Os avisos nas manobras do poder e da
grandeza… - vilã – desta vez das bandas da China, que aconselha paternalisticamente
no caso da Ucrânia alheia, enquanto exibe os seus próprios saracoteios no caso
da sua Ucrânia. Até ver. Que os olhos do Xi
até são sugestivos de idêntica circunspecção à do homólogo russo,
semicerrados de uma seriedade sintética pronta a servir… ou a saltar… ou a
sorrir, para dentro, em sofisticado alerta sofredor, conquanto simplisticamente
ameaçador …
China lança manobras militares em redor
da ilha de Taiwan. Um "sério aviso" depois de vice-presidente ter ido
aos Estados-Unidos
Taipé detectou a presença de 42 aviões
militares chineses nas imediações da ilha. China lança "sério aviso"
depois de o vice-presidente William Lai Ching-te ter ido aos Estados Unidos.
OBSERVADOR,19 ago. 2023, 09:22 2
O exército da China anunciou este sábado
o arranque de exercícios militares marítimos e aéreos em torno de Taiwan, dias
após a passagem do vice-Presidente taiwanês, William Lai Ching-te, pelos
Estados Unidos. O Comando do Teatro Oriental do exército chinês, cuja área de
operações está voltada para Taiwan, anunciou que as manobras constituem um
“sério aviso” aos “grupos separatistas” da ilha e às “forças externas” que os
apoiam.
O porta-voz do comando, o coronel Shi
Yi, disse que as manobras serão realizadas na área adjacente a Taiwan, com a
participação de “navios e aeronaves de combate”, para “praticar a coordenação
entre si” e o “controlo do espaço aéreo e marítimo”.
De acordo com um comunicado, publicado
na rede social Weibo — semelhante à X (antigo Twitter), bloqueada na China –, os
exercícios visam “testar a real capacidade de combate” das tropas do Comando do
Teatro Oriental, que é responsável pela defesa da costa leste da China.
Em
reacção, o Ministério da Defesa de Taipé disse num comunicado que “condena
veementemente este comportamento irracional e provocativo e enviará as forças
adequadas em resposta (…) a fim de defender a liberdade, a democracia e a
soberania de Taiwan”.
William
Lai voltou a Taipé na sexta-feira, depois de viajar para o Paraguai, onde
participou na posse de Santiago Peña como novo Presidente daquele país, um dos
poucos a reconhecer oficialmente Taiwan. O vice-Presidente fez duas paragens em
Nova Iorque e em São Francisco, tendo sido recebido por representantes do
Instituto Americano de Taiwan, que actua como a embaixada norte-americana de
facto na ilha, na ausência de relações diplomáticas entre Washington e Taipei.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China tinha prometido no
domingo passado “medidas firmes” contra a passagem de Lai pelos Estados Unidos,
algo que considerou ser um ataque às suas reivindicações de soberania sobre
Taiwan. “A China opõe-se firmemente
a qualquer forma de contacto oficial entre os Estados Unidos e Taiwan e opõe-se
firmemente a qualquer viagem de separatistas pela independência de Taiwan aos
Estados Unidos”, declarou um porta-voz do ministério.
A China considera Taiwan, onde cerca de 23 milhões de habitantes são
governados por um sistema democrático, uma das suas províncias e não renunciou
ao eventual uso da força militar para conseguir a reunificação.
O exército chinês já tinha lançado em
abril manobras de três dias em torno de Taiwan, em reacção a uma reunião nos
Estados Unidos entre o presidente da Câmara dos Deputados norte-americana,
Kevin McCarthy, e a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen. William Tai foi o escolhido pelo Partido Democrático Progressista, actualmente
no poder em Taiwan, como candidato a suceder a Tsai Ing-wen nas eleições
marcadas para 2024.
Taipé detectou este sábado a presença de
42 aviões militares chineses nas imediações da ilha, horas após a China ter
anunciado o arranque de exercícios militares marítimos e aéreos em torno de
Taiwan. O Ministério da Defesa
taiwanês disse que entre os aviões detectados estavam caças J-10 e J-11, sendo
que 26 das 42 aeronaves atravessaram a linha mediana que separa a ilha da China
continental.
Num comunicado divulgado na rede
social X (antigo Twitter), o ministério acrescentou que também foram detectados
oito navios militares chineses entre as incursões, que começaram por volta das
09:00 (02:00 em Lisboa). As autoridades de Taiwan responderam com o
destacamento de aviões e navios e com a ativação de sistemas de mísseis
terrestres, indicou o comunicado.
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