Analítica. De Alberto Gonçalves. De incontornável dimensão crítica. Como
sempre inútil por cá. Mas a pedir slogan pro AG:
“Que nunca as mãos – e a voz – lhe doam”,
apesar
dos condicionalismos por ele apontados e corroborados por comentadores.
O Princípio de Durão e o fim do mundo
As elites actuais são compostas de
arrogância e uns pozinhos de psicopatia. O objectivo passa sempre por
condicionar-nos, empobrecer-nos e, idealmente, erradicar-nos. Aparentemente,
para nos salvar.
ALBERTO GONÇALVES
Colunista do Observador
OBSERVADOR, 12 ago. 2023, 00:291
Há
um artigo de Durão Barroso no Expresso, intitulado “O que temos de
aprender com a covid-19”. E há um
fenómeno que consiste na subversão do Princípio de Peter, segundo o qual cada indivíduo pode ser
promovido até ao seu nível de incompetência.
Neste fenómeno, bastante português e a que deveríamos chamar Princípio de
Pedro (ou de Quim Zé, Tó Carlos ou Enzo Gonçalo), cada
compatriota pode ser promovido muito para lá do seu nível de incompetência. Se a promoção for à escala internacional, a
incompetência fica crescentemente escancarada. O caso clássico é o do eng.
Guterres, que,
após ter sido um primeiro-ministro embaraçoso, exibe-se em Nova Iorque a tocar
a trombeta do Apocalipse e a prestar-se a um ridículo sem grandes precedentes
desde que Joshua Norton se declarou Imperador dos EUA e Protector do México. O caso recente é o de Durão Barroso,
que após uma passagem heróica pela Comissão Europeia e pela alta finança, hoje
é apresentado enquanto “presidente do Conselho da Gavi, a Aliança
para a Vacinação”.
No referido texto do Expresso, e ao
contrário do secretário-geral da ONU, o dr. Durão não se limita a alertar a
Terra, que infelizmente o desconhece, para o perigo das alterações climáticas.
Não, senhor. O dr. Durão faz o pleno: “As
alterações climáticas, a invasão humana dos habitats da vida selvagem, o
crescimento da população, a urbanização e as viagens ‘low-cost’ fazem com que
seja cada vez mais provável que enfrentemos pandemias mais devastadoras num
futuro não muito distante.” O problema, pois, não é só o clima. É igualmente preocupante que o ser humano
exista, procrie, tenha casa e viaje com excessiva facilidade. Por
algum motivo, inacessível a incréus, todas estas calamidades conspiram para
criar e propagar vírus mortais e, o que será ainda pior, entidades benfeitoras
como a tal Gavi e cargos bem remunerados para sumidades da estirpe do dr.
Durão.
Dado
que o dr. Durão não dá o exemplo mediante suicídio, suspeita-se que a tese não
abrange toda a espécie. Nós, os 99,99% da população mundial que não arranjamos
empregos vistosos em instituições sombrias, é que estamos a mais, a danificar o
planeta com a nossa teimosia em respirar. “Eles”,
a elite esclarecida que labuta pelo bem-comum, é livre de nascer,
multiplicar-se, morar em cidades, deslocar-se em jactos privados de modo a
alertar para a ameaça dos combustíveis fósseis e, claro, invadir sem hesitações
os habitats, que de resto continuariam repletos de selvagens.
“Selvagens” é o termo. Antigamente, com ou sem fundamento, esperava-se das
elites arrogância e, se não fosse maçada, um pedacito de erudição. As elites
actuais são compostas de arrogância e uns pozinhos de psicopatia. Dê por onde der, o objectivo passa sempre por
condicionar-nos, empobrecer-nos e, idealmente, erradicar-nos. Para quê?
Aparentemente, para nos salvar.
Não sei se já disse que o dr. Durão
preside a uma engenhoca público-privada dedicada à vacinação em massa da
humanidade, em teoria uma ambição simpática e compreensível. O que não se compreende é tamanho empenho
em ajudar a exacta humanidade que nitidamente se abomina. A que título se deseja evitar “pandemias
devastadoras” quando a solução implica a devastação do homem (e das senhoras)
tal como o conhecemos? Não faz sentido que, para conservar as padarias, se
destruam os moletes, os croissants e as regueifas, logo é capaz de haver aqui
uma história mal contada, e desconfio que o relativo domínio da língua
evidenciado pelo dr. Durão não é o único culpado. Entrego o debate à
consideração dos teóricos da conspiração.
Pela
parte que me toca, interessa-me principalmente a tendência para que alguns
portugueses em lugares de “prestígio” global transformem a suave mediocridade
que revelavam cá dentro num festim de devaneios proféticos dignos dos vilões da
Marvel, ou dos transtornados que, com uma sineta na mão, dantes berravam junto
ao coreto da aldeia. Cá dentro, ninguém dava nada por eles. Lá fora, eles não
dão nada por nós. Mal saem da fronteira, enfiam um ar majestático, olham-nos de
cima e desatam a confidenciar-nos verdades a que apenas os eleitos acedem. À
semelhança dos noticiários televisivos, o propósito é o de meter medo:
começa-se por garantir a aproximação do Juízo Final, sob a forma de degelos,
pestes ou gafanhotos; e depois prescreve-se a cura, que obriga a ralé a abdicar
de todos os benefícios da modernidade e a recuar três ou quarenta séculos. A
expressão “fim do mundo em cuecas” talvez advenha dos preparos em que nos
querem deixar. Pessoa próxima a quem mencionei o artigo do dr. Durão
interrompeu-me: “Outro maluco?”.
É de temer que não seja o último. A mesma edição do Expresso informa
que num ano, Portugal, o imparável país do PS, do prof. Marcelo e da selecção
de futebol feminino, “perdeu 128 mil trabalhadores com ensino superior”.
Imagino que a vastíssima maioria dos emigrantes vá ao encontro de trabalhos
dignos e um futuro decente. Porém, basta um ou dois descarrilar da cabecinha e
arriscamos ter novos Guterres e Durões, criaturas desprovidas de préstimo a
ocupar lugares ditos de relevo, pagos regiamente para nos assustarem com as
toleimas da moda. A extrema-direita sonha proibir a entrada de estrangeiros,
mas o avisado seria impedir a saída de nativos. Por mim, fechavam-se as
fronteiras amanhã.
DURÃO BARROSO PAÍS VACINAS SAÚDE
COMENTÁRIOS:
Maria Tubucci: O Gugu e o Durão são 2 almas “santas” que transpiram virtude por todos os
poros. Como tal são Gurus da seita “Venha a nós e corra o coco”, ai perdão, da
seita dos “Últimos Dias do Planeta”, o que lhes interessa é serem pastores de
um rebanho onde seja instituída a estupidificação massiva das ovelhas. Para que
estas, sem se aperceberem, sejam conduzidas para abate e com as quais se
banqueteiam. Bem refastelados nos luxos e mordomias que a seita providencia
depois do “ trabalho” bem feito. Gurus deste calibre só merecem desprezo e 1/2
dúzia de letras gastas com esta estirpe já são demais. Desapareçam, mundo, não
regressem, nem ao pântano nem à tanga, ontem já era tarde. mais um: Guterres disse que o planeta
está em ebulição e Durão diz que as viagens low cost são a causa dessa
ebulição. Quem nos salvará (deles)? Alexandre Barreira Pois. Caro AG, Cuidado com as
"espinhas". Do "cherne"....! Henrique Frazão: Assertivo como sempre. Pontifex Maximus: Durão e Guterres, a mesma ignorância e a mesma luta. É
certo que aquele se diz de direita e este de esquerda, mas ambos são siameses a
precisar de manicómio Nuno de
Sousa: Bravo, Alberto! Continue a malhar
nesta gentalha sem alma, possuídos por misantropia com máscara de salvação
universal. Ainda Barroso, para saber para quem realmente trabalha este
"dignitário", basta saber onde se foi formar depois de ter sido
ministro de Cavaco e antes de se tornar o primeiro-ministro que promoveu e
acolheu a cimeira das Lajes (onde se combinou a destruição do Iraque sob falsos
pretextos). Citando a Wikipedia: "Barroso did PhD research at Georgetown
University and Georgetown's Edmund A. Walsh School of Foreign Service in
Washington, D.C., but his CV does not list any doctoral degree (except
honorary). He is a 1998 graduate of the Georgetown Leadership Seminar."
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