí que seja com grande cepticismo que partilho com o leitor uma notícia que passou despercebida: “Amostras recolhidas em Portugal mostram que grande inverno de quatro mil anos provocou morte dos primeiros habitantes da Europa”. O cepticismo deve-se aos cientistas afirmarem que, há cerca de 1,1 milhões de anos, houve um súbito arrefecimento de tal ordem que até a temperatura da água do mar desceu 6°C. Ora, ainda ontem tomei banho na Ericeira e não me parece que seja possível a água ser mais fria sem que se dê a sua congelação. É sabido que quem se banha nestes mares fica com pele de galinha tão áspera que se consegue lixar uma peça de carpintaria esfregando-a no braço. Aliás, estou convencido que o sismo registado ontem em Peniche foi causado por uma família de turistas ingleses a tremerem depois de uns mergulhos. É este tipo de declarações improváveis que retiram credibilidade à ciência.

Além desta afirmação duvidosa, o estudo revela ainda várias lacunas. Por exemplo, sabemos que a temperatura arrefeceu de tal modo que as condições de vida se tornaram tão pouco propícias que o homem poderá ter desaparecido do sudoeste europeu durante 200 mil anos. Isso é giro, e tal. Mas os investigadores não nos dizem nada sobre as reacções desses humanos quando começaram a ver o tempo a mudar.

Tenho curiosidade em saber quem é que estes primeiros hominídeos culparam por estar a ficar frio? Algum magnata açambarcador com 7 ou 8 machados de pedra lascada, se calhar. Outra: uma vez que não existia ainda religião organizada como o cristianismo, o islamismo ou o alarmismo climático, que Ser Supremo é que teve de ser aplacado e com que sacrifício específico? A descarbonização não foi de certeza, que primeiro seria preciso carbonizar e isso ainda estava a muitos milénios de acontecer. Também gostava de saber qual o comportamento que esta sociedade julgou ter impacto suficiente para provocar a alteração do clima? Aposto que acharam que era a mania de tirar pedras dos leitos dos rios que fez a água arrefecer, pois a pedra, quando está ao sol, fica quente. Por último, uma vez que não havia viagens aéreas, contra que tecnologia do paleolítico é que adolescentes histéricos se insurgiam? Just stop sílex?

O estudo não é completamente inútil, porém. Dá-nos novidades importantes. Ao que parece, é possível que o clima mude devido a variações naturais, sem que ao mesmo tempo se desenvolva qualquer tipo de actividade industrial humana. O que levanta a questão: quão preguiçosa é a Natureza que a partir de 1850 decidiu deixar de controlar o clima? Fazia-o ininterruptamente desde há 4,5 mil milhões de anos, no último século e meio meteu baixa e delegou-nos a tarefa. E, já agora, como é que a Natureza conseguia mexer no clima sem uma fábrica que fosse para emitir CO2?

Também ficamos a saber que enfrentar clima adverso quando se é um selvagem sem recurso a electricidade, gasolina, cimento, plástico e outras modernices é uma grande maçada.

O que quer dizer que, para um problema que a natureza nos apresenta amiúde, queremos abdicar voluntariamente das ferramentas que ajudariam a ultrapassar as más condições climatéricas. Mas o pior é que nem isso garante a sobrevivência. Repare-se: “Um arrefecimento desta magnitude terá colocado os pequenos grupos de caçadores-recolectores [na região] sob um stress considerável, especialmente porque os primeiros [destes hominídeos] podiam não ter condições para se adaptar, como gordura corporal suficiente, meios para fazer fogo roupas ou abrigos eficazes”, afirmou Nick Ashton, do Departamento de Pré-História do British Museum“.

Estes primeiros habitantes da Europa desapareceram porque não tinham acesso a uma tenda, um anoraque, um campingaz e uma tablete de chocolate, tudo coisas que se arranjam na Decathlon por menos de 100 euros. Ou seja, os nossos antepassados viviam como os paleoliticamente correctos activistas climáticos querem que nós agora vivamos, mas nem isso os safou do clima. Faz sentido que o regresso à Idade da Pedra seja defendido pelos calhaus.

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS   CLIMA   AMBIENTE    CIÊNCIA

COMENTÁRIOS (de 36):

Alexandre Barreira: Pois. Caro Quintela, É isso mesmo. Anda tudo apanhado....do clima....!         Joao Cadete: Texto é divertido mas é pena ler e ouvir pessoas a negar o óbvio... Alterações climáticas são reais. Existem depois os fanáticos do clima que merecem ser combatidos.               Corra Tec > Joao Cadete: Eu creio que ninguém com um mínimo de conhecimento possa negar a existência de "alterações climáticas"! Aliás, o que gostaria que o Sr. Guterres demonstrasse é o momento nestes últimos 4 mil milhões de anos (mais coisa menos coisa) em que o clima foi constante... E já agora qual foi o clima perfeito... Qual é o clima aprovado pela ONU...

Maria Paula Silva:  ohpa....Just stop sílex? 😂😂😂😂😂 ohpa......."Estes primeiros habitantes da Europa desapareceram porque não tinham acesso a uma tenda, um anoraque, um campingaz e uma tablete de chocolate, tudo coisas que se arranjam na Decathlon por menos de 100 euros." 😂😂😂😂😂 lá vou eu dormir super bem disposta outra vez!!!!! Obrigada JDQ Não conheço ninguém que escreva tão bem e com tanta graça.             Rui Lima: Todas as notícias que contrariem a ideologia climática de hoje, em que é o homem que desorganiza o clima e tem de ser o mundo ocidental a fazer o sacrifício - o que já está a fazer com a destruição da sua indústria automóvel - não tem divulgação. Um estudo recente sobre a Gronelândia também ficou no escuro das notícias, sempre houve alterações climáticas na terra e é isso que eles querem esconder dos crentes e não crentes. Outra notícia que não teve destaque, há no mundo 3 000000000000 ( 12 zeros ) de arvores com 400000000000 o problema estaria resolvido e há muito espaço para o fazer. Outra noticia recente mas não é do agrado dos verdes. “…. ª Ambos os projectos, localizados no Texas e na Louisiana, são os primeiros nesta escala nos EUA. O seu objectivo é eliminar cada um um milhão de toneladas de CO2 por ano -- um total equivalente às emissões anuais de 445.000 carros. A capacidade de cada projeto será 250 vezes mais CO2 do que o maior local de captação atualmente em operação, afirmou o departamento dos EUA.” João Floriano: Pois eu até acredito convictamente que o problema das alterações climáticas já se arrasta desde o paleolítico. Desconfio do efeito das fumaradas das fogueiras dentro das cavernas. Devia ser pior do que a vizinha do 3ºfrente a assar sardinhas e pimentos na varanda do apartamento e o cheiro e o fumo a entrar para a casa do vizinho do lado. E que dizer sobre o excesso de consumo de carne vermelha? Os nossos antepassados europeus caçavam mamutes, até à extinção da espécie. Foi no paleolítico que surgiram os primeiros partidos verdes como agora o PAN. E já nessa altura, a antepassada de Inês Real, alertava para a necessidade de proteger os mamutes. Mas por outro lado havia outro partido que dizia que cada vez que um mamute se esbufava, o sol ficava tapado por uma névoa durante 3 dias. Diziam também que o melhor era acabar com os mamutes. Também nos ficaram coisas importantíssimas desses tempos dos primeiros europeus. Veja-se o caso dos grafitti. Então as imagens das mãos nas paredes das cavernas não são exemplos de grafittis? Verdade que não havia cá feminismos. O machista puxava a companheira à força para dentro da caverna arrastando-a pelos cabelos e também não havia as modernices e esquisitices de blocos de partos. Os cachopos nasciam junto á fogueira tribal. Era só abrir a perna e «pop» lá vinha mais um europeu tipo rolha de garrafa de espumante. Hoje não estamos muito distantes disso. Só foi pena naquele tempo não haver redes sociais ou televisão porque os primeiros europeus não puderam ouvir as estórias da carochinha dos Guterres e das Gretas paleolíticos. Sempre desenjoava das mesmas mentiras contadas noite após noite à volta do fogo porque como todos sabemos não há maiores mentirosos do que os caçadores e os pescadores. E agora lembrei-me: alguém sabe se os nossos políticos caçam ou pescam para além dos nossos votos?                     Maria Tubucci: Bem, como isto é um artigo de gozo e não um artigo científico, pois as alterações climáticas são intrínsecas do planeta. Percebem? Vou avacalhar. No paleolítico é que se estava bem, diz o JDQ, é verdade, podiam usar os combustíveis fósseis sem serem insultados. Durante o inverno permanente que os assolou, os hominídeos protegeram-se do frio refugiando-se nas cavernas. Que exploravam. Nessas explorações, acidentalmente, um deles deixou cair o seu “archote” numa poça de líquido escuro e pastoso, que imediatamente começou a arder e a irradiar calor. Pumba! Descobriram um combustível fóssil. Outro grupo, mais à frente, sentou-se a descansar e encostou os archotes a uma parede sólida e escura, observaram que esta começava a arder. Pumba! Outro combustível fóssil foi descoberto. Provavelmente foram salvos por estas descobertas. Eram espertos, aprenderam que batendo 2 calhaus nas proximidades destes materiais obtinham calor. Actualmente, regredimos, quando se juntam ½ dúzia de calhaus com 2 olhos a gritarem que as alterações climáticas são devidas ao hominídeo branco e ocidental, só se obtém lixo, tanto material como imaterial. Dá vontade de os colocar numa caverna sem qualquer utensílio nem material, que seja feito de moléculas provenientes de combustíveis fósseis para ver se descobrem a sua humanidade.              Amigo do Camolas: Pode-se brincar com os czares climáticos mas é sempre bom lembrar que se Guterres ou Barroso ou todos os czares climáticos do mundo embarcam em jactos que emitem mais do que todos os carros que você já teve na sua vida quando voam para Conferências do Clima da ONU, isso não é negar a ciência isso é só uma forma de mostrar que são pessoas bem intencionadas e que não interessa o que eles fazem mas sim o que eles dizem.            Miguel Seabra: Mas na Ericeira apesar da água gelada ainda ficou um hominídeo que resiste a tudo….talvez porque tem um amigo super generoso e uma mãe com um cofre cheio de fotocópias….                       José Paulo C Castro: Eu estou um pouco irritado com a divulgação da notícia de que os primeiros europeus chegaram há 1,12 milhões de anos. Nessa altura, nem da nossa espécie eram. Não se sabe sequer se eram da espécie de que descendemos evolutivamente ou apenas outra, que não se adaptou. Mas chamam-lhe europeus, como se fossem dos nossos, para tentar introduzir o tema das alterações climáticas, num registo do tipo "estão a ver o que aconteceu àqueles?" Simplesmente, é óbvio que quem cometeu a calinada de chamar europeus, da nossa espécie a hominídeos de há 1,12 milhões de anos não entende o bastante de ciência para nos vir explicar o resto. Depois disto, quer mesmo que acreditemos que leu e compreendeu os dados do estudo sobre as alterações climáticas ? Usam e abusam do clickbait, da conclusão fácil, do tema da moda, para se acharem 'cientificamente' aprovados de forma irrefutável. É apenas o velho estratagema retórico da argumentação da autoridade. Mal feito, neste caso. JDQ aproveitou isto para fazer uma crónica, mas ao lado. Se gozasse com a falta de conhecimento científico destes jornalistas copy-paste com preconceitos ambientalistas, teria sido notável.              Pontifex Maximus: “Alterações climáticas existem”, dizem alguns comentadores. Claro que existem, a questão é que sempre existiram e continuarão a existir enquanto o planeta terra existir!                nuno cabeca: A seguir vai chegar um texto daqueles dois doutores de leis, muito ofendidos, pois isto é um assunto muito sério. Que o diga o Alberto Gonçalves.                Pedro Pereira: Os ciclos Solares são sempre secundários para os estudos apresentados pelos noticiários de vão de escada! A verdade é que a Terra tem passado por grandes alterações climáticas ao longo da sua história, e agora estamos preocupados com o Carbono, quando devíamos estar preocupados com a III guerra mundial.                   Meio Vazio: "Ridendo castigat mores".  (Já agora; a temperatura - porque não é material - não aquece nem arrefece.)

 

Nenhum comentário: