Ou, de preferência, na definição de Cesário Verde, por outros motivos, embora, que a
Internet transcreve na íntegra:
O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca. (…)
Caricatos estes, de cinismo poderoso os
descritos no texto da
Agência Lusa, que segue: ambos desprezíveis, mas os últimos
merecedores de respeito e aceitação, no pleno direito da imposição do capital
como força maior que rege o mundo da infâmia e do cinismo:
Rússia contorna sanções e importa produtos
proibidos para uso civil e militar
Rússia consegue importar 'chips' de empresas
ocidentais sujeitos a sanções num valor superior a 502 milhões de dólares, que
são utilizados para a produção de mísseis e outros tipos de armas
OBSERVADOR, 01 ago. 2023, 14:32 4
A Rússia está a contornar as
sanções impostas pelo Ocidente devido à guerra na Ucrânia e a importar produtos
proibidos, tanto para uso civil como militar, segundo uma investigação do
portal independente russo Viorstka, citada pela imprensa internacional.
Só no último semestre, a Rússia importou ‘chips’ de empresas
ocidentais sujeitos a sanções num valor superior a 502 milhões de dólares
(cerca de 458 milhões de euros), que são utilizados para a produção de mísseis e outros tipos de armas”, referiu o portal
russo, reconhecido por investigações jornalísticas, citado pela agência de
notícias EFE.
O
portal Viorstka chegou a esta conclusão depois
de ter acedido a dados estatísticos alfandegários russos confidenciais e de ter
entrevistado pessoas envolvidas na logística das mercadorias e empresários
russos que “explicaram como funcionam os esquemas de fornecimento ilegal”.
O ‘media’ apontou que “foram
importados utensílios para a indústria de armamento, no valor de 171 milhões
de dólares (cerca de 156 milhões de euros), peças sobressalentes para a aviação
civil e ‘smartphones’ iPhones por 389 milhões de dólares (cerca de 355 milhões
de euros)”.
A nossa investigação revelou
que a Rússia pode importar praticamente
tudo de qualquer parte do mundo, desde um ‘chip’ para uso civil e militar até
um turbo-hélice para um Airbus. Os esquemas através de países
terceiros envolvem empresas ocidentais e as autoridades russas conseguem
escapar às sanções europeias e norte-americanas”, disse o portal Viorstka.
O
‘media’ russo dá como exemplo os mísseis de cruzeiro russos X-101,
fabricados pela corporação KTRV e utilizados na guerra na Ucrânia, que possuem
processadores Intel e circuitos integrados Xilinx e Texas Instrument, além de
um transcetor Analog Devices Inc.
“No
último semestre, pela alfândega russa passaram componentes da norte-americana
Analog Devices Inc no valor de mais de 98 milhões de dólares (cerca de 90
milhões de euros), da Xilinx na ordem dos 75 milhões de dólares (cerca de 68,3
milhões de euros), e da Texas Instrument a rondar os 38 milhões de dólares
(cerca de 34,6 milhões de euros)”, revelou a investigação jornalística.
A Rússia importou semicondutores da empresa alemã Infineo, a maior
do género neste país, por mais de 28 milhões de dólares (25 milhões de euros),
de acordo com a mesma fonte.
“Além disso, chegaram à Rússia mercadorias da Marvell [produtora de
circuitos integrados] no valor de 11 milhões de dólares (10 milhões de euros),
da Cypress Semiconductor, no valor superior de 3,8 milhões de dólares (3,4
milhões de euros), e da Amtel, no valor que ultrapassou os 2,7 milhões de
dólares (2,4 milhões de euros)”, acrescentou.
O portal destacou ainda que os processadores norte-americanos da
Intel — no valor de 169 milhões de dólares (164 milhões de euros) – e da AMD –
35 milhões de dólares (31 milhões de euros) – também chegaram ao território
russo.
“Praticamente todos os componentes electrónicos
ocidentais chegam à Rússia através da China e de Hong Kong”, avançou o portal, acrescentando que três empresas de Hong Kong forneceram aos russos mais
de 70 milhões de componentes durante os primeiros seis meses de 2023.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de
fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise
de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e
aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar
diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA MUNDO RÚSSIA RÚSSIA-UCRÂNIA
COMENTÁRIOS:
luis doria: Putin, licença para matar! A
hipocrisia do Ocidente é uma constante! Otavio Luso:
Custa a
acreditar... tantos países, a nata da civilização e deixa-se ludibriar por um
país ainda em vias de desenvolvimento. Só pode ser "fake
news" Paulo Castelo:
Nada que seja
surpreendente. Agora que seja um consórcio de investigação independente russo a
reportar, faz nos questionar o que andam a fazer os "nossos" media.
(já nem falo das entidades com responsabilidades de fiscalização "oficial").
Mas é o princípio básico das guerras - mais do que ganhar A guerra (que
implica sempre sacrifícios), o melhor é mesmo ganhar COM a guerra (que tenham
todo o material que precisam para se ir matando - aos poucos, porque "the
war must go on" -, desde que o paguem) fernando fernandes: Eis algo em que acredito neste mentiroso. Aliás,
muitas empresas ocidentais, francesas na sua maioria, continuam a adiar a
saída. Leroi Merlin, Altis, etc.
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