De conivência com a palhaçada.
Seriedade, bom senso, estudo de rigor e clareza nos critérios para a eficiência
desprovida de compadrio ou auto promoção correm ao lado, como sempre, não só
nos governantes como nos governados, farinha do mesmo saco.
Derrotar a apatia
Por um lado, pedem-se reformas
estruturais do SNS. Por outro, quando aparecem propostas, estas são (quase)
ignoradas. O país vive refém de consensos inconsequentes e da sua incapacidade
para mudar.
ALEXANDRE HOMEM CRISTO Colunista do Observador
OBSERVADOR, 10 ago. 2023, 00:2312
O acesso aos serviços de saúde
degradou-se nos últimos anos e ascendeu, desde então, à primeira linha das
preocupações da população, que pede reformas no sector.
Semanalmente, as notícias sobre falta
de médicos e sobre serviços
de urgência encerrados servem de lembrete para a magnitude dos desafios
organizacionais do SNS — onde faltam recursos humanos e uma gestão adequada da
rede, prejudicando milhares de utentes que não recebem atempadamente os
cuidados de saúde de que carecem. Este diagnóstico de um SNS em crise e sob
enorme pressão já se pode considerar consensual. Com maior ou menor
dramatismo retórico, todos (utentes, especialistas, partidos políticos)
insistem no óbvio: a situação actual não pode perdurar e medidas reformistas
devem ser implementadas, de forma a enfrentar as “muitas dificuldades a
superar” no SNS (nas palavras do próprio ministro
da Saúde).
Consequentemente, são incontáveis os editoriais e artigos de opinião que reclamam
melhorias na gestão do sector da Saúde e reformas estruturais do SNS.
Ou seja, o debate público está
inundado de apelos a reformas estruturais, legitimados por sondagens que
confirmam ser esta uma das grandes expectativas da população quanto às políticas
públicas. Esta
urgência levar-nos-ia a confiar que propostas reformistas sérias e bem
elaboradas fossem recebidas com entusiasmo pelo debate público — não
forçosamente com concordância, mas pelo menos com a satisfação de se poder
discutir soluções possíveis e promover algum tipo de entendimento para melhorar
o acesso aos cuidados de saúde.
Não foi o que aconteceu. PSD e IL apresentaram recentemente as suas
propostas para o sector da Saúde. Estas têm pontos em comum, como seria de
esperar, mas também abordagens estratégicas muito distintas — por
exemplo, a IL avança com
uma proposta de mudança sistémica
através de uma nova Lei de Bases, enquanto o PSD opta por alterações cirúrgicas
(e, por isso, mais fáceis de negociar na arena política). Mais
importante para o ponto deste artigo: as propostas foram recebidas com
indiferença e remetidas ao silêncio — não suscitaram um debate público alargado
e ficaram limitadas à bolha parlamentar, onde a maioria absoluta do PS manda.
Como tal,os socialistas
chumbaram em bloco as propostas do PSD, sem que tal atitude gerasse ruído na opinião
pública.
Este contraste deveria fazer-nos
reflectir. Na expressão certeira de José
Miguel Júdice, “muito do que é importante é realmente, vezes de mais,
inaudível”. Por um lado, pedem-se reformas
estruturais para o SNS. Por outro lado, quando aparecem propostas de
reformas estruturais para o SNS, estas são (quase) ignoradas. Na
semana passada, escrevi sobre um contraste semelhante na Educação,
que todos consideram ser prioritária mas cujas falhas geram indiferença quase
absoluta no debate público. Portanto, o problema é transversal, não pertence a
um ou a outro sector. O país vive refém de consensos inconsequentes, de uma
sociedade civil pouco exigente e da sua incapacidade para mudar. Por mais
ingrato que seja, é também essa apatia que os partidos na oposição têm de
derrotar.
SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE PAÍS
INICIATIVA LIBERAL POLÍTICA PSD PS
COMENTÁRIOS:
Maria Cordes: Acabei de escrever um comentário, no artigo sobre a observação do MAI
relativa aos incêndios, que menciona a apatia, indiferença e incompetência do
governo sobre o ataque à propriedade, de que os incêndios são só uma das faces
mais visíveis e dolorosas. Por detrás estão episódios de abuso, roubo e
vandalismo, sem qq criminalização, por falta de meios de investigação e da GNR.
A Câmara de Leiria, pela voz do seu Presidente, mencionou este facto. É a
primeira vez que vejo esta chamada de atenção. O fatalismo, irmão gémeo da
apatia, é a respiração deste país, faz de conta. O milagre das Jornadas, foi
único e é excepção no todo. Para onde viajou o nosso direito à indignação,
alforrecas.
João Ramos: Faltou ao articulista referir
que grande parte da culpa por esta apatia sobre questões importantes,
deve-se em grande parte aos media, sejam televisões ou jornais que sobrevivem à
custa da sua subserviência ao poder político em contraponto com as suas
obrigações profissionais que deveriam ser completamente independentes do actual
poder político e teriam a obrigação estrita de informar o público do que realmente
se passa e está em jogo e não como o fazem normalmente de escamotear esses
assuntos e sempre a favor do PS… Luis
Freitas: Este regime está tão podre que transformou este país
falido, penhorado e há venda em saldos numa grande pocilga. Não é possível haver qualquer solução para um
países como Portugal desgovernados por gatunos, corruptos e incompetentes
, travestidos de democracias com uma justiça especializada em lavar e branquear
os grandes roubos, corrupção e gestões danosas. Agora a grande maioria dos
jovens portugueses tiram a licenciatura ou o mestrado ou o doutoramento fogem
de Portugal "como o diabo da cruz" pois não estão disponíveis para
serem escravizados com salários de miséria, para a colmatar o grande
défice de mão de obra existente em Portugal, este regime de traidores
abre as portas aos imigrantes praticamente analfabetos de países super pobres,
para depois serem escravizados em Portugal. Portugal
com o PS+BE+PCP e PSD+CDS conseguiram para 3 bancarrotas, a maior dívida
pública de toda a história de Portugal e derreteram carradas de biliões de
euros vindos da União Europeia para alimentar a corrupção instalada em todos os
sectores do Estado e da economia português. O PS ajudado pelos extremistas da
esquerda do PCP e BE conseguiram arrebentar com a Educação e SNS a
justiça está em coma e o zé povinho imbecilizado continua a votar nessas gentes
para empobrecer aceleradamente Portugal. Portanto não tenho nenhuma pena da
Tugalhada que continua a votar nesses bandos de mafiosos que nos desgovernam e
nem sequer têm um pingo de honestidade para acabar com a super criminosa lei
das rendas das casas congeladas desde Novembro de 1910. Luis
Figueiredo > Luis Freitas: o curioso é que esta cambada de
vigaristas segue a política do tão criticado, por eles, Salazar. Só com uma
diferença: Salazar era honesto. No resto, seguem a política
das contas certas, muito por força das obrigações com a UE, é claro, do congelamento
de rendas, da ineficiência do sistema de saúde e educação. Porque não se pode
gastar dinheiro. Tal como Salazar, somos um país sem rumo. Mas enchem a boca com
democracia. E o povinho, satisfeito com migalhas na mesa, anda todo eufórico,
sempre com medo do Chega, não se apercebendo do logro e do engano em que está o
país enredado... Rui
Pedro Matos: Uma crónica apática....o importante é que o Costa
poucochinho está bem blindado, em férias a preparar o oe2024, em contactos internacionais,
aparecendo cirurgicamente aos fins de semana e os jornalistas a fazerem o papel
de cronistas do ministério da propaganda do polvo Costa! O sr. Cronista Homem Cristo,
parece-me apático, tal como me pareceu na semana passada. Maria Gomes:
Quantos artigos
ou programas o Observador já dedicou ao projecto da IL para a saúde?
Nenhum comentário:
Postar um comentário