Breve anotação – sem as imagens respectivas - sobre a arte
clássica e sua difusão, que o Museu
Calouste Gulbenkian, que costumávamos visitar, nos anos
80, fez evocar.
Histórias
de Arte na Grécia e Roma Antigas
Texto Conteúdo patrocinado por MUSEU CALOUSTE GULBENKIAN
Durante mais
de mil anos, as civilizações grega e romana representaram o padrão de perfeição
nas artes. As obras que nos deixaram, entretanto recuperadas, alimentam ainda
hoje a nossa imaginação.
OBSERVADOR LAB, 16
ago. 2023, 10:00
A matriz clássica, o nome dado à
herança cultural deixada por Gregos e Romanos, pode ser considerada a matriz
fundadora da cultura artística do Ocidente, que incorporou inúmeros elementos
dessas épocas no seu vocabulário e cujos princípios influenciaram a apreciação
ocidental das artes visuais e da literatura.
Não foi apenas a produção artística
intensa que contribuiu para o peso que Gregos e Romanos tiveram e continuam a
ter no estudo da História da Arte. Foi
também o facto de terem sido deles as primeiras reflexões sobre a arte em
tratados e escritos, como é exemplo o
diálogo Hípias Maior, de Platão, que viria a inspirar reflexões posteriores do Renascimento.
Gregos e Romanos tinham um deus da arte, Apolo, que era também deus da poesia e da música, além das Musas, a quem os
artistas pediam inspiração antes de começarem a trabalhar. Ou seja, a arte era
um elemento central da sua visão do mundo. Isso
explica, também, que houvesse em ambas civilizações uma indústria artística
plena de actividade, que produzia cópias de estátuas, azulejos e mosaicos para
habitações e edifícios públicos, entre outros.
Muitas das obras produzidas
nesta época chegaram até nós em ruínas, ou só foram recuperadas após
escavações, o que sugere um período de
ruptura, a Idade Média, iniciada precisamente com a decadência do Império
Romano e as invasões bárbaras. Houve uma acção deliberada, nessa
época, de apagar ou esconder tudo o que exaltava a grandeza das civilizações de
outrora.
É no Renascimento que se traça o caminho inverso e que a arte
greco-romana volta a, passe a redundância, a renascer, a ser apreciada e tomada
como referência. De tal forma, aliás, que foi assumidamente imitada pelos
artistas da época.
Por se ter desenvolvido, na
Antiguidade, em regiões que não pertencem ao que se considera hoje o mundo
ocidental, a arte de Gregos e Romanos
também teve uma influência considerável no Oriente cristão ortodoxo e no Mundo
Islâmico.
▲ Moeda. Itália, Siracusa, c. 395 a. C..
Prata. Museu Calouste Gulbenkian. © Foto: Catarina Gomes Ferreira
Foi, por exemplo, no Egipto que foram encontrados os medalhões de
Abuqir, produzidos no período romano, que contam a história de Alexandre O
Grande e são uma das raridades desta época da Coleção Calouste Gulbenkian.
Gulbenkian começou
a sua actividade de coleccionador pela área da numismática, ainda na Turquia, e isso é bem
evidente nas peças da colecção referentes a esta época, com foco particular na
Grécia e na medalhística.
▲Vaso («calyx-Krater»), Ática, c. 440 a.C.,
Terracota, Inv. n.º 682
A
Colecção inclui, assim, retratos cunhados de monarcas de diferentes casas e de
deuses do panteão grego, que demonstram o interesse especial do coleccionador
na cunhagem grega do séc. V a.C, praticada em várias regiões em torno do
Mediterrâneo. Existem
ainda núcleos com vidros, gemas, joalharia, escultura e cerâmica, de onde se
destaca um vaso cratera (grego) em excelente estado de conservação que exibe
uma temática decorativa de natureza mitológica.
CULTURA…OBSERVADOR …LAB. FUNDAÇÃO
CALOUSTE GULBENKIAN SOCIEDADE ARTE HISTÓRIA
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