segunda-feira, 22 de abril de 2024

O Ocidente

 

Entre duas guerras.

Guerra na Ucrânia

Ocidente defendeu Israel do ataque do Irão. Porque é que não protege os céus da Ucrânia?

Ucrânia denuncia duplos critérios do Ocidente, que protegeu céus israelitas mas não protege ucranianos. EUA dizem que querem evitar guerra contra Rússia. E há mais factores que motivam a falta de ação.

JOSÉ CARLOS DUARTE: Texto

OBSERVADOR, 21 abr. 2024, 20:0417

A coligação que se formou entre Estados Unidos, Reino Unido, França e outros países aliados para defender os céus israelitas dos drones e dos mísseis iranianos mostra que o Ocidente estava decidido a não permitir um ataque contra Israel. A cerca de três mil quilómetros de distância, a Ucrânia, que tem estado em guerra com a Rússia e que tem sofrido ataques aéreos quase diários, não esconde o incómodo com que assiste a esta unidade ocidental na defesa de Telavive. “É extremamente estranho. Como é que a população ou a infraestrutura civil da Ucrânia difere da população civil de Israel de um ponto de vista humanitário?”, questionou o conselheiro da presidência ucraniana, Mykhailo Podolyak, numa entrevista à NBC News.

A situação ainda é mais desconcertante para Kiev porque, como sublinhou Mykhailo Podolyak, a “Rússia e o Irão usam a mesma estratégia de ataque e os mesmos equipamentos”. Para sustentar o seu esforço de guerra, e após ter sido alvo de inúmeras sanções do Ocidente, o Kremlin tem adquirido drones Shahed fabricados em território iraniano, usando-os para atacar a Ucrânia. Aliás, as autoridades russas até já instalaram uma fábrica, a 500 quilómetros de Moscovo, que se prevê que comece em breve a produzir veículos aéreos não tripulados com tecnologia de Teerão.

Mesmo assim, esse argumento está longe de ser suficiente para convencer os aliados ocidentais. A Ucrânia recebe ajuda em dinheiro e equipamento — aliás, ainda neste sábado a Câmara de Representantes dos EUA aprovou um decisivo pacote de apoio de 61 mil milhões de euros. Mas todos os países ocidentais são muito cautelosos em ir para além disso. Já no início da guerra, em fevereiro de 2022, a Ucrânia viu negada pela NATO (apenas os países Bálticos concordaram) uma no-fly zone, que destruiria todas as aeronaves que entrassem no espaço aéreo do país. O motivo? O receio de que o conflito escalasse e pudesse haver uma guerra directa entra os Estados-membros da aliança transatlântica e a Rússia. Em contrapartida, esses receios parecem não existir com o Irão.

"É extremamente estranho. Como é que a população ou a infraestrutura civil da Ucrânia difere da população civil de Israel de um ponto de vista humanista?"

Conselheiro da presidência ucraniana, Mykhailo Podolyak

Impedidos de aceder à tecnologia do Ocidente devido às sanções de que são alvo, o Irão e a Rússia estão a unir esforços para desenvolver a sua indústria bélica. Se Moscovo está numa posição de ataque, esperando-se que intensifique as operações ofensivas contra a Ucrânia nos próximos tempos, Teerão está mais na defensiva, esperando eventuais novos actos de retaliação de Israel e descartando uma guerra regional no Médio Oriente. Neste contexto, as autoridades ucranianas (e até algumas da Europa de Leste) insistem na necessidade de que os países ocidentais protejam os céus ucranianos, tal como fizeram com os de Israel.

A pressão da Ucrânia, que tem denunciado os duplos critérios ocidentais, está a crescer. Ainda esta quarta-feira, após um ataque em Chernihiv que matou pelo menos 17 pessoas e feriu cerca de duas dezenas, Volodymyr Zelensky sublinhou que a tragédia “não teria acontecido” se o país “tivesse recebido um número suficiente de sistemas de defesa aéreos e se a determinação do mundo para responder ao terror russo tivesse sido suficiente”. “A determinação importa. A determinação ucraniana é suficiente. Deve haver igualmente determinação suficiente dos nossos parceiros e, como consequência, apoio suficiente”, escreveu o Presidente na sua conta pessoal do X (antigo Twitter).

As justificações do Ocidente: “Diferentes conflitos, diferentes padrões de ameaça”

A resolução em defender Israel e a aparente falta de firmeza em apoiar Kiev dos ataques russos têm sido tópicos abordados pelos responsáveis políticos ocidentais. Nos Estados Unidos — o mais poderoso dos aliados ucranianos —, o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança norte-americano, John Kirby, respondeu directamente sobre o motivo que levava Washington a não defender os céus da Ucrânia: “Diferentes conflitos, diferentes espaços aéreos, diferentes padrões de ameaças.”

As consequências do ataque russo contra Chernihiv GLOBAL IMAGES UKRAINE VIA GETTY

O responsável da Casa Branca salientou que, “desde o início da guerra”, o Presidente dos EUA, Joe Biden, “deixou claro que os Estados Unidos não planeiam participar nas hostilidades ucranianas”. Ou seja: os norte-americanos temem uma retaliação russa, caso defendessem os céus da Ucrânia, que poderia levar Moscovo a atacar um Estado-membro da NATO — e obrigar a que se accione o artigo 5.º do Tratado de Washington, potenciando o início do que seria uma Terceira Guerra Mundial.

No mesmo sentido, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, realçou que o “contexto é importante”, recordando a história das relações dos Estados Unidos com a Ucrânia e com Israel. “Temos décadas de parceria de segurança com os israelitas. Durante décadas, ajudámo-los directamente. Israel é um grande aliado dos Estados Unidos que não está na NATO”, clarificou o responsável da diplomacia dos Estados Unidos.

Ora, Kiev ainda não tem o estatuto de Telavive aos olhos de Washington. “Está numa posição diferente. Não temos esse tipo de acordo com a Ucrânia”, reconheceu Matthew Miller, frisando que os Estados Unidos não querem entrar “num conflito directo com a Rússia”. “Não é do interesse dos norte-americanos”, prosseguiu, recordando que tem havido um esforço para enviar sistemas de defesa aéreos para que os ucranianos “se possam defender”.

"Temos décadas de parceria de segurança com os israelitas. Durante décadas, ajudamo-los directamente. Israel é um grande aliado dos Estados Unidos que não está na NATO" Porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller

No Reino Unido, o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Cameron, usou o mesmo argumento. Defender os céus ucranianos implicaria “colocar as forças da NATO num conflito directo com as forças russas, o que seria uma escalada perigosa”. Questionado num programa de rádio sobre por que motivo a Força Aérea britânica não pode ajudar a da Ucrânia, o antigo primeiro-ministro reconheceu ser uma “questão interessante”, mas garantiu que “não era necessariamente a melhor maneira de abater mísseis e drones”: “Os sistemas de defesa aérea são mais eficazes.”

Dentro da NATO, há, não obstante, opiniões diferentes. O chefe da diplomacia da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, disse ao Politico ter a “certeza” de que a Ucrânia vai questionar a NATO sobre porque é “tratada de forma diferente” de Israel. “Dada a situação terrível e urgente que a Ucrânia enfrenta agora, esse argumento é bastante convincente”, salientou o ministro lituano.

As dificuldades em proteger a Ucrânia em comparação com Israel

Para além da vontade de evitar uma guerra direta entre o Ocidente e a Rússia, há outras dificuldades na proteção dos céus ucranianos. Segundo o think tank norte-americano Instituto para o Gabinete de Guerra (ISW, sigla em inglês), há, desde logo, um problema: “As vulnerabilidades da geografia ucraniana.” No caso de Israel, os drones e os mísseis “tiveram de atravessar mais de mil quilómetros do espaço aéreo iraquiano, sírio e jordano antes de atingir Israel, dando ao país e aos seus aliados horas para identificar, rastrear e intercetar mísseis e drones quando chegam”.

Os ataques iranianos contra Israel ATEF SAFADI/EPA

Na Ucrânia, a situação é bastante diferente. As tropas russas ocupam parcelas de territórios ucraniano, bastante próximas dos seus alvos. “As forças russas lançam drones e mísseis desde a Ucrânia ocupada que está próxima da Ucrânia [controlada por Kiev], proporcionando às defesas aéreas ucranianas uma fracção do tempo que Israel e os seus aliados aproveitaram para neutralizar com sucesso o ataque em massa de mísseis e drones iranianos”, prossegue o think tank no relatório publicado na passada segunda-feira.

O ISW refere que, com mais de 600 mil quilómetros de território, a Ucrânia é um país “grande”, quando comparado com Israel, que ocupa uma área algo superior a 20 mil quilómetros quadrados. “Torna-se difícil imitar a densidade de cobertura de defesa aérea que Israel possui”, indica o Instituto para a Guerra, acrescentando que a Ucrânia também faz fronteira — a norte e a leste — com dois inimigos geopolíticos: a Rússia e a Bielorrússia.

Dara Massicot, membro do think tank Carnegie Endowment for International Peace, sublinha precisamente que Israel é “muito menor do que a Ucrânia”. “Isso permite a Israel consolidar os seus sistemas e criar camadas na sua defesa aérea”, constata a especialista ao portal Defense One. “Em segundo lugar, Israel é capaz de usar aeronaves num espaço aéreo permissivo para abater mísseis e drones. Os aliados de Israel têm a capacidade de lançar mísseis balísticos defensivos desde navios do Mediterrâneo e caças capazes de defender mísseis desde bases aéreas na região”, sendo o Chipre um aliado vital israelita, que acolhe, por exemplo, bases aéreas do Reino Unido.

"Israel é capaz de usar aeronaves num espaço aéreo permissivo para abater mísseis e drones. Os aliados de Israel têm a capacidade de lançar mísseis balísticos defensivos desde navios do Mediterrâneo e caças capazes de defender de mísseis desde bases aéreas na região" Dara Massicot, membro do think tank Carnegie Endowment for International Peace

Geograficamente, a Ucrânia localiza-se numa situação menos favorável. “A costa ucraniana do Mar Negro está praticamente isolada dos Estados Unidos neste momento, graças à Turquia”, um Estado-membro da NATO. “Os Estados Unidos já não têm, há dois anos, um navio com capacidade [para abater mísseis] no Mar Negro, desde que a Turquia fechou o Estreito do Bósforo à maioria dos navios de guerra”, sinaliza Dara Massicot.

Outra diferença que o Instituto para a Guerra nota é que a Rússia tem lançado vários ataques contra a Ucrânia.As forças russas têm experimentado lançar mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos e drones de vários tamanhos e combinações”, recorda o Instituto para a Guerra. Assim, Moscovo consegue, mais que não seja por tentativa e erro, ser mais eficaz do que Teerão. Isso traz problemas a uma eventual defesa da Ucrânia por parte do Ocidente, não sendo tão fácil evitar um ataque aéreo russo.

Adicionalmente, tal como Matthew Miller sugeriu, houve uma colaboração defensiva durante décadas entre os Estados Unidos e Israel. Assim, os céus israelitas estão defendidos por uma “robusta defesa aérea”, implementada para responder a ataques potenciais dos vizinhos; recorde-se que o Estado israelita esteve sempre ameaçado por vizinhos e travou dezenas de guerras, desde a sua fundação, em 1948. Em sentido inverso, a Ucrânia esteve integrada na União Soviética até 1991. Após a dissolução, a situação securitária nunca foi tão precária — pelo menos até 2014 — como a de Israel.

A Cúpula de Ferro de Israel que protege os céus do país AFP VIA GETTY IMAGES

Sofrendo ataques quase diários, os sistemas de defesa aéreos ucranianos também estão, como adjectiva o Instituto para a Guerra, “exaustos”, resultando não só “das melhorias das tácticas russas”, como também dos “atrasos da assistência norte-americana”. “Sem a assistência regular e substancial à Ucrânia, os ataques russos ameaçam as capacidades bélicas da Ucrânia”, enfatiza o ISW, assinalando que, para o país ter um “sistema de defesa aéreo remotamente eficaz como o israelita”, precisa de “sistemas de defesa aéreos do Ocidente e caças que sejam capazes de interceptar drones e mísseis”.

Outro factor que desincentiva o Ocidente a reagir a um possível ataque de Moscovo é, precisamente, o poderio da Rússia — o país com mais ogivas nucleares no mundo. O Presidente russo, Vladimir Putin, já ameaçou por múltiplas vezes que pode lançar uma arma nuclear contra a Ucrânia (ou mesmo um Estado-membro da NATO), caso sinta que a soberania russa está em risco.

Tendo em conta as características geográficas da Ucrânia e a falta de equipamentos modernos capazes de abater mísseis e drones, a intervenção do Ocidente seria muito mais evidente do que a que aconteceu no fim de semana passado em Israel. Dito de outro modo, a Rússia teria um pretexto claro para retaliar, um cenário com elevado risco, à luz das ameaças de Vladimir Putin, que preocupam os dirigentes ocidentais.

"Sem a assistência regular e substancial à Ucrânia, os ataques russos ameaçam as capacidades bélicas daUcrânia" Instituto para o Estudo da Guerra

Nem todos concordam com esta abordagem. O antigo embaixador norte-americano na Ucrânia, John Herbst, critica a “timidez” de Washington. Citado pelo Wall Street Journal, o ex-diplomata censura Joe Biden por estar constantemente “assustado pelas ameaças nucleares de Putin”: “Comportamo-nos como se não fôssemos igualmente uma superpotência.”

Como Vladimir Putin agiria actualmente se o Ocidente protegesse a Ucrânia de um ataque aéreo é uma incógnita, se bem que envolta em ameaças. Porém, o chefe de Estado russo deixou bem claro, em março de 2022, o que aconteceria se a NATO implementasse uma no-fly zone: “Qualquer movimentação nessa direção seria uma ameaça. Nesse segundo, [quem o fizesse] seria encarado como participante no conflito militar, independentemente de quem seja.”

Não “fechem os olhos” ao perigo dos drones e mísseis russos: os apelos da Ucrânia ao Ocidente

A diplomacia da Ucrânia não tem perdido nenhuma oportunidade para reiterar os motivos pelos quais o país precisa de ser defendido dos ataques russos. No discurso à nação do passado domingo, Volodymyr Zelensky estimava que os russos tinham usado “130 drones Shaded, 700 bombas de precisão e 80 mísseis contra a Ucrânia” — apenas na semana de 7 a 14 de abril.

Zelensky apela ao Ocidente para não ignorar perigo dos mísseis e drones russos GLOBAL IMAGES UKRAINE VIA GETTY IMAGES

Referindo-se à protecção de Israel pelo Ocidente, Volodymyr Zelensky concluiu que a “aviação e os sistemas de defesa aéreos são eficazes e capazes de proteger vidas”. “Todos viram a real defesa. E viram que é fazível. Todos viram que Israel não estava sozinho nesta defesa — a ameaça nos céus estava a ser eliminada pelos aliados”, prosseguiu o chefe de Estado, que pediu para que não se “fechasse os olhos” ao perigo dos mísseis e drones russos.

“A protecção de vidas deve ser assegurada onde quer que esteja a ameaça terrorista. Tudo deve ser feito para prevenir o mal e para evitar que as guerras se expandam no mundo — na Europa, no Médio Oriente, em todo o lado”, afirmou Volodymyr Zelenksy, para logo deixar um apelo ao Ocidente, ainda que indirecto: “Todos os que consigam restringir o potencial do terror devem fazê-lo. A Ucrânia, o Médio Oriente e todas as partes do mundo merecem equitativamente uma paz duradoura e justa.”

Os mesmos argumentos foram esgrimidos pelo conselheiro Mykhailo Podolyak no X:A partir de agora, a questão relevante é: porque é que não pode ser providenciada uma ‘defesa passiva’ aos céus da Ucrânia? Por é que a morte diária de civis na Ucrânia por mísseis russos deve ser entendida de forma diferente da tentativa de assassínio de civis por drones iranianos?”

Consequências de um ataque russo contra Kharkiv a 7 de abril SERGEY KOZLOV/EPA

No entanto, cientes da resistência ocidental em impor uma no-fly zone, a Ucrânia já deixou outra sugestão. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, lançou os termos para cima da mesa: “Tudo o que estamos a pedir dos parceiros é que, mesmo que não consigam agir da mesma maneira que agiram em Israel, nos dêem tudo aquilo de que precisamos e nós faremos o resto do trabalho”. Por outras palavras, Kiev pede sistemas de defesa aéreos modernos (como os Patriot), que sejam eficazes para responder às ameaças russas.

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Illia Yevlash, já estimou as necessidades do país: “A Ucrânia precisa de 25 sistemas de defesa aérea Patriot que possam proteger as nossas cidades de ataques inimigos.” Ainda que isso não seja suficiente para estancar a voragem ofensiva de Moscovo, será uma grande ajuda: “É claro que ainda nos faltam muitos meios para proteger o espaço aéreo. Também precisamos de sistemas portáveis.”

O pacote aprovado em Washington que poderá ajudar os céus ucranianos

O ataque iraniano do passado sábado contra Israel serviu para a Ucrânia expor que os ataques russos não cessaram e para sublinhar quão necessários são os sistemas de defesa aérea para o país. Mas teve outro efeito ainda: depois de meses de indefinição, o líder da Câmara dos Representantes norte-americano, Mike Johnson, decidiu avançar, esta terça-feira, com a votação dos pacotes de ajuda externa naquele órgão, cuja aprovação poderá destinar à Ucrânia cerca de 57 mil milhões de euros em ajuda militar e financeira. E este sábado foi mesmo aprovado.

Líder da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, desfaz o impasse sobre votação de pacotes de ajuda que versam sobre a política externa JIM LO SCALZO/EPA

Este impasse na aprovação de um megapacote — que incluiria ajuda à Ucrânia, a Israel, a Taiwan e a outros países — terminou após os ataques iranianos. “O meu telefone queimou durante o fim de semana com todos os membros [da Câmara dos Representantes] a contarem-me todas as suas ideias”, admitiu o republicano Mike Johnson, o único responsável por fechar uma data para a votação.

Numa estratégia distinta da adoptada até agora, o líder republicano da Câmara dos Representantes decidiu dividir aquele megapacote destinado à política externa, que foi votado já este sábado. Ou seja, estiveram sujeitos a uma votação individual: o pacote de ajuda à Ucrânia; o destinado a Israel; e o que prevê apoiar Taiwan. O método foi aplaudido por Joe Biden.

No entanto, dentro do seu partido, Mike Johnson enfrentou uma forte resistência. Várias facções do Partido Republicano, e próximas do antigo Presidente e muito provável candidato presidencial Donald Trump, opuseram-se ao pacote de ajuda à Ucrânia. Este sábado, 111 republicanos votaram contra, ao passo que 102 aprovaram o pacote de ajuda. E estas vozes mais críticas do auxílio a Kiev podem inclusivamente apresentar uma moção para destituir o líder republicano do cargo.

Câmara dos Representantes aprovou este sábado pacote de ajuda de 57 milhões de euros à Ucrânia MICHAEL REYNOLDS/EPA

Em todo o caso, uma votação individual da ajuda à Ucrânia originou que o pacote fosse aprovado. Os democratas não levantaram quaisquer problemas, aprovando de forma unânime este auxílio a Kiev. Juntamente com alguns republicanos mais moderados, foi o suficiente para a Câmara dos Representantes dar luz verde à proposta.

Esta aprovação de cerca de 57 mil milhões foi bem-sucedida, apesar do longo impasse. Kiev tem agora mais meios fortalecer as suas defesas aéreas contra a ameaça russa, ainda que continue sem contar com um apoio idêntico ao de Israel. Num momento que as tropas ucranianas enfrentam inúmeras dificuldades no terreno e se espera que Moscovo lance uma ofensiva, este pacote de ajuda dos EUA poderá revelar-se essencial para defender a linha da frente e os céus da Ucrânia.

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